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segunda-feira, 27 de março de 2017


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O Encantamento das Águas
Rejane Martins

Não importa se conhecemos as explicações científicas ou até mesmo a incompreensão que permeia a Sandy Island, o Triângulo das Bermudas, a Atlântida, ou monstros marítimos. A verdade é que esta grande concentração de água, mexe com a imaginação e credulidade dos seres humanos. Parece até que se utiliza do canto de suas sereias para fascinar e hipnotizar, mesmo que ora se apresente cruel, ora plácida.

Os mais antigos relatos nunca negaram o poder deste líquido. As passagens de Moisés e Noé na bíblia relatam como a fúria das águas protegeu os inocentes e castigou os infiéis.

Os mares sempre abrigaram mistérios e desventuras. Na Odisseia escrita em 1.300 a.C., Homero descreve os 17 anos de desventuras vividas por Ulisses pelos mares, à mercê de toda a sorte.

E os vikings que por desbravar de peito aberto os oceanos, foram considerados pela mitologia nórdica os verdadeiros representantes da virilidade masculina.

Já na Idade Média, a supremacia marítima de países conferia-lhes poder e dominação, tamanho era o seu prestigio. As histórias advindas da corte invariavelmente exaltavam os feitos marítimos e seus heroicos protagonistas, agora endeusados pelos pobres mortais.

E quantos romances envoltos em mistérios e magnetismo iniciou-se sobre as águas. Quem não se comoveu com a fortuna de Jack e Rose passageiros do Titanic, o oceano interpretou o principal papel da trama guardando em suas profundezas o amor verdadeiro do casal até ser coroado com o diamante, que sem pudor algum havia roubado a cor mais pura daquelas águas.


Se a Sandy Island existe ou não, não tem a menor importância para a crença popular. Os oceanos continuam exercendo o fetiche, e permeando a imaginação das pessoas, o seu poder e mistério são tão implacáveis, que mesmo sem querer exige o respeito e admiração, ao mesmo tempo que promove o devaneio coletivo.

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