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quinta-feira, 19 de setembro de 2024

PROJETO MEU ROMANCE INVESTIGATIVO - O DETETIVE MORAIS - HENRIQUE SCHNAIDER

 




PROJETO MEU ROMANCE INVESTIGATIVO 2024


 

O DETETIVE MORAIS

HENRIQUE SCHNAIDER

 

João Morais era um nordestino Sertão da Paraíba. Era década de 90, quando o jovem João chegou a São Paulo, com muita fibra, a mesma que todo nordestino tem. Logo procurou se manter ocupado, fez de tudo para não ficar parado, trabalhou como servente pedreiro em algumas obras, dando duro danado em outras diversas atividades, agarrava todo bico que aparecia.

E com isso, conseguiu se estabilizar financeiramente, não passou por apuros. Conseguiu até juntar um dinheirinho e começou a fazer planos. Matriculou-se no curso intensivo, precisava aprender a ler e escrever corretamente, pois tinha pressa, já que ousaria o concurso público, queria seguir a carreira policial. Um antigo sonho de família.

Dedicado como era, intenso nos estudos, curioso para a profissão, foi aprovado na sua primeira tentativa para o cargo de escrivão de polícia.

Não cabia em si de tanta felicidade. Mandou logo carta à família contando a novidade.

Meses depois tomou posse com muito orgulho. Agora que ocupava a mesa do escrivão, e apesar de ser um cargo burocrático, João dedicava-se mais e mais às suas funções, às minúcias, aos detalhes. Não faltava jamais ao trabalho, não se atrasava, e cumpria rigorosamente todas as medidas da lei.

Três anos mais tarde, João Morais recebia uma boa promoção. Haveria melhoria financeira, além de que passaria a ocupar o cargo de investigador de polícia, função que sempre almejou.

O mais impressionante de tudo era que o Morais nasceu para aquilo. Era cuidadoso nos exames, infalível nas conclusões, meticuloso nos detalhes.

Morais foi ganhando fama de melhor investigador daquelas bandas. Todos os casos que caiam em suas mãos, ele conseguia resolver com sucesso. E assim ele foi empilhando uma dezena de casos difíceis que pareciam fáceis de resolver.

Até que um dia caiu em suas mãos o assassinato de uma socialite. Examinou o boletim de ocorrência, o relatório do caso, e seguiu para exame da cena do crime.

Quando o detetive Morais entrou naquela casa luxuosa, os policiais já estavam por lá. A vítima estendida no chão do living sobre o tapete persa.  Os olhos corriam por todos os cantos, a mobília limpa, os quadros no lugar, a vidraça da janela fechada por dentro. Os funcionários espantados alinharam-se à porta do ambiente.

De repente não sabe porque, veio à sua memória, lembrou de fatos ocorridos quando de sua chegada a cidade grande, praticamente sem recursos, conseguiu alugar um quartinho numa pensão da periferia.

A dona da pensão era uma senhora muito bondosa, muito solícita. Assim, o Morais começou a trabalhar de servente de pedreiro para poder se sustentar. Os pensamentos iam e vinham, borbulhavam, ao mesmo tempo, em que se atentava ao corpo estendido no chão. A polícia técnica ainda se movimentava por ali.

Voltam novamente os pensamentos do passado, e lembrou com saudade daquele dia em que foi trabalhar de servente de pedreiro na restauração de uma suntuosa residência onde morava Joana, uma mulher insinuante que o olhava de forma diferente.

Logo ela puxou conversa, quantas doces lembranças. Com o passar dos dias acabou acontecendo o envolvimento dos dois que se transformou numa forte paixão. Tudo isso foi muito rápido. A família da moça, quando notou aquela relação entre os dois entrou em polvorosa.

Até que um dia ele e Joana resolveram fugir e acabaram se casando. Mas ali era a cena de um crime bárbaro, e o Morais, lembrando daqueles dias maravilhosos. Agradeceu ao destino que os uniu até hoje.

Morais desperta daquele sonho. Tem um caso para solucionar.  Enquanto o detetive observava os detalhes da cena, entrou uma mulher muito estranha na sala, era Estela, irmã da vítima.

Os policiais o advertiram que Estela era completamente louca e inclusive esteve internada muitas vezes em casas de tratamento de pessoas com problemas mentais. Estela começou a gritar e chorar ao ponto que Morais, já perdendo a paciência, bradou: “Tirem esta mulher da sala, pois está perturbando o bom andamento das investigações”.

Morais associou os gritos e o choro de Estela a ato de teatro, de uma péssima atriz. Aí concluiu que ela estava se tornando uma primeira suspeita, afinal para que tanto fingimento? Começou a perguntar aos serviçais, como era o relacionamento das duas irmãs?

Pelas histórias que lhe contaram, realmente era uma relação cheia de conflitos que até chegaram várias vezes as vias de fato, com muitos casos de agressões que marcaram profundamente a vida daquelas duas mulheres.

 


O conflito da toga - Alberto Landi

 


O conflito da toga

Alberto Landi

 

Era uma manhã ensolarada em Roma e a cidade pulsava com a agitação de mercadores, políticos e cidadãos.


As ruas estavam repletas de mulheres e homens vestidos de togas brancas, símbolo de sua cidadania e status.

Mas havia um lugar onde essa paz estava prestes a ser desafiada: o Fórum.

Marcus, um jovem cidadão romano, caminhava orgulhosamente em sua toga.

Ele havia acabado de ser eleito para um cargo público na administração local e se sentia no topo do mundo. Em meio à multidão avistou um grupo de não cidadãos conhecidos como peregrinos que se aglomeravam perto da entrada do Fórum.


Entre eles estava um homem chamado Lúcios, de temperamento forte e determinado que havia chegado a Roma, em busca de uma vida melhor. Ele sonhava com o dia que poderia vestir uma toga e ser reconhecido como cidadão. Mas hoje, ele estava prestes a enfrentar uma injustiça, ele tinha facilidade em se conectar com a multidão, tornando-se um líder.

Diante do Fórum, Lúcios avistou Marcus e seus amigos e gritou:

“Por que nós não podemos usar togas”? Também somos parte de Roma, trabalhamos duro, horas a fio, para o seu bem-estar e de seus amigos também.

Marcus olhou para Lúcios de uma forma sardônica e com desprezo:

“Togas são para cidadãos romanos! Vocês não têm direito a isso. Se quisessem respeito, teriam que conquistar sua cidadania”. A tensão cresceu entre os dois grupos.


Os peregrinos começaram a se agitar, enquanto os cidadãos romanos se uniam para defender suas tradições.


Marcus sentiu uma onda de indignação percorrer seu corpo. “ Se não gostam das regras, voltem para de onde vieram”, gritou. Mas Lúcios não se deixou abater. “A história de Roma é feita por aqueles que vieram de longe”. Não somos menos dignos por não podermos usar togas. Lutamos por nossos direitos!


Nesse momento apareceu o sábio senador Quintus. Observando tumulto, resolveu intervir.

“Parem”! Ordenou com firmeza.

Como ele era um bom político e sábio, aprimorou da discussão. “A verdadeira grandeza de Roma reside em sua capacidade de acolher a todos, independentemente da origem”., enfatizou


Quintus olhou fixamente nos olhos de Marcus e Lucius. “Se continuarmos a dividir Roma entre cidadãos e não cidadãos, perderemos o que nos torna romanos: a União”.

Após algumas trocas acalorada, Marcus começou a refletir sobre as palavras do senador. Ele percebeu que a toga era um simples tecido. E, o verdadeiro valor estava na dignidade e na contribuição de cada pessoa para Roma.

“Eu.........eu não pensei assim”, disse Marcus.

“Talvez devêssemos encontrar uma maneira de incluir todos nós”.

Lucius sorriu timidamente: “todos nós queremos ser parte disso”.

E assim, sob os ensinamentos de Quintus, os romanos começaram a discutir formas de integrar os peregrinos à sociedade romana, criando novos caminhos para que todos pudessem contribuir e ser reconhecidos.

O conflito havia aberto às portas para um novo entendimento.

Roma se destacava por sua diversidade e cada parte contribuía para a magnífica harmonia da cidade eterna.


PROJETO MEU ROMANCE INVESTIGATIVO - O DETETIVE MORAIS - HENRIQUE SCHNAIDER

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