A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

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quarta-feira, 19 de outubro de 2022

DICA DE ESCRITA - TRAÇOS DE CARÁTER DE PERSONAGENS

 


Traços de caráter de personagens

Essas sugestões podem ser adotadas para o protagonista, ou para seu vilão: 


 

AFETUOSO

AGRESSIVO

ALEGRE

AMÁVEL

AMBICIOSO

AMIGÁVEL

AMOROSO

ANSIOSO

AUDIENTE

APLICADO

APOLOGÉTICO

APRESENTÁVEL

ARROGANTE

ARTICULADO

ASTUTO

ATENCIOSO

AUTÊNTICO

AVENTUREIRO

 

BANAL

BANDIDO

BÁRBARO

BÁSICO

BATALHADOR

BENÉVOLO

BENFEITOR

BENQUISTO

BITOLADO

BOÇAL

BOM

BRILHANTE

BRINCALHÃO

BRAVO

BRONCO

 

CALMO

CARISMÁTICO

CAUTELOSO

CIUMENTO

COMPASSIVO

COMPLACENTE

CONFIANTE

CONFIÁVEL

CONSCIENCIOSO

CORAJOSO

COVARDE

CRÍTICO

CRUEL

CUIDADOSO

CURIOSO

 

DECISIVO

DEPRESSIVO

DESAGRADÁVEL

DESAJEITADO

DESARRUMADO

DESCONFIADO

DESCUIDADO

DESONESTO

DESPREOCUPADO

DESRESPEITOSO

DESTEMIDO

DETERMINADO

DISSIMULADO

DITATORIAL

DIVERTIDO

DOMINADOR

DURO

 

EDUCADO

EFICIENTE

EGOÍSTA

ENCANTADOR

ENÉRGICO

ENGRAÇADO

ESPIRITUOSO

ESTÁVEL

ESTRITO

EXIGENTE

EXIGENTE

FELIZ

FIEL

 

GAIATO

GALANTE

GANANCIOSO

GARANHÃO

GAUDÉRIO

GÉLIDO

GENEROSO

GÊNIO

GENTIL

GENTLEMAN

GOLPISTA

GRACIOSO

GROSSEIRO

GROTESCO

GUERREIRO

 

HÁBIL

HABILIDOSO

HABITUAL

HEDIONDO

HESITANTE

HERMÉTICO

HERÓI

HÍBRIDO

HIPÓCRITA

HISTÉRICO

HONESTO

HONRADO

HOSPITALEIRO

HUMANITÁRIO

HUMILDE

HUMORÍSTICO

 

IDEALISTA

IMAGINATIVO

IMPACIENTE

IMPENSADO

IMPRUDENTE

INDELICADO

INDELICADO

INDELICADO

INDEPENDENTE

INGÊNUO

INOCENTE

INQUIETO

INSTÁVEL

INTELIGENTE

INTERESSEIRO

INTROMETIDO

IRÕNICO

 

JACTANCIOSO

JOVEM

JOCOSO

JUBILOSO

JULGADOR

JUVENIL

JUSTICEIRO

 

LABORAL

LAMURIENTO

LASCIVO

LEAL

LEVIANO

LÍDER

LIGEIRO

LIMITADO

LISO

LISONGEIRO

LIVRE

LOQUAZ

LÚCIDO

LÚGUBRE

 

MAÇANTE

MADURO

MAL-EDUCADO

MALANDRO

MALVADO

MANDÃO

MANIPULADOR

MATERIALISTA

MELANCÓLICO

MESQUINHO

MISERÁVEL

MISTERIOSO

 

NABABESCO

NAMORADOR

NÃO AMIGÁVEL

NEBULENTO

NERVOSO

NÍVEO

NOBRE

NORMAL

NOTÁVEL

NOTÍVAGO

 

OBEDIENTE

ODIOSO

OPINATIVO

ORGULHOSO

OTIMISTA

OUSADO

 

PACIENTE

PARASITA

PASSIVO

PENSATIVO

PERIGOSO

PERVERSO

PETULANTE

PIONEIRO

POSSESSIVO

PREGUIÇOSO

PRESUNÇOSO

 

RACINAL

RADIANTE

RADICAL

RÁPIDO

REALSTA

REALIZADO

REBELDE

RECATADO

RECEPTIVO

REDENTOR

REFINADO

REFLEXIVO

RELIGIOSO

RENOMADO

RESERVADO

RESILIENTE

RESOLUTO

RESPONSÁVEL

RESPEITADOR

RIDÍCULO

RICO

RÍGIDO

RIJO

RISONHO

ROMÂNTICO

 

SÁBIO

SÁDICO

SARCÁSTICO

SECRETO

SEGURO

SEDUTOR

SELVAGEM

SENSÍVEL

SENSUAL

SENTIMENTAL

SÉRIO

SERENO

SEXY

SILENCIOSO

SIMPÁTICO

SINCERO

SINISTRO

SISUDO

SOBERBO

SOCIÁVEL

SONHADOR

SOLÍCITO

SOLITÁRIO

SUBMISSO

 

TALENTOSO

TÁTICO

TEATRAL

TEIMOSO

TEMEROSO

TEMPERAMENTAL

TENSO

TENTADOR

TERAPÊUTICO

TERNO

TÍMIDO

TOLERANTE

TOLO

TRABALHADOR

TRADICIONAL

TRANSIGENTE

TRANSPARENTE

TRAQUEJADO

TRANQÜILO

TROPICAL

TURBINADO

 

UNIFICADOR

URBANO

ULTRAJANTE

ULTRAPASSADO

ÚNICO

USURPADOR

ÚTIL

URGENTE

 

VAIDOSO

VADIO

VAGABUNDO

VALENTE

VALIOSO

VAZIO

VELHACO

VIVAZ

 

ZANGADO

ZELOSO

ZEN

ZOMBADOR



A investigação - Adelaide Dittmers

 


A investigação

Adelaide Dittmers

 

O churrasco corre animado no dia quente de verão.  Vários brindes são feitos entre piadas e gargalhadas. As duas famílias reunidas são vizinhas há um ano, quando Thomas, o anfitrião, mudou-se para ali e a amizade entre eles brotou espontaneamente.  Thomas sempre muito simpático aproximou-se dos vizinhos.  Reuniam-se em alegres almoços, faziam programas juntos e até fizeram uma viagem a uma praia paradisíaca da Flórida.

De repente, as conversas foram interrompidas pelo som estridente do telefone dentro da casa. Thomas entra para atender a ligação.  Um copo cai, espalhando vários cacos pelo chão.  Peter oferece-se para limpar o estrago e entra na casa para pegar uma vassoura e pá.

O amigo está ao telefone.  Uma expressão séria contrai seu rosto e, ao passar por ele, Peter surpreende-se com o que ouve.  Não é um diálogo normal: códigos são usados na conversa.  Na área de serviço, pega os objetos para a limpeza, mas para um momento para tentar ouvir o que estava sendo falado, mas a conversa continuava em códigos incompreensíveis.  Ele sai para o jardim completamente confuso.

Momentos depois, o vizinho volta para junto deles, com um ar contrariado, reclamando que tem que ir imediatamente para Washington, pois surgiu um grave problema na empresa de construções em que trabalha.

Peter disfarça a desconfiança de que foi tomado.  O que significaria aquela estranha ligação? Que trabalho era aquele em que ligações telefônicas eram feitas em código.  Thomas era engenheiro e o trabalho dele não exigia nenhum sigilo.

Na cabeça de Peter havia uma explosão de perguntas sem respostas.  Com certa hesitação, exclamou:

— Hoje é domingo! Não podem esperar até amanhã?

— Nos negócios de construções é preciso agir com rapidez quando surge um problema, que pode invalidar o projeto e causar um imenso prejuízo monetário.  Responde sem explicar que grande problema era esse.    

Peter balança a cabeça e responde pensativo:

— Ainda bem que ser professor tem algumas vantagens.

— Mas, por favor, continuem o almoço.  Não estraguem essa gostosa reunião porque vou me ausentar.   Vou fazer uma pequena mala e tentar pegar o primeiro voo.  E entrou com muita pressa em casa.

A esposa de Thomas reclamou:

— Não consigo me acostumar com essas viagens repentinas.  Acho isso um absurdo, que atrapalha nossa vida, mas o que fazer, já sabia disso ao casar com ele.

As duas mulheres recomeçaram a conversar e Peter tentava esconder o que lhe ia no íntimo, com pequenas intervenções nos assuntos.

A tarde foi esmaecendo, dando lugar a um crepúsculo de belas cores e o casal visitante resolveu ir para casa, mas não sem antes ajudar a dona da casa a por tudo em ordem.

Naquela noite, Peter não conseguiu dormir.  Nos dias seguintes começou a observar a casa vizinha e seguir os movimentos do amigo, mas não achou nada de anormal:  as corridas rotineiras da manhã, a saída para o trabalho.  Tudo transcorria como sempre.

No fim de uma tarde, em que o vizinho chegava do trabalho, Peter, que estava no jardim, perguntou-lhe sobre o ocorrido na obra, que o obrigara a viajar tão repentinamente.  A resposta foi lacônica e rápida.  Um grave erro em um contrato, que poderia gerar um enorme prejuízo.

Cada vez mais a dúvida do que o amigo fazia o intrigava e o fez até pensar se ele próprio não estava criando fantasias em sua cabeça.

Nos dias que se seguiram, notou que o vizinho começou a demorar mais para voltar de suas corridas.  Certa manhã, em que varria as folhas das árvores esparramadas pelo chão, Thomas passou e ele quis detê-lo para conversar.  No entanto, o vizinho, sempre amável, respondeu que estava atrasado e que não podia parar.  Desculpou-se com um sorriso forçado e seguiu seu caminho.

Peter ficou ainda mais desconfiado.  O que Thomas estava escondendo? Andava esquisito. Não era a primeira vez que ultimamente esquivava de conversar com ele.   Inúmeras suposições surgiram em sua cabeça.  Resolveu que na manhã seguinte o seguiria.

O dia amanhece chuvoso.  Nuvens cinzas espalhavam-se pelo céu, mas como sempre o vizinho passou em sua corrida diária.  Peter esperou uns minutos e saiu atrás dele com o coração disparado.  O que iria encontrar, ou talvez não encontraria nada.

Quando chegou perto de um grande parque, que ficava a cerca de um quilômetro de onde moravam, estacou de repente.  Na entrada arborizada do lugar, Thomas estava conversando com três homens vestidos de terno e gravata.  As expressões dos quatro eram extremamente sérias e suspeitas.  Um deles entregou um envelope para o vizinho, que se voltou para ir para casa.  Peter escondeu-se atrás de um arbusto para não ser visto.

Foi para casa e logo que chegou, ligou para um conhecido de longa data.  Marcou um encontro com ele em um café próximo às três da tarde daquele mesmo dia, porque sentia que tinha que contar tudo o que estava acontecendo.  Não aguentava mais lidar com as sérias desconfianças que o assaltavam. 

Chegou pontualmente e o homem já o esperava sentado em uma das mesinhas.  Cumprimentaram-se e pediram um café.  O clima entre os dois era tenso.  Falavam em voz baixa.  O outro absorvia as palavras com um olhar nervoso e assustado.

Nesse momento, quatro homens se aproximaram deles.  Entre eles estava Thomas.

Os dois ficaram petrificados quando os viram.  O que aconteceria agora?

Thomas chegou bem perto da mesa e falou com uma voz dura:

— FBI! Vocês estão presos por espionagem e colocar em perigo a segurança dos Estados Unidos da América.

Eles se levantaram aturdidos e os homens os cercaram.

— Então Peter ou Igor!  Pensou que ia nos enganar com seu jeitinho pacífico e discreto.  Há muito tempo estamos no seu encalço e no de seu comparsa John ou Anton.

No rosto pálido de Igor, os grandes olhos azuis faiscaram de ódio.  Toda aquela amizade fora uma farsa.  O medo e a desconfiança que tomaram conta dele desde aquele churrasco tinham razão de ser.  Deveria ter agido rapidamente, pensou com muita raiva de si mesmo.

Thomas escondeu um sentimento de piedade, que ele não podia sentir diante de um espião russo, mas naquele ano em que conviveram, conheceu o outro lado do homem.  Qual seria o verdadeiro Peter ou Igor? O homem afável e amigo ou o espião frio que servia seu país?

Estendeu as algemas e o prendeu.

 

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