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quinta-feira, 13 de setembro de 2018

O sobrado mal assombrado - Christianne Vieira





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O sobrado mal assombrado
Christianne Vieira


Turmia animada a da travessa dos Girassóis. Nem bem o dia amanhecia, e as meninas estavam prontas para as aventuras. Como de costume Clara era a primeira a cair da cama, esperta, a ruivinha vinha com suas chiquinhas balançando ao sabor do vento. Ao sair pelo portão, toda faceira, ia feito um raio chamar Anamaria, sua vizinha. Ela, alta para sua idade, de cabelos negros de índia, e olhos cor de jabuticaba.

Juntas iam até a casa de Yumi, a japonesinha. Pequena, rosto redondo, a mansidão típica dos orientais.

As três causavam na rua. Eram temidas pelos vizinhos mais idosos, pois quando se juntavam, sempre havia confusão. Dentre as artes, enumeravam: o arremesso de danone na caixa da água do vizinho, chuva de papel picado para saudar o ano novo que entupia todos os ralos da rua, montar supermercado com a dispensa da D Magali, onde muitas compotas sumiam, ou brincar de banco, usando a antiga Olivetti do Nono, para fazer os cheques e o barulho de carimbos batendo na madeira sem parar.

Entre as  brincadeiras preferidas, estava  o piquenique regado a tubaína e rocambole pullman no jardim da Anamaria, e a aventura exploratória no sobrado mal assombrado do fim da rua.

Explorar aquela casa onde diziam ter fantasmas... Era de arrepiar. Somente aquela patota corajosa, para fazê-lo.

Diziam os antigos moradores, que lá vivia um fantasma de uma menina, que ficou aprisionada no sótão de castigo, por tantos anos que virou uma caveira... E que ela arrastava sua cadeira pelo piso, afugentando quem ali entrasse.

Clarinha, Anamaria e Yumi, escolheram um dia especial, e entrariam naquela casa. Foram  vestidas para a batalha. Com galochas e escorredores na cabeça, munidas de vassoura, rodo e uma pá de lixo grandona.

Seria a aventura blaster, empolgante e assustadora. Fizeram até um mapa para a ocupação e fuga. O estudaram pedacinho por pedacinho até decorar.

Partiram para a missão, um misto de adrenalina e medo, mas eram guerreiras, e não fugiriam da batalha.

Deram as mãos, pediram ajuda do anjo da guarda, e em marcha foram para o casarão.

Chegando à frente do sobrado, empurraram o portão, entreaberto, e pelo corredor nebuloso seguiram para a porta da frente. Tudo ali cheirava a fantasma. Parecia que uma fumaça vinha lá de cima, devia ser a menina fantasma, elas pensaram.

Subiram a escada em fila, com as mãos dadas, bem suadas, pé ante pé, até o último lance.

De repente um vulto se movimentou, parecia vir rapidamente na direção delas. Um ruído forte, arrastado o acompanhava.

Pronto , a menina cadáver se transformara em um monstro gigantesco.

Yumi, última da fila, gritou e saiu correndo escada abaixo. Anamaria tentou segurá-la, em vão. De olhos fechados, tremia inteira. Clarinha, a mais corajosa, suando de medo, continuou no caminho, tinha que enfrentar aquela fantasma.

Quando a porta do quarto abriu,  o vulto foi chegando mais perto. Ficando ainda mais aterrorizante. As armas, que haviam trazido, jaziam caídas nos degraus.

A ruivinha, cheia de si, respirou fundo e foi de encontro com a sombra monstruosa.

Até que deu de cara com o seu Francisco, o faz tudo da rua.

— Meninas o que vocês fazem aqui?!  Estou fazendo a reforma da casa, o piso está instável, e o estuque está desabando...Está perigoso andar aqui. Melhor vocês irem embora, ou chamarei a D Magali!

Clarinha caiu na gargalhada... Sentou na escada, não havia fantasma nenhum... O tempo todo era seu Francisco.

Minutos depois, com dor de barriga de tanto rir, foi procurar as amigas, que estavam escondidas, na garagem da casa da Yumi, dentro da barraca de índio.

As duas abriram os olhos e vendo a amiga sã e salva, respiraram aliviadas.

Temiam que a fantasma a tivesse reduzido a pó.

Juntas ouviram a estória de Clarinha, o mistério do sobrado mal assombrado havia sido elucidado. Os meninos não iriam acreditar!!


UMA CENA DO COTIDIANO - Henrique Schnaider




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UMA CENA DO COTIDIANO
Henrique Schnaider

Rolando entrou na sala, molhando todo tapete, estava ensopado pela chuva que caia lá fora.  

Muito irritado, pois juntamente com uma multidão, sofreu para pegar o metro, e chegar finalmente em casa.

Queria ligar o mais rápido possível, para a doce e amada Rita, por quem nutria uma paixão delirante, iria acompanha-la à missa, mas no fundo queria estar, apenas perto dela.

Estava pensando em convida-la para um programa no restaurante Porcão, que um amigo havia recomendado, pelas delicias que se podia degustar num ambiente pra lá de bom.

A chuva não dava trégua, mas Rolando estava disposto a se molhar até os ossos, já que por Rita, faria qualquer coisa.

Ligou para Rita, com o coração aos pulos, mas para seu desencanto, ninguém atendeu, ficou imaginando onde estaria sua princesa encantada, como seria bom se ele a visse naquele dia, declararia seu grande amor por ela.

Sem ter outra opção, resolveu ficar em casa só e amuado, sem nada para fazer, começou assistir a um filme sem muito entusiasmo, quando de repente toca a campainha.

Rolando levantou-se vagarosamente foi atender à porta, para sua imensa alegria era Rita dos pés a cabeça ali na sua frente, assim a vida tomou um novo sentido naquele momento, Rolando se desmanchou de emoção.

O cãozinho aventureiro - Alberto Landi

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