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quarta-feira, 20 de setembro de 2017

UM PRESENTE DO CÉU - Henrique Schnaider


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UM PRESENTE DO CÉU
Henrique Schnaider


Eu nunca vou me esquecer daquela tarde chuvosa e cinza, um filme triste em preto e branco.

Devido ao clima nada amistoso, o meu humor não estava dos melhores. Tinha vontade de estar em casa próximo à lareira, naquele aroma agradável da lenha queimando, crepitando, aquecendo meu coração.

De repente vejo escondida num canto da rua, praticamente ao relento uma criaturinha ensopada como um sapo na lagoa. Ela tremia. Senti o meu coração despedaçado, uma angústia muito grande tomou conta de mim.

Aproximei-me dela:

— O que faz aqui menina? Está chovendo, deste jeito você vai cair doente, se não procurar um abrigo.

A menina me olhou com aqueles olhinhos pequenos como grãos de feijão, de um brilho especial, dois pequeninos sóis dando uma beleza impar ao seu  rostinho.
— Qual é o seu nome mocinha?

— Me  chamo Natália, senhor!

— Natália, por que você não está em casa? Onde estão seus pais?

— Sou órfã senhor! Não tenho ninguém! Vivo andando por aí feito um cachorro magro com fome e frio.

De repente meu coração iluminou-se, senti uma alegria na verdade nem sabia o porquê, mas senti que esta menina Natália mudaria minha vida para sempre.

Venha Natália, vou lhe dar abrigo. Levarei você para minha casa, lá está quentinho.  Depois decido o que fazer!

A menina levantou-se, aumentando o brilho dos seus olhos sem disfarçar a alegria. E,  me acompanhou como um cachorrinho que acaba de encontrar seu dono, estava feliz.

Depois de muita burocracia, depois de tantas idas e vindas, finalmente acabei adotando Natália, um presente de Deus que mudou completamente a minha vida. Hoje a minha doce Natália é uma pianista famosa, tornou-se  minha razão de viver,  minha alegria.

  

AS FÉRIAS QUE MUDARAM A VIDA DE ANDRÉ - Amora

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AS FÉRIAS QUE MUDARAM A VIDA DE ANDRÉ
Amora


Sempre foi trabalhador, calmo, eficiente. Não se aborrecia com  pessoas que o procuravam, constantemente.

De repente, mudou, resolvendo transformar a vida, cansado de tudo. Tirou férias e planejou uma viagem longa, afastando-se de seus problemas. Fugindo de todos.
Não pensou direito, levou-os consigo. Escolheu uma praia longínqua, desconhecida, que o fizesse esquecer até quem era.

Nem bem chega, não desgosta do lugar, sentindo-se atraído pela limpidez do mar.  Aquela mansidão, ausência de barulho, iria acalmar seus nervos e torná-lo o que era, novamente. Nem sabe se queria!

Ocupa uma pousada quase vazia, podendo ficar solitário e fazer o que bem entendesse.
Doce ilusão! Na hora do café da manhã, quem encontra! Sua secretária Denise que, sempre atraída por ele, descobre para onde iria e vai também. Não se sente bem, sufocado, voltando-lhe à lembrança, todo o cansaço que sentira.

Repara nela pela primeira vez fora do trabalho. Até que não era feia. Procura tratá-la com educação.

Evita sua companhia o mais que pode, mas, ela sempre dava um jeito de encontrá-lo. Na praia, entrando naquela água não tão fria, agradável de sentir, um sol abrasador que fazia a pele  avermelhar e arder, logo oferece-se para lhe passar um bronzeador. Aceita, sem querer ofendê-la, meio sem jeito, mas sentindo certo alívio. Até que não foi má ideia! Era prestativa. Lembrou-se novamente do escritório, nada saudoso, quando ela o atendia prontamente em tudo.

Enfim, passam-se alguns dias e, não tendo como disfarçar seu aborrecimento, fugindo dela, acostuma-se com, aceitando-a como companheira.

Percebe, a contragosto, que era apaixonada por ele e, acaba gostando da ideia de ter um relacionamento nas  férias. Não era sem atrativos  nem antipática, não era burra nem mal educada, poderia trazer-lhe alguma distração.


Final da história, as férias terminam, voltam juntos, ele também envolvido e querendo sua presença, pensando sério em noivado e casamento. Foi o que aconteceu! Até que formaram um par interessante, nem feios nem deselegantes, nem desagradáveis ou arrogantes! Não é que deu certo! Combinaram.

O caracol e a borboleta. - Hirtis Lazarin

  O caracol e a borboleta. Hirtis Lazarin   O jardim estava festivo e cheirava a flor. Afinal de contas, já era primavera. O carac...