A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

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Um dia, Franz Kafka escreveu à mão uma carta de 45 páginas ao seu pai, ele talvez não estivesse consciente de que ela acabaria sendo um documento literário a ser treinado através dos tempos. A escrita criativa epistolar é uma forma de expressão artística que inspira os escritores a usarem a imaginação para trazer personalidade ao enredo, para processar a emoção dos personagens e provocar o leitor.

Quando se trata de escrita criativa, você pode lançar mão de inúmeros recursos literários e montar uma estratégia engenhosa para seu texto.  A emoção é um ingrediente que nunca deve faltar à receita. A carta é um desses recursos.

O processo criativo por meio de cartas é o que chamo de “emoção de envelope”. Quando recebemos uma carta, antes mesmo de conhecer o remetente, a ânsia de conhecer o conteúdo nos afeta. O reconhecimento do remetente nos provoca curiosidade. E somente depois virá o sabor com a leitura da missiva. Como podem ver, nossa emoção começa quando chega um envelope...

 

No texto abaixo, a personagem fica excitada com a chegada do carro do correio, tem o coração acelerado só de pensar no que viria. É claro, toda essa “espera ansiosa” tem por trás um passado, uma história que a faz ansiar pela carta. Você vai MOSTRAR porque ela está ansiosa.

Faça uma transição suave entre o texto que você está criando e o assunto da carta. A frase que precede seu texto deve dar ao leitor um sinal para entender que ele irá mergulhar na carta. Não seja enfadonho com repetições ou formatos severos de uma carta. O entremeado do assunto da carta e seu texto deve ser sutil e necessário para provocar o leitor:

 

A última CARTA

(O que vem em uma carta não se deleta, não se apaga nunca)

 

Foi há vinte anos, não consigo esquecer nenhum detalhe, o ruído do automóvel do correio entrando na propriedade, a revoada de andorinhas formando um cordão num sobrevoo artístico. O ronco do motor que se aproximava parecia áspero desta vez, os estalidos dos gravetos, mais secos, gritavam sons angustiantes: “Ah, Meu Deus, aí vem más notícias” – logo pensei. Estava no alpendre debruçada em uma leitura antiga, estiquei os olhos ansiosos para o carro que acabara de estacionar.  Meu coração se exaltou, me lembro muito bem disso, ele sabia que uma tempestade chegaria um dia dentro de um envelope.

O carteiro sorriu para mim:

— Bom dia, Dona Verinha. O sol está ardido hoje, hein! Tem uma limonada gelada aí pra mim?

Corri para atendê-lo. Era quarta-feira, dia do correio, sempre o esperava com suco gelado. Lá de dentro, ouvi sua voz de tenor:

— Trouxe a encomenda da loja do Nico. Ele mandou dizer que, se não servir, pode ir lá trocar. Tem também uma sacola com fazendas estampadas, que a senhora pediu na loja de tecidos do Francisco. E trouxe uma carta vinda de...

Parei onde estava, com a jarra na mão, os olhos cravados no carteiro, o coração acelerado...

 




Aula transferida para 10/04/2024


ASSIM VAI COMEÇAR SUA HISTÓRIA:

A camionete parou bruscamente ao lado da cena do acidente. Era um sedan cinza capotado, todo retorcido, na faixa esquerda da rodovia. Bento saltou do veículo, precisava ajudar, e já pode ouvir os socos que retumbavam ao longe. Era um homem que, desesperadamente, tentava quebrar a janela do carro capotado. O suor escorria do rosto de Gregório, mas ele não esmorecia. Sua voz trépida gemia por socorro. E havia um choro incontido que não se sabia de onde vinha. Bento aproximou o rosto do vidro do para-brisa do veículo tombado e viu lá dentro uma criança aos berros, presa na cadeirinha do banco traseiro.  À frente, uma mulher desacordada. Viu o combustível traiçoeiro escorrer lentamente sob o veículo e encostar na sua bota:

— Vai explodir essa coisa! – Gritou. 

Correu até seu carro e, com a chave de rodas, estilhaçou o vidro do sedan.  Mas, a porta emperrada, não cedia.

— Meu Deus! Não consigo abrir essa porcaria! Me ajudem aqui! – Gritou num fôlego.

Vendo que o tempo era seu inimigo, ele, num ímpeto, se enfiou pelo vão da janela, atropelando-se pelo espaço apertado, e conseguiu liberar a criança do cinto de segurança. Percebeu uma nesga de fogo clarear na parte dianteira e se avantajar acintosamente pelo painel do carro.

— Pega aí!! – Gritou, colocando a criança nas mãos de Gregório.

Arriscou olhar para a mulher com a cabeça tombada ao volante. Tinha muito sangue na cabeça, mas surpreendeu-se com um discreto movimento de mão:

— Ela parece estar viva! Meu Deus! Examinou o comportamento do fogo, sabia que se expandiria a qualquer momento.

E Gregório, com o bebê nos braços, foi se distanciando do sedan, gritando:

— Sai daí, está pegando fogo, vai explodir! ...


Tarefa para hoje: O QUE ACONTECEU 2 ANOS ANTES?

Tarefa para casa: O QUE ACONTECEU 5 ANOS DEPOIS?


*****

Neste exercício vamos trabalhar cenas dinâmicas, cenário dinâmico, personagens dinâmicos.

O enredo contará com 3 tempos: o antes, o agora e o depois.







Na passagem do século XVIII para o XIX, sete meninas costumavam passar os finais de semana em uma chácara, de propriedade do Tenente General José Arouche de Toledo Rendon, de quem eram irmãs. O referido militar foi pessoa importantíssima em São Paulo. Além de ter inúmeras propriedades, foi o primeiro diretor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e hoje dá nome ao Largo do Arouche.

Da casa sede desta chácara, localizada às margens do Rio Tietê, onde hoje está o bairro da Casa Verde, nada ficou, a não ser a lenda de que a casa teria a cor que hoje dá nome ao bairro, o que não é correto, pois a verdadeira casa verde ficava no centro da cidade, onde moravam essas sete meninas, mais propriamente na travessa do Colégio, hoje Rua Anchieta, exatamente no número 11.

Paulo Cursino Moura, em seu livro São Paulo de Outrora, aponta que as sete irmãs chamavam a atenção porque eram graciosas e atraentes: "Eram pudicas, recatadas, olhos baixos de soslaio rapidíssimos, inquietos aos primos sedutores, de anquinhas gorduchas em adoráveis saias-balão".

"As meninas partiam em revoada aos finais de semana ou feriados". O que faziam elas? Com certeza, banhavam-se nas águas do Tietê, ainda livre, limpo e curvilíneo; desfrutavam da equitação e de tudo aquilo que a natureza quase intocada pode oferecer. Oficialmente, no entanto, ninguém jamais poderá responder. Sabe-se que as meninas eram vítimas dos boquejadores, aquelas pessoas cuja maior diversão, é falar da vida alheia. É que os passeios das meninas despertavam a curiosidade na pacata São Paulo. “Lá vem as meninas da casa verde", diziam com ironia.

Quem eram elas: Caitana, Ana, Pulquéria, Maria Rosa, Gertrudes, Joaquina e Rudesinda. Todas elas morreram solteiras e bem novas. Caitana, (assim mesmo com "i") a mais velha entre as sete, nasceu em 1752. Ela é uma das irmãs remanescentes quando da assinatura de documentos relativos à transferência das terras, em 1830, com 78 anos. (Fonte: Geraldo Nunes - Jornal O Estado de São Paulo, 2015)

TAREFA: Tomemos esse texto como mote para escrever um conto de ficção sobre uma dessas 7 meninas da Casa Verde. Considerem a época. Considerem o figurino possível, considerem o transporte, o cenário. 

Será necessária releitura e pesquisa para que seu texto retrate o passado.












O objetivo de hoje é escrever um tema DE SUSPENSE para crianças. Acima, há duas opções de texto, escolha um deles para fazer agora, e outro tema livre para fazer em casa.

Suspense tem tudo a ver com fazer grandes promessas ao leitor. A escrita de suspense é uma questão de definir as expectativas do leitor, controlando as informações – o quanto você revela, quando e como você o revela.

Como escrever suspense para crianças:

ü Criar uma atmosfera condizente com a trama.

ü Use palavras conhecidas, mas ouse com palavras novas para enriquecer o vocabulário dos pequenos.

ü Trace o perfil do personagem atribuindo-lhe a força e também a fraqueza. Essas atribuições podem surgir no plano do enredo.

ü Coloque o personagem em situação de risco iminente.

ü Conte as horas, os minutos.

ü Movimente o personagem no cenário

ü Mostre sua perturbação, seus sentimentos.

ü Fortaleça a atmosfera ambiental com um novo ingrediente, algo que tire a história dos trilhos: “de repente as luzes se pagaram”, “aqueles apitos insistentes o perturbavam, era uma sequência doentia de curtos assovios, até eles silenciaram de repente”, “mas ele teria que atravessar a floresta densa habitada por figuras horripilantes”, “foi aí que ele percebeu que estava flutuando e que a qualquer momento despencaria do espaço, sem nenhum artefato de segurança”...

ü Use figuras de linguagem: A onomatopeia é uma figura que prende a criança (o tic-tac mostrava que o tempo estava se esgotando). A sinestesia aproxima o pequeno leitor à verossimilhança (o cheiro quente daquela luz amarelada chegou até ele), a comparação (era tão rápido como o guepardo), o leva a crer no que ele conhece.

ü A história precisa subir ao ponto máximo (clímax), até que o personagem arranje uma solução para o conflito.

 

Vamos experimentar?







Em homenagem aos japoneses que ajudaram a agriculturar o Brasil. 




Faça do Japão (ou da cultura japonesa) o tema da sua história

Que tal transitarmos por outras culturas, personagens engajados em outro ritmo, outros sentimentos, outra educação?

Hoje, neste encontro, vamos criar a história de um jovem japonês que veio morar no Brasil, mal chegou e já se meteu numa “encrenca” qualquer. Talvez devido ao idioma, ou desconhecia a cidade, ou os costumes tão diferentes. Capriche na caracterização do personagemAs características do personagem, lembrando que ele acabou de chegar, tem muito da cultura japonesa.

Em casa vamos elaborar uma história mais centrada na cultura japonesa, seus hábitos e costumes. Desta vez a história é sobre uma idosa japonesa que mora no Japão, que tem um familiar no Brasil, e esse familiar está em apuros. O Japão poderá ser o cenário, e o texto conterá “estrangeirismo”. O narrador será onisciente. E se você desejar, esta idosa senhora poderá ter algum parentesco com aquele jovem que veio para o Brasil, na história de hoje.

Para isso, abaixo há sugestões de nomes para os personagens japoneses, além de diversas pontuações da cultura japonesa, cujas podem ser aproveitadas para compor sua história. Mas, sugiro que façam mais pesquisas dependendo do contexto.

Vejam que trago os nomes utilizados para os entes familiares, apliquem em suas histórias., e temos também outras Curiosidades japonesas:


https://youtu.be/crj4gC8g2JM?si=J0IITcW9f7il8xNZ

Este vídeo mostra algumas interessantes passgens


Na sociedade japonesa, existe o conceito do “Uchi” e “Soto”, que significam, respectivamente, a ideia de dentro e fora, ou de interior e exterior e tem a ver com a relação que a sociedade japonesa se relaciona entre si. Por exemplo:

 

  • Os membros da família são uchi, os vizinhos são soto.
  • Os japoneses são uchi, os estrangeiros são soto.
  • Os colegas de trabalho são uchi, os clientes são soto.
  • kazoku, quer dizer família, tanto no singular quanto no plural, mas também tem o significado de membro da família em japonês.


Irmãos = Kyoudai   兄弟(きょうだい)

Irmão mais velho = Ani   兄(あに)   

Irmão mais velho = Oniisan      お兄さん(おにいさん)    

Irmão mais novo = Otouto        弟(おとうと)      


A maioria dos japoneses tem vergonha de comunicar suas emoções. Assim, grande parte da família japonesa não demonstra muito seus sentimentos uns para os outros. O sentimento de um indivíduo pode torná-lo inconveniente para uma reunião familiar. Além disso, para a cultura do país, falar sempre sobre os seus sentimentos, te torna uma pessoa não confiável.


Nomes Japoneses Femininos Mais Vistos

1.     Kira Significa “senhora”, “que tem plena autoridade”, “feixe de luz”,...

2.     Naomi Significa “meu deleite”, “minha doçura”, “aquela que é bonita e...

3.     Ayumi Significa "razão da beleza asiática", “mar de paz e prazer”, “beleza...

4.     Yumi Significa “beleza abundante”, “mulher extremamente bela”. Delicado,...

5.     Mahina Significa “Lua”, “deusa”, “a iluminada”; “pássaro...

6.     Sayuri Significa “pequeno lírio”, “lírio que nasce adiantado”,...

7.     Nara Significa "a que está mais próxima", "carvalho", "a que achata, torna plano",...

8.     Hana Significa “dom da graça de Deus”, “graça”, “graciosa”, “bem...

9.     Yuna Significa "maçã vermelha superior", "maçã vermelha gentil" ou "vegetal...

10.  Mayumi Significa "arco e flecha real", "arco recurvo genuíno"; "bonita razão",...

 

Nomes Japoneses Masculinos Mais Vistos

1.     Yuri Significa "pequeno agricultor", "aquele que trabalha com a terra", "fazendeiro";...

2.     Koda Significa “amigo”, “companheiro”, “arroz em casca de...

3.     Akira Significa “brilhante”, “luz”, “brilhando”, “próspero”,...

4.     Yuki Significa "esperança superior", "esperança gentil"; "nobre rico", "precioso...

5.     Yoshi Significa "boa sorte"; "justo" ou "bom", "virtuoso", "respeitável".  Como...

6.     Gohan Significa “aquele que é alimentado pelo entendimento” ou “esclarecimento...

7.     Shin Significa “verdadeiro”, “crente”, “avançado”. Shin é um nome de...

8.     Kenji Significa "o segundo que é saudável, forte" ou "o segundo aprimorado,...

9.     Yudi Significa  "bravo, corajoso", "superior, gentil", "homem forte". É...

10.  Naruto Significa “massa de peixe servida sobre o lámen”, “redemoinho”. Naruto...



SAKURA: A primavera, no Japão, é famosa pela floração em massa das flores de cerejeira, também conhecidas como sakura , um evento tão bonito que atrai turistas de todo o mundo. Devido ao seu florescimento impressionante, mas de curta duração, a flor simboliza a fascinante natureza transitória da vida - mas também está associada a uma mensagem de renovação e esperança para o futuro



Carne de cavalo crua é popular no Japão. Em japonês, ela também é chamada de sakura ou sakuraninki, que significa “carne de flor de cerejeira” devido à sua cor rosada. Normalmente, ela é servida crua como sashimis, em fatias bem finas, para serem molhadas no shoyu (molho de soja), mas também pode ser temperada com gengibre e cebola (e passa a ser chamada basashi), lá também fazem sashimi de carne de baleia.



O café da manhã tradicional japonês chama-se Asa gohan, que significa arroz matinal. Trata-se de uma refeição completa similar ao almoço e jantar, com direito a arroz branco, peixe, misoshiro e tsukemono.


  • Há mais de 80.000 restaurantes/lojas de macarrão instantâneo por todo o Japão. De fato, o ramen é um dos pratos que todo turista precisa provar no país, juntamente com o sushi. Apesar de, até poucos anos atrás, o macarrão não ser tão popular e ser basicamente conhecido apenas como uma opção rápida, barata e prática para as refeições, houve uma expansão da sua popularidade e lojas especializadas começaram a aparecer por todos os lados, as chamadas ramen-ya. Além disso, é normal levar a tigela até a sua boca ao invés de usar colher. E isso vale também para os alimentos que exigem o uso dos hashis:

  • Lojas de conveniência, chamadas de Konbinis, são encontradas em toda parte, às vezes dois no mesmo quarteirão.
  • Muitos japoneses ainda tem o hábito de tomar banho em “sentos”. (Banhos públicos).



Existem mais de 2 mil templos em Kyoto.

Kyoto e Nara foram poupados do bombardeio atômico durante a Segunda Guerra Mundial devido à sua arquitetura e importância cultural.

  • No Japão, há um trem que “flutua” acima dos trilhos por magnetismo e alcança até 600 km/h. O Maglev, de magnetic levitation (levitação magnética) percorre 1,8 quilômetros em 11 segundos e “levita” a 10 centímetros dos trilhos durante o percurso, impulsionado por ímãs carregados eletricamente.  Os trens no Japão são tão pontuais que as empresas inclusive se desculpam se, por acaso, algum trem parte da estação segundos antes do horário oficial.
  • Existe uma expressão para as pessoas viciadas em celulares que precisam passar o tempo todo conectadas: “fear of missing out”, também conhecida como FoMO, ou “medo de estar perdendo algo”, aquela sensação de isolamento que se tem ao ficar afastado dos aparelhos eletrônicos e da internet que acaba levando ao vício.
  • Há quatro sistemas de escrita diferentes no Japão: Kanji, de ideogramas de origem chinesa; Katakana e Hiragana, silabários japoneses; e romaji, a escrita da língua japonesa em caracteres do alfabeto latino.
  • O Japão detém 18 ganhadores de Prêmios Nobel.
  • A maioria das ruas do Japão NÃO tem nome. Ao invés disso, eles numeram os quarteirões e deixam os espaços entre eles – as ruas – sem nome.

 





Fábulas












Fábulas são histórias cujos personagens, em geral, são animais personificados ou seres inanimados. Esse gênero fantástico da literatura procura transmitir uma “lição de moral” utilizando uma máxima como base para desenvolver o enredo, enfatizando o bem contra o mal, o certo contra o errado.

Esopo, um fabulista da Grécia antiga, é considerado um dos maiores criadores desse gênero literário. Para criar suas fábulas, Esopo utilizou máximas como:

Unidos, venceremos. Divididos, cairemos. / O amor constrói, a violência arruína. / Quem tudo quer, tudo perde. / Não se deve contar com o ovo quando ele está dentro da Galinha.

E assim foram criadas fábulas como:

O leão e o rato: Um leão pega um rato, que implora para ser solto. O rato promete retribuir ao leão em troca de sua vida. O leão concorda e solta o rato. Poucos dias depois, o rato encontra o leão preso na rede de um caçador e, lembrando-se da misericórdia do leão, roe a corda até que o leão se liberte. A moral da história é: “Uma gentileza nunca é desperdiçada”.

A tartaruga e a lebre: A tartaruga e a lebre entram em uma corrida. A lebre zomba da tartaruga, observando como ela é naturalmente muito mais rápida do que a tartaruga lenta. Durante a corrida, a lebre faz várias pausas longas e perde tempo relaxando entre as corridas rápidas. Enquanto isso, a tartaruga avança continuamente. No final, a tartaruga vence. A moral da história é: “Devagar e sempre vence a corrida”.

A raposa e as uvas: Esta fábula é a origem da frase “uvas verdes”. Uma raposa avista um cacho de uvas no alto de um galho e as quer muito. Ele dá um salto com corrida para alcançá-los, mas erra. Ele tenta várias vezes, mas sem sucesso. Finalmente, ele desiste e vai embora com desdém. A moral da história é: “Há muitos que fingem desprezar e menosprezar aquilo que está além do seu alcance”.

Várias frases coloquiais foram brotando, derivadas de fábulas, como “um lobo em pele de cordeiro” e “uvas verdes”.

O enredo de uma fábula inclui um conflito simples e uma resolução, seguida de uma máxima. As fábulas apresentam animais personificados e elementos naturais como personagens principais. O gênero pode ter uma pitada de humor quando exalta as tolices do homem. Algumas fábulas também são utilizadas para ensinar às crianças o comportamento e os valores apropriados à sua cultura.

Para criar uma fábula, comece escolhendo uma máxima, tema de sua história. Por exemplo: “Trate os outros como você gostaria de ser tratado”. “Devagar e sempre, vence a corrida”. “As aparências podem enganar”.

Depois, escolha dois animais ou objetos inanimados para servirem como personagens principais. E, escolha as características de seus personagens. Coruja sábia; raposa astuta; abelha laboriosa; aranha complicada; boi forte, etc.

Escolha um conflito simples que demonstre seus traços de personalidade. Por exemplo, em A Tartaruga e a Lebre, uma corrida a pé é o cenário perfeito para contrastar um personagem que é lento.

E se você escrevesse sua fábula em verso? Rima e métrica tornarão a fábula memorável e divertida, isso também oferecerá um desafio para a habilidade de escrita.

Agora é com você. Vamos à sua fábula?


Abaixo temos algumas fábulas muito conhecidas:


A CIGARRA E A FORMIGA

As histórias são contadas em verso e passaram de geração em geração, se tornando extremamente famosas ao longo dos séculos. Confira, abaixo, a tradução feita pelo poeta português Bocage (1765 – 1805):

 

Tendo a cigarra em cantigas

Passado todo o verão

Achou-se em penúria extrema

Na tormentosa estação.

 

Não lhe restando migalha

Que trincasse, a tagarela

Foi valer-se da formiga,

Que morava perto dela.

 

Rogou-lhe que lhe emprestasse,

Pois tinha riqueza e brilho,

Algum grão com que manter-se

Té voltar o aceso estio.

 

- "Amiga", diz a cigarra,

- "Prometo, à fé d'animal,

Pagar-vos antes d'agosto

Os juros e o principal."

 

A formiga nunca empresta,

Nunca dá, por isso junta.

- "No verão em que lidavas?"

À pedinte ela pergunta.

 

Responde a outra: - "Eu cantava

Noite e dia, a toda a hora."

- "Oh! bravo!", torna a formiga.

- "Cantavas? Pois dança agora!"


NA VERSÃO DE ESOPO:

 A cigarra passou o verão cantando, enquanto a formiga juntava seus grãos.

Quando chegou o inverno, a cigarra veio à casa da formiga para pedir que lhe desse o que comer.

A formiga então perguntou a ela:
— E o que é que você fez durante todo o verão?
— Durante o verão eu cantei — disse a cigarra.
E a formiga respondeu: — Muito bem, pois agora dance!

MORAL DA HISTÓRIA: Trabalhemos para nos livrarmos do suplício da cigarra, e não aturarmos a zombaria das formigas.



A MESMA FÁBULA NA VERSÃO DE LA FONTAINE:


Uma vez, ao chegar o inverno, uma cigarra que estava morta de fome se aproximou à porta de um formigueiro pedindo comida. Ao seu pedido, as formigas responderam fazendo a seguinte pergunta: 

- Por que durante o verão você não fez uma reserva de alimentos como a gente fez?

A cigarra respondeu:

- Estive cantando alegremente o tempo todo e desfrutando do verão plenamente. Se soubesse como seria duro o inverno...! 

As formigas lhe disseram:

- Enquanto a gente trabalhou duro durante o verão para ter as provisões e poder passar o inverno tranquilamente, você perdia o tempo todo cantando. Assim, que agora... Continue cantando e dançando! 

Mas as formigas sentiram pena pela situação e entenderam que a cigarra tinha aprendido a lição e compartilharam o seu alimento com ela.

Moral da história: Quem quiser passar bem pelo inverno, enquanto for jovem, deve aproveitar melhor o tempo. Existe tempo para se divertir e para trabalhar.

A Lebre e a Tartaruga

Uma lebre estava zombando de uma tartaruga por se mover tão devagar. A tartaruga, cansada das zombarias da lebre sobre o quão lento ela estava em seus pés, acabou desafiando a lebre para uma corrida.

“Vou correr com você, lebre”, disse ele; ‘e aposto que vou ganhar a corrida.’ A lebre concordou com este desafio. Quando a corrida começou, a lebre saltou na frente, fazendo um bom progresso.

Aliás, ela estava tão à frente da tartaruga que decidiu que podia se dar ao luxo de parar e descansar. A tartaruga estava tão atrás que um pouco de descanso não faria mal!

No entanto, a lebre adormeceu profundamente e, enquanto ele dormia, a tartaruga continuou a se arrastar em seu ritmo lento. Com o tempo, ela alcançou a linha de chegada e venceu a corrida.

Moral: Devagar se vai longe.

 

O Leão e o Mosquito

Um leão ficou com raiva de um mosquito que não parava de zumbir ao redor de sua cabeça, mas o mosquito não deu a mínima.

— Você está achando que vou ficar com medo de você, só porque você pensa que é rei? — disse ele altivo e em seguida voou para o leão e deu uma picada ardida no seu focinho.

Indignado, o leão deu uma patada no mosquito, mas a única coisa que conseguiu foi arranhar-se com as próprias garras.

O mosquito continuou picando o leão, que começou a urrar como um louco.

No fim, exausto, enfurecido e coberto de feridas provocadas por seus próprios dentes e garras, o leão se rendeu.

O mosquito foi embora zumbindo, para contar a todo mundo que tinha vencido o leão, mas entrou direto numa teia de aranha. Ali, o vencedor do rei dos animais encontrou seu triste fim, comido por uma aranha minúscula.

Moral: muitas vezes, o menor dos inimigos é o mais importante.

 

A Gansa dos Ovos de Ouro

Um homem e sua mulher tinham a sorte de possuir uma gansa que todos os dias punha um ovo de ouro. Mesmo com toda essa sorte, eles acharam que estavam enriquecendo muito devagar, que assim não dava …

Imaginando que a gansa devia ser de ouro por dentro, resolveram matá-la e pegar aquela fortuna toda de uma vez. Todavia, quando abriram a barriga da gansa, viram que por dentro ela era igualzinha a todas as outras.

Foi assim que os dois não ficaram ricos de uma vez só, como tinham imaginado, nem puderam continuar recebendo o ovo de ouro que todos os dias aumentava um pouquinho sua fortuna.

Moral: A ambição sem paciência pode levar à ruína.

 

A Cadela e a Carne

Uma Cadela levava na boca um pedaço de carne quando, ao passar por um riacho, viu a sua imagem refletida na água. No reflexo, a carne parecia muito maior.

Então a cadela soltou a carne que levava entre os dentes para tentar pegar a que via na água. Assim, acabou ficando sem as duas carnes. Sem a do reflexo, que não existia, e sem a verdadeira, levada pela correnteza.

Moral: As ambições só são saudáveis enquanto não arriscam aquilo que já possuímos.

 

O Leão e o Asno

O Asno, simplório e ignóbil, encontrou-se com o Leão em um caminho e, presunçoso, atreveu-se dizendo: — Saia do meu caminho e vá embora!

O Leão parou, observando a grande ousadia, mas prosseguiu seu caminho, dizendo: — Seria muito fácil matar esse torpe e desfazer-me dele; porém não quero nem sujar meus dentes, nem minhas unhas, em carne tão bestial e fraca.

E assim passou, sem prestar mais atenção no Asno.

Moral: Os homens nobres não perdem tempo com ninharias.

 

O Leão e o Rato

Um Leão estava dormindo enquanto alguns ratos brincavam à sua volta. Em um dado momento, pularam em cima dele, acordando-o. O Leão pegou um deles com a intenção de matá-lo, mas, como o Rato pediu com muita insistência para que fosse poupado, o Leão acabou o soltando.

Pouco tempo depois, o Leão caiu em uma rede que os caçadores haviam armado e, apesar de toda a sua força, não conseguiu se libertar.

O Rato, quando soube do que havia acontecido, foi até o local da armadilha e, com muito empenho, começou a roer as cordas, até que, rompendo a armadilha, o Leão ficou livre, como recompensa pela misericórdia que tivera.

Moral: O poder não é absoluto. Às vezes, os poderosos precisam da ajuda dos mais fracos para sobreviver.

 

O Corvo e a Raposa

Um Corvo roubou um pedaço de queijo e fugiu para a copa de uma árvore. Logo que a Raposa o avistou, ela ficou com água na boca e desejou pegar o queijo para ela.

Então ela ficou plantada em frente à árvore e começou a elogiar o Corvo, dizendo: — Como você é belo, gracioso, gentil. Porém, aposto que o teu canto é ainda mais majestoso e que, quando você canta, nenhum pássaro pode ser comparado contigo.

O Corvo, lisonjeado, foi ensaiar um canto quando, ao abrir o bico, deixou cair o pedaço de queijo. A Raposa abocanhou o petisco e disse ao Corvo: “Se você também tivesse inteligência, não lhe faltaria nada para ser o rei de todos nós”.

O Corvo, por sua vez, ficou com fome, saboreando apenas a sua ignorância.

Moral: A vaidade excessiva é irmã da ignorância.

 

A Rã e o Boi

Uma rã estava no prado olhando um boi e sentiu tal inveja do tamanho dele que começou a inflar para ficar maior. Então, outra rã chegou e perguntou se o boi era o maior dos dois.

A primeira respondeu que não – e se esforçou para inflar mais. Depois, repetiu a pergunta: – Quem é maior agora? A outra rã respondeu: – O boi. A rã ficou furiosa e tentou ficar maior inflando mais e mais, até que arrebentou.

Moral: Nunca tente parecer maior do que é.

 

O Lobo e o Cordeiro

Um cordeiro matava a sede em um regato cristalino. Um lobo faminto, procurando encrenca, ali chegou, guiado pela fome. – Como se atreve a turvar a água que bebo? Vou castigá-lo por esse desrespeito – disse o lobo, enfurecido.

– Mas, senhor – respondeu o cordeiro –, não fique tão nervoso; veja que estou bebendo mais de vinte passos abaixo do lugar em que o senhor está; logo, não é possível, de onde estou, turvar a água que chega ao senhor. – Problema seu – disse o lobo cruelmente. – Eu sei que você zombou de mim ano passado.

– Como pode ser, se eu nasci este ano e continuo mamando? – Retrucou o cordeiro. – Se não foi você, foi seu irmão. – Mas eu não tenho irmão.

– Então foi um parente seu. E vocês não me ajudaram, nem vocês, nem os pastores e seus cães. Bem que disseram que eu tinha de me vingar. E foi assim que, no meio da floresta, o lobo matou o cordeiro e o devorou, sem nenhum outro julgamento.

Moral: A razão do mais forte sempre vigora.

 

O Burro com Pele de Leão

Era uma vez um jumento que achou uma pele de leão no meio do campo:

“Com esta pele poderei vestir-me de leão e assustar os outros animais”, pensou entre risos.

O burro vestiu a pele do leão e vagou pelo campo disfarçado. Ao vê-lo, pessoas e animais correram aterrorizados. Eles pensaram que o burro era, na verdade, um leão!

Um dia, o burro ficou tão orgulhoso de sua conquista que soltou um zurro alto. Perto, havia uma raposa astuta que não podia ser enganada.

“Tire essa fantasia, seu burro atrevido”, disse a raposa. Você parece um leão, mas do jeito que você zurra, você só pode ser um burro.

Moral: Seja você mesmo, não finja ser o que você não é.

 

O Pastorzinho Mentiroso

Era uma vez um pastorzinho que cuidava de seu rebanho no alto do morro. Ele estava muito entediado e, por diversão, ocorreu-lhe fazer uma brincadeira com os aldeões. Após respirar fundo, o pastorzinho gritou:

“Lobo, lobo! ” Há um lobo perseguindo as ovelhas.

Os aldeões vieram correndo para ajudar o menino pastor e afugentar o lobo. Mas quando chegaram ao topo da colina não encontraram nenhum lobo. O pastorzinho riu quando viu seus rostos zangados.

“Não grite lobo, quando não há lobo nenhum”, disseram os aldeões, e desceram raivosamente a colina.

Depois de algumas horas, o pastorzinho gritou novamente:

“Lobo, lobo! ” O lobo está perseguindo as ovelhas.

Os aldeões correram para ajudá-lo novamente, mas, vendo que não havia lobo, disseram severamente ao pastor:

“Não grite lobo quando não há lobo, faça isso quando um lobo está realmente perseguindo a ovelha. ”

Mas o menino pastor ainda estava rolando de rir enquanto observava os aldeões descerem a colina mais uma vez. Mais tarde, o menino pastor viu um lobo perto de seu rebanho. Assustado, gritou o mais alto que pôde:

“Lobo, lobo! ” O lobo persegue a ovelha.

Mas os aldeões pensaram que ele estivesse tentando enganá-los novamente, e desta vez eles não foram em seu auxílio. Então, o pastorzinho chorou inconsolavelmente enquanto observava o lobo fugir com todas as suas ovelhas.

Ao pôr-do-sol, o pastorzinho voltou à aldeia e disse a todos:

“O lobo apareceu na colina e escapou com todas as minhas ovelhas. ” Por que não quiseram me ajudar?

Então os aldeões responderam:

— Teríamos ajudado, como fizemos antes; mas ninguém acredita em um mentiroso mesmo quando ele diz a verdade.

Moral: Na boca do mentiroso, o certo é duvidoso!

 

O Corvo e o Jarro

Era uma vez um corvo sedento que voou por muito tempo em busca de água, até que encontrou uma jarra com um pouco do precioso líquido. A jarra tinha um gargalo longo e estreito e, por mais que tentasse, o corvo não conseguia alcançar a água com o bico.

Desesperado, o corvo pensou em derrubar o jarro e tirar a água antes que a terra a absorvesse, mas o jarro era tão pesado que não se movia com os esforços do pobre corvo.

Depois de um tempo, outra ideia lhe ocorreu; ele pegou algumas pedrinhas e as jogou na jarra, uma a uma. Assim, a cada pedrinha, a água subia um pouco mais alto, até que finalmente estava perto o suficiente para beber. Feliz, o corvo pegou a água e voou.

Moral: Para resolver problemas é preciso muita calma e engenhosidade.

 








 IN MEDIA RES. - 21 DE FEVEREIRO DE 2024


IN MEDIAS RES: In medias res é uma frase latina que significa “no meio das coisas”. Na escrita, usamos esse termo para descrever uma história que começa no meio da ação, sem o preâmbulo de uma introdução. O impacto imediato no público provoca a emoção que o fará seguir adiante. O narrador colocando o leitor no centro da ação, ele emprega uma sensação de urgência, tornando a narrativa mais imersiva. É uma estratégia poderosa para cativar o público. Muito diferente das histórias que seguem uma sequência linear de cronologia.

Ilíada de Homero, já começa no meio da Guerra de gregos e troianos. Odisseia, o poema começa 10 anos após a Guerra de Troia, com o protagonista, Odisseu, sendo mantido em cativeiro pela deusa Calipso. O resto da história é contada em flashbacks, que exploram os acontecimentos que levaram à cena de abertura.

 

1. Comece pelo meio. Escolha um momento culminante, conflito, discussão, briga, revelação – qualquer coisa que indique que alguma cadeia de eventos ocorreu neste mundo antes do momento crucial.

2. Injete sua história de fundo. Se você começar sua história no meio, o público eventualmente precisará saber quem são esses personagens e o que está acontecendo. Informações relevantes podem ser fornecidas por meio de flashbacks, fluxos de pensamento, alteração da voz do narrador, ou por meio de diálogo - mas há um equilíbrio que todo escritor deve encontrar ao fornecer informações suficientes ao leitor para que ele entenda a situação atual sem despejar um tesouro de conhecimento sobre ele.

3. Torne isso urgente. A cena que você escolher para iniciar deve ser um momento crucial e de alto risco para os personagens principais de sua história e deve fazer parte integrante do enredo. Provoque o leitor, deixe-o ansioso imaginando como e por que aconteceu, e ansioso também para saber se tudo vai dar certo para os protagonistas.

 

TAREFA 1: Uma herança bilionária leva uma família inteira ao desiquilíbrio, à ganância, e ao crime.  

TAREFA 2: Uma pessoa está desaparecida, ela foi sequestrada, e isso gera tumulto familiar e empresarial.






QUE NUNCA FALTE EMOÇÃO NA ESCRITA 
28 DE FEVEREIRO DE 2024

Quando os autores não se preocupam em empenhar emoção na história, é muito provável que a história não faça a necessária conexão com o leitor. Pois é através da emoção contida na trama que o leitor sentirá empatia com o enredo. Se não houver essa conexão, é porque não houve emoção suficiente no texto.

Não tenham medo da pieguice, não fujam daquilo que é importante para segurar seu leitor: emoção textual. O texto é sua mercadoria, ofereça a melhor, a mais atraente, a mais empolgante.

Além do já costumeiro conselho “mostre, em vez de contar”, vocês, escritores, precisam ir mais fundo, se apoderando dos pensamentos dos personagens, das expressões faciais, dos sinais através dos olhares, dos movimentos corporais. Não devem ter receio de levar o personagem às lágrimas, ou às últimas consequências. Façam isso e explorem os sentimentos deles para contagiar o leitor. Invoquem o passado do personagem para provocá-lo, tragam à tona um amor esquecido que vem agora torturá-lo, um crime escondido, um segredo que ele jamais imaginou as consequências se fosse revelado. Provoquem seus personagens! Trabalhem arduamente na emoção do personagem, na emoção textual.

Descrevam dores e sofrimentos, mostrem seus corações batendo forte, o suor escorrendo pelas costas ou suas mãos ficando dormentes por cerrar os punhos. Podem ir além, dizendo ao leitor que ele teme pela sua vida. Sim, numa conversa do narrador com o leitor, ou do personagem com o leitor, mostrem a insegurança, o medo do personagem. Explorem tudo através das figuras de linguagem, escolham um título chamativo, façam valer as ferramentas literárias que moram nos confins de tantas escritas.


Criar dois contos tendo o cuidado de empenhar emoção nos personagens, e no enredo.


TAREFA 1: “Uma jovem de 15 anos faz inquietas descobertas por meio de linhas telefônicas cruzadas”

 

TAREFA 2Uma milionária, importante empresária do ramo de minérios, sofre um mal súbito e perde a memória.









AS EMOÇÕES HUMANAS TRANSFERIDAS 
PARA OS PERSONAGENS
07 DE FEVEREIRO DE 2024

As emoções humanas nos ajudam a lidar com a vida cotidiana, permitindo-nos comunicar ou demonstrar o que sentimos em relação a certas situações, pessoas, fatos, pensamentos, sentidos, sonhos e memórias.

Muitos psicólogos acreditam que existem seis tipos principais de emoções, também chamadas de emoções básicas. Eles são: felicidade, raiva, medo, tristeza, desgosto e surpresa. A felicidade é a nossa reação ao positivo, assim como o desgosto é o revoltante e a surpresa é o inesperado. Da mesma forma, reagimos à aversão por meio da raiva, ao perigo por meio do medo e à dificuldade ou perda por meio da tristeza.

Todas as outras emoções são variedades de emoções básicas. Depressão e luto, por exemplo, são variedades de tristeza. O prazer é uma variedade de felicidade, e o horror é uma variedade de medo. De acordo com psicólogos, as emoções secundárias se formam combinando graus variados de emoções básicas. Assim, surpresa e tristeza produzem decepção, enquanto nojo e raiva produzem desprezo. Múltiplas emoções também podem produzir uma única emoção. Por exemplo, raiva, amor e medo produzem ciúme.

Cada emoção é caracterizada por qualidades fisiológicas e comportamentais, incluindo as de movimento, postura, voz, expressão facial e flutuação da taxa de pulso. O medo é caracterizado por tremores e aperto dos músculos. A tristeza aperta a garganta e relaxa os membros. A surpresa é uma emoção particularmente interessante, caracterizada por olhos arregalados e queixo caído, que dura apenas um momento e é sempre seguido por outro tipo de emoção.

Com os personagens literários, não é diferente. Eles têm reações reais aos conflitos, e essas reações são gatilhos emocionais que promovem a sequência da história. 

Aqui apontamos algumas delas para ajudar o escritor no desenvolvimento emocional do personagem:

Apatia / Ansiedade / Tédio / Compaixão / Desprezo / Êxtase / Empatia / Inveja / Medo / Constrangimento / Euforia / Perdão / Frustração / Gratidão / Mágoa / Culpa / Ódio / Esperança / Horror / Saudades / Histeria / Amor / Paranoia / Piedade / Prazer / Orgulho / Raiva / Arrependimento / Remorso / Simpatia...


 Hoje falaremos do MEDO, emoção que atribuiremos ao nosso protagonista na história que será criada em na aula on-line:

 

O medo é a reação emocional a uma fonte real e específica de perigo. Um mecanismo de sobrevivência, o medo está geralmente relacionado a uma apreensão em relação à dor. O medo severo é uma reação ao perigo terrível que se aproxima, e o medo trivial ocorre como resultado de um confronto que não representa uma ameaça significativa. Os graus de medo variam de uma leve cautela à paranoia. O medo pode afetar a mente inconsciente por meio de pesadelos.

O medo é muitas vezes confundido com a ansiedade, que é uma emoção muitas vezes exagerada e vivenciada mesmo quando a fonte do perigo não está presente ou tangível. Embora o medo esteja ligado à ansiedade e a outras condições emocionais, como paranoia e pânico, é uma emoção separada por si só.

Os psicólogos descobriram que o medo pode ser ensinado. Por exemplo, as crianças podem ser condicionadas a temer certas coisas. Além disso, acidentes acendem medos. Uma criança que cai em uma piscina e luta para nadar pode desenvolver um medo de piscinas, natação ou água.


 SEGUNDO CONTO: nova história será criada, e o protagonista reagirá com RAIVA: (pesquisar mais)

 

A raiva é a emoção que expressa aversão ou oposição a uma pessoa, ou coisa que é considerada a causa da aversão. Os psicólogos consideram a raiva uma emoção natural necessária para a sobrevivência. A raiva pode trazer melhorias comportamentais; no entanto, a raiva descontrolada pode causar problemas sociais e pessoais.

Os psicólogos dividem a raiva em três categorias. Um tipo de raiva é uma reação instintiva a ser preso ou ferido. Outro tipo é uma reação à percepção de ser intencionalmente prejudicado ou maltratado por outros. O terceiro tipo de raiva, que inclui a irritabilidade, reflete os traços de caráter pessoal de um indivíduo.

A raiva às vezes é exibida por meio de atos agressivos repentinos e evidentes. Um indivíduo incontrolavelmente zangado é suscetível a perder a capacidade de fazer julgamentos sensatos e agir com responsabilidade. A raiva extrema é obviamente autodestrutiva, assim como a raiva que não é expressa externamente e mantida internamente. A raiva é muitas vezes mal utilizada por indivíduos que agem com raiva como um meio de manipular os outros.




CONTO DE MISTÉRIO E SUSPENSE

06 de dezembro de 2023

 

A narrativa que envolve mistério e suspense é particularmente interessante por seus detalhes. O enredo deste gênero pode tratar de um crime, de uma traição… ou de terror.


O formato da linguagem é fundamental para criar suspense. Há expressões apropriadas para este gênero literário. Como exemplo, os advérbios fazendo parte da narrativa para emprestar um ar de “rotina quebrada” chamando o leitor para a história:


Subitamente

Inesperadamente

Repentinamente

Sorrateiramente

Bruscamente

Assustadoramente

Imprevisto


Perceba que, em sua maioria, são os advérbios de modo que ilustram a quebra do cotidiano das histórias de suspense.

 

O Conto de Mistério e Suspense obedece algumas “regras” para ter cheiro, sabor, formato e impacto de suspense:

 

- Quase não há diálogo nesse gênero. E quando há, é porque está sendo usado como dispositivo para criar implicações, mistérios e inferências. Muitas vezes as palavras ou frases são enigmáticas, o que favorece esse gênero literário, e ajudam a tornar o diálogo misterioso. No entanto, não se deve exagerar, tornando cada frase tão obscura que o leitor fique totalmente perdido.

 

- Quando se deseja que o texto tenha aspecto de relato pessoal em tom de confissão, cumplicidade, usa-se a primeira pessoa “Eu”. Esse método, utilizado por grandes escritores como Edgar Allan Poe, promove um ar de credibilidade ao que se conta, como se o narrador tivesse feito parte dos fatos. Há também a narrativa em terceira pessoa (observador ou onisciente: que tudo viu, tudo sabe e expõe pensamentos e sentimentos das personagens).

 

- Destacam-se adjetivos e os verbos de ações inusitadas.  Todo o texto bem combinado com boas metáforas.


- O suspense é criado pela interrupção da narrativa num momento culminante.

 

- Este gênero é guiado pelas vozes aflitas (terror), sussurros, gritos, segredos, códigos, chaves, murmúrios...

 

- Bom que haja diversas pistas: umas falsas e outras verdadeiras.

 

- Atentar para que a estrutura do texto responda a todas essas questões:

 

O QUÊ? – O (s) fato (s) que determina (m) a história;

QUEM? - O personagem ou personagens;

COMO? - O enredo, o modo como se costuram os fatos;

ONDE? - O lugar ou lugares da ocorrência

QUANDO? - O momento ou momentos em que se passam os fatos;

POR QUÊ? - A causa do acontecimento.


- O ambiente pode ser inicialmente claro e limpo, mas de repente fica desconfortável. Ouvem-se ruídos estranhos. Os 5 sentidos são aguçados, e precisam ser empregados no texto: ouvir gotejamentos, sussurros, passos, um objeto que cai, o vento zunindo que desloca um papel. Há de se ter desconfiança e curiosidade. Em suma, o suspense tem que estar presente no texto.


- Use palavras, vocabulário específico para criar suspense: adjetivos expressivos, exagerados; advérbios de modo, de lugar, de tempo que acrescentem circunstâncias especiais às ações.


- Crie um desfecho inusitado, surpreendente.

 

Criar os textos:

- História de suspense/investigativo.

 

Cenário de suspense ESTAÇÃO DE METRÔ. Um passageiro presencia um crime, um assassinato. Ele aproveita o celular que já estava sendo usado, e faz o vídeo do crime. O criminoso percebe isso, e...

 

APÓS A ESCRITA DO CONSIDERADO RASCUNHO: Com mais tempo, melhore sua história, dê a ela frases mais apropriadas, avalie se o texto entrega o que promete – suspense – segredo – medo – desconfiança – perseguição. Use a sinestesia, os 5 sentidos, as metáforas... RELEIA O TEXTO - Envie seu conto (não se preocupe com o tamanho dele, pois não será possível criar um texto curto com esse apelo). Trabalhe o enredo para culminar em um desfecho que surpreenda.


PRAZO: fevereiro 2024.

Não se preocupe com o tamanho do texto.




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