MATERIAIS DE TODAS AS AULAS
Um
dia, Franz Kafka escreveu à mão uma carta de 45 páginas ao seu pai, ele talvez
não estivesse consciente de que ela acabaria sendo um documento literário a ser
treinado através dos tempos. A escrita criativa epistolar é uma forma de
expressão artística que inspira os escritores a usarem a imaginação para trazer
personalidade ao enredo, para processar a emoção dos personagens e provocar o
leitor.
Quando
se trata de escrita criativa, você pode lançar mão de inúmeros recursos
literários e montar uma estratégia engenhosa para seu texto. A emoção é um ingrediente que nunca deve
faltar à receita. A carta é um desses recursos.
O processo criativo por meio
de cartas é o que chamo de “emoção de envelope”. Quando recebemos uma carta,
antes mesmo de conhecer o remetente, a ânsia de conhecer o conteúdo nos afeta.
O reconhecimento do remetente nos provoca curiosidade. E somente depois virá o
sabor com a leitura da missiva. Como podem ver, nossa emoção começa quando
chega um envelope...
No texto abaixo, a
personagem fica excitada com a chegada do carro do correio, tem o coração
acelerado só de pensar no que viria. É claro, toda essa “espera ansiosa” tem
por trás um passado, uma história que a faz ansiar pela carta. Você vai MOSTRAR
porque ela está ansiosa.
Faça uma transição suave
entre o texto que você está criando e o assunto da carta. A frase que precede
seu texto deve dar ao leitor um sinal para entender que ele irá mergulhar na
carta. Não seja enfadonho com repetições ou formatos severos de uma carta. O
entremeado do assunto da carta e seu texto deve ser sutil e necessário para
provocar o leitor:
A última CARTA
(O
que vem em uma carta não se deleta, não se apaga nunca)
Foi
há vinte anos, não consigo esquecer nenhum detalhe, o ruído do automóvel do correio
entrando na propriedade, a revoada de andorinhas formando um cordão num
sobrevoo artístico. O ronco do motor que se aproximava parecia áspero desta
vez, os estalidos dos gravetos, mais secos, gritavam sons angustiantes: “Ah,
Meu Deus, aí vem más notícias” – logo pensei. Estava no alpendre debruçada em
uma leitura antiga, estiquei os olhos ansiosos para o carro que acabara de
estacionar. Meu coração se exaltou, me
lembro muito bem disso, ele sabia que uma tempestade chegaria um dia dentro de
um envelope.
O
carteiro sorriu para mim:
—
Bom dia, Dona Verinha. O sol está ardido hoje, hein! Tem uma limonada gelada aí
pra mim?
Corri
para atendê-lo. Era quarta-feira, dia do correio, sempre o esperava com suco
gelado. Lá de dentro, ouvi sua voz de tenor:
— Trouxe
a encomenda da loja do Nico. Ele mandou dizer que, se não servir, pode ir lá
trocar. Tem também uma sacola com fazendas estampadas, que a senhora pediu na
loja de tecidos do Francisco. E trouxe uma carta vinda de...
Parei
onde estava, com a jarra na mão, os olhos cravados no carteiro, o coração
acelerado...
ASSIM VAI COMEÇAR SUA HISTÓRIA:
A
camionete parou bruscamente ao lado da cena do acidente. Era um sedan cinza
capotado, todo retorcido, na faixa esquerda da rodovia. Bento saltou do
veículo, precisava ajudar, e já pode ouvir os socos que retumbavam ao longe.
Era um homem que, desesperadamente, tentava quebrar a janela do carro capotado.
O suor escorria do rosto de Gregório, mas ele não esmorecia. Sua voz trépida
gemia por socorro. E havia um choro incontido que não se sabia de onde vinha.
Bento aproximou o rosto do vidro do para-brisa do veículo tombado e viu lá
dentro uma criança aos berros, presa na cadeirinha do banco traseiro. À frente, uma mulher desacordada. Viu o
combustível traiçoeiro escorrer lentamente sob o veículo e encostar na sua
bota:
— Vai
explodir essa coisa! – Gritou.
Correu
até seu carro e, com a chave de rodas, estilhaçou o vidro do sedan. Mas, a porta emperrada, não cedia.
— Meu
Deus! Não consigo abrir essa porcaria! Me ajudem aqui! – Gritou num fôlego.
Vendo
que o tempo era seu inimigo, ele, num ímpeto, se enfiou pelo vão da janela,
atropelando-se pelo espaço apertado, e conseguiu liberar a criança do cinto de
segurança. Percebeu uma nesga de fogo clarear na parte dianteira e se avantajar
acintosamente pelo painel do carro.
— Pega
aí!! – Gritou, colocando a criança nas mãos de Gregório.
Arriscou
olhar para a mulher com a cabeça tombada ao volante. Tinha muito sangue na
cabeça, mas surpreendeu-se com um discreto movimento de mão:
— Ela
parece estar viva! Meu Deus! Examinou o comportamento do fogo, sabia que se
expandiria a qualquer momento.
E
Gregório, com o bebê nos braços, foi se distanciando do sedan, gritando:
— Sai
daí, está pegando fogo, vai explodir! ...
Tarefa para hoje: O QUE ACONTECEU 2 ANOS ANTES?
Tarefa para casa: O QUE ACONTECEU
5 ANOS DEPOIS?
*****
Neste exercício vamos trabalhar cenas dinâmicas, cenário dinâmico, personagens dinâmicos.
O enredo contará com 3 tempos: o antes, o agora e o depois.
Na
passagem do século XVIII para o XIX, sete meninas costumavam passar os finais
de semana em uma chácara, de propriedade do Tenente General José Arouche de
Toledo Rendon, de quem eram irmãs. O referido militar foi pessoa
importantíssima em São Paulo. Além de ter inúmeras propriedades, foi o primeiro
diretor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e hoje dá nome ao Largo
do Arouche.
Da
casa sede desta chácara, localizada às margens do Rio Tietê, onde hoje está o
bairro da Casa Verde, nada ficou, a não ser a lenda de que a casa teria a cor
que hoje dá nome ao bairro, o que não é correto, pois a verdadeira casa verde
ficava no centro da cidade, onde moravam essas sete meninas, mais propriamente
na travessa do Colégio, hoje Rua Anchieta, exatamente no número 11.
Paulo Cursino
Moura, em seu livro São Paulo de Outrora, aponta que as sete
irmãs chamavam a atenção porque eram graciosas e atraentes: "Eram pudicas,
recatadas, olhos baixos de soslaio rapidíssimos, inquietos aos primos
sedutores, de anquinhas gorduchas em adoráveis saias-balão".
"As
meninas partiam em revoada aos finais de semana ou feriados". O que faziam
elas? Com certeza, banhavam-se nas águas do Tietê, ainda livre, limpo e
curvilíneo; desfrutavam da equitação e de tudo aquilo que a natureza quase
intocada pode oferecer. Oficialmente, no entanto, ninguém jamais poderá
responder. Sabe-se que as meninas eram vítimas dos boquejadores, aquelas
pessoas cuja maior diversão, é falar da vida alheia. É que os passeios das
meninas despertavam a curiosidade na pacata São Paulo. “Lá vem as meninas da
casa verde", diziam com ironia.
Quem
eram elas: Caitana, Ana, Pulquéria, Maria Rosa, Gertrudes, Joaquina e
Rudesinda. Todas elas morreram solteiras e bem novas. Caitana, (assim mesmo com
"i") a mais velha entre as sete, nasceu em 1752. Ela é uma das irmãs
remanescentes quando da assinatura de documentos relativos à transferência das terras,
em 1830, com 78 anos. (Fonte: Geraldo Nunes - Jornal O Estado de São Paulo,
2015)
TAREFA: Tomemos esse texto como mote para escrever um conto de ficção sobre uma dessas 7 meninas da Casa Verde. Considerem a época. Considerem o figurino possível, considerem o transporte, o cenário.
Será
necessária releitura e pesquisa para que seu texto retrate o passado.
O
objetivo de hoje é escrever um tema DE SUSPENSE para crianças. Acima, há duas
opções de texto, escolha um deles para fazer agora, e outro tema livre para
fazer em casa.
Suspense
tem tudo a ver com fazer grandes promessas ao leitor. A escrita de suspense é
uma questão de definir as expectativas do leitor, controlando as informações –
o quanto você revela, quando e como você o revela.
Como
escrever suspense para crianças:
ü Criar
uma atmosfera condizente com a trama.
ü Use
palavras conhecidas, mas ouse com palavras novas para enriquecer o vocabulário
dos pequenos.
ü Trace
o perfil do personagem atribuindo-lhe a força e também a fraqueza. Essas
atribuições podem surgir no plano do enredo.
ü Coloque
o personagem em situação de risco iminente.
ü Conte
as horas, os minutos.
ü Movimente
o personagem no cenário
ü Mostre
sua perturbação, seus sentimentos.
ü Fortaleça a atmosfera ambiental com um novo ingrediente, algo que tire a história dos trilhos: “de repente as luzes se pagaram”, “aqueles apitos insistentes o perturbavam, era uma sequência doentia de curtos assovios, até eles silenciaram de repente”, “mas ele teria que atravessar a floresta densa habitada por figuras horripilantes”, “foi aí que ele percebeu que estava flutuando e que a qualquer momento despencaria do espaço, sem nenhum artefato de segurança”...
ü Use
figuras de linguagem: A onomatopeia é uma figura que prende a criança (o
tic-tac mostrava que o tempo estava se esgotando). A sinestesia aproxima o
pequeno leitor à verossimilhança (o cheiro quente daquela luz amarelada chegou
até ele), a comparação (era tão rápido como o guepardo), o leva a crer no que
ele conhece.
ü A
história precisa subir ao ponto máximo (clímax), até que o personagem arranje
uma solução para o conflito.
Vamos
experimentar?
Faça do Japão (ou da cultura japonesa) o
tema da sua história
Que tal transitarmos por outras culturas,
personagens engajados em outro ritmo, outros sentimentos, outra educação?
Hoje, neste encontro, vamos criar a história de um jovem japonês que veio morar no Brasil, mal chegou e já se meteu numa “encrenca” qualquer. Talvez devido ao idioma, ou desconhecia a cidade, ou os costumes tão diferentes. Capriche na caracterização do personagem. As características do personagem, lembrando que ele acabou de chegar, tem muito da cultura japonesa.
Em casa vamos elaborar uma
história mais centrada na cultura japonesa, seus hábitos e costumes. Desta vez a
história é sobre uma idosa japonesa que mora no Japão, que tem um familiar no
Brasil, e esse familiar está em apuros. O Japão poderá ser o cenário, e o texto
conterá “estrangeirismo”. O narrador será onisciente. E se você desejar, esta
idosa senhora poderá ter algum parentesco com aquele jovem que veio para o
Brasil, na história de hoje.
Para isso, abaixo há sugestões de nomes para os personagens japoneses, além de diversas pontuações da cultura japonesa, cujas podem ser aproveitadas para compor sua história. Mas, sugiro que façam mais pesquisas dependendo do contexto.
Vejam que trago os nomes utilizados para
os entes familiares, apliquem em suas histórias., e temos também outras Curiosidades japonesas:
https://youtu.be/crj4gC8g2JM?si=J0IITcW9f7il8xNZ
Este vídeo mostra algumas interessantes passgens
Na sociedade japonesa, existe o conceito
do “Uchi” e “Soto”, que significam, respectivamente, a ideia de dentro e fora,
ou de interior e exterior e tem a ver com a relação que a sociedade japonesa se
relaciona entre si. Por exemplo:
- Os
membros da família são uchi, os vizinhos são soto.
- Os japoneses são uchi, os
estrangeiros são soto.
- Os
colegas de trabalho são uchi, os clientes são soto.
- kazoku, quer dizer família, tanto no
singular quanto no plural, mas também tem o significado de membro da
família em japonês.
Irmãos = Kyoudai 兄弟(きょうだい)
Irmão mais velho = Ani 兄(あに)
Irmão mais velho = Oniisan お兄さん(おにいさん)
Irmão mais novo = Otouto 弟(おとうと)
A maioria dos japoneses tem vergonha de comunicar suas emoções. Assim, grande parte da família japonesa não demonstra muito seus sentimentos uns para os outros. O sentimento de um indivíduo pode torná-lo inconveniente para uma reunião familiar. Além disso, para a cultura do país, falar sempre sobre os seus sentimentos, te torna uma pessoa não confiável.
Nomes Japoneses Femininos Mais Vistos
1. Kira Significa
“senhora”, “que tem plena autoridade”, “feixe de luz”,...
2. Naomi Significa
“meu deleite”, “minha doçura”, “aquela que é bonita e...
3. Ayumi Significa
"razão da beleza asiática", “mar de paz e prazer”, “beleza...
4. Yumi Significa
“beleza abundante”, “mulher extremamente bela”. Delicado,...
5. Mahina Significa
“Lua”, “deusa”, “a iluminada”; “pássaro...
6. Sayuri Significa
“pequeno lírio”, “lírio que nasce adiantado”,...
7. Nara Significa
"a que está mais próxima", "carvalho", "a que achata,
torna plano",...
8. Hana Significa “dom da graça de Deus”, “graça”,
“graciosa”, “bem...
9. Yuna Significa
"maçã vermelha superior", "maçã vermelha gentil" ou
"vegetal...
10. Mayumi Significa
"arco e flecha real", "arco recurvo genuíno"; "bonita
razão",...
Nomes Japoneses Masculinos Mais
Vistos
1. Yuri Significa
"pequeno agricultor", "aquele que trabalha com a terra",
"fazendeiro";...
2. Koda Significa
“amigo”, “companheiro”, “arroz em casca de...
3. Akira Significa
“brilhante”, “luz”, “brilhando”, “próspero”,...
4. Yuki Significa "esperança
superior", "esperança gentil"; "nobre rico",
"precioso...
5. Yoshi Significa
"boa sorte"; "justo" ou "bom",
"virtuoso", "respeitável". Como...
6. Gohan Significa
“aquele que é alimentado pelo entendimento” ou “esclarecimento...
7. Shin Significa
“verdadeiro”, “crente”, “avançado”. Shin é um nome de...
8. Kenji Significa "o
segundo que é saudável, forte" ou "o segundo aprimorado,...
9. Yudi Significa "bravo,
corajoso", "superior, gentil", "homem forte". É...
10. Naruto Significa “massa de peixe servida sobre o lámen”,
“redemoinho”. Naruto...
SAKURA: A
primavera, no Japão, é famosa pela floração em massa das flores de cerejeira,
também conhecidas como sakura ,
um evento tão bonito que atrai turistas de todo o mundo. Devido ao seu
florescimento impressionante, mas de curta duração, a flor simboliza a
fascinante natureza transitória da vida - mas também está associada a uma
mensagem de renovação e esperança para o futuro
Carne de cavalo crua é popular no
Japão. Em japonês, ela também é chamada de sakura
ou sakuraninki, que significa “carne de flor de cerejeira” devido à sua cor
rosada. Normalmente, ela é servida crua como sashimis, em fatias bem finas,
para serem molhadas no shoyu (molho de soja), mas também pode ser temperada com
gengibre e cebola (e passa a ser chamada basashi), lá também fazem sashimi de carne de baleia.
O café da manhã tradicional japonês
chama-se Asa gohan, que significa
arroz matinal. Trata-se de uma refeição completa similar ao almoço e jantar,
com direito a arroz branco, peixe, misoshiro e tsukemono.
- Há
mais de 80.000 restaurantes/lojas de macarrão instantâneo por todo o
Japão. De fato, o ramen é um dos pratos que todo turista precisa provar no
país, juntamente com o sushi. Apesar de, até poucos anos atrás, o macarrão
não ser tão popular e ser basicamente conhecido apenas como uma opção
rápida, barata e prática para as refeições, houve uma expansão da sua
popularidade e lojas especializadas começaram a aparecer por todos os
lados, as chamadas ramen-ya. Além disso, é normal levar a tigela até a sua
boca ao invés de usar colher. E isso vale também para os alimentos que
exigem o uso dos hashis:
- Lojas de conveniência, chamadas de Konbinis, são encontradas em toda parte, às vezes dois no mesmo quarteirão.
- Muitos
japoneses ainda tem o hábito de tomar banho em “sentos”. (Banhos
públicos).
Existem mais de 2 mil templos em Kyoto.
Kyoto e Nara foram poupados do
bombardeio atômico durante a Segunda Guerra Mundial devido à sua arquitetura
e importância cultural.
- No
Japão, há um trem que “flutua” acima dos trilhos por magnetismo e alcança
até 600 km/h. O Maglev, de magnetic levitation (levitação magnética)
percorre 1,8 quilômetros em 11 segundos e “levita” a 10 centímetros dos
trilhos durante o percurso, impulsionado por ímãs carregados
eletricamente. Os trens no Japão
são tão pontuais que as empresas inclusive se desculpam se, por acaso,
algum trem parte da estação segundos antes do horário oficial.
- Existe uma expressão para as pessoas viciadas em celulares que precisam passar o tempo todo conectadas: “fear of missing out”, também conhecida como FoMO, ou “medo de estar perdendo algo”, aquela sensação de isolamento que se tem ao ficar afastado dos aparelhos eletrônicos e da internet que acaba levando ao vício.
- Há
quatro sistemas de escrita diferentes no Japão: Kanji, de ideogramas de
origem chinesa; Katakana e Hiragana, silabários japoneses; e romaji, a
escrita da língua japonesa em caracteres do alfabeto latino.
- O
Japão detém 18 ganhadores de Prêmios Nobel.
- A maioria das ruas do Japão NÃO tem nome. Ao invés disso, eles numeram os quarteirões e deixam os espaços entre eles – as ruas – sem nome.
Fábulas
Fábulas
são histórias cujos personagens, em geral, são animais personificados ou seres
inanimados. Esse gênero fantástico da literatura procura transmitir uma “lição
de moral” utilizando uma máxima como base para desenvolver o enredo,
enfatizando o bem contra o mal, o certo contra o errado.
Esopo,
um fabulista da Grécia antiga, é considerado um dos maiores criadores desse
gênero literário. Para criar suas fábulas, Esopo utilizou máximas como:
Unidos,
venceremos. Divididos, cairemos. / O amor constrói, a violência arruína. /
Quem tudo quer, tudo perde. / Não se deve contar com o ovo quando ele está
dentro da Galinha.
E
assim foram criadas fábulas como:
O
leão e o rato: Um leão pega um rato, que implora para ser
solto. O rato promete retribuir ao leão em troca de sua vida. O leão concorda e
solta o rato. Poucos dias depois, o rato encontra o leão preso na rede de um
caçador e, lembrando-se da misericórdia do leão, roe a corda até que o leão se
liberte. A moral da história é: “Uma
gentileza nunca é desperdiçada”.
A
tartaruga e a lebre: A
tartaruga e a lebre entram em uma corrida. A lebre zomba da tartaruga,
observando como ela é naturalmente muito mais rápida do que a tartaruga lenta.
Durante a corrida, a lebre faz várias pausas longas e perde tempo relaxando entre
as corridas rápidas. Enquanto isso, a tartaruga avança continuamente. No final,
a tartaruga vence. A moral da história é: “Devagar
e sempre vence a corrida”.
A
raposa e as uvas: Esta fábula é a origem da frase “uvas
verdes”. Uma raposa avista um cacho de uvas no alto de um galho e as quer
muito. Ele dá um salto com corrida para alcançá-los, mas erra. Ele tenta várias
vezes, mas sem sucesso. Finalmente, ele desiste e vai embora com desdém. A
moral da história é: “Há muitos que
fingem desprezar e menosprezar aquilo que está além do seu alcance”.
Várias
frases coloquiais foram brotando, derivadas de fábulas, como “um lobo em pele
de cordeiro” e “uvas verdes”.
O
enredo de uma fábula inclui um conflito simples e uma resolução, seguida de uma
máxima. As fábulas apresentam animais personificados e elementos naturais como
personagens principais. O gênero pode ter uma pitada de humor quando exalta as
tolices do homem. Algumas fábulas também são utilizadas para ensinar às
crianças o comportamento e os valores apropriados à sua cultura.
Para
criar uma fábula, comece escolhendo uma máxima, tema de sua história. Por
exemplo: “Trate os outros como você gostaria de ser tratado”. “Devagar e
sempre, vence a corrida”. “As aparências podem enganar”.
Depois,
escolha dois animais ou objetos inanimados para servirem como personagens
principais. E, escolha as características de seus personagens. Coruja sábia;
raposa astuta; abelha laboriosa; aranha complicada; boi forte, etc.
Escolha
um conflito simples que demonstre seus traços de personalidade. Por exemplo, em
A Tartaruga e a Lebre, uma corrida a pé é o cenário perfeito para contrastar um
personagem que é lento.
E se
você escrevesse sua fábula em verso? Rima e métrica tornarão a fábula memorável
e divertida, isso também oferecerá um desafio para a habilidade de escrita.
Agora é com você. Vamos à sua fábula?
Abaixo temos algumas fábulas muito conhecidas:
A CIGARRA E A FORMIGA
As
histórias são contadas em verso e passaram de geração em geração, se tornando
extremamente famosas ao longo dos séculos. Confira, abaixo, a tradução feita
pelo poeta português Bocage (1765 – 1805):
Tendo a cigarra em cantigas
Passado todo o verão
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riqueza e brilho,
Algum grão com que manter-se
Té voltar o aceso estio.
- "Amiga", diz a cigarra,
- "Prometo, à fé d'animal,
Pagar-vos antes d'agosto
Os juros e o principal."
A formiga nunca empresta,
Nunca dá, por isso junta.
- "No verão em que lidavas?"
À pedinte ela pergunta.
Responde a outra: - "Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora."
- "Oh! bravo!", torna a formiga.
- "Cantavas? Pois dança agora!"
NA VERSÃO DE ESOPO:
A cigarra passou o verão cantando, enquanto a formiga juntava seus grãos.
Quando chegou o inverno, a cigarra veio à casa da formiga para pedir que lhe desse o que comer.
A formiga então perguntou a ela:
— E o que é que você fez durante todo o verão?
— Durante o verão eu cantei — disse a cigarra.
E a formiga respondeu: — Muito bem, pois agora dance!
MORAL DA HISTÓRIA: Trabalhemos para nos livrarmos do suplício da cigarra, e não aturarmos a zombaria das formigas.
A MESMA FÁBULA NA VERSÃO DE LA FONTAINE:
Uma vez, ao chegar o inverno, uma cigarra que estava morta de fome se aproximou à porta de um formigueiro pedindo comida. Ao seu pedido, as formigas responderam fazendo a seguinte pergunta:
- Por que durante o verão você não fez uma reserva de alimentos como a gente fez?
A cigarra respondeu:
- Estive cantando alegremente o tempo todo e desfrutando do verão plenamente. Se soubesse como seria duro o inverno...!
As formigas lhe disseram:
- Enquanto a gente trabalhou duro durante o verão para ter as provisões e poder passar o inverno tranquilamente, você perdia o tempo todo cantando. Assim, que agora... Continue cantando e dançando!
Mas as formigas sentiram pena pela situação e entenderam que a cigarra tinha aprendido a lição e compartilharam o seu alimento com ela.
Moral da história: Quem quiser passar bem pelo inverno, enquanto for jovem, deve aproveitar melhor o tempo. Existe tempo para se divertir e para trabalhar.
A Lebre e a Tartaruga
Uma lebre estava zombando de uma tartaruga por se
mover tão devagar. A tartaruga, cansada das zombarias da lebre sobre o quão
lento ela estava em seus pés, acabou desafiando a lebre para uma corrida.
“Vou correr com você, lebre”, disse ele; ‘e aposto
que vou ganhar a corrida.’ A lebre concordou com este desafio. Quando a corrida
começou, a lebre saltou na frente, fazendo um bom progresso.
Aliás, ela estava tão à frente da tartaruga que decidiu que podia
se dar ao luxo de parar e descansar. A tartaruga estava tão atrás que um pouco
de descanso não faria mal!
No entanto, a lebre adormeceu profundamente
e, enquanto ele dormia, a tartaruga continuou a se arrastar em seu ritmo lento.
Com o tempo, ela alcançou a linha de chegada e venceu a corrida.
Moral: Devagar
se vai longe.
O Leão e o Mosquito
Um leão ficou com raiva de um mosquito que não parava de zumbir
ao redor de sua cabeça, mas o mosquito não deu a mínima.
— Você está achando que vou ficar com medo de
você, só porque você pensa que é rei? — disse ele altivo e em seguida voou para
o leão e deu uma picada ardida no seu focinho.
Indignado, o leão deu uma patada no mosquito, mas a única coisa
que conseguiu foi arranhar-se com as próprias garras.
O mosquito continuou picando o leão, que
começou a urrar como um louco.
No fim, exausto, enfurecido e coberto de
feridas provocadas por seus próprios dentes e garras, o leão se rendeu.
O mosquito foi embora zumbindo, para contar a
todo mundo que tinha vencido o leão, mas entrou direto numa teia de aranha.
Ali, o vencedor do rei dos animais encontrou seu triste fim, comido por uma
aranha minúscula.
Moral: muitas vezes, o menor dos inimigos é o mais
importante.
A Gansa dos Ovos de Ouro
Um homem e sua mulher tinham a sorte de possuir uma
gansa que todos os dias punha um ovo de ouro. Mesmo com toda essa sorte, eles
acharam que estavam enriquecendo muito devagar, que assim não dava …
Imaginando que a gansa devia ser de ouro por
dentro, resolveram matá-la e pegar aquela fortuna toda de uma vez. Todavia,
quando abriram a barriga da gansa, viram que por dentro ela era igualzinha a
todas as outras.
Foi assim que os dois não ficaram ricos de uma vez
só, como tinham imaginado, nem puderam continuar recebendo o ovo de ouro que
todos os dias aumentava um pouquinho sua fortuna.
Moral: A ambição sem paciência pode
levar à ruína.
A Cadela e a Carne
Uma Cadela levava na boca um pedaço de carne
quando, ao passar por um riacho, viu a sua imagem refletida na água. No
reflexo, a carne parecia muito maior.
Então a cadela soltou a carne que levava entre os
dentes para tentar pegar a que via na água. Assim, acabou ficando sem as duas
carnes. Sem a do reflexo, que não existia, e sem a verdadeira, levada
pela correnteza.
Moral: As ambições só são saudáveis enquanto não arriscam aquilo que já possuímos.
O Leão e o Asno
O Asno, simplório e ignóbil, encontrou-se com o
Leão em um caminho e, presunçoso, atreveu-se dizendo: — Saia do meu caminho e
vá embora!
O Leão parou, observando a grande ousadia, mas
prosseguiu seu caminho, dizendo: — Seria muito fácil matar esse torpe e desfazer-me
dele; porém não quero nem sujar meus dentes, nem minhas unhas, em carne tão
bestial e fraca.
E assim passou, sem prestar mais atenção no Asno.
Moral: Os homens nobres não perdem
tempo com ninharias.
O Leão e o Rato
Um Leão estava dormindo enquanto alguns ratos
brincavam à sua volta. Em um dado momento, pularam em cima dele, acordando-o. O
Leão pegou um deles com a intenção de matá-lo, mas, como o Rato pediu com
muita insistência para que fosse poupado, o Leão acabou o soltando.
Pouco tempo depois, o Leão caiu em uma rede que os
caçadores haviam armado e, apesar de toda a sua força, não conseguiu se
libertar.
O Rato, quando soube do que havia acontecido, foi até o local da
armadilha e, com muito empenho, começou a roer as cordas, até que, rompendo a
armadilha, o Leão ficou livre, como recompensa pela misericórdia que tivera.
Moral: O
poder não é absoluto. Às vezes, os poderosos precisam da ajuda dos mais fracos
para sobreviver.
O Corvo e a Raposa
Um Corvo roubou um pedaço de queijo e fugiu para a
copa de uma árvore. Logo que a Raposa o avistou, ela ficou com água na boca e
desejou pegar o queijo para ela.
Então ela ficou plantada em frente à árvore e
começou a elogiar o Corvo, dizendo: — Como você é belo, gracioso, gentil.
Porém, aposto que o teu canto é ainda mais majestoso e que, quando você canta,
nenhum pássaro pode ser comparado contigo.
O Corvo, lisonjeado, foi ensaiar um canto quando,
ao abrir o bico, deixou cair o pedaço de queijo. A Raposa abocanhou o petisco e
disse ao Corvo: “Se você também tivesse inteligência, não lhe faltaria nada
para ser o rei de todos nós”.
O Corvo, por sua vez, ficou com fome, saboreando
apenas a sua ignorância.
Moral: A vaidade excessiva é irmã da
ignorância.
A Rã e o Boi
Uma rã estava no prado olhando um boi e sentiu tal
inveja do tamanho dele que começou a inflar para ficar maior. Então, outra rã
chegou e perguntou se o boi era o maior dos dois.
A primeira respondeu que não – e se esforçou para
inflar mais. Depois, repetiu a pergunta: – Quem é maior agora? A outra rã
respondeu: – O boi. A rã ficou furiosa e tentou ficar maior inflando mais e
mais, até que arrebentou.
Moral: Nunca tente parecer maior do
que é.
O Lobo e o Cordeiro
Um cordeiro matava a sede em um regato cristalino.
Um lobo faminto, procurando encrenca, ali chegou, guiado pela fome. – Como se
atreve a turvar a água que bebo? Vou castigá-lo por esse desrespeito – disse o
lobo, enfurecido.
– Mas, senhor – respondeu o cordeiro –, não fique
tão nervoso; veja que estou bebendo mais de vinte passos abaixo do lugar em que
o senhor está; logo, não é possível, de onde estou, turvar a água que chega ao
senhor. – Problema seu – disse o lobo cruelmente. – Eu sei que você zombou de
mim ano passado.
– Como pode ser, se eu nasci este ano e continuo
mamando? – Retrucou o cordeiro. – Se não foi você, foi seu irmão. – Mas eu não
tenho irmão.
– Então foi um parente seu. E vocês não me ajudaram, nem vocês, nem os pastores e seus cães. Bem que disseram que eu tinha de me vingar. E foi
assim que, no meio da floresta, o lobo matou o cordeiro e o devorou, sem nenhum
outro julgamento.
Moral: A
razão do mais forte sempre vigora.
O Burro com Pele de Leão
Era uma vez um jumento que achou uma pele de leão
no meio do campo:
“Com esta pele poderei vestir-me de leão e assustar
os outros animais”, pensou entre risos.
O burro vestiu a pele do leão e vagou pelo campo
disfarçado. Ao vê-lo, pessoas e animais correram aterrorizados. Eles pensaram
que o burro era, na verdade, um leão!
Um dia, o burro ficou tão orgulhoso de sua
conquista que soltou um zurro alto. Perto, havia uma raposa astuta que não
podia ser enganada.
“Tire essa fantasia, seu burro atrevido”, disse a
raposa. Você parece um leão, mas do jeito que você zurra, você só pode ser um
burro.
Moral: Seja você mesmo, não finja ser
o que você não é.
O Pastorzinho Mentiroso
Era uma vez um pastorzinho que cuidava de seu
rebanho no alto do morro. Ele estava muito entediado e, por diversão,
ocorreu-lhe fazer uma brincadeira com os aldeões. Após respirar fundo, o
pastorzinho gritou:
“Lobo, lobo! ” Há um lobo perseguindo as ovelhas.
Os aldeões vieram correndo para ajudar o menino
pastor e afugentar o lobo. Mas quando chegaram ao topo da colina não
encontraram nenhum lobo. O pastorzinho riu quando viu seus rostos zangados.
“Não grite lobo, quando não há lobo nenhum”,
disseram os aldeões, e desceram raivosamente a colina.
Depois de algumas horas, o pastorzinho gritou
novamente:
“Lobo, lobo! ” O lobo está perseguindo as ovelhas.
Os aldeões correram para ajudá-lo novamente, mas,
vendo que não havia lobo, disseram severamente ao pastor:
“Não grite lobo quando não há lobo, faça isso
quando um lobo está realmente perseguindo a ovelha. ”
Mas o menino pastor ainda estava rolando de rir
enquanto observava os aldeões descerem a colina mais uma vez. Mais tarde, o
menino pastor viu um lobo perto de seu rebanho. Assustado, gritou o mais alto
que pôde:
“Lobo, lobo! ” O lobo persegue a ovelha.
Mas os aldeões pensaram que ele estivesse tentando
enganá-los novamente, e desta vez eles não foram em seu auxílio. Então, o
pastorzinho chorou inconsolavelmente enquanto observava o lobo fugir com todas
as suas ovelhas.
Ao pôr-do-sol, o pastorzinho voltou à aldeia e
disse a todos:
“O lobo apareceu na colina e escapou
com todas as minhas ovelhas. ” Por que não quiseram me ajudar?
Então os aldeões responderam:
— Teríamos ajudado, como fizemos antes; mas ninguém
acredita em um mentiroso mesmo quando ele diz a verdade.
Moral: Na boca do mentiroso, o certo é
duvidoso!
O Corvo e o Jarro
Era uma vez um corvo sedento que voou por muito
tempo em busca de água, até que encontrou uma jarra com um pouco do precioso
líquido. A jarra tinha um gargalo longo e estreito e, por mais que tentasse,
o corvo não
conseguia alcançar a água com o bico.
Desesperado, o corvo pensou em derrubar o jarro e
tirar a água antes que a terra a absorvesse, mas o jarro era tão pesado que não
se movia com os esforços do pobre corvo.
Depois de um tempo, outra ideia lhe ocorreu; ele
pegou algumas pedrinhas e as jogou na jarra, uma a uma. Assim, a cada
pedrinha, a água subia um pouco mais alto, até que finalmente estava perto o
suficiente para beber. Feliz, o corvo pegou a água e voou.
Moral: Para resolver problemas é
preciso muita calma e engenhosidade.
IN MEDIA RES. - 21 DE FEVEREIRO DE 2024
IN MEDIAS RES: In
medias res é uma frase latina que significa “no meio das coisas”. Na escrita,
usamos esse termo para descrever uma história que começa no meio da ação, sem o
preâmbulo de uma introdução. O impacto imediato no público provoca a emoção que
o fará seguir adiante. O narrador
colocando o leitor no centro da ação, ele emprega uma sensação de urgência,
tornando a narrativa mais imersiva. É uma estratégia poderosa para cativar o
público. Muito diferente das histórias que seguem uma sequência linear de cronologia.
Ilíada
de Homero, já começa no meio da Guerra de gregos e troianos. Odisseia, o poema
começa 10 anos após a Guerra de Troia, com o protagonista, Odisseu, sendo
mantido em cativeiro pela deusa Calipso. O resto da história é contada em
flashbacks, que exploram os acontecimentos que levaram à cena de abertura.
1.
Comece pelo meio. Escolha um momento culminante, conflito, discussão, briga,
revelação – qualquer coisa que indique que alguma cadeia de eventos ocorreu
neste mundo antes do momento crucial.
2.
Injete sua história de fundo. Se você começar sua história no meio, o público
eventualmente precisará saber quem são esses personagens e o que está
acontecendo. Informações relevantes podem ser fornecidas por meio de
flashbacks, fluxos de pensamento, alteração da voz do narrador, ou por meio de
diálogo - mas há um equilíbrio que todo escritor deve encontrar ao fornecer
informações suficientes ao leitor para que ele entenda a situação atual sem
despejar um tesouro de conhecimento sobre ele.
3.
Torne isso urgente. A cena que você escolher para iniciar deve ser um momento
crucial e de alto risco para os personagens principais de sua história e deve
fazer parte integrante do enredo. Provoque o leitor, deixe-o ansioso imaginando
como e por que aconteceu, e ansioso também para saber se tudo vai dar certo
para os protagonistas.
TAREFA 1: Uma herança bilionária leva uma
família inteira ao desiquilíbrio, à ganância, e ao crime.
TAREFA 2: Uma pessoa está desaparecida, ela
foi sequestrada, e isso gera tumulto familiar e empresarial.
Quando os autores não se preocupam em empenhar emoção na história, é muito provável que a história não faça a necessária conexão com o leitor. Pois é através da emoção contida na trama que o leitor sentirá empatia com o enredo. Se não houver essa conexão, é porque não houve emoção suficiente no texto.
Não tenham medo da pieguice, não fujam daquilo que é importante para segurar seu leitor: emoção textual. O texto é sua mercadoria, ofereça a melhor, a mais atraente, a mais empolgante.
Além do já costumeiro conselho “mostre, em vez de contar”, vocês, escritores, precisam ir mais fundo, se apoderando dos pensamentos dos personagens, das expressões faciais, dos sinais através dos olhares, dos movimentos corporais. Não devem ter receio de levar o personagem às lágrimas, ou às últimas consequências. Façam isso e explorem os sentimentos deles para contagiar o leitor. Invoquem o passado do personagem para provocá-lo, tragam à tona um amor esquecido que vem agora torturá-lo, um crime escondido, um segredo que ele jamais imaginou as consequências se fosse revelado. Provoquem seus personagens! Trabalhem arduamente na emoção do personagem, na emoção textual.
Descrevam dores e sofrimentos, mostrem seus corações batendo forte, o suor escorrendo pelas costas ou suas mãos ficando dormentes por cerrar os punhos. Podem ir além, dizendo ao leitor que ele teme pela sua vida. Sim, numa conversa do narrador com o leitor, ou do personagem com o leitor, mostrem a insegurança, o medo do personagem. Explorem tudo através das figuras de linguagem, escolham um título chamativo, façam valer as ferramentas literárias que moram nos confins de tantas escritas.
Criar dois contos tendo o cuidado de empenhar emoção nos personagens, e no enredo.
TAREFA 1: “Uma jovem de 15 anos faz inquietas descobertas por meio de linhas telefônicas cruzadas”
TAREFA 2: Uma milionária, importante empresária do ramo de minérios, sofre um mal súbito e perde a memória.
As emoções humanas nos ajudam a lidar com a vida cotidiana, permitindo-nos comunicar ou demonstrar o que sentimos em relação a certas situações, pessoas, fatos, pensamentos, sentidos, sonhos e memórias.
Muitos psicólogos acreditam que existem seis tipos principais de emoções, também chamadas de emoções básicas. Eles são: felicidade, raiva, medo, tristeza, desgosto e surpresa. A felicidade é a nossa reação ao positivo, assim como o desgosto é o revoltante e a surpresa é o inesperado. Da mesma forma, reagimos à aversão por meio da raiva, ao perigo por meio do medo e à dificuldade ou perda por meio da tristeza.
Todas as outras emoções são variedades de emoções básicas. Depressão e luto, por exemplo, são variedades de tristeza. O prazer é uma variedade de felicidade, e o horror é uma variedade de medo. De acordo com psicólogos, as emoções secundárias se formam combinando graus variados de emoções básicas. Assim, surpresa e tristeza produzem decepção, enquanto nojo e raiva produzem desprezo. Múltiplas emoções também podem produzir uma única emoção. Por exemplo, raiva, amor e medo produzem ciúme.
Cada emoção é caracterizada por qualidades fisiológicas e comportamentais, incluindo as de movimento, postura, voz, expressão facial e flutuação da taxa de pulso. O medo é caracterizado por tremores e aperto dos músculos. A tristeza aperta a garganta e relaxa os membros. A surpresa é uma emoção particularmente interessante, caracterizada por olhos arregalados e queixo caído, que dura apenas um momento e é sempre seguido por outro tipo de emoção.
Com os personagens literários, não é diferente. Eles têm reações reais aos conflitos, e essas reações são gatilhos emocionais que promovem a sequência da história.
Aqui apontamos algumas delas para ajudar o escritor no desenvolvimento emocional do personagem:
Apatia / Ansiedade / Tédio / Compaixão / Desprezo / Êxtase / Empatia / Inveja / Medo / Constrangimento / Euforia / Perdão / Frustração / Gratidão / Mágoa / Culpa / Ódio / Esperança / Horror / Saudades / Histeria / Amor / Paranoia / Piedade / Prazer / Orgulho / Raiva / Arrependimento / Remorso / Simpatia...
Hoje falaremos do MEDO, emoção que atribuiremos ao nosso protagonista na história que será criada em na aula on-line:
O medo é a reação emocional a uma fonte real e específica de perigo. Um mecanismo de sobrevivência, o medo está geralmente relacionado a uma apreensão em relação à dor. O medo severo é uma reação ao perigo terrível que se aproxima, e o medo trivial ocorre como resultado de um confronto que não representa uma ameaça significativa. Os graus de medo variam de uma leve cautela à paranoia. O medo pode afetar a mente inconsciente por meio de pesadelos.
O medo é muitas vezes confundido com a ansiedade, que é uma emoção muitas vezes exagerada e vivenciada mesmo quando a fonte do perigo não está presente ou tangível. Embora o medo esteja ligado à ansiedade e a outras condições emocionais, como paranoia e pânico, é uma emoção separada por si só.
Os psicólogos descobriram que o medo pode ser ensinado. Por exemplo, as crianças podem ser condicionadas a temer certas coisas. Além disso, acidentes acendem medos. Uma criança que cai em uma piscina e luta para nadar pode desenvolver um medo de piscinas, natação ou água.
SEGUNDO CONTO: nova história será criada, e o protagonista reagirá com RAIVA: (pesquisar mais)
A raiva é a emoção que expressa aversão ou oposição a uma pessoa, ou coisa que é considerada a causa da aversão. Os psicólogos consideram a raiva uma emoção natural necessária para a sobrevivência. A raiva pode trazer melhorias comportamentais; no entanto, a raiva descontrolada pode causar problemas sociais e pessoais.
Os psicólogos dividem a raiva em três categorias. Um tipo de raiva é uma reação instintiva a ser preso ou ferido. Outro tipo é uma reação à percepção de ser intencionalmente prejudicado ou maltratado por outros. O terceiro tipo de raiva, que inclui a irritabilidade, reflete os traços de caráter pessoal de um indivíduo.
A raiva às vezes é exibida por meio de atos agressivos repentinos e evidentes. Um indivíduo incontrolavelmente zangado é suscetível a perder a capacidade de fazer julgamentos sensatos e agir com responsabilidade. A raiva extrema é obviamente autodestrutiva, assim como a raiva que não é expressa externamente e mantida internamente. A raiva é muitas vezes mal utilizada por indivíduos que agem com raiva como um meio de manipular os outros.
CONTO DE MISTÉRIO E SUSPENSE
06 de dezembro de 2023
A narrativa que envolve mistério e suspense é particularmente interessante por seus detalhes. O enredo deste gênero pode tratar de um crime, de uma traição… ou de terror.
O formato da linguagem é fundamental para criar suspense. Há expressões apropriadas para este gênero literário. Como exemplo, os advérbios fazendo parte da narrativa para emprestar um ar de “rotina quebrada” chamando o leitor para a história:
Subitamente
Inesperadamente
Repentinamente
Sorrateiramente
Bruscamente
Assustadoramente
Imprevisto
Perceba que, em sua maioria, são os advérbios de modo que ilustram a quebra do cotidiano das histórias de suspense.
O Conto de Mistério e Suspense obedece algumas “regras” para ter cheiro, sabor, formato e impacto de suspense:
- Quase não há diálogo nesse gênero. E quando há, é porque está sendo usado como dispositivo para criar implicações, mistérios e inferências. Muitas vezes as palavras ou frases são enigmáticas, o que favorece esse gênero literário, e ajudam a tornar o diálogo misterioso. No entanto, não se deve exagerar, tornando cada frase tão obscura que o leitor fique totalmente perdido.
- Quando se deseja que o texto tenha aspecto de relato pessoal em tom de confissão, cumplicidade, usa-se a primeira pessoa “Eu”. Esse método, utilizado por grandes escritores como Edgar Allan Poe, promove um ar de credibilidade ao que se conta, como se o narrador tivesse feito parte dos fatos. Há também a narrativa em terceira pessoa (observador ou onisciente: que tudo viu, tudo sabe e expõe pensamentos e sentimentos das personagens).
- Destacam-se adjetivos e os verbos de ações inusitadas. Todo o texto bem combinado com boas metáforas.
- O suspense é criado pela interrupção da narrativa num momento culminante.
- Este gênero é guiado pelas vozes aflitas (terror), sussurros, gritos, segredos, códigos, chaves, murmúrios...
- Bom que haja diversas pistas: umas falsas e outras verdadeiras.
- Atentar para que a estrutura do texto responda a todas essas questões:
O QUÊ? – O (s) fato (s) que determina (m) a história;
QUEM? - O personagem ou personagens;
COMO? - O enredo, o modo como se costuram os fatos;
ONDE? - O lugar ou lugares da ocorrência
QUANDO? - O momento ou momentos em que se passam os fatos;
POR QUÊ? - A causa do acontecimento.
- O ambiente pode ser inicialmente claro e limpo, mas de repente fica desconfortável. Ouvem-se ruídos estranhos. Os 5 sentidos são aguçados, e precisam ser empregados no texto: ouvir gotejamentos, sussurros, passos, um objeto que cai, o vento zunindo que desloca um papel. Há de se ter desconfiança e curiosidade. Em suma, o suspense tem que estar presente no texto.
- Use palavras, vocabulário específico para criar suspense: adjetivos expressivos, exagerados; advérbios de modo, de lugar, de tempo que acrescentem circunstâncias especiais às ações.
- Crie um desfecho inusitado, surpreendente.
Criar os textos:
- História de suspense/investigativo.
Cenário de suspense ESTAÇÃO DE METRÔ. Um passageiro presencia um crime, um assassinato. Ele aproveita o celular que já estava sendo usado, e faz o vídeo do crime. O criminoso percebe isso, e...
APÓS A ESCRITA DO CONSIDERADO RASCUNHO: Com mais tempo, melhore sua história, dê a ela frases mais apropriadas, avalie se o texto entrega o que promete – suspense – segredo – medo – desconfiança – perseguição. Use a sinestesia, os 5 sentidos, as metáforas... RELEIA O TEXTO - Envie seu conto (não se preocupe com o tamanho dele, pois não será possível criar um texto curto com esse apelo). Trabalhe o enredo para culminar em um desfecho que surpreenda.
PRAZO: fevereiro 2024.
Não se preocupe com o tamanho do texto.
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