A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

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quarta-feira, 10 de agosto de 2022

A BELA ADORMECIDA - Alberto Landi

 


A BELA ADORMECIDA

Alberto Landi

 

Havia uma linda menina chamada Cloe. Ela morava num apartamento próximo ao grande e agradável parque da Aclimação, onde suas amigas costumavam praticar caminhadas e brincadeiras.

Porém, ela quase não ia se reunir com elas, porque vivia conectada ao celular e tablet.

Na escola gostava de se sentar ao fundo da sala de aula, para cochilar, em casa dormia demasiadamente, e assim ela ganhou o apelido de “a bela adormecida”.

Todos os familiares se preocupavam com isso, e insistiam para que ela se reunisse com as demais amigas no parque.

Cloe finalmente aceitou a sugestão, mas fazia tudo vagarosamente com as amigas de sua idade, muito a contragosto, mais para contentar seus familiares.

Numa das caminhadas, esbarrou em Lucas, um garoto mais velho, praticante de esportes e muito ativo.

Cloe ficou impressionada com a sua desenvoltura, e combinou com esse novo amigo manter contato.

Com o passar do tempo os dois se aproximaram, e Lucas mostrou a ela a importância de viver uma vida com energia e disposição, e o apelido foi esquecido, uma vez que ela mudou totalmente..

Muitos anos se passaram, e ambos já adultos se aproximaram ainda mais, se apaixonaram, casaram, e se tornaram donos de uma academia de ginástica. Formaram um casal unido pela energia, que contagiava a quem frequentasse a academia.

A alegria voltou à sua alma, como volta para a arvore, a verde rama!

 

Branca de Neve e os sete cãezinhos vira-latas - Hirtiz Lazarin

 

                                                     




Branca de Neve e os sete cãezinhos vira-latas

Hirtis Lazarin


Sou um cão vira-lata.  Eu estava cheio de sarna e as pessoas me expulsavam de perto. Vivia me arrastando, perdido e sem rumo. Até que uma família amorosa me resgatou da rua e cuidou de mim. Ganhei casa, comida e muito carinho.

A garotinha Jack, de cinco anos, deu-me o nome de” Cokie”.  Eu adorei e me senti muito importante.

Eu circulava livremente pela casa e observava tudo que acontecia.

Depois de um período de intensa alegria, a casa acinzentou de tristeza. Seu Guilherme e a pequena Jack voltaram pra casa sem a Dona Helen e o bebê recém-nascido. Uma tragédia no parto.

O quartinho preparado para o menino ficou fechado por um tempo bem comprido.  Como eu não sei fazer conta...

Eu andava pela casa meio que escondido e quase se esqueceram de mim.

A vovó morou um tempo com a gente, mas não muito. Ela tinha uma casa com quintal bem grande e criava galinhas. As galinhas tinham nome. Tinha uma que se chamava Anita. Era exibida e vivia correndo atrás do galo.

Ouvi seu Guilherme resmungando muitas vezes:

— Os retalhos que ficaram têm que ser ajuntados para que a vida possa continuar.

Bem, eu não entendi que retalhos são esses, mas ele sabe o que fala.

Levou tempo, mas a poeira foi se assentando, Jack voltou a brincar com as bonecas e comigo também.

O pai trocou os móveis do quarto e até comprou uma casinha nova pra mim. Senti-me novamente parte da família.

Um caminhão branco com letras vermelhas pintadas na carroceria levou tudo embora.

Nada ficou como era antes porque eu não ouvia mais dona Helen cantando e conversando sozinha na cozinha.  Mas a casa saiu do silêncio: ouviam-se música e risadas.

 E uma nova mulher veio morar com a gente. Acho que falava demais. Meu faro apurado percebeu que ela não gostava muito de mim. Quando estávamos sozinhos, jogava a água e a ração dos meus pratinhos. Cheguei a ficar um dia inteirinho sem comida.

Mas, eis que outra tragédia atinge a família. Seu Guilherme viajava, às vezes, a trabalho. Numa dessas voltas pra casa, o pneu estourou, o carro capotou várias vezes e ele ficou preso nas ferragens.  

Vou ser sincero: não sei contar os detalhes de como tudo ficou. Escondia-me pelos cantos e a tristeza era tanta que meu rabo e minhas orelhas nem paravam em pé.

Jack já era adolescente, ficava o dia todo na escola e, acreditem se quiser, apareceu um novo morador na casa. Ele tinha os braços cheios de desenho que não se apagavam nem quando tomava banho. Os braços eram tão grossos que as pelotas apareciam mesmo debaixo  da camiseta. Usava tanto perfume que eu nem podia chegar perto. Espirrava tanto que Jack dizia:

 Cokie tem renite.

Eu nunca vi esse Thomas trabalhar. Só de pernas pro ar. Tinha tempo pra paparicar a menina e muito...muito mesmo. Principalmente, quando a madrasta não estava em casa.  Eu já vi o moço elogiando e beijando fotos dela. Achava aquilo bem esquisito e eu sabia que não terminaria bem.

Jack, na sua inocência, aceitava os carinhos. Sentia muito a falta do pai.

A dona da casa, que não é boba nem nada, começou a esconder-se atrás das portas, a fingir que saía e não saía. Sua raiva foi crescendo e virou um plano macabro: acabar com a enteada.

Eu, de mansinho, fingindo ser o bobo da corte, acompanhava as caretas de ódio que ela fazia e tive certeza de que algo muito ruim estava prestes a acontecer.

Na nossa rua, há uma academia. Vi a mulher conversando na calçada com um frequentador.  Era o “RUK” em pessoa.

Pra mim ficou tudo muito claro.

Bolei uma estratégia com meus amiguinhos da rua, seis vira-latas que sempre passam pela nossa casa e são alimentados.

Às sete horas da noite, Jack chega da aula de inglês e o nosso pedaço anda escuro por conta de lâmpadas queimadas. Nós, os sete vira-latas, escondemo-nos atrás de duas árvores.

E, tudo aconteceu como eu previra. No momento em que o gigante chegou e, sorrateiramente, imobilizou Jack, nós o atacamos com unhas e uma centena de dentes afiadíssimos. Era sangue que escorria de todos os orifícios daquele corpo deformado.

Uma gritaria e uma correria.

Vizinhos assustados ligaram pra polícia.

Jack desmaiou e com a força dos nossos dentes, a arrastamos pra bem longe daquele lugar.

Já faz um tempão que isso aconteceu e, hoje Jack vive com a avó. E nós, os sete vira-latas também.

 

 

 

 

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A HUMANIDADE FOI FORJADA ATRAVÉS DE HISTÓRIAS



Storytelling 

A humanidade é e sempre foi apaixonada por histórias. Houve épocas em que os homens olhavam para o alto, tentando entender o que eram aqueles pontos luminosos que enfeitavam o céu noturno. Então olhavam para o mar profundo e sonhavam com as possibilidades submersas. E, possivelmente, olhavam para dentro deles mesmos e indagavam o que ainda repetimos: 

Quem somos nós? De onde viemos? Para onde vamos? 

E aí criamos deuses e entidades cósmicas dotadas de poderes sobrenaturais e capazes de feitos miraculosos. Essas histórias foram compartilhadas e algumas delas são conhecidas ainda nos dias de hoje. 

A consciência humana foi forjada com base nessas histórias. 

As histórias vieram com apelos emocionais, com objetivos, elas serviam e ainda servem para moldar o outro, ou para aproximá-lo de algo. Têm as histórias propósitos de ensinamentos, diversão, de validar a cultura de um povo. 

Quando você encontra um amigo que há tempos não vê, são as histórias, as ocorrências dos laços de amizade entre vocês, que vêm à lembrança. 

A ficção, contos e romances que criamos, não são diferentes. Todos esses textos são baseados em vivências, experiências reais, que fazem as histórias ficarem mais parecidas com a realidade do leitor, que, por conseguinte, criam empatia com o enredo. A tecnologia veio para facilitar o caminho e expandir o trajeto que as histórias traçam. 

Hoje em dia o mercado da propaganda se utiliza do storytelling para vender produtos para um número cada vez maior de cliente. Mas, TODAS as histórias precisam do apelo emocional para segurarem o leitor. Esse apelo pode ter vínculo com a família, com os relacionamentos amorosos, com amizades, com o sucesso de carreira, a luta que se empenha para vencer obstáculos, a vida ou a morte. 

TAREFA: CRIAR UM CONTO BASEADO EM UMA HISTÓRIA QUE VOCÊ OUVIU, LEU OU CONTOU. Não esqueça de fundamentar seu enredo nas emoções das pessoas.

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