A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

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quarta-feira, 23 de março de 2022

ESTRUTURA DO ENREDO

 

ESTURTURA DO ENREDO


Aqui temos um anagrama da construção de uma história.

A arquitetura, os esboço em gráfico, do passo-a-passo de um conto, seria assim:










A TAPEÇARIA - ALBERTO LANDI

 

Museu Guggenheim, Bilbao




A TAPEÇARIA

Alberto Landi

 

Olhando para uma tapeçaria que adornava a parede do museu Guggenheim, na cidade de Bilbao, notei que algumas linhas de lã compunham o desenho de um casal de mãos dadas e que estava sentado em um banco de jardim, tendo ao fundo um cenário de árvores plantadas em um gramado com um lago no meio.

Este casal aparentava estar numa festa de gente com mais de 60 anos de idade, e que havia muitos gestos de entrelaçamento de suas mãos, muita candura e um amor que emanava dos seus olhos.

Este museu, como a maior parte de todos, é tombado pelo patrimônio histórico, trata-se de um museu que abriga vários objetos antigos, pinturas, as mais diversas possíveis, de artistas renomados. No teto das salas havia afrescos, com vários tipos de imagens.

A tapeçaria, que retratava aquele casal, me espantou e me absorveu um bom tempo de contemplação, pois à medida que olhava para eles, observava que no seu entorno, havia fios que estavam desgastados e desbotados.

A imaginação correu solta, e admiti se tratar de um casal que superou as provações que a vida lhe impôs, pois, as linhas que formavam o tecido com suas imagens estavam íntegras, tanto na forma como na sua coloração.

A vida destas duas pessoas que se olhavam com brandura, com as mãos dadas, foi elaborada por uma hábil tecelã, a que chamei de destino. Para chegarem neste dia retratado, em que a luz do sol iluminava de uma forma suave, considerei que estariam comemorando o fato de estarem unidos por um longo período de suas vidas. Neste olhar havia além do carinho recíproco, o reconhecimento pela união.

A talentosa mulher que teceu os fios deixou que notássemos a diferença das outras linhas tecidas e que não suportaram a ação do tempo e que por isso ficaram puídas e se desprenderam.

A conclusão a que havia chegado, depois de tanto apreciar aquela tapeçaria, é que o destino, segundo as mãos da fiandeira, não uniu todos os fios com a mesma intensidade, e me fez entender o porquê de muitos casais não conseguirem suportar a ação do tempo.

Acredito que muita coisa depende do ser humano, mas nem sempre a pessoa que tece, aperta de maneira suficiente os nós que formam as tramas do destino, assim, as linhas que foram ligadas com frouxidão irão se soltar com o passar do tempo.

Somos os que conseguimos superar a ação do tempo de uma vida conjugal, não percebemos, mas em várias circunstâncias do tempo operamos como restauradores de um objeto de arte precioso, e nos aliamos à hábil tecelã para que as linhas das nossas vidas não sejam desfeitas, rompidas ou desbotadas.

Dizia minha avó ao fazer o seu tricô, que para cada ponto se dá um nó, caso contrário ele se desmancha. Os nossos nós estão firmes no tempo e espero que aguentem bem até a grande obra terminar a nossa vida.

Hoje em dia é muito raro isso, confesso que até me espanta!

 

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