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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Através da minha janela - Adelaide Dittmers

 

Através da minha janela

Adelaide  Dittmers


Sempre as janelas se abrem para o mundo lá fora, para a vida que corre pelas ruas, muitas vezes frenética, outras, tranquila ou carregando tristezas.

Da minha janela posso ver uma pequena amostra da minha cidade.  Avisto as cisalpinas, que nesta época do ano não estão cobertas de flores, mas mesmo assim, verdes e bonitas embelezam e refrescam as ruas. 

Vejo o céu, que ao entardecer, tinge-se de um tom azulado e rosa.

As ruas estão vazias. De vez em quando passa um carro.

Abaixo, pequenos sobrados se unem como irmãos siameses.  Num deles uma linda primavera florida sobe pelo muro, talvez querendo alcançar as nuvens, que se movem lentamente, formando inúmeras figuras.  Há um sobrado com pintura desbotada e muito maltratado.  Quem será que mora lá? Talvez uma pessoa solitária, sem condições financeiras para torná-lo mais bonito e arrumado.

Vejo também um prédio, cuja fachada está com várias falhas, pois as pastilhas que a recobrem caíram. Parece abandonado, mas pertence a uma só família, que, segundo sei, vivem lá, e é endinheirada.  Será que o descuido com ele é por causa de algum desentendimento familiar?

Mais adiante, por um pequeno pedaço, posso avistar a grande avenida, que quase corta a cidade de norte a sul.  Carros passam correndo por ela, levando pessoas de um lado para outro.  Quantas histórias carregam.  De ambições, frustrações, conquistas, esperanças.  Seus ocupantes passam indiferentes, focados nos seus objetivos. Não vêem nada em sua volta, preocupados em chegar logo a algum lugar, e para isso, mudam constantemente de faixas.   Por que tanta pressa, pergunto-me, aonde querem chegar?   Passam correndo pela vida, não a apreciam por inteiro. Agem como se fossem máquinas, não homens.

Ouço o barulho de um avião levantando voo.  Para onde irá?

Um vento fresco entra pela janela, amenizando o calor do dia.

Através da minha janela, vejo a natureza, as construções humanas e a vida que passa lá fora.

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