A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

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DISPOSITIVOS LITERÁRIOS

FERRAMENTAS LITERÁRIAS

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

MELISSA A SAPECA - Alberto Landi

 




MELISSA A SAPECA

Alberto Landi

 

Melissa era uma ovelha, branca e suave como o algodão, vivia saltitando pelos verdes pastos. Essa era a sua diversão. Mas, apesar de ser a mais idosa do rebanho, era desobediente. E isso preocupava o bom pastor.

— Melissa, há muitos perigos por aí, não vá muito longe, é melhor me obedecer, sou o seu pastor e te quero muito bem, nem sei o que fazer se eu a perder.

 

Para ter controle sobre Melissa, e tê-la junto com ele, comprou novelos de lã, e propôs a ela que fizesse meias para as demais ovelhas do rebanho, o inverno que estava se aproximando.

 

Melissa gostou da ideia e começou a tricotar. Isso fez com que ela se mantivesse ocupada, e não saísse pelos pastos sozinha.

 

Porém, num dia ensolarado, saiu e nem ligou quando o pastor a chamou para se reunir com o rebanho. Estava tão distraída ,que nem notou que uma tempestade estava se aproximando.

 

O pastor de volta, contou as ovelhas, e justamente estava faltando a Melissa. Ela havia deixado as meias todas jogadas no canto.

 

O pastor muito preocupado, começou a orar para que ela aparecesse:

Não fuja Melissa, não consigo te ver nesses imensos pastos. Volte para o seu rebanho e para o seu pastor. Me ajude a organizar a distribuição das meias que você tricotou.

 

Melissa não apareceu, havia rolado numa ribanceira no meio de umas plantações. O pastor de tanto procurá-la acabou encontrando. Muito chorosa se disse arrependida do que fez, pela desobediência.

 

A partir desse momento, Melissa tornou-se uma ovelha obediente e ficava sempre em alerta ao que o pastor falava.

 

Disse o pastor:

—Melissa olhe sempre por onde anda, há muitos perigos por aí. Não vá muito longe., fique sempre próximo de mim. Sou seu pastor, te quero muito bem. Se você se aborreceu tricotando para as suas amiguinhas, não precisa mais fazê-lo.

E assim a ovelha Melissa, nunca mais se afastou de seu querido pastor, já que era muito estimada!

 

1º lugar - PRESENTE HUMANO - Ana Catarina Sant’Anna Maués

 


Ana Catarina Sant’Anna Maués


1º colocado

CONCURSO DE NATAL ICAL 2020


Presente humano

Ana Catarina Sant’Anna Maués


   Músicas, enfeites, animação, comércio com altos índices de vendas, hum! Este ano o Natal promete ser dos melhores, dizia Bruna na mesa do almoço. Rodrigo, no entanto, estava ali apenas fisicamente, pois os pensamentos o levavam para bem longe. Bruna insistiu:

— Querido, estou falando com você?

— Oh! Sim benzinho, me desculpe, estou longe.

— Você fará aquilo este ano novamente? Perguntou ela.

— Sim! Você entende né, é muito importante para mim e para eles também.

— Entender eu entendo, mas acho esquisito dar este tipo de presente para as pessoas.

   Mais tarde Rodrigo, em frente ao espelho, arrumava a barba postiça, já todo vestido de vermelho, calçou as botas e veio para a sala onde esposa e um casal de amigos o aguardavam para a ceia.

— Ora, ora, tá bonito hein! Brincam sorridentes quando o veem.

   Ele, eloquente, respondeu:

— Vou dar uma voltinha e já venho. Não comecem a ceia sem mim.

   O casal convidado estranhou, mas Bruna veio em socorro:

— Como um bom papai Noel ele vai entregar alguns presentes, mas não se preocupem, ele volta logo.

   Rodrigo bateu a porta do carro e dirigindo foi observando as ruas fervilhando de pessoas com pacotes que se denunciavam serem presentes. As luzes coloridas cintilando em árvores e bonecos na frente das casas davam o tom festivo à noite especial, mas ele procurava por algo bem diferente do que via. Nesta busca ele foi se afastando da agitação e chegando à periferia da cidade, encontrou o que procurava. De longe avistou um jovem sentado sozinho no banco de uma praça. Aproximou-se e ofereceu um lanche que tirou do saco que carregava nas costas. Rodrigo tinha um dom especial, um carisma cativante e conseguiu tirar daquele rapaz o porquê de estar na véspera do Natal sem família, sem amigos. Com mais um pouco de conversa ele convenceu o jovem a entrar no seu carro e seguir até a próxima pessoa que desta vez não estava só. Ele viu uma moça carregando uma criança com apenas alguns meses de vida. Com o mesmo gesto e simpatia ofereceu o lanche e a prosa veio em seguida, e pouco tempo depois ela e o bebê também entraram no carro.

   Ele olhou o relógio e calculou que havia tempo para mais uma pessoa, e neste momento viu um idoso deitado sob a marquise de um velho depósito abandonado. Parou o carro, ofereceu o lanche e recolheu mais um para o automóvel. Já contavam três os escolhidos desta noite. O carro avançou pelas ruas deixando para trás a vida que levavam.

   Rodrigo parou na frente de uma casa bem modesta, bateu, e uma moça abriu a porta, de pronto estranhou a figura de um Noel na sua frente, mas ele com dom celestial conseguiu que ela o escutasse. Depois de algum tempo foi até o carro e trouxe o jovem, aquele primeiro com quem teve contato.

   Ali, na porta mesmo ocorreu um compromisso da parte do rapaz e um sentimento de acolhimento da parte da moça. O jovem havia se envolvido com assalto a mão armada, foi preso, e quando terminou de cumprir a pena não teve coragem de voltar para casa, mesmo com profundo arrependimento no peito pelo mal,  e grande vergonha que fez passar sua irmã, afinal eram só os dois, um contava com o outro e ele falhou feio, decepcionando-a quando entrou para o mundo do crime, porém um pedido de perdão sincero e a palavra de que seria um homem honrado, desta noite em diante, bastaram para que a irmã o acolhesse com ternura.

  Ao retornar ao carro contou aos outros, o quanto estava feliz com o resultado da entrega deste seu primeiro presente.

   O próximo seria a jovem mãe com seu bebê de cinco meses. Desta vez o bairro era nobre e uma mansão podia ser vista no final da rua. Margarida era o nome da moça. Rodrigo sozinho, atravessou o jardim, mas antes de tocar na campainha colheu uma flor. Quem atendeu foi um casal elegantemente vestido. Ele entregou a flor dizendo apenas, que uma outra flor de nome Margarida havia mandado entregar. Em segundos a senhora chorou copiosamente, e o senhor prendeu o choro, então Rodrigo aproveitou para dizer que apesar de tudo que a fez sair de casa, das más companhias, das drogas e tudo o mais, ela agora amadureceu e pedia perdão, pois tinha uma criança para cuidar, o netinho deles. Dizendo isto foi até o carro e trouxe Margarida e a criança. Ao vê-los os pais os abraçaram e um pacto de amor se estabeleceu.

   Voltando ao veículo, após a entrega de seu segundo presente, notou que o senhorzinho não estava mais lá. Olhou em volta e o viu longe, caminhando na avenida. Correu e o alcançou. Num breve diálogo ele expôs o receio, disse que no caso dele não teria chance alguma, que a família não o queria de volta, que o álcool fez destruir tudo que de bom havia nele, que os filhos o expulsaram de casa com razão, pois até pequenos furtos ele já andava fazendo para gastar com bebida, que era incontrolável o seu vício, mas Rodrigo sempre determinado, não desistia fácil, por isso articulou uma, duas, três vezes sobre a possibilidade dele estar errado, até que o convenceu de tentar, afinal o “não” ele já tinha.

   Chegaram, e uma bonita festa acontecia dentro da casa, já na parte rural da cidade. Rodrigo bateu palmas o mais forte que pode, a música estava alta e ninguém escutou. Resolveu então entrar de mãos dadas com o senhorzinho que se chamava Emanuel, e mudo esperou que os notassem. Não demorou e alguém desligou o som. Todos voltaram-se e perplexos ficaram, até que uma criança, o netinho do recém chegado veio e abraçando-o disse:
 — Vovô, quanta saudade!

   Depois disso não houve mais o que dizer ou o que explicar. A família toda reunida festejou a chegada de Emanuel que se comprometeu a ficar longe do álcool, e os dois filhos mais velhos acertaram de providenciar um tratamento para o pai.

   Saindo dali, Rodrigo estava pleno de alegria, como uma taça transbordava felicidade. Ao chegar em casa com sorriso de orelha a orelha percebeu as luzes apagadas e estranhou a casa toda no escuro. Abriu a porta chamando pela esposa e neste momento com gritos de vivas as luzes acenderam e apareceram, não apenas Bruna, que planejou a surpresa, mas também o casal de amigos e muitos dos que, nos outros Natais, ele deu como presente, e vieram abraçá-lo em mais um ano de gratidão, pois estavam perdidos e foram encontrados.



2º lugar - DUAS CRIANÇAS - Suzana da Cunha Lima

 




2º colocado

CONCURSO DE NATAL ICAL 2020

DUAS CRIANÇAS

Suzana da Cunha Lima

Ele nasceu há mais de dois mil anos em Belém, uma cidadezinha da Palestina, e foi colocado, recém-nascido, numa manjedoura.  Ainda bebê, precisou se refugiar no Egito, para fugir da sanha infanticida dos soldados do Rei Herodes.

Quando o perigo acabou, voltou para sua terra onde cresceu, pobre e analfabeto. Morreu aos trinta e três anos, nas mãos dos carrascos de seu próprio povo.

Ele era Jesus de Nazaré, um Rei cujo reino não é deste mundo, porém o Poder transformador de sua Palavra e de sua Verdade permanece vivo até hoje.

Aylan Kurdi nasceu dois mil anos depois, em Korbana, na Síria, e morreu, ainda criança, coberta de espuma e sal, nas praias de Ali Hoca, em Bodrun, Turquia.  Levada pelas ondas, como um dejeto qualquer, é um símbolo trágico do desespero migratório, que tem sepultado tantas vidas e tantos sonhos. 

 Aylan Kurdi também precisou fugir do longo braço dos soldados de sua própria pátria, esfacelada pela guerra civil e por um perverso fanatismo que não obedece a nenhuma regra ou convenção humana civilizada.

Ele morreu, porém, sua voz ressurge no grito e indignação dos povos e, quem sabe, consiga tocar, com sua inocência, os corações dos que possuem poderes para conter o Mal.

Há uma verdadeira e profunda ligação entre estas duas crianças: ambas fugiam da opressão de seus governos totalitários, ambas buscavam um espaço de liberdade para viver seus sonhos e cumprir sua missão.

O mundo caminha entre o Bem e o Mal desde que o primeiro homem pisou neste planeta.  O Mal se impõe pela violência e o Bem age pela paz.

Estamos nesta encruzilhada, é o que me vem à mente nesta época em que celebramos o nascimento de Jesus, cada vez mais angustiados e desesperançados diante da extrema crueldade como o Mal se manifesta.

Será que chegou a hora de nós, homens e mulheres do Bem, nos levantarmos contra a barbárie e desembainharmos também nossas espadas?

Espadas de coragem e inconformismo, oferecendo o que temos de melhor, nossos talentos, nossa voz e nossa arte, para que não aconteça mais outros Aylans Kurdi.

(Baseado em fatos reais)

Suzana da Cunha Lima

3º lugar - NATAL 2020 - Hirtis Lazarin

 


3º colocado

CONCURSO DE NATAL ICAL 2020

Natal  2020

Hirtis Lazarin


E, de repente, o mês de março acordou apavorado.  O noticiário e as redes sociais anunciavam que um vírus poderosíssimo e traiçoeiro, o corona vindo da China, espalhava-se por todo o planeta numa progressão geométrica alarmante.

Em poucos dias, a Terra parou e a população, em pânico diante do inimigo invisível e desconhecido, se recolheu.

As ruas esvaziaram-se num deserto silencioso; os hospitais despreparados superlotavam-se; os cemitérios não davam conta de enterrar tantos mortos...

E, em meio à pandemia, os meses se passaram e o Natal chegou.  Momento de nos juntarmos pela tolerância, pelo perdão, pela esperança e certeza de que a cura virá.

Feliz Natal aos profissionais de saúde que, devotos do silêncio e do compromisso com a vida, pernoitaram incansavelmente nos leitos enfermos dos hospitais transformando-os em leitos de hortênsia e colibris. 

Feliz Natal aos incansáveis pesquisadores, estudiosos e cientistas que se debruçaram nos livros e no  desconforto dos laboratórios em busca do leque infinito da possibilidade da cura.

Feliz Natal àqueles que, em respeito à dignidade humana, foram solidários e souberam compartilhar.

Feliz Natal a todos que choram a perda inesperada e repentina de entes queridos que chegaram precocemente ao final de sua história.

Feliz Natal a todas as famílias que aceitaram se resguardar em câmaras secretas e reaprender e aceitar um novo jeito de viver.

Feliz Natal aos semeadores da paz que humildemente seguiram e divulgaram os conselhos dos que sabiam aconselhar; 

Feliz Natal aos poetas que perderam inspiração, aos músicos sem melodia e aos escritores sem palavras.

Feliz Natal também aos que, infelizes cativos do desapreço ao próximo, não cumpriram o distanciamento social e aos que se rebelaram contra o uso de máscara na irremediável preguiça de amar.

Queira Deus que, com a ingenuidade das crianças, renasçamos com o ”MENINO” que se aconchega, ternamente, em corações desenhados na forma de presépios.

O SONHO TAMBÉM PODE TRANSFORMAR ALGUÉM - Henrique Schnaider

 

HONRA AO MÉRITO

CONCURSO DE NATAL ICAL 2020

 

O SONHO TAMBÉM PODE TRANSFORMAR ALGUÉM

Henrique Schnaider


Josias era um homem muito bem na vida, ficou rico explorando as pessoas, além de tudo era um pão duro.

Ele era casado com a Rita, tinha dois filhos, levava todos numa tremenda dureza. Economizava em tudo e não poupava ninguém. Esmola, nem pensar. Josias tinha um coração de pedra! Na empresa, os empregados sofriam nas suas mãos, ele sangrava todos, tirava o máximo deles e dava o mínimo.

Na noite de Natal Rita e os meninos tentariam amolecer aquele homem durão, e assim, passariam à uma comemoração de fé, fartura e felicidade. Para isso, planejaram convidar dois moradores de rua para passarem a festa junto com eles.

Já próximo da meia noite, Rita pediu ao marido para deixá-la convidar os dois moradores de rua que ficavam ali perto, para passarem a noite de Natal com eles e usufruírem de um lar, e da comida que seria a mais frugal possível, um franguinho, arroz e salada.

Os olhos de Josias brilharam de raiva foi quando disse a Rita:

— De jeito nenhum, mulher! Eles que fiquem na rua da amargura, isso não é meu problema, quem mandou eles não trabalharem e fazer seu pé de meia. Eu lutei muito nesta vida para conseguir ter o que eu juntei e agora não divido nada com ninguém.

Deu meia noite e aquela casa mais parecia um velório.  Rita e os filhos com aspecto triste, recolhidos ao canto. E, Josias nem aí! Não convidou a família para fazer a oração, atacou o prato e comeu com voracidade. O homem não percebeu nada do que se passava com a mulher e os meninos que não controlavam as lágrimas tristes rolando nas faces.

Josias foi dormir não se importando com o clima ruim que dominava a casa. Deixou a família na sala, sentindo aquele momento amargo que era para ser de alegria e de comunhão entre todos.

Nesta noite Josias dormiu um sono profundo, teve um sonho real pois era como estivesse vivenciando tudo o que se passou. Sonhou que era muito pobre e junto com a esposa e os filhos, moravam debaixo de uma ponte. Dali viam todas as casas iluminadas e as luzes piscando numa alegria incontida. Era Natal!

Eles com um frio tremendo, sem abrigo, desamparados a barriga roncando de fome, querendo receber o calor fraterno recheado de amor e carinho. Lágrimas rolaram no rosto de Josias uma tristeza cortando o coração, esperando o milagre de alguém aparecer e convidá-los para a ceia de Natal.

De repente, do nada, aparece um velho usando roupas vermelhas, era gordinho com barbas brancas,  e Josias emocionado, coração aos pulos: “Meu Deus é Papai Noel! Mas, não pode ser, ele não existe! Mas eu estou vendo, está aqui na minha frente” .

— Oi, Josias, boa noite, estava passando com meu trenó acima das nuvens, ouvi o apelo sincero de ajuda que recebi do coração de vocês, resolvi descer e ver o que fazer nesta noite tão especial de Natal, como já fiz todas as entregas de presentes, estava voltando para casa. Agora estou convidando para que venham fazer a ceia de Natal comigo. Vamos, subam no trenó. E, as renas se alvoroçaram.

Partiram todos rumo à felicidade na casa de Papai Noel. Foi uma noite inesquecível, tinha de tudo, quitutes maravilhosos e comidas variadas doces gostosos. A conversa calorosa do bom velhinho era para não mais esquecerem. Terminada a festa Papai Noel levou-os de volta para o mesmo lugar,  e se despediu dizendo:

— Até o ano que vem, meus queridos. Oh Oh Oh.

Josias acordou na maior felicidade, algo havia mudado no mais íntimo do seu ser, jurou que daquele dia para frente seria outro homem.

Mandou vir para o almoço do Natal iguarias de todos os tipos, disse a Rita que chamasse os dois pobres que ela havia mencionado, e que a partir daquele dia tudo seria diferente, pois aprendeu uma lição para nunca mais esquecer. 

UM NATAL DIFERENTE! - Dinah Ribeiro de Amorim

 


HONRA AO MÉRITO

CONCURSO DE NATAL ICAL 2020

UM NATAL DIFERENTE!

Dinah Ribeiro de Amorim

 

Estamos em 2020, dezembro, está próximo o dia de Natal.

Pedrinho e Paula, dois irmãos alegres e festeiros, aguardam ansiosos a data. Fazem planos, escolhem presentes, relembram com saudade os Natais anteriores, sempre na casa da vovó.

A mãe, aflita, sem saber como explicar, sabe que nesse ano, o Natal será diferente. Não sairão de casa, não visitarão lojas, não terão enfeites e presentes... Época de pandemia.

Até os cuidados com a vovó são rigorosos, nada de festa, visitas e bolos.

As crianças percebem alguma coisa diferente e perguntam, curiosas, por que a mudança? Ninguém explica.

As lojas estão fechadas, as ruas sem enfeites, os pais preocupados, quando saem, usam máscaras. As pessoas não se cumprimentam, afastam-se uns dos outros.

Sentem saudade dos coleguinhas da escola, das brincadeiras da rua, ficam o tempo todo em casa, assistem televisão. Ouvem conversas adultas, uma tal de pandemia, não entendem a palavra, o que significa?

Coisa boa, não é, com certeza. Causa muita tristeza, todo mundo tem medo dessa tal pandemia!  E ficarão sem Natal. Que saudade dos brinquedos novos, dos docinhos da vovó, de ver os enfeites coloridos na árvore de Natal.

Roupa limpa toda hora, cheiro de álcool gel, dentro de casa, chinelos, sapatos só no quintal.

De onde será que vem, essa peste ruim, ninguém sabe como é, onde fica, que forma tem? Gente pobre, gente rica, idosos e até criancinhas, ela não respeita ninguém. Que acontece no mundo que nem vacina tem?

Pedro e Paula entristecidos, tomam uma decisão. Farão no canto da sala, pequena comemoração. Pegam um galho florido, enfeitam com muitas estrelas, lembram, com saudade, a noite de Natal. Chamarão os pais preocupados, para receberem presentes, os desenhos e poesias que fizeram; preparam com alegria.

O Natal de 2020 não será um triste dia!

 

UMA HISTÓRIA DE NATAL - Do Carmo

 


HONRA AO MÉRITO

CONCURSO DE NATAL ICAL 2020

UMA HISTÓRIA DE NATAL

Do Carmo

O Natal está chegando, e com ele meus pequenos netos também. Sempre passo o Natal junto com meus filhos. Depois os pais vão e eles ficam comigo até a passagem de ano. E esta vó curte intensamente os pimpolhos, até os pais voltarem. 

Os presentes já estão devidamente embrulhados, cartões colocados, decoração caprichada, agora é pensar quais histórias irei contar para nossas noites de espera do Papai Noel. Tenho ainda alguns dias para pensar e preparar-me, pois, eles chegaram com seus desejos a todo vapor, bem os conheço.

Eureca! Lembrei-me, há tempos ganhei da Dedé e o Paulo, casal querido e amigo, um livro sobre “A Origem Histórica do Natal.”

Entusiasmada por essa ideia, tratei de encontrá-lo, rapidamente como um buscapé, na estante de livros do quarto de estudos, que estão ordenados em ordem alfabética.

Feliz por ter tido uma ideia fantástica, pois teria assunto para vários dias, o que os manteriam sossegados até a hora de irem para a cama.

Livro, bloco para anotações e caneta em punho, mergulhei de corpo e alma na leitura salvadora.

Não notei as horas passarem, só me dei conta do horário quando senti vontade de um cafezinho e levantando-me como impulsionada por uma mola, olhei para o relógio e com espanto constatei que já eram quatro horas da manhã!

Abobalhada com essa situação inesperada, fiquei sem saber o que fazer: deixar tudo onde parei e ir dormir, ou tomar uma boa caneca de café e continuar. Deixaria para dormir tranquila, com minha missão amorosa em paz.

Meu coração falou mais alto.

— Pondere, Docarmo, se você largar tudo e for dormir, certamente irá ficar remoendo ideias funestas e o sono não virá, então, tome sua caneca de café e volte ao trabalho, pois não terá tempo de perder o embalo da narrativa. Essa é minha sugestão.  Dormir, você terá o restante da manhã e toda tarde para recuperar o sono e estará com a alma lavada e feliz.

É isso que farei. Ótimo, caneca cheia e umas bolachinhas, irão me recompor e darão impulso às minhas ideias.

Maravilha, começarei pelo começo. Ah! Vou direto pelo computador, pois, minha letra não está bem, ela está cansada e assim pouparei um serviço desnecessário, escrever e depois digitar.  

   Bem, meus queridos, desta vez a vovó irá contar uma história que é cultural, uma vez que vocês ficarão conhecendo a “Histórica Origem do Natal”.

O Natal é uma data, na qual comemoramos o nascimento de Jesus Cristo.

Na Antiguidade era comemorado em diversas datas baseadas no inverno. Do Hemisfério Norte. Somente no século IV que 25 de dezembro ficou estabelecido como data oficial de comemoração, uma vez que na Roma Antiga, 25 de dezembro, era comemorado o início do inverno. 

Do ponto de vista cronológico, o Natal é uma data de grande importância para o Ocidente, marca o ano UM da nossa história. Nessa época as comemorações duravam doze dias, pois esse foi o tempo que os Reis Magos demoraram para chegar até Belém da Judéia, levando presentes: OURO, INCENSO e MIRRA (bálsamo da resina da planta Balsamus dendron myrrha) ao Menino Jesus.

Atualmente é costume começar as decorações natalinas já em novembro, para atrair os compradores de presentes e a desmontagem é sempre em janeiro, depois do dia seis, que é exatamente o décimo segundo dia do nascimento de Jesus.

A Festa do Natal é muito mais antiga do que a Cristandade, remonta do tempo e religião do paganismo. Mais de quatrocentos anos do nascimento e morte de Jesus Cristo, a Igreja Católica, no Concílio de Nicéia, o Papa Júlio I, fixou essa data para o nascimento de Jesus Cristo e conhecimento aos primeiros cristãos 

Nas comemorações do Natal, muitos são os símbolos representantes dessa festividade, que tiveram origem com os Sacerdotes indo-germânicos, na Idade Média.

Bem, queridos, continuaremos amanhã, já se faz tarde e todos precisamos descansar. Até agora, vocês estão gostando?

Sim, vovó, está muito interessante, já estamos com idade de compreender fatos reais, passamos da idade dos Contos da Carochinha que você sempre nos contou. UAU!!!

Bom dia, meus amores!  Dormiram bem? Então depois do café da manhã e cumprido todo ritual de higiene, vamos nos acomodar para ouvirem uma parte muito interessante sobre a história da origem dos SÍMBOLOS!!! Começaremos com os mais significativos:

VELAS – simbolizam nossa fé e alegria pelo nascimento de Jesus, nosso Rei e Senhor.

CEIA - Banquete Eterno, onde as famílias se reúnem para celebrar a vinda do verdadeiro Deus, Jesus Cristo. A mesa é sempre enfeitada com velas coloridas e geralmente a do centro da mesa é maior, vermelha, a mais majestosa, pois representa Jesus Cristo a Luz do Mundo

ANJOS – Mensageiros de Deus, são o sinal de que as portas do Céu se abriram e há uma Comunicação de Deus com seu povo.

ÁRVORE DE NATAL – Símbolo de ALEGRIA, PAZ E AMOR. Em quase todos os países as pessoas montam árvores – pinheiros-  com bolas coloridas, anjinhos, várias figuras decorativas, tufinhos de algodão, representando a neve, cordões verdes de ráfia, alguns penduram bombons, balas, pirulitos, para simbolizar a doçura das palavras Divinas de Jesus Cristo, bem como frequentar sua casa -  a Igreja.

Acredita-se que essa tradição teve origem em um mil quinhentos e trinta, na Alemanha, com Martinho Lutero, Padre que reformou os conceitos da Igreja, criando o Protestantismo.

Conta-se que Lutero caminhava pela floresta, numa noite enluarada e encontrou um pinheiro coberto de neve que brilhava. Associou o brilho da neve ao brilho de estrelas. Hoje, as árvores são enfeitadas com algodão, neve, e os galhos entrelaçados com lampadazinhas, que acesas, brilham como estrelas.

GIRLÂNDA – Coroa verde, de galho de cipreste ou fios diversos e torcidos, de cor verde, enfeitado com bolas coloridas, fitas vermelhas, verdes e douradas, fios dourados e são penduradas na porta de entrada, na sua face externa. 

Cartões de Natal - São enviados aos parentes e amigos, com os quais queremos compartilhar as alegrias do Natal.

TROCA DE PRESENTES – Representa o presente máximo de Deus, que é Seu Filho, que nos foi dado como Irmão Primogênito. Esse é o MÁXIMO DOS PRESENTES – JESUS.

PAPAI NOEL – Representando o Bom Velhinho, que é associado à imagem de São Nicolau, que foi Bispo nascido na Turquia, em duzentos e oitenta D.C., (Depois de Cristo). Ele ajudava aos necessitados e pobres, deixando perto das chaminés das casas, saquinhos com moedas.

Essa imagem de São Nicolau ao Natal, aconteceu na Alemanha.  Em pouco tempo, espalhou-se pelo mundo. Suas roupas são de lã e o seu transporte é de um trenó puxado por renas, pois sua origem é do Inverno do Hemisfério Norte.

SINOS - Representa o anúncio para à humanidade, do Nascimento de Jesus Cristo o Salvador.

ESTRELA DE NATAL – Simboliza a orientação do caminho que os Reis Magos deverão seguir e onde ela descer, indicará que chegaram ao local do nascimento de Jesus recém-nascido.

PASTORES – Simbolizam os primeiros visitantes e os fieis adoradores de Jesus, o Deus Menino. Hoje, eles são os condutores do rebanho de Jesus ao Reino de Deus.

PRESÉPIO – CENÁRIO DO NASCIMENTO.

Simboliza o ambiente e o momento do nascimento de Jesus, ou seja:- Uma manjedoura, os animais, os Três Reis Magos e o Pastores com algumas ovelhinhas e os Pais.

Essa tradição de montar um Presépio para representar o nascimento de Jesus Cristo, teve início no século XIII, com São Francisco e Assis, que humanizou esse acontecimento, juntando Virgem Maria, São José, os animais, os pastores e os Três Reis Magos, ao redor de um bercinho de palha, improvisado.

É assim que comemoramos o Natal, data muito esperada e demasiadamente comemorada.

E com esse símbolo, Presépio, o mais importante, pois reúne os personagens do nascimento de Jesus Cristo, chegamos ao final da nossa história.

 E agora, crianças queridas, que tal tomarmos um chocolate geladinho e comer uma generosa fatia do bolo que a vovó fez especialmente para vocês, aquele que tem chantili e morangos? 

Oba! Vamos sim vovó. Depois vamos comentar sobre tudo que você contou? 

Ótimo, farei algumas perguntas e vocês responderão. Qualquer dúvida é só pergunta.

Já estou cansada, vamos continuar essas perguntas amanhã. Boa noite, Durmam com os Anjinhos que Deus lhes deu.


Conto de Natal - Marlene Laudares

 


HONRA AO MÉRITO

CONCURSO DE NATAL ICAL 2020


CONTO DE NATAL

MARLENE LAUDARES

Estávamos em 1948! Numa pequena estação de trem de Ibituruna por onde circulavam locomotivas que vinham de São João Del Rei com destino à Divinópolis. Eram chamadas de trem locomotivas a vapor (isto porque usavam lenhas na fornalha para ferver a água que provocava o vapor que impulsionava o trem de ferro. Nesta pequena estação de trem da RMV (rede mineira de viação) chamada Ibituruna (um vilarejo) morava uma família, composta pelo pai, José e Zilda. Eles tinham três filhas: Marlene, Marília e Marileia. Marlene e Marília aguardavam o primeiro Natal de suas vidinhas! Marlene tinha cinco aninhos, Marília quatro e Marileia alguns meses!

José colocava-as para dormir dizendo:

- Durmam quietinhas,  não façam barulho porque o papai Noel passará por aqui! Talvez até de madrugada! Mas, se vocês estiverem acordadas, ele não entrará para deixar os presentes de Natal!

Marília, a menor, adormeceu logo. Marlene não conseguia dormir, pois estava mais ansiosa pra ver o papai Noel e pensou como ele seria!  Os cabelos e barbas grandes, com uma roupa vermelha e um saco de presentes nas costas. Ele deveria ser lindo e grande, pensava ela! Portanto, não conseguia dormir! A noite foi longa e ela só pensava nele chegando. Mas, a porta da sala não abria. Ela esperava ouvir o barulho, mas nada acontecia! 

De repente, um barulhinho no quarto dos pais, de um bichinho que assoviava tão docemente! Mas,  ninguém surgia por ali! Ah, agora vou cobrir a cabeça e escutar o que se passa na sala ao lado! Mas, que nada! Ela não ouvia nem passos de alguém por perto! E lá se foi seu sono e a noite longa!  Aí ela ouviu o seu pai dizer: 

 Filha,  Papai Noel já passou! Agora podem vir! Marlene que já estava alerta nem pensou duas vezes, saiu da cama aos pulos, correndo para a sala. Viu o seu sonho realizado! Pertinho dos seus sapatos, lá estava uma boneca de louça, com uma sombrinha aberta e uma bolsinha a tiracolo! Ela quase não acreditou! Era um sonho! Naquele momento foi quase irreal! 

Ela abraçou o seus pais, beijou e disse: 

 Quero abraçar e beijar também o papai Noel! Onde está ele? Porque não me esperou? Do seus olhinhos pequeninos brilhavam lágrimas que caiam de tanta alegria!

Noite de Natal - Dinah Choichit


Dinah Choichit

HONRA AO MÉRITO

CONCURSO DE NATAL ICAL 2020


Noite de Natal

Dinah Choichit

 

A neve caia, as ruas estavam cheias de gente, superagasalhadas, correndo para entrar nas lojas.

Brinquedo era o não faltava nas   do shopping. Temos em São Paulo um bairro especializado em brinquedos para todas as idades. Muitas

Lojas e também nos shoppings com roupas de crianças e adultos. Para ficar completo as calçadas também sempre têm barraquinhas com brinquedos importados.

Olhando a rua parece um formigueiro.

Não falta também lanchonetes, casas de chocolates especiais, confeitarias e balas,  doces e bolos  decorados  , pode comer no local ou levar para casa.

E a neve caindo e muito fina. Chegou o natal.

As igrejas brilham, e de hora em hora batem o sino. É muito convidativo.

Tem meninos de padre com sacolinhas na mão esperando doações.

O padre abençoando o povo que passa.

Não importa a neve, faz parte desta festa. Todos estão felizes.

Nove ninguém sai de uma loja sem pacotes.

Fui com minha vizinha e duas filhas dela e duas minhas.

Sai as nove horas da manhã pensando em voltar até o meio dia.  Qual nada, as 14.00 ainda estávamos lá.

Fizemos uma pausa e fomos comer pastéis no mercado central que fica na mesma rua. Lá tem pasteis de bacalhau, Bauru, maiores e mais caros. Uma delícia.

No mercado fizeram algumas compras para a ceia de natal.

Sempre reunimos com a família e os amigos. Começa às dez da noite com aperitivos.

Cada família traz três ou quatro variedades.

Colocamos os presentes ao pé da árvore de natal numa salinha especial logo na entrada do salão de festas do prédio onde minha irmã mora, tem televisão, rádio vitrola, música é que não falta.

Cada família traz de 4 a 5 pratos para a ceia e as sobremesas deliciosas. Vamos arrumando em cima de uma mesa, convidamos   também primos e amigos que estão sozinhos. Geralmente tem de 40 a 50 pessoas, fora as crianças.

Temos sempre 2 pessoas nos ajudando na cozinha. Funcionárias da família há mais de 10 anos, são irmãs.

Chegou o “papai Noel”, e a alegria é geral. Começamos fazendo uma roda e em seguida uma prece e depois a distribuição dos brinquedos. Todos ganham presentes. É uma gritaria só. Uns choram de alegria, outros pulam, se abraçam. Papai Noel já vai se despedindo, diz que está com pressa, e as vezes não come nada

As crianças querem brincar e nem ligam para a comida. É uma algazarra.

Colocam música para dançar e vão comendo.

As mulheres se juntam e o tititi começa. Só de se ouvem risadas. Vai até três da madrugada. Voltam no outro dia as 14,00horas para o almoço de Natal.

A dona da casa faz outra roda, cada um com sua família, abençoa todos e pede a Deus mais um ano com saúde, alegria e que todos estejam juntos no próximo Natal.

Viva o Natal – a família e os amigos

 

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