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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Reação das nuvens - Hirtis Lazarin


   
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Reação das nuvens
Hirtis Lazarin

As nuvens, impossível agarrá-las.  Tão próximas aos nossos olhos e tão distantes de nossas mãos.

Brincar de pega-pega é o que elas mais gostam de fazer.  E na brincadeira ingênua e divertida, transformam-se em carneirinhos, bolotas de algodão e florezinhas mal-acabadas.

Distraídas não percebem que o inimigo terrível as espreita. Percebendo-as indefesas e presas fáceis,  o tufão sai do esconderijo e tem pressa pra atacá-las.  Chega com toda força que tem.

Num vai e vem atrapalhado e angustiante,  elas que sempre ouviram que a união faz a força,  juntam-se num bloco único. 

O medo, o pavor,  transformam-nas em pesadas e negras nuvens.   E choram... Choram muito...E o choro molha o asfalto que, aquecido pelo sol intenso, queimava os pés das crianças que brincavam descalças.

***

A chuva
Hirtis Lazarin

Depois de um dia de sol escaldante, a chuva, lá veio ela, rápida e sem dó.

Chegou poderosa, acompanhada de seus asseclas preferidos:  relâmpagos intermitentes e raios assustadores em quantidade jamais vista.

Silenciou a cidade,  derrubou árvores que destruiu carros, avariou fios elétricos que provocaram curtos-circuitos, inundou vilas e vielas aprisionando pedestres, encheu ribeirões que invadiram casas.

Deu seu recado e fugiu sorrateira antes que fosse tarde demais.

UM DIA DE GLORIA - Henrique Schnaider



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UM DIA DE GLORIA
Henrique Schnaider


João gostava de participar de corridas de bicicletas, mas nunca teve o prazer de ganhar uma sequer.

Sempre acontecia alguma coisa que o impedia de realizar seu sonho, com ele sempre dando de cara no chão. Ou a bicicleta sempre quebrava alguma peça.

João até levou a danada para benzer, mas foi inútil, ela sempre dava para trás.

Finalmente, seu dia chegou! Quando João menos esperava, sem susto, sem chuva, com muito sol, ganhou sua primeira medalha, cruzando a fita, em primeiro com folga.

Para ele foi um dia dos deuses, lembraria para sempre do orgulho de ter aquela medalha no peito.

***



UM HOMEM PREVIDENTE VALE POR DOIS
Henrique Schnaider

Rui adorava sorvete, ficava na janela de sua casa saboreando aquela delicia gelada, lendo um livro.

Até que um dia de muito sol, resolveu mudar de lugar, para ficar apreciando a natureza, fazendo que mais gostava, debaixo de uma árvore, no jardim de sua casa.

Tudo ia às mil maravilhas, lambendo e lendo seu livro preferido, “O nome da rosa”, não poderia haver cenário melhor, para encantar sua vida.

De repente, uma cobra passou ao seu lado, lhe pregando uma enorme peça.

Daquele dia em diante, achou melhor, ficar sempre nas suas horas de lazer, na querida janela, onde poderia olhar a natureza e seu lindo jardim, sem tomar nenhum susto.


***


UMA NOITE INESQUECÍVEL
Henrique Schnaider

Rinaldo adorava pegar uma estrada com seu carro, indo pelo interior afora.

Sábado cheio de sol convidativo, para uma viajem sem destino, simplesmente sair, sem pressa de chegar a lugar algum.

Exatamente, foi o que fez o nosso personagem, saindo, na Rodovia, viajou livre, leve, solto, quando já estava a uns trezentos quilômetros de distância, não havia uma nuvem no céu, o tempo fechou, resolveu engrossar, preparando uma tempestade.

A chuva já estava tão intensa que Rinaldo não titubeou, viu uma casa aparentemente abandonada, resolveu se refugiar.

O interior do imóvel era tenebroso, causava um frio na espinha, mas Rinaldo pensou em apenas, passar o tempo necessário, depois ir embora.

A tormenta não aliviava, nosso herói, temia que houvesse de passar a noite na casa, tratou de arrumar um canto confortável, esperando o dia amanhecer.

De repente, um barulho estranho, Rinaldo visualiza a imagem de uma mulher, arrepiou-se todo, pois viu que ela não era deste mundo, se encolheu, fechou os olhos e rezou pela alma dela, acalmando o seu coração.

Manhã chegando, sol brilhando, pé na estrada.


Rinaldo nunca esquecerá daquela noite.

Grupo família - Hirtis Lazarin




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Grupo família
Hirtis Lazarin

Tia Lucrécia teve a brilhante ideia de criar o grupo da família no "WhatsApp".  Não sei  o porquê, mas algo não me cheirava bem.

1 - tia Lucrécia:  Olá, família!  Como ninguém teve a iniciativa, acabei de criar nosso grupo virtual.

2 - tio Artur:  Leram o recado?  Vocês já conhecem a Lucrécia.  Ela é bem linguaruda.  Quer mesmo é "bisbilotar"...

3 - Vitor (filho de Lucrécia):  tio Artur, não é "bisbilotar" que se fala.  É bisbilhotar.
4 - tio Artur:  Lá vem a criança querendo ensinar um velho de 75 anos.  Essa juventude não respeita mais ninguém.  "Bisbilotar", é assim mesmo que vou continuar falando.  Vá se danar.  Vá ver se a chuva já passou.

5 - tia Lucrécia: Eta homem birrento, esse meu irmão.  Não é à toa que tem o apelido de  "zangão".

Tio Artur saiu do grupo.  Tia Lucrécia saiu do grupo.  Vitor saiu do grupo.

O grupo durou seis minutos.  O tempo suficiente pra  cinco mensagens.

O verão de Helena - Christianne Vieira



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O verão de Helena
Christianne Vieira

1.   O verão chegara com toda a alegria. Helena contava as horas para as férias na praia. Adorava  o som do mar,  a brisa quente,  andar descalça na areia.

Estava feliz, levara seu namorado, com ela. Sentia que ele era o grande amor de sua vida. O homem que sempre sonhara ao seu lado.


Viagem perigosa
Christianne Vieira

1.   À luz da lua o carro antigo deslizava pela estrada sinuosa. Na curva fechada as placas luminosas refletiam as estrelas. Tinha os pneus gastos que mais pareciam sorvetes derretendo no asfalto.  Em seu íntimo o medo da derrapagem, do perigo iminente, tilintava como moedas despencando da estante.


Na mansão vitoriana
Christianne Vieira

2.   Virando a esquina havia uma linda mansão vitoriana. Ao longe podíamos avistar a árvore frondosa cujos galhos longos tomavam o jardim. Ao abrir os portões de ferro desenhados em estilo rococó, um moleque na tenra idade corre alegre. Os gritos de felicidade em brincar naquele tapete verde, assustavam os passarinhos que saltitavam em um balé, fazendo ruídos brindando a primavera.


O homem da bicicleta azul
Christiane Vieira

3.   Um homem barbudo vinha na bicicleta azul, em velocidade pelo caminho junto ao rio. Ao longe, na cabeceira, uma lavadeira arrastava roupas pelas pedras que alvejavam ao Sol. Ao vê-lo, correu assustada de volta ao casebre de paredes descoradas , cuja porta estava entreaberta.


O verdadeiro acidente
Christianne Vieira

4.   Douglas tomou um susto ao ver um chinelo cair do carro da frente que viajava em alta velocidade. O objeto voou desgovernado dando ligeiras cambalhotas no ar até ser desviado pelo vento provocado pelo carro de Douglas. O jovem ficou com as pernas bambas, as mãos trêmulas não davam conta de manter firme o volante. Caso me acertasse provocaria um acidente, na certa, repetia. O rapaz, logo à frente procurou uma sombra para se recompor.   Tinha o coração em descompassados batimentos e precisava se refazer. Embaixo da mangueira já se sentia mais tranquilo, quando uma bola o atingiu com velocidade.


Inesperado
Christianne Vieira

5.   Olivia se preparava para a viagem ao Atacama. Era a viagem de seus sonhos. Sabia das dificuldades que enfrentaria, o tempo no deserto podia variar em algumas horas, com sol escaldante de dia e  frio ao cair da noite. A mala bem preparada a prevenia das intempéries.

Logo no primeiro dia um passeio ao deserto como ela planejara. Enquanto o ônibus atravessava a estrada viam-se nuvens ao longe que pareciam uma fina chuva, confundindo-se com a poeira marrom que levantava provocada pelo movimento do veículo. Ao passar pela primeira cidadezinha, o motorista estacionou em uma viela, e lá permaneceu, até que todos terminassem o lanche, e a tempestade acabasse.


A mulher do outdoor
Christianne Vieira

6.   Alice era uma mulher linda, arrancava suspiros por onde passava. Quando criança, foi chamada para posar para propagandas. Olhar sua imagem delicada no outdoor, enchia os olhos de sua mãe de nuvens que  caiam como lágrimas de alegria.


O gatinho ciumento
Christianne Vieira

7.   Félix era um gatinho dengoso, passava o dia todo encima  do velho  chapéu, no meio fio da janela, observando a rua abaixo. A boca rosada e seu olhar doce deixava sua dona encantada.

Enquanto ela devorava o livro, ele ia e vinha para seu colo, disputando atenção.

O raio
Christianne Vieira

8.   Mariana acordou assustada, naquela manhã chuvosa. Um relâmpago cruzou o céu rápido, clareando o amanhecer. No sonho, caía do alto de um prédio, e o medo de atingir o solo deixava sua respiração lenta. Quando parecia que iria sufocar, aquele estrondo alto a despertou.

O destino do chinelinho - Hirtis Lazarin



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O destino do chinelinho
Hirtis Lazarin

O chinelinho, coitado, tão velho e desgastado, vivia escondido na sombra de um canto qualquer da casa grande.  Desanimado e deprimido, recordava seus dias de glória.  Todo faceiro coloria os pés miúdos da sinhá moça que desfilava orgulhosa com o presente único que viera lá da Europa.

Hoje esquecido entre as tralhas da casa e sem serventia, só espera o momento do abandono numa lata de lixo.


O TRAQUINAS - Henrique Schnaider



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O TRAQUINAS
Henrique Schnaider


Naquela mansão morava um moleque terrivelmente sapeca, um verdadeiro bicho carpinteiro, todos os dias aprontava alguma.

Seus pais já não sabiam o que fazer, precisavam achar uma forma de sossegar o menino.

A vítima principal, era o carro do pai, riscava a lataria, furava o pneu. O moleque, um verdadeiro traquinas, sempre estava procurando alguma coisa que irritasse a família.  ameaçavam, sempre com a famosa frase que assustou gerações de meninos: “o homem do saco vai te pegar”.

Um dia resolveram por em pratica a ideia. O pai pediu ajuda a um amigo e o vestiram como o homem do saco. Não é que ele ficou deveras muito feio, assustador?

O homem do saco entrou no quintal, com um saco nas costas, falando palavras ininteligíveis, quando o sapeca deu de cara com aquela figura assustadora, tomou tamanho susto, ficou tão apavorado, gritando por seu pai, que naquele momento entrou e expulsou a criatura. O menino ficou muito admirado com a coragem dele, que virou seu herói.

Daquele dia em diante o diabinho se transformou num perfeito anjinho.







PROVEITOSA TARDE DE VERÃO - Do Carmo



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PROVEITOSA TARDE DE VERÃO
Do Carmo

Rodrigo, garoto inteligente e traquina, está em tórrida alegria por ter chegado à praia, para desfrutar  as tão planejadas  férias de inicio de ano.

Seu sonho seria plenamente realizado, uma vez que os dias seriam repletos de azul, com uma luz efervescente de brilhante sol, que com delicadeza aquecia a suave areia.

Manhã de fresca doçura, mesmo com o sol escaldante banhando sobre toda praia, Rodrigo extasiado com tudo que seus olhos de jade viam, deitou-se na esteira e com displicência natural de um garoto feliz, saboreia um sorvete, seu predileto, de limão.

Com olhos fechados e o semblante sorridente, calado diz:

- Com certeza, as minhas férias serão de muitas  aventuras, todas tão sonhadas.  Os dias preguiçosos caminharão ao compasso de uma rodopiante dança bem lenta.

O cãozinho aventureiro - Alberto Landi

    O cãozinho aventureiro Alberto Landi                                       Era uma vez um cãozinho da raça Shih Tzu, quando ele chegou p...