A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

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A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023 EM EXECUÇÃO

 

A GRANDE JORNADA.

Autores: ical




origem: Minuto Náutico





Capítulo I

AO ENCONTRO DO DESCONHECIDO

 

 


O céu tingia-se de diversas cores, que se refletiam nas águas azuis e serenas de Paraty. O astro-rei surgia com toda a sua majestade no horizonte, iluminando o belo e recortado litoral, onde pequenas ilhas salpicavam de verde o mar límpido, que levantava brancas espumas, quando batia nas pedras ou beijava languidamente as areias brancas das praias.

Três homens conversavam animados em uma marina, onde estava ancorado um veleiro de uns 35pés (aprox. 11 metros) (aprox. 11 m) (aprox. 11 m) (aprox. 11 m) (aprox. 11 m), imponente, com as velas brancas balançando ao sabor do vento, parecendo impaciente de singrar as águas profundas e inquietas do oceano.

Os homens saltaram para o barco. Havia expectativa e êxtase na expressão de cada um deles, a tensão e o entusiasmo misturavam- se no íntimo deles, pois iam realizar o grande sonho de suas vidas: contornar o mundo pelos mares infindos e muitas vezes perigosos do planeta.

O planejamento da viagem durou quase dois anos, em que estudaram os ventos, as correntes marítimas e todos os revezes, que poderiam acontecer durante essa grande aventura.

Determinaram que iriam até o sul da África para passar pelo Cabo da Boa Esperança e alcançar o Oceano Índico.

Pedro tinha o título de Capitão-Amador, um mestre velejador tarimbado, que navegara pelo litoral brasileiro e em outros mares com um grupo até os Estados Unidos. Júlio, oceanógrafo, que há muito tempo queria enfrentar de perto os humores do mar, e Geraldo, um executivo bem-sucedido, cansado da exigência de suas funções, que sempre almejara a liberdade e os perigos de uma grande aventura.

Sábado foi o dia escolhido para a partida, apesar de que na quinta-feira à noite tudo já estivesse pronto e conferido para longa viagem. O barco totalmente revisado e com a documentação em ordem, os mantimentos, o suprimento de água potável, o combustível para o motor a ser usado nas calmarias, o rádio, enfim tudo adequadamente providenciado. Ansiosos, Júlio e Geraldo queriam zarpar na sexta-feira, mas Pedro não concordou: “sexta-feira, não.  Todo marujo sabe que sair do porto numa sexta-feira dá azar”.

Ao embarcarem, Geraldo e Júlio estranharam aquela ferradura enferrujada pendurada no convés, que contrastava com a modernidade do veleiro. Ao lado dela, uma cachorrinha vira-lata os recebeu, abanando o rabo com alegria.

 — Essa é a Tica, disse Pedro. Vai com a gente para dar sorte; a viagem é longa, vamos precisar. E passem a mão na ferradura sempre que entrarem na embarcação para espantar o azar.

Geraldo e Júlio não eram supersticiosos, mas obedeceram ao Mestre, divertidos com as inesperadas novidades. A cachorrinha seria, sem dúvida, uma alegre companhia, independentemente de trazer a sorte esperada.  Afinal, essas crendices de Pedro não atrapalhariam em nada.  Quem sabe, não teriam algum fundamento? Quem sabe?

O vistoso e imponente barco começou a navegar mansamente, comandado pelas mãos hábeis do capitão, auxiliado pelos dois amigos. Na marina, um grupo de pessoas formado por curiosos e familiares dos intrépidos navegantes acenavam emocionados, alguns com lágrimas nos olhos, ao acompanhar o suave balanço do barco rumo às surpresas inimagináveis do mundo marítimo. O coração descompassado pelo temor do que lhes podia acontecer.

A família de Geraldo era a mais preocupada, pois ele nunca se aventurou numa embarcação e, pela pressão, que sofrera nos últimos tempos, sua saúde ficara abalada.

No píer, os sussurros das orações simples, Pai-Nosso e Ave-Maria, até súplicas e promessas a serem cumpridas quando da volta dos novos marujos.  Esses atos de fé e esperança dominavam a mente e o coração daqueles que vislumbravam o afastamento do magnífico barco.

Pedro ao timão, vento a favor, sol ameno, o veleiro avançava com suave balanço no mar sereno, para o langor de seus ocupantes, distanciando-se da costa. A pequena igreja da borda de Paraty foi ficando menor, até que já não podiam vê-la.

E assim foram eles à procura de grandes emoções e em busca do desconhecido.

Tica explorava os cantos do barco, cheirando aqui e ali. Às vezes apoiava-se na amurada e olhava para longe, como a admirar a paisagem. Também se mostrava excitada com a nova situação.

Devidamente protegidos pelos cuidados reais e esotéricos do Mestre Pedro, os três amigos apreciavam aquele momento, sentindo-se confiantes para a grande aventura que se iniciava.

— Que vida boa! — Disse Geraldo, entusiasmado. — Não vou enjoar nunca.

Pedro sorriu com uma expressão zombeteira.  Mal sabia Geraldo, que muitas vezes os mais experientes marinheiros punham para fora o que já não tinham mais no estômago, quando uma tempestade atingia a embarcação.

Navegando pelo cenário cinematográfico do litoral, recortado por pequenas enseadas de águas preguiçosas, que disfarçavam o mar revolto de águas mais profundas, os três aventureiros inspiravam com prazer o ar salgado e morno do mar.

Gaivotas voavam em bando, mergulhando para pegar peixes.  Golfinhos passaram por eles, conversando alegremente entre si. 

— A natureza é soberba!  Sempre adorei o mar! Exclamou Júlio.

— Mas estejam preparados porque muitas vezes ele nos desafia. E é para isso que estamos fazendo essa viagem, para testarmos nossa coragem, inteligência e persistência, não é mesmo, companheiros?

— E descobrir novas experiências, conhecer lugares distantes e outros povos.  Sobretudo, aprender a lidar com o desconhecido e o inesperado. Se formos bem-sucedidos, voltaremos outros homens.  Disse Geraldo, emocionado.

 

 

Capítulo II

QUEM SÃO ELES

 

 

Geraldo era empresário, dono de importantes empresas de variados ramos no Brasil e fora do país. Seus negócios oscilam nas bolsas de valores do mundo, variam conforme a maré. Desde os quinze anos habitou escritórios e indústrias. Antes, acompanhava o velho pai e avô, mas agora, já não os tem e a administração de todo negócio está em suas mãos. Não teve filhos e, portanto, não tem um substituto para arrebanhar a labuta. 

O estresse começou a provocar-lhe sintomas de desgaste emocional, o que preocupava a esposa. Precavido, sempre fez astronômicos seguros de vida, pensando no futuro da mulher. 

Uma viagem de aventura o ajudaria a liberar a energia boa, e por essa razão estava na embarcação. Mas, desta vez, com a viagem de meses que faria com os amigos, Geraldo fez mais do que “seguro de vida”, montou um canal de patrocínio entre grandes empresários, a cada etapa da viagem, um valor significativo entraria na conta dos três companheiros. Os vídeos da viagem seriam postados no canal “A GRANDE JORNADA”, e os valores em Pix abasteceriam a conta bancária. Os investidores de cada etapa, estampariam uma lista valiosa de empresas e pessoas que acreditavam no sucesso daquela aventura, ou que acompanhavam a adrenalina da tripulação. Isso era mais um estímulo para a viagem, uma válvula de ânimo que os impulsionaria mais confiantes. O vídeo do veleiro zarpando teve um alcance estupendo, tendo sido compartilhado milhares de vezes, o que provocou novos investidores a entrarem no rol.

 

Júlio sempre trabalhou com pesquisa marítima, já participou de mergulhos profundos em mares diversos, é um professor renomado com inúmeras literaturas publicadas. É convidado para programas de entrevistas, projetos e pesquisas, seu nome é sempre lembrado quando o assunto é oceanografia. Mas, ele jamais realizou uma viagem desse tipo, onde experimentaria o oceano e suas adversidades em um veleiro. Por ser ele um profissional tão conhecido e referenciado, os vídeos postados no canal “A grande jornada”, ganharam o mundo da ciência e curiosidade.

 

Pedro é um experiente navegador, um Capitão-Amador que singrou diversos mares, mais do que um aventureiro, é um arrojado desbravador, um homem audacioso, corajoso, muito cauteloso, apesar de tudo. Sempre teve veleiro, este levava a estampa de uma “FERRADURA” no casco, um veleiro que já enfrentou tempestades e se saiu muito bem dos ambientes hostis. Um navegador que sempre inspirou outros colegas que ouviam suas histórias de sobrevivência de viagens como essa. Religioso, místico, crente de simpatias e rezas, observador dos mares e dos homens.

 

 

  

Capítulo III

O COMEÇO DE TUDO

 

 


A manhã deslizou como o movimento suave das águas daquele litoral recortado, onde a muralha verde e magnífica da Mata

Atlântica erguia-se soberba e desafiadora a quem queria subjugá-la.

A beleza da paisagem foi inalada por todos os sentidos dos três aventureiros.

Em uma praia paradisíaca aportaram para almoçar.  Tica saltou do barco, pulando alegremente e correu pela areia, feliz por estar em terra firme. Um rústico restaurante de pescados e frutos-do-mar esperava por eles. Após a deliciosa refeição, abriram um grande mapa para confirmar o tempo, que levariam para chegar a Florianópolis, local escolhido para deixarem o continente rumo à África.

Dias após percorrerem a costa brasileira, rica em belas e diferentes paisagens, chegaram à bela capital catarinense.

Lá permaneceram por um dia, planejando a grande travessia, estudando o clima e os ventos do momento.  Caminharam pela praia. A boa comida do Sul foi um presente para eles antes dos desafios que os esperavam daquele dia em diante.  Resolveram se abastecer de peixe e camarões para os primeiros dias em alto mar e mais garrafões de água potável foram levados para o barco.

A ansiedade e excitação marcavam os rostos e até mesmo os movimentos dos três marinheiros.

Dormiram no veleiro ancorado e, com o raiar do dia, partiram rumo ao desconhecido.

Na proa, com as velas içadas, os três levantaram os braços com as mãos unidas e gritaram:

— Lá vamos nós!

Aos poucos, as gaivotas companheiras da navegação costeira foram desaparecendo e apenas a imensidão do mar os cercava por todos os lados.

— Como somos pequenos! Refletiu Geraldo.  Tanta vaidade! Tanto orgulho! E diante da natureza, somos menos que um grão de areia.

Após uma noite com poucas horas de sono, Geraldo percebeu os primeiros raios do dia, convidando-o a contemplar o amanhecer no mar. Ele se acomodou virando para o sol que delicadamente emergia no horizonte, com o olhar mergulhado nas águas e o pensamento em reflexões.

Pedro notou a quietude do companheiro e sentiu um lampejo de preocupação. Silenciosamente, ele se aproximou e permaneceu ao seu lado, respeitando o silêncio do amigo. Vendo que Geraldo não o percebera, Pedro se inquietou ainda mais e decidiu quebrar o silêncio que tanto o incomodava:

— Bom dia, tudo bem?

Geraldo voltou o olhar para o amigo, um tanto surpreso:

— Bom dia.

— Você está bem? Parece preocupado.

— Não exatamente preocupado, mas reflexivo.

Após alguns segundos de silêncio, enquanto Pedro observava o amigo com crescente apreensão:

— Eu sabia que esta viagem mexeria comigo.

Após um breve silêncio, Geraldo prosseguiu:

— Não consigo entender por que o ser humano está neste planeta. Nada na natureza depende dos humanos para sua sobrevivência ou progresso. Sinto que há um equilíbrio imenso e perfeito entre todas as espécies de plantas e animais.

Apontando na direção do oceano:

— Olha este mar, os peixes não precisam de ninguém para alimentá-los, nem de leis para regulamentar seus comportamentos. Os seres humanos não contribuem de forma positiva, pelo contrário, poluem as águas e destroem florestas. Às vezes, parece que Deus errou ao colocar o homem neste paraíso perfeito.

— Ou será que nos colocou aqui para aprendermos com a natureza e evoluirmos?

Acrescentou Pedro.

O silêncio se entrelaçou aos pensamentos compartilhados pelos dois.

Julio soltou uma das mãos do leme e gritou:

— Oi, seus folgados! Quem vai fazer o café da manhã?  Estou morrendo de fome!

Os dois se entreolharam rindo. O apetite de Julio era igual às suas superstições. Tica chegou até eles abanando o rabo, como quem dissesse, não se esqueçam de mim.

Após o desjejum, Pedro assumiu a direção do barco, que subia e descia ao sabor das ondas.  Aspirava com prazer o ar marítimo, sentindo-se parte daquelas águas, daquele céu.

No fim da manhã, um vento mais forte começou a soprar.  Ao longe, nuvens escuras se formaram no céu, apagando a luz do sol. Ondas altas começaram a sacudir o veleiro.  Julio disse preocupado:

— Está se formando uma tempestade! Temos que nos preparar! Eu pego o leme, Pedro.

— Pode deixar! Sei manejar um veleiro.

— Você só navegou perto da costa. No alto mar, as coisas são diferentes.

Pedro concordou e entregou o leme para Julio.

Geraldo, que estava na cabine, saiu cambaleando pelo balanço do barco.  Estava pálido.  Com dificuldade, chegou até a balaustrada e inclinando a cabeça vomitou o que tinha e o que não tinha no estômago.

Os amigos olharam para ele e Júlio disse:

— É seu batismo, amigão.

 ...


CAPÍTULO IV

CONFLITOS INTERNOS

 

O mar agitado jogava a embarcação descoordenadamente, sorte deles ter a experiência de Pedro naquele momento.

— Geraldo, fique sentado. Não queremos um acidente nesta viagem! – Gritou Pedro ao ver o estado cambaleante do amigo.

Geraldo deixou-se cair próximo do cunho da amarra, e por ali ficou experimentando as vertigens que imaginou que teria. Olhou para Pedro, um homem forte e destemido, que manobrava com determinação o timão. Veio-lhe à mente sua própria vida, sua fraqueza, a fragilidade do dinheiro que guardara há três gerações. A esposa infiel, que ele fingia não saber. “Vadia, vagabunda! ” – Pensou gemendo. E o Laércio, aquele corrupto, desgraçado, aquele ladrão que arrumei para sócio! Ele me enganou direitinho, como fui tão ingênuo! Pensou, se contorcendo enquanto comprimia o estômago com as mãos. “Tenho que dar um jeito nisso quanto antes”. E lembrou de novo da esposa. Tudo com a ajuda da vadia! – Murmurou.

Julio olhou de soslaio para Geraldo e percebeu que se contorcia:

— Como está, Geraldo? Não vai desmaiar, não, né? – Perguntou sem tirar os olhos das perturbadas ondas que se moviam com o vento que soprava, agora, com menos intensidade.

— Tudo bem. Estou melhorando.

— Fica aí quietinho, esse turbilhão logo passa. – Disse Julio, referindo-se à tempestade, mas Geraldo atribuiu à sua própria vida.

— Izar velas! Izar as velas – gritou Pedro.

Julio se adiantou para cumprir a tarefa de reduzir as velas, Geraldo se esgueirou até lá para ajudá-lo.

— Precisamos navegar contra o vento, o Pedro vai capear o barco – explicou Julio.

Não, Geraldo não sabia o que isso queria dizer, mas no momento certo, perguntaria.

 

...

Aos poucos, o vento perdeu força e as ondas se aquietaram no seio da mãe líquida. Os olhares dos três homens se perderam no horizonte infinito, onde o céu abraçava as águas verdes do mar.

Júlio matutava sobre o que estava acontecendo com Geraldo.  Antes de embarcar, ele estava muito estranho e introspectivo.  Nunca fora assim.  Em uma conversa, que tiveram, quisera lhe contar os apuros, que estava passando com um colega, que lhe roubara um importante estudo sobre as tartarugas marinhas, mas notou que ele estava aéreo, completamente alheio ao que ele falava, ao contrário do que sempre fora, um amigo presente e interessado em ajudar e aconselhar os amigos.

Pedro, de repente, voltou a si e perguntou:

— Onde vocês estão? Voltem para a terra, ou melhor, para o mar!

Os dois sorriram.  Pedro sempre foi assim, bem-humorado e otimista.  Um amante da vida e de tudo que dela pudesse desfrutar.

O sorriso de Geraldo se apagou e pelos seus olhos passou uma nuvem mais densa do que as do céu cinzento.  Com voz pausada disse:

— Preciso contar a vocês por que deixei tudo para trás para viver esta sonhada aventura.

Os dois amigos o fitaram em silêncio. 

Ele, então, começou a despejar o que o estava atormentando: a traição da mulher com o sócio, em que depositara tanta confiança, a descoberta do desfalque que o canalha fez na empresa, que o estava levando a ruína e o desespero e o ódio, em que mergulhou ao descobrir tudo isso.

Pedro e Júlio escutaram aquele desabafo, surpresos, tensos e condoídos. Estavam tão quietos, que pareciam nem respirar.

— Mas o pior de tudo foi o que eu quis fazer para me vingar.

Os dois amigos o olharam assustados.

Cerrando os dentes, continuou:

— Descobri o hotel, em que a prostituta e o cafajeste se encontravam.  Peguei meu revólver e fui até lá para acabar com a vida deles.  Quando passei pela recepção e percorria o corredor, que me levaria ao quarto em que estavam, meu celular tocou.  Não ia atender. Quase apertei o botão para desligar a chamada.  Era você, Pedro.  Porém algo mais forte me fez atender.  Do outro lado, com seu costumeiro entusiasmo, me convidava para esta aventura.  Coloquei a mão no bolso, onde escondera a arma.  Apertei-a com raiva, tinha que consumar o que viera fazer. Você continuava falando comigo, mas eu não o ouvia.  A sua voz, no entanto, me levou ao passado e aos bons tempos de nossa juventude, às paqueras, às madrugadas, que dividimos em bares e baladas e aos sonhos que tínhamos.  Naquele momento, caí em mim.  O que ia fazer?  Acabar com a minha vida.  Foi quando você gritou do outro lado: “ Ei, você ainda está aí?

Como estivesse acordando de um terrível pesadelo, meu corpo se retesou e sacudi a cabeça, aturdido, e tentando disfarçar o tremor de minha voz, conversei com você, enquanto saia do hotel com passos trôpegos.

Um profundo suspiro irrompeu de dentro dele e ele finalizou:

— Você salvou minha vida, amigo!

Pedro e Júlio se entreolharam e os olhares intensos falaram mais do que mil palavras. Calados abraçaram o amigo.  Os olhos dos três estavam marejados.  Recobrando-se, Pedro disse com a voz embargada:

— Somos os três mosqueteiros.  Vamos vencer este mar e as vicissitudes da vida.

Tica, abanando o rabo, latiu, como estivesse concordando com o dono.

Para amenizar o momento tenso, atrás de uma nuvem, surgiu uma nesga de um sol alaranjado, que se preparava para dormir e acordar do outro lado do mundo.


Um comentário:

  1. Li o texto várias vezes. A história é muito boa e abre a possibilidade da criação de várias aventuras que possam ocorrer durante essa viagem aventureira. Apesar de conhecer pouco as dificuldades que o mar oferece, tentarei colaborar com a continuidade do texto.

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