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quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Teus lindos olhos - Alberto Landi

 






Teus lindos olhos

Alberto Landi

 

Como são lindos os olhos teus

São castanhos como os meus

Falam somente de amor

Os teus são de encantar

De uma beleza invulgar

Ao amar, mudam de cor

Quando trocamos olhares

E falamos de amor

Ficam mais brilhantes

São como da cor daquelas conchinhas do mar

Mais parecem lapidados diamantes

Esses teus olhos castanhos, meu Deus

São de um verdadeiro encanto para mim

Um encanto sem fim

Eles querem se juntar com os meus

E sempre falar de amor!

METSOVO, UM ENCANTO DE LUGAR - Alberto Landi

 




METSOVO, UM ENCANTO DE LUGAR

Alberto Landi

 

Metsovo, é uma pequena cidade turística, situada nas montanhas, ao norte da Grécia.

Era um dia ensolarado e outonal. O frio aumentava perceptivelmente. A neve amarelava sob os raios do meio dia, e no amarelidão, com uma precipitação suave e doce, a densidade alaranjada da noite, chegava mais cedo, nesse belo e romântico lugar.

O vento farfalhava a folhagem sedosa e úmida misturada à chuva morna que caía, no fim de tarde.

As casinhas de madeira com telhados bruscamente quebrados, hortas gradeadas, portões com desenhos e alizares entalhados nas janelas.

Uma casa curiosa e baixa, em antigo estilo russo. Era revestida com azulejos esmaltados, pirâmides com facetas para fora, parecido com os antigos palácios moscovitas.

Ela com aparência sempre linda, o vento esvoaçando seus lindos cabelos, com as mangas arregaçadas e a barra suspensa e presa na cintura, ela sempre me surpreendia com seu semblante majestoso e cativante, mais ainda, em cima dos sapatos altos, num vestido branco aberto com um corte, bem amplo. Ali seu encanto era maior e mais nobre ainda.

À noite, no quarto a lenha ardia dentro da imensa lareira. Havia um tapete estampado, pesadas cortinas de brocado e cores reluzentes e acima da lareira um quadro grande retratando uma voluptuosa deusa.

O fogaréu ardia na lareira, ela vestida e envolta em um vistoso casaco de lã escarlate, todinha forrada com pele, era de tirar o fôlego.

Dizia à ela:  O amor é lindo, e bela são as pessoas que o tem em mãos e sabem cultivá-lo.

A luminosidade da lua, entrava pela janela do quarto, fazendo um ambiente confortável e mais   romântico ainda.

O bem vem com o tempo, o melhor com a alma, disse.

Pela Tv assistíamos canções, era como a água de uma represa. Parece que parou, que não se move, mas, lá no fundo, ela flui continuamente e a calmaria de sua superfície é aparente.

Nas montanhas navegavam nuvens baixas de algodão com pontas dependuradas, através das quais em saltos, precipitavam-se as chuvas cálidas com cheiro de terra e suor que lavavam da terra os últimos pedaços da blindagem do gelo quebrado.

Foram essas algumas observações que fiz desse encanto de lugar!

Antonio Moura - Adelaide Dittmers

 

 


Antonio Moura

Adelaide Dittmers

 

Antonio Moura desde jovem mostrava habilidade em negociar e vender.  Na faculdade, revendia artigos esportivos para os colegas, amealhando consideráveis quantias de dinheiro, parte das quais entregava aos pais, que tinham parcos rendimentos e parte usava, frequentando bons restaurantes, em encontros com belas mulheres, roupas caras: conseguiu até comprar um carro usado.  Muito ambicioso, seu grande objetivo era vencer na vida e deixar para trás tudo aquilo que lhe faltara na infância e adolescência.

Após se formar em administração de empresas, empregou-se em uma grande empresa varejista, com lojas espalhadas por todo o país. Esperto, eficiente e trabalhador, foi galgando vários degraus na carreira e depois de alguns anos chegou à posição de diretor comercial.

Uma verdadeira raposa nos negócios, conseguia fechar vendas e compras, que deixavam os que o rodeavam boquiabertos.  Muito respeitado pelos donos da empresa, gozava de livre acesso a todos os departamentos.

A alta remuneração que recebia proporcionava-lhe um alto padrão de vida.  Usufruía com sofreguidão o sucesso, que conquistara.  Casara-se cinco anos depois de formado e tinha dois filhos. Dizia a todos que fora amor à primeira vista, mas os amigos mais próximos, que o conheciam bem, duvidavam dessa afirmação, porque a esposa era de família muito rica e de projeção na sociedade. Vaidoso, exibia sua linda mulher, como um troféu nos inúmeros eventos e festas, que frequentavam.

Na vida profissional, era muito exigente com os subordinados, que precisavam cumprir suas metas e até superá-las.  Não tolerava erros ou displicência no trabalho.  Entretanto, quando percebia que algo não estava correndo bem com algum deles, mostrava-se compassivo e interessado em ajudar com palavras de incentivo e de estímulo.  Por isso, era muito admirado e mesmo querido por eles.

Amoroso com os pais, dava-lhes uma polpuda mesada para que tivessem uma vida farta e sem preocupações.  Nunca negava esmolas e se apiedava dos menos favorecidos.  Em casa, os empregados domésticos eram respeitados e alguns deles tinham a escola dos filhos paga por ele.  As pessoas à sua volta, consideravam-no um homem correto e generoso.

Numa manhã, Antonio estava em reunião com fornecedores. Lá fora, o vento e a chuva fustigavam as enormes janelas de vidro, abafando uma discussão acalorada, que exaltava os ânimos dos participantes. Com uma voz fria e olhos faiscantes e resolutos Antonio despejava argumentos firmes em cima dos homens, cujos rostos crispavam-se de irritação.

- Meus caros, não compro nenhuma peça de seus produtos, que estão acima dos preços de mercado, se não me entregarem dez por cento da compra.

— É muito dinheiro.  Vamos ter prejuízo.

— Volto a dizer, o preço que vocês estão cobrando é o mais alto e com certeza não conseguirão vender a mercadoria a ninguém.

— Você está exagerando, Antonio, está abocanhando nosso lucro.

— Não chore, Alberto, você sabe muito bem que sua margem de lucro é alta.

— Podemos dedurar você à diretoria.

— Sairiam perdendo, respondeu Antonio, com um sorriso irônico. Com os preços que vocês têm, nunca mais venderiam nada para esta empresa, o que seria um mau negócio.

O outro balançou a cabeça desanimado.  A raiva o consumia, mas manteve o controle.  Aquela venda era muito importante para eles. Engolindo com dificuldade o desfavorável desdobramento da negociação, exclamou contrariado:

— Fechado! Damos a você os dez por cento.  Ao dizer isso, desapertou a gravata, como se esta o estivesse sufocando.

Os outros dois homens, que acompanhavam Alberto, entreolharam-se aturdidos.

Antonio disfarçou um sorriso de vitória.  Mais uma vez conseguira.

Nesse momento, seu celular tocou.  A voz que atendeu era completamente diferente, doce e suave.

— Te ligo depois. Estou em reunião.

Após os acertos da transação, os fornecedores despediram-se.  A tensão ainda flutuava pela sala.  Antonio, com um sorriso simpático, despediu-se deles com um forte aperto de mãos e uma batidinha nas costas.

— Não se zanguem.  Estão fazendo um ótimo negócio e vocês sabem disso.

Quando ficou só, olhou para a chuva, que continuava a tamborilar na janela. Pegou o celular e ligou de volta para a pessoa que lhe chamara.

— Olá querida!  Tudo bem?  Sua voz era meiga e os olhos pareciam derramar mel por toda a sala.  Era outro homem.  Rendido e apaixonado.

— Vamos ter que cancelar nosso encontro hoje. Lúcia marcou um jantar e não posso desagradá-la.  Anda muito estranha.  Parece desconfiada.

A voz do outro lado alterou-se, ao que ele respondeu:

— Nunca te prometi que iria me separar de minha mulher.  Nunca te enganei, mas você é a mulher mais importante da minha vida.

Depois de um longo diálogo, em que procurou ser o mais amoroso possível, desligou o celular.  Sua expressão era séria. Como sempre tinha sido convincente, mas nunca poderia explicar à sua amante que o dinheiro e a posição social eram mais importantes que o amor.

Pegou o paletó e saiu para o almoço.  No caminho, enviou uma mensagem para a esposa:

— Oi amor! Pode confirmar o jantar hoje à noite.  Amo muito você.

Mais adiante, encontrou o presidente da empresa. Abraçados foram almoçar, conversando e rindo animadamente.

Ela chegou - Alberto Landi

 



Ela chegou

Alberto Landi

 

 

Ela mora no Olimpo

Lá no azul do céu limpo

Toda ela é só para mim

Uma deusa tão linda assim

Que ela seja sempre bem-vinda

Aqui em meu jardim

Será sempre bela assim

Ela me inspira

E do seu bojo retira

Lindos versos de amor

Em qual templo devo reverenciá-la

A deusa com que sempre sonhei

E acabei por descobrir

Que está bem ao meu lado

Num abraço bem apertado

Na manhã que está por vir

Antes do romper da aurora

A deusa chegou de onde mora

Toda de branca e grinalda

Bordada de Ouro e esmeralda

Para o seu amado que a adora!

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