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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

AULA DE 07/02/24 - AS EMOÇÕES HUMANAS TRANSFERIDAS PARA OS PERSONAGENS

 







As emoções humanas nos ajudam a lidar com a vida cotidiana, permitindo-nos comunicar ou demonstrar o que sentimos em relação a certas situações, pessoas, fatos, pensamentos, sentidos, sonhos e memórias.

Muitos psicólogos acreditam que existem seis tipos principais de emoções, também chamadas de emoções básicas. Eles são: felicidade, raiva, medo, tristeza, desgosto e surpresa. A felicidade é a nossa reação ao positivo, assim como o desgosto é o revoltante e a surpresa é o inesperado. Da mesma forma, reagimos à aversão por meio da raiva, ao perigo por meio do medo e à dificuldade ou perda por meio da tristeza.

Todas as outras emoções são variedades de emoções básicas. Depressão e luto, por exemplo, são variedades de tristeza. O prazer é uma variedade de felicidade, e o horror é uma variedade de medo. De acordo com psicólogos, as emoções secundárias se formam combinando graus variados de emoções básicas. Assim, surpresa e tristeza produzem decepção, enquanto nojo e raiva produzem desprezo. Múltiplas emoções também podem produzir uma única emoção. Por exemplo, raiva, amor e medo produzem ciúme.

Cada emoção é caracterizada por qualidades fisiológicas e comportamentais, incluindo as de movimento, postura, voz, expressão facial e flutuação da taxa de pulso. O medo é caracterizado por tremores e aperto dos músculos. A tristeza aperta a garganta e relaxa os membros. A surpresa é uma emoção particularmente interessante, caracterizada por olhos arregalados e queixo caído, que dura apenas um momento e é sempre seguido por outro tipo de emoção.

Com os personagens literários, não é diferente. Eles têm reações reais aos conflitos, e essas reações são gatilhos emocionais que promovem a sequência da história. 

Aqui apontamos algumas delas para ajudar o escritor no desenvolvimento emocional do personagem:

Apatia / Ansiedade / Tédio / Compaixão / Desprezo / Êxtase / Empatia / Inveja / Medo / Constrangimento / Euforia / Perdão / Frustração / Gratidão / Mágoa / Culpa / Ódio / Esperança / Horror / Saudades / Histeria / Amor / Paranoia / Piedade / Prazer / Orgulho / Raiva / Arrependimento / Remorso / Simpatia...

 



Hoje falaremos do MEDO, emoção que atribuiremos ao nosso protagonista na história que será criada em na aula on-line:

 

O medo é a reação emocional a uma fonte real e específica de perigo. Um mecanismo de sobrevivência, o medo está geralmente relacionado a uma apreensão em relação à dor. O medo severo é uma reação ao perigo terrível que se aproxima, e o medo trivial ocorre como resultado de um confronto que não representa uma ameaça significativa. Os graus de medo variam de uma leve cautela à paranoia. O medo pode afetar a mente inconsciente por meio de pesadelos.

O medo é muitas vezes confundido com a ansiedade, que é uma emoção muitas vezes exagerada e vivenciada mesmo quando a fonte do perigo não está presente ou tangível. Embora o medo esteja ligado à ansiedade e a outras condições emocionais, como paranoia e pânico, é uma emoção separada por si só.

Os psicólogos descobriram que o medo pode ser ensinado. Por exemplo, as crianças podem ser condicionadas a temer certas coisas. Além disso, acidentes acendem medos. Uma criança que cai em uma piscina e luta para nadar pode desenvolver um medo de piscinas, natação ou água.

 




SEGUNDO CONTO:  nova história será criada, e o protagonista reagirá com RAIVA: (pesquisar mais)

 

A raiva é a emoção que expressa aversão ou oposição a uma pessoa, ou coisa que é considerada a causa da aversão. Os psicólogos consideram a raiva uma emoção natural necessária para a sobrevivência. A raiva pode trazer melhorias comportamentais; no entanto, a raiva descontrolada pode causar problemas sociais e pessoais.

Os psicólogos dividem a raiva em três categorias. Um tipo de raiva é uma reação instintiva a ser preso ou ferido. Outro tipo é uma reação à percepção de ser intencionalmente prejudicado ou maltratado por outros. O terceiro tipo de raiva, que inclui a irritabilidade, reflete os traços de caráter pessoal de um indivíduo.

A raiva às vezes é exibida por meio de atos agressivos repentinos e evidentes. Um indivíduo incontrolavelmente zangado é suscetível a perder a capacidade de fazer julgamentos sensatos e agir com responsabilidade. A raiva extrema é obviamente autodestrutiva, assim como a raiva que não é expressa externamente e mantida internamente. A raiva é muitas vezes mal utilizada por indivíduos que agem com raiva como um meio de manipular os outros.


A PERSEGUIÇÃO - Adelaide Barrozo Dittmers




 


A PERSEGUIÇÃO

Adelaide Barrozo Dittmers

 

A rua estreita estava deserta no fim daquela tarde chuvosa. Nuvens escuras eram empurradas pelo vento.

Um cachorro latiu, talvez alertado pelo barulho de passos rápidos, que ecoavam pela rua.

Uma mulher jovem, quase correndo, seguia pelo meio da rua, sem se importar com as pedras irregulares e escorregadias, que a faziam tropeçar.  Constantemente olhava para trás.  Feições contraídas pelo medo.  No ombro, uma bolsa de alças, colada ao corpo.

Ao virar a cabeça novamente desequilibrou-se e caiu.  Levantou-se como um raio, não se importando com os joelhos, que sangravam.  E mancando continuou seu caminho.

Mais adiante, parou em frente de uma pequena casa, empurrou com força o portão.  Atravessou o pequeno jardim e enfiou a chave na fechadura com mãos trêmulas. Entrou, batendo a porta.

Logo depois, uma cortina se mexeu na janela e uma sombra espreitou atrás dela.

A chuva desabou mais forte.  Raios riscaram o céu, seguidos pelo estrondo de trovões.   As luzes das moradias foram sendo acesas.

O balançar da cortina denunciava a presença da moça. O barulho de um carro juntou-se ao da chuva.  O veículo parou em frente à casa. 

A cortina parou de se mexer.  Um homem forte, com chapéu e capa preta saltou e perscrutou a casa com um olhar feroz.  Abriu o portão com violência e bateu à porta várias vezes. E nada. Nenhum movimento se ouvia.  A casa permaneceu escura e quieta como se estivesse vazia.

Com um gesto de raiva e uma expressão carregada e irritada o desconhecido correu para o carro. Bateu com violência no volante do veículo e saiu com velocidade.

Meia hora depois, a porta foi aberta devagar.  A moça apareceu e, olhando para todos os lados, foi lentamente até o portão.  Em uma das mãos carregava uma mala, na outra um guarda-chuva, que encobria parte de seu rosto.

Com rapidez, percorreu as ruas da cidade.  Atenta, movimentava a cabeça de um lado para outro.  A tensão endurecia seus passos. 

A estação de trem apareceu no fim de uma rua e ela acelerou, quase correndo ao avistá-la.

Chegando lá, correu para a bilheteria.  Poucas pessoas estavam lá, mas ela parou na plataforma, bem distante delas.  A ansiedade e o nervosismo inundaram o rosto lívido.   Apertou a alça da mala, como se quisesse afastar o medo, que a possuía.

Um apito surgiu ao longe.  A moça estremeceu e retesou o corpo.  O trem surgiu bufando sua pressa.  Mal parou, ela subiu pelos degraus e entrou.  Sentou-se a uma janela, embaçada pela chuva, olhando com ansiedade a plataforma da estação.

Minutos depois, as rodas rangeram ao contato com os trilhos e o trem começou a resfolegar pelo esforço de seguir o caminho.

Um forte e profundo suspiro irrompeu do peito da mulher.   De repente, seu rosto se transformou em uma máscara de horror ao divisar o home de capa preta, que surgiu na estação e correu na direção do trem, que foi ganhando velocidade.  O homem estacou, jogando os braços para baixo, ao perceber que não conseguiria alcançá-lo.

A perseguida fechou os olhos, recostando-se na poltrona.  Estava exausta. Nem o alívio de estar partindo descontraiu suas feições.  

No dia seguinte a pacata cidade foi sacudida pela notícia do assassinato do prefeito pela sua jovem amante.  Um policial à paisana, que passava, ouviu os tiros.  Entrou no lugar e viu uma mulher sair em disparada pela porta dos fundos.  Reconheceu-a.  O caso era um escândalo na pequena cidade.  No entanto, antes de persegui-la, tentou socorrer a vítima, que ainda estava com vida, mas não conseguiu.  O homem morreu em seus braços.


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