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quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Tornei-me um rio - Adelaide Dittmers

 


Tornei-me um rio

Adelaide Dittmers

 

Em um momento inesperado, minha vida se transformou em um rio caudaloso, onde pedras pontiagudas feriam meus pés. Lutava eu contra os obstáculos e o medo diante do desconhecido, mas a corrente me empurrava.  Não conseguia detê-la.  Assustada, percebi que me tornara parte da água turbulenta.  Desmanchei-me em brancas espumas.  Esbarrei em um barranco, onde havia um tronco perdido.  Era um redemoinho de emoções. 

Subitamente desabei com uma força intensa.  A sensação de perder o controle me agarrou por inteira.  O que estava acontecendo? Onde estaria eu despencando.  Cai com estrondo em águas revoltas.  Achei que fui empurrada para o fundo do rio e me tornaria aquela areia lamacenta do leito.

Aos poucos, senti ser puxada para cima e que a turbulência ia ficando cada vez mais fraca.  O rio se acalmara, correndo com suavidade e parecia se deleitar em sua caminhada.   Deixei-me deslizar, aproveitando com plenitude a conquista daquela paz reconquistada.

Entendi, então, que a vida nos traz momentos incontroláveis, em que nos sentimos impotentes diante de difíceis desafios e que temos que saber como conduzir a constante mudança, a que o nosso viver nos leva.

Compreendi que a sabedoria é não lutar.  Com paciência, esperança e superação podemos ultrapassar as dificuldades e, a cada instante, aprender a conduzir as surpresas e mudanças que serão parte de nosso caminho, que também é repleto de belas paisagens e águas mansas e límpidas.

Caminhando eu vou… - Hirtis Lazarin

 


Caminhando eu vou…

Hirtis Lazarin

 

O rio da minha vida caminhava sereno e abundante.

Cantarolava feliz acompanhando a melodia dos pássaros e superando obstáculos. Colhia e espalhava o cheiro do mato e alegrava o pescador que se fartava dos meus frutos.

Inesperadamente, a chuva desapareceu e a seca prolongada e impiedosa me atingiu.

O verde das árvores amarelou e, ressequido, foi levado pelo vento.

As águas diminuíram, pedras de todos os tamanhos emergiram e o meu âmago ficou exposto ao sol abrasador.

Pensei que seria o meu fim.

Mas agarrado à esperança, caminhando eu vou

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