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quinta-feira, 4 de março de 2021

A HISTÓRIA DE CHAPEUZINHO VERMELHO AO CONTRÁRIO - Alberto Landi

 

A HISTÓRIA DE CHAPEUZINHO VERMELHO AO CONTRÁRIO

Alberto Landi


Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho. Todos a chamavam assim, porque usava uma bonita capa vermelha com capuz confeccionado por sua avó.

Era uma menina bem alegre e feliz, cuidava da natureza e vivia proseando com os passarinhos, tucanos, esquilos... Todos da vizinhança a apreciavam, pois era muito generosa.

A mãe disse a ela:

— Filha, preparei uma cesta de doces para levar para sua avó, que não está bem de saúde. Mas não pare no bosque e nem converse com estranhos, é muito perigoso.

Lá foi ela pelo bosque cantarolando sempre a mesma canção:

— Pela estrada a fora eu vou bem sozinha... e o Lobo Mau passeia aqui por perto. O Lobo ao ouvir esse canto, entristeceu-se, e ao encontrar a menina:  

— Olá boa menina! Aonde vai debaixo desse sol quente? Assustada ela respondeu:

— Olá Sr. Lobo, que susto você me deu! Me desculpe, mas a minha mãe recomendou, que não conversasse com estranhos, pois além de ser perigoso, há um lobo mau, fazendo malvadezas por aqui.

O lobo mau respondeu:

— Sua mamãe tem toda razão, mas hoje, sou um velho e lobo sábio, arrependido de tantas maldades que fiz no passado. Agora sou um outro lobo. Em certa ocasião um caçador me ensinou uma porção de coisas, e quem faz maldades, um dia, acaba se dando mal na vida. Aprendi essa lição e ensino todos os outros lobinhos a serem bons e não praticarem nenhum tipo de maldade.

— Mas, me diga uma coisa, minha menina, onde você está indo?

— Vou levar esta cesta de doces para a vovó que está enferma.

— Justamente é por isso, minha doce menina que sua vovó não fica boa. As pessoas enfermas devem comer alimentos saudáveis e equilibrados para se curar. Doces somente de vez em quando, somente como sobremesa e não como refeição principal. A refeição deve vir acompanhada de legumes e carne. Você sabe quais são os alimentos saudáveis?

E o lobo fez uma lista muito interessante para a menina.

Os dois ficaram muito amigos, e o lobo tomou a liberdade de dizer:

— Peça para sua mamãe colocar os alimentos saudáveis na cesta, e com certeza dentro de poucos dias a sua avó vai ficar bem.

A menina seguiu os conselhos.

No dia seguinte, com a cesta nas mãos, ela estava cantarolando pelo bosque e o lobo ouvindo a canção:

— Pela estrada fora.... Vou levar bons alimentos para a vovozinha. O caminho é deserto, mas o LOBO BOM passeia aqui por perto.

O lobo ficou envaidecido quando ouviu esse canto.

— Eu sou um lobo sábio, que com boa educação, ensino a fazer uma boa alimentação.

A vovó estava muito fraca. Pudera, somente comendo doces!

A netinha explicou para a vovó a importância das refeições saudáveis que seguindo as recomendações do lobo, se curou.

Todos da família foram à floresta agradecer ao velho educado e sábio LOBO BOM pelos conselhos.

A história aqui procura mostrar a importância de uma alimentação sadia diversificada, equilibrada e descaracterizar as atitudes malévolas de um LOBO MAU.

Rose, a bela pistoleira - Claudionor Dias da Costa

 


Rose, a bela pistoleira

Claudionor Dias da Costa

 

No meio daquela multidão e aproveitando a confusão, havia elementos infiltrados do bando de “Ricky o terrível”.

Rose sabia que no passado este chefe do bando havia sido preso por dez anos, devido a interferência de seu pai, que o denunciou por crimes cometidos.

Soube que ele se aproveitou da situação caótica criada e atirou em seu pai de forma premeditada.

Com muito ódio e raiva que não escondia, Rose depois de algum tempo, partiu em seu encalço para se vingar.

Determinada cavalgou até o lugar conhecido como o “Vale da Morte”, porque sabia que poderia encontrar Ricky.

Mas, os amigos não a deixaram ir sozinha e quiseram acompanhá-la.

Foram se aproximando daquele local e seu grupo defrontou-se com o bando.

Encarou com coragem o assassino e questionou sobre o ocorrido. Após ofensas e palavrões proferidos Ricky admitiu ser culpado e afirmou que faria o mesmo com Rose.

Criou-se um clima muito tenso e ironicamente o bandido disse rindo muito:

                   − Soube que você é ótima atiradora. Mas, não pode se comparar comigo. Por que não fazemos um duelo e resolvemos tudo e pronto?

Ela escutava atenta e pensativa observando-o e demonstrando frieza.

Os amigos entreolharam-se apreensivos. Ela fixando um olhar duro e revoltado disse em alta voz:

                  − Por que não? Vamos decidir agora.

 Contando os passos para se posicionar na distância de praxe para duelos, firmaram pé frente a frente. O silêncio dominava o vale e só permitia escutar o barulho do vento.

Haviam combinado que um dos capangas do bando daria o sinal para o início. Assim, de forma quase solene ele berrou:

                  − Agora!

Rose num ímpeto sacou sua arma e atirou e, num movimento de defesa abaixou o corpo. O tiro ecoou e acertou no meio da testa do assassino de seu pai, que se dobrando foi caindo e só conseguiu disparar em direção ao chão.

Ali foi encerrada a história de “Ricky o terrível”.

A moça corajosa, filha de Joe cumpriu a sua vingança.

Sua fama se espalhou por aquelas paragens como “Rose a bela pistoleira” por muito tempo.

 


CHAPEUZINHO VERMELHO ÀS AVESSAS - Hirtis Lazarin

 



A menina Chapeuzinho

de boazinha, não tinha nada.

Reinava feito um diabinho
no mundo da bicharada.

                         Enrolava o rabo do gato,
                         pimenta no focinho do porco,
                         cola no bico do galo,
                         cãozinho amarrado no tronco.

Dentro de casa só confusão:
sapatos na geladeira,
panelas debaixo do colchão.
sal na mamadeira e
açúcar no feijão.

                                   
                          Numa curta reunião
                          chega-se à decisão.
                          Ela vai pra casa da vovó
                          não tem choro nem dó.

"Pela estrada afora 
eu vou bem sozinha
levar esses doces 
para a vovozinha".

                          Lá na trilha da floresta
                          ela encontra o lobo ferido.
                          Levou um tiro na testa
                          por pouco teria morrido.

Chapeuzinho bem malvada
cobre-lhe o corpo de melado.
As abelhas alvoroçadas
atacam o pobre coitado.
                          
                         Disparada e num pulo só
                         chega a casa da vovó.

Cadê o bolo?
Cadê os doces?
Dona Lurdinha insistia.
A netinha gargalhando
mostra a cesta vazia.

                                Chapeuzinho ainda não sabe
                                Quem é Dona Lurdinha.
                                Vovó atleta
                                nada no clube,
                                pedala bicicleta
                                tem vídeo no youtube.

Vovó de Chapeuzinho
não tolera malcriação.
Vai encontrar um caminho
e pôr ordem no furacão.
                               

Chapeuzinho Vermelho travessa - Adelaide Dittmers

 


Chapeuzinho Vermelho travessa

Adelaide Dittmers

 

Era uma tarde fria de inverno.  Em uma bela casinha pintada de branco com janelas vermelhas, rodeada por um charmoso jardim, onde cresciam várias flores multicoloridas, que se entremeavam com os vários tons de verde da vegetação, morava um casal e sua filha, que era chamada de Chapeuzinho Vermelho, porque adorava uma capinha com capuz em um tom bem vivo dessa cor.

A menina era a única filha e talvez por isso era muito mimada.  Todas as suas vontades eram prontamente atendidas.  Em consequência disso, era birrenta, autoritária, malcriada e muito desobediente. 

Nesta tarde, a mãe de Chapeuzinho estava na cozinha arrumando uma cesta com bolo, pães, geleia, frutas e outras guloseimas, pois sua mãe estava doente e não podia se levantar da cama para se alimentar.

Enquanto isso, a travessa menina se divertia correndo pela casa, atrás de Pipoca, um gatinho adotado por elas, que era carinhoso e alegre.  Em suas correrias procurava atormentar o pobre bichinho, puxando-lhe o rabo.  Pipoca tentava fugir e miava pedindo ajuda, até que conseguiu se esconder e ela finalmente desistiu da perseguição.

A mãe começou a chamá-la, mas só depois de algum tempo, Chapeuzinho apareceu na cozinha para saber o que ela queria.

— O que você quer?  Estou brincando! Reclamou a menina.

—Sua avó está adoentada.  Quero que você leve essa cesta com lanche para ela.

— Não quero ir.  Estou brincando! Gritou meio chorosa a menina. Por que você não vai? É a filha dela!

— Infelizmente você vai ter que ir, sim.  Estou cheia de trabalho e não posso ir agora. E além do mais, vou preparar um jantar para a vovó, que seu pai e eu vamos levar para ela ao anoitecer. A mãe falou com uma voz firme, que era raro usar para a menina.

— Você é muito chata, mamãe!  Não gosto mais de você! Mas pegou a cesta com má vontade e foi em direção à porta.

— Vá depressa e não se distraia no caminho! Gritou a mãe.

A avó vivia do outro lado de uma floresta, que ficava entre as duas casas.

Chapeuzinho entrou na floresta, cantando e dançando. Parava muitas vezes na tentativa de alcançar uma borboleta.  A certa altura um esquilo saiu de sua toca e a menina rapidamente atirou uma pedra no pequeno animal, que fugiu assustado.  Ela soltou uma sonora risada e continuou o seu caminho sem pressa nenhuma. Sentou-se embaixo de uma árvore, abriu a cesta e deliciou-se com um pedaço de bolo.  Depois seguiu o seu caminho, arrancando as flores que encontrava e as jogando no chão.

De repente, um enorme lobo apareceu em sua frente. Ela se assustou e encolheu-se toda.

— Não precisa ficar com medo.  Disse o lobo.  Não faço mal a ninguém. Aonde você está indo?

A menina desconfiada falou:

— À casa da minha avó. Ela está doente. Vou levar essa cesta de comida para ela.

— Posso ir com você?  Perguntou o lobo. Conheço o caminho mais curto.

— Não.  Vamos fazer outra coisa.  Vamos apostar uma corrida. Eu vou pelo caminho mais curto, que você vai me ensinar e você pelo outro caminho porque corre muito mais do que eu.

O lobo gostou da brincadeira e aceitou o desafio.

Separaram-se e cada um seguiu o seu caminho.

 Chapeuzinho começou a andar muito depressa e conseguiu chegar antes do lobo na casa de sua avó.

Bateu à porta e gritou:

— Vovó, sou eu

 Entre minha querida, falou a avó com voz rouca.

Chapeuzinho entrou e aproximou-se da cama da avó.

— Oi, vovó, está melhor?

— Estou um pouco melhor, sim, minha querida.  A gripe me pegou de jeito.

— Trouxe esta cesta para você.  Tem uma porção de coisas gostosas.

— Então vá ao armário, pegue pratinhos e sente-se ao meu lado para comer comigo.

Mais que depressa, a menina correu e trouxe os pratinhos para desfrutarem do lanche.

— Vovó, ainda tem aquela armadilha para pegar os bichos maus da floresta.

— Tem sim, porque às vezes aparecem aqui uns animais perigosos e assim fico segura.

— Espera só um pouquinho. Vou lá fora ver se está armada. E saiu correndo.

Logo achou o grande buraco, onde os animais caiam quando se aproximavam da casa. Estava descoberto e a menina cuidadosamente o cobriu com várias folhas. Sorriu satisfeita e entrou para lanchar com a avó.

Alguns minutos depois, chegou o lobo, que vinha num passo lento, porque era tão bonzinho, que quis deixar a menina ganhar a corrida.

No entanto, quando se aproximou da casa, ¨zapt¨, caiu na armadilha. Muito assustado, chamou pela menina.

— Chapeuzinho, o que está acontecendo lá fora?  Perguntou a velha senhora, preocupada.

— Acho que um bicho caiu na armadilha.  Ainda bem, não é?

— Essa voz eu conheço. É do Peludo, um lobo, que é mais manso do que um cachorro.

— Não, não deve ser não. E continuou a avançar no lanche, que foi feito para a avó doente, indiferente aos pedidos de ajuda do pobre animal.

Nesse momento, um guarda florestal, que sempre passava por lá e muitas vezes entrava na casa para visitar a velhinha, ouviu os chamados do lobo.

— O que está acontecendo aqui? Gritou.

— Estou preso na armadilha.  Me ajude!

O homem se aproximou. Retirou as folhas que encobriam a armadilha.

— Peludo, como aconteceu isso?

— Não sei.  Apostei uma corrida com Chapeuzinho Vermelho e de repente caí aqui.

O guarda coçou a cabeça e disse:

— Ah! Essa menina é endiabrada.  Vive maltratando os animais da floresta. Só tem medo daquele enorme lobo, que anda circulando por aí.

— Verdade.  Ela me confundiu com ele, quando nos encontramos na floresta.

— Tudo bem.  Vou tirá-lo daí.  Arranjou uma madeira larga e forte e a colocou dentro do buraco, como uma rampa.  Jogou uma corda para o lobo, que, na ponta tinha um laço e com destreza enlaçou o pescoço do animal e com muita delicadeza foi puxando-o para fora do buraco.

O lobo lembre-lhe as mãos, agradecido. E o guarda falou.  Agora vamos dar uma lição nessa menina danada.

Bateu à porta da casa e Chapeuzinho veio atender.  Sua boca estava toda lambuzada de doces. Levou um susto quando viu o homem.

— O que você está fazendo aqui? Perguntou zombeteira, tentando demonstrar calma.

— Por favor, Chapeuzinho Vermelho, venha até aqui. 

E levou-a até a borda da armadilha. 

— Sente-se na borda desse buraco. Quero lhe mostrar uma coisa.

A menina assustada obedeceu.

— Onde está o lobo? Perguntou ela.

— Ah! Então você confessa!  Empurrou o pobre coitado aí para dentro.

— Eu só queria brincar!!

— Pois então, vamos continuar a brincadeira. O guarda a empurrou e ela deslizou pela rampa de madeira. Ele retirou a rampa.

— Agora você vai ficar aí para aprender a não maltratar os animais.

A menina começou a chorar desesperadamente.

— Me tire daqui!  Me tire daqui!

Não, você vai ficar aí por um tempo para nunca mais fazer mal a nenhum animal.

O lobo estava escondido atrás de uma moita com muita pena da garota.

O guarda chamou-o e os dois entraram na casa da velhinha, que, muito ansiosa, queria saber o que estava acontecendo.

O homem contou-lhe o que aconteceu.  A senhora passou a mão na cabeça de Peludo.

— Pobrezinho! Disse ela com tristeza.  Minha netinha é muito levada.  Ela merece o castigo. Mas não a deixem muito tempo presa.  Apesar de tudo é uma criança e eu a amo muito.

— Não vamos deixá-la muito tempo lá, mas ela precisa aprender a lição.  E começou a conversar com a avó de Chapeuzinho.

Lá fora, a menina chorava e falava:

— Me tirem daqui.  Prometo ser boazinha daqui por diante.

A avó, com os olhos, implorava para o homem tirar a menina do buraco.

Ele sorriu para ela. E concordou.

Está bem!  Estou vendo que a senhora está aflita.  Acho que o castigo já foi suficiente.

E saiu com o lobo para resgatar Chapeuzinho Vermelho.

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