A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

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quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

O CONTO DE MISTÉRIO E SUSPENSE - AULA DE 6 DE DEZEMBRO DE 23

 


CONTO DE MISTÉRIO E SUSPENSE

 

A narrativa que envolve mistério e suspense é particularmente interessante por seus detalhes. O enredo deste gênero pode tratar de um crime, de uma traição… ou de terror.


O formato da linguagem é fundamental para criar suspense. Há expressões apropriadas para este gênero literário. Como exemplo, os advérbios fazendo parte da narrativa para emprestar um ar de “rotina quebrada” chamando o leitor para a história:


Subitamente

Inesperadamente

Repentinamente

Sorrateiramente

Bruscamente

Assustadoramente

Imprevisto


Perceba que, em sua maioria, são os advérbios de modo que ilustram a quebra do cotidiano das histórias de suspense.

 

O Conto de Mistério e Suspense obedece algumas “regras” para ter cheiro, sabor, formato e impacto de suspense:

 

- Quase não há diálogo nesse gênero. E quando há, é porque está sendo usado como dispositivo para criar implicações, mistérios e inferências. Muitas vezes as palavras ou frases são enigmáticas, o que favorece esse gênero literário, e ajudam a tornar o diálogo misterioso. No entanto, não se deve exagerar, tornando cada frase tão obscura que o leitor fique totalmente perdido.

 

- Quando se deseja que o texto tenha aspecto de relato pessoal em tom de confissão, cumplicidade, usa-se a primeira pessoa “Eu”. Esse método, utilizado por grandes escritores como Edgar Alan Poe, promove um ar de credibilidade ao que se conta, como se o narrador tivesse feito parte dos fatos. Há também a narrativa em terceira pessoa (observador ou onisciente: que tudo viu, tudo sabe e expõe pensamentos e sentimentos das personagens).

 

- Destacam-se adjetivos e os verbos de ações inusitadas.  Todo o texto bem combinado com boas metáforas.


- O suspense é criado pela interrupção da narrativa num momento culminante.

 

- Este gênero é guiado pelas vozes aflitas (terror), sussurros, gritos, segredos, códigos, chaves, murmúrios...

 

- Bom que haja diversas pistas: umas falsas e outras verdadeiras.

 

- Atentar para que a estrutura do texto responda a todas essas questões:

 

O QUÊ? – O (s) fato (s) que determina (m) a história;

QUEM? - O personagem ou personagens;

COMO? - O enredo, o modo como se costuram os fatos;

ONDE? - O lugar ou lugares da ocorrência

QUANDO? - O momento ou momentos em que se passam os fatos;

POR QUÊ? - A causa do acontecimento.


- O ambiente pode ser inicialmente claro e limpo, mas de repente fica desconfortável. Ouvem-se ruídos estranhos. Os 5 sentidos são aguçados, e precisam ser empregados no texto: ouvir gotejamentos, sussurros, passos, um objeto que cai, o vento zunindo que desloca um papel. Há de se ter desconfiança e curiosidade. Em suma, o suspense tem que estar presente no texto.


- Use palavras, vocabulário específico para criar suspense: adjetivos expressivos, exagerados; advérbios de modo, de lugar, de tempo que acrescentem circunstâncias especiais às ações.


- Crie um desfecho inusitado, surpreendente.

 

PARA FAZER AGORA:

- História de suspense/investigativo.

 

Cenário de suspense ESTAÇÃO DE METRÔ. Um passageiro presencia um crime, um assassinato. Ele aproveita o celular que já estava sendo usado, e faz o vídeo do crime. O criminoso percebe isso, e...

 

APÓS A ESCRITA DO CONSIDERADO RASCUNHO: Com mais tempo, melhore sua história, dê a ela frases mais apropriadas, avalie se o texto entrega o que promete – suspense – segredo – medo – desconfiança – perseguição. Use a sinestesia, os 5 sentidos, as metáforas... RELEIA O TEXTO - Envie seu conto (não se preocupe com o tamanho dele, pois não será possível criar um texto curto com esse apelo). Trabalhe o enredo para culminar em um desfecho que surpreenda.


PRAZO: fevereiro 2024.

Não se preocupe com o tamanho do texto.

 

 

UM DIA VOCÊ APRENDE - Helio Fernando Salema

 



UM DIA VOCÊ APRENDE

Helio Fernando Salema

 

 

Que o pior e mais cruel fracasso foi apenas uma mudança de rumo para um caminho muito melhor do que aquele que não conseguiu.

 

Em 1963 comecei a me preparar para concursos. No ano seguinte surgiu a oportunidade. Era um concurso que não exigia escolaridade. Apenas três provas, matemática, português e datilografia. Eu sempre fui ótimo em matemática, razoável em datilografia e fraco em português.

 

A primeira prova era a de matemática, ao receber às questões não tive dúvidas, acertaria todas. Com nota 10 em matemática, só precisaria de 4 em cada uma das outras. Assim, com excessiva confiança iniciei.

 

Ao término me senti aprovado. Era só evitar erros nas demais.  Porém, ao conferir com os colegas percebi que havia errado em duas questões. Desabei, fui ao fundo do poço, era tudo o que eu não imaginava. O desespero não permitiu que eu pensasse na possibilidade de recuperar os pontos perdidos nas outras provas. Aprendi que o excesso de confiança não garante absolutamente nada. Que o fundo poço não é o fim do mundo nem o fim da vida.

 

Na prova de português, logo em seguida, fui completamente desaminado pelo meu imperdoável fracasso. Não consegui me concentrar. Certamente não fiz uma boa prova.

 

Na última, também o peso do fracasso não deixou que eu tentasse, pelo menos, fazer uma boa prova.

 

Quando saiu o resultado, somente um candidato foi aprovado, no lugar em que eu me inscrevi. Ele pouco depois tomou posse numa pequeníssima cidade do Nordeste.

 

Um dia você aprende que a vida continua e a luta também.

No ano seguinte eu fiz um concurso muito mais difícil e consegui aprovação. Aquele que passou no outro concurso fez inscrição para o mesmo que passei, mas o ônibus em que ele viajava para pegar o avião na capital quebrou, assim ele não fez a prova que, certamente, passaria também.

 

Só alguns anos depois foi que percebi o porquê eu não passei no primeiro, não era aquele o melhor para mim.  Então eu percebi que as oportunidades são infinitas.

APRENDI QUE... - Adelaide Dittmers

 


APRENDI QUE...

Adelaide Dittmers

 

Aprendi que muitas vezes é difícil  aprender.

Aprendi que não devemos julgar os outros porque podemos não saber as dificuldades que enfrentaram ou enfrentam em suas vidas.

Aprendi que temos que avaliar a ajuda a alguém, porque podemos ser mal interpretados.

Aprendi a valorizar o que possuo e não desejar o que não tenho.

Aprendi que os amigos são o bem mais importante da vida.

Aprendi que não devemos ter vergonha de perguntar, porque assim ganhamos mais conhecimento.

Aprendi a respeitar ideias diferentes das minhas, porque a diferença não define o caráter de uma pessoa.

Aprendi a conviver com minhas deficiências, porque neste mundo não há perfeição.

Aprendi que se pode achar sabedoria em uma pessoa simples e não a achar em uma pessoa letrada.

Aprendi a calar mais e falar menos.

Aprendi a observar as reações do outro, porque reações falam mais que palavras.

Aprendi a ouvir o outro com o coração e não somente com a razão.

Aprendi que os netos são o maior presente para nossa velhice.

Aprendi que nossa única realidade é hoje.

Aprendi que o nosso corpo envelhece, mas nossa alma permanece jovem.

Aprendi que a saudade é um sentimento presente em cada um de nós.

Aprendi que estamos sempre aprendendo a aprender.

 

 

O cãozinho aventureiro - Alberto Landi

    O cãozinho aventureiro Alberto Landi                                       Era uma vez um cãozinho da raça Shih Tzu, quando ele chegou p...