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quarta-feira, 25 de abril de 2018

AS ARMADILHAS QUE VIDA NOS ARMA - Henrique Schnaider



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AS ARMADILHAS QUE VIDA NOS ARMA
Henrique Schnaider

Carlos era rico, um homem de boa aparência, cabelos louros, lisos bem tratados, chamava atenção pelos olhos azuis.

Era um atleta, corpo delineado, malhado na Academia.

Sua tez era de um branco nórdico. Muito vaidoso, andava sempre bem vestido, seja esporte ou social.

Possuía uma mansão, num dos bairros mais elegantes da capital, com muitos empregados. Moravam com ele a esposa Clarissa, mulher atraente, frequentadora da alta sociedade, dois filhos André e Silvio, ambos cursando Faculdade de Engenharia.

Levava uma vida agitada, mas apesar de possuir tudo que uma pessoa sonha ter e fazer, não conseguia sentir-se feliz, procurava ter paz de espirito. Tinha entusiasmo por tudo que fazia, mas acabava por magoar as pessoas sem intenção.

Clarissa e os meninos tinham outras atividades, pouco participavam da vida de Carlos.

Até que certo dia, coisas do destino, Carlos conheceu Andrea, frequentadora do mesmo circulo social. A paixão foi imediata, muitos encontros, parecia que ele finalmente encontrara a felicidade nos braços de Andrea.

Depois de certo tempo, no iate de Carlos, fazendo um cruzeiro pelos mares do Caribe, algo inesperado acontece!!!

Carlos começou a sentir fortes dores constantes nas costas, a tal ponto que tiveram que interrompera viagem. Assim que chegou foi consultar um especialista, que diagnosticou câncer de pulmão.

O mundo de Carlos desabou, para ele que possuía tudo, dinheiro, beleza, amor, nada tinha agora nenhuma importância, não lhe restava mais do que três meses de vida.

Os tratamentos iniciados com quimioterapia, radioterapia, de pouco adiantaram.  Carlos passou por um sofrimento atroz na medida que doença avançava, tirando completamente as esperanças de uma cura, causando-lhe profunda depressão.

Andrea, tratou de sumir da vida dele. Apesar de estar sendo tratado no melhor hospital do país, com todo luxo e conforto, via sua vida se esvair rapidamente.
Na cama sem forças para levantar, ele imaginava quanta coisa poderia ter feito, que não deu importância quando teve chance de fazer. Concluiu que a vaidade é um sentimento efêmero, a beleza é passageira, o dinheiro nada vale se não tivermos saúde.

O fim estava próximo, Carlos chamou mulher e filhos, sorriu, conseguiu, finalmente alcançar a paz que sempre almejou, fechou os olhos, se foi para sempre como uma vela que se apaga.


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