A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

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quinta-feira, 19 de novembro de 2020

O DIA EM QUE ELA VOLTOU - Leon Vigliengo

 




O DIA EM QUE ELA VOLTOU

Leon Vigliengo

 

 

Quantas vezes a nossa mente nos libera memórias que nos trazem fortes emoções e nos fazem sonhar, mesmo acordados...

Quando eu era ainda muito pequeno, os meus pais foram morar provisoriamente na casa de meus avós maternos, no bairro do Bom Retiro, na Rua Ribeiro de Lima, 444, bem próximo ao Jardim da Luz, onde sempre me levavam para passear e brincar.

Ainda me recordo dos coquinhos amarelinhos que se destacavam no gramado muito verde e bem cuidado; muito doces, seus fiapos ficavam presos em meus dentes após saboreá-los. O verde das árvores predominava no Jardim, difundindo uma sensação de tranquilidade, e meu pai sempre encontrava e me mostrava algum bicho-preguiça movendo-se lentamente entre os galhos de alguma jaqueira, cujos frutos me impressionavam por seu tamanho. Lembro-me ainda de um lago redondo que lá existe, onde viviam muitos peixes coloridos. Enfim, o Jardim da Luz era um ótimo local para divertir e mostrar novidades a um menino de quatro ou cinco anos.

Naquela época, início da década de 1950, viviam no bairro, em casas modestas e até em porões, muitos imigrantes italianos, poloneses, espanhóis, portugueses, e uma representativa colônia judaica, todos contribuindo com seus hábitos culturais e seus sotaques para a formação de uma interessante e amistosa comunidade. As ruas do bairro e de quase toda a cidade eram calçadas com paralelepípedos, muitas ainda de terra batida, e à noite apresentavam uma iluminação fraca e com muitas sombras.

A casa de meus avós era de bom tamanho, embora antiga e modesta, daquelas que tinham a porta de entrada diretamente na rua, como era bastante comum na região. Se bem me recordo, tinha dois quartos, uma boa sala de jantar e uma área de passagem, ligados por um corredor que ao final passava por um banheiro e chegava à cozinha, lugar preferido por meu avô Manoel. Lá também ele recebia os amigos que vinham visitá-lo, como era costume naquela época. Lembro-me bem do senhor Domingos, que sempre me trazia garrafinhas de chocolate com licor.

Em sequência à cozinha vinha um patamar e uma escada que descia ao quintal, onde as roupas lavadas por minha avó quaravam sobre folhas de zinco, nas quais eu costumava arranhar as minhas pernas quando pedalava o meu velocípede, sempre seguido da Bolinha, a cachorrinha da casa.

No quintal, ladeando a cozinha e o banheiro, havia um corredor bem sombreado, largo e sempre fresquinho, com muitas avencas, begônias e samambaias cuidadas por minha avó Camila; nesse corredor estavam duas passagens abertas para o porão, que se estendia por baixo de toda a casa.

Um quartinho na lateral dos fundos do terreno, onde meu avô guardava algumas ferramentas, e um pequeno galinheiro ao lado desse quarto completavam a área.

Nesse ambiente reinava Dona Camila. Espanhola, muito católica, com o seu jeito altivo e seus conceitos austeros, próprios da época e de suas origens, viera para o Brasil já casada, mas ainda jovem, na década de 1910. Ela e meu avô, que por profissão conduzia trens como Maquinista da São Paulo Railways, conseguiram estabelecer-se em São Paulo e criar suas quatro filhas. A mais velha, porém, minha tia Rosalia, adoentou-se e faleceu aos dezenove anos. Um mês depois o sofrimento dessa perda já havia marcado de branco todos os cabelos de Dona Camila, que contrastavam com a sua vestimenta inteiramente de cor preta pelo luto que manteve durante todo o restante de sua vida. Suas três filhas se casaram e os sete netos que vieram lhe deram grande alegria, mas nunca se reduziu o seu sofrimento pela morte de sua filha.

Havia uma creche na esquina com a Rua Prates, onde ela me levava para brincar com as crianças. Desconfia-se que foi lá que peguei catapora, caxumba e sarampo, ficando imunizado para essas doenças. Durante o tempo em que morei com os meus pais em sua casa pude sentir todo o amor que uma avó tem por seus netos. Nada que eu fizesse era errado, eu tinha a companhia permanente e o total apoio dela, mesmo nas traquinagens. Ela ria feliz e me incentivava sempre. Esse relacionamento de convívio durante a primeira infância criou raízes muito profundas que permaneceram para sempre.

São memórias muito antigas, e o tempo as havia escondido de minha lembrança.

O meu avô Manoel faleceu em 1956 e a minha avó Camila em 1970.

Foi num domingo de 2019. Voltei para casa bastante cansado, mas feliz, após fortes pedaladas num longo percurso de bicicleta, como os de meu costume aos domingos. Após almoçar com muita gula e exagero, sentei-me no sofá da sala para assistir a um filme na televisão. Aos poucos, porém, o sono me alcançou e as imagens ficaram instáveis; ora sumiam, ora voltavam, até que sumiram de vez.

Não sei quanto tempo depois ela apareceu. Inicialmente apenas um vulto em um cenário escuro, que foi clareando até a nitidez. Ali estava a minha avó Camila a me olhar e sorrir para mim, depois de quase cinquenta anos de saudades. Mesmos cabelos brancos, mesmas vestimentas pretas; nada disse, não foi necessário. Amigos e cúmplices se entendem sempre, a qualquer tempo.

Acordei chorando pela emoção e pela saudade. Nesse dia ela voltou.


O TROPEIRO GASPAR - Claudionor Dias da Costa

 

      


O TROPEIRO GASPAR

Claudionor Dias da Costa


         O que teria acontecido comigo e por onde eu taria, se naqueles meus vinte anos a Maria da Glória não “houvesse” fugido com meu amigo Fagundes?

         Hoje tô eu aqui pensativo e ainda sortero ruminando uma solidão mas, tô até consolado por esse charuto gostoso. Caramba, fazia 3 dias que não fumava um trem tão bão...

         Parece que foi ontem. E passou 50 ano...Eta Maria da Glória. Ela me tirava o sossego.

         Nos meus 25 ano que eu tinha que me engraça tanto pro lado dela?  Era aquela brancura de pele macia, o sorriso tímido olhando prá baixo, os cabelos lisinhos naquelas tranças ou aqueles oios castanhos da cor da rapadura que o Zé Mineiro fazia no seu sitio? Ela era aquela formosura Era como disse o locutor otro dia no rádio elogiando o compositor sertanejo: ”o conjunto da obra” Ah! Ah! Ah!  Só rindo memo sô...

         E isso aconteceu naquela minha querida Varginha das Minas Gerais.

         Naquele dia gostoso com baita sor,  tava na praça com a turma do Bento Folgado jogando conversa fora , quando surgiu o Dotor  Bermiro  . Eta home rico. Esse tinha parte com tudo que é anjo de proteção prá ganha tanto dinheiro. Dono da Fazenda Estrêla, aquela grandeza de terra que os oios não alcança o fim. Tanto gado que precisava de 200 anos prá conta tudo.

          Ele surgiu do nada, com aquele chapelão de firme americano, camisa enxadrezada e tão apertada que o barrigão de prosperidade chegava antes dele   em quarquer lugar .E aqueles suspensórios bonito com fechos dorados que brilhavam mais que o sor daquele dia. E aí ele sortou aquele vozeirão:

- Bom dia pessoar!

 O Bento inté aprumou e nóis respondemo que nem corar da igreja:

-Bom dia, Dotor Bermiro.

 E ele engatou logo no assunto dizendo que precisava de 2 troperos prá   leva 40 cabeça numa fazenda lá prós lado de " Carmo da Cachoeira”. Eu  e o Camargo logo  falamo que queria ir.

O dificir foi fala  prá Maria da Glória que eu fica uns 15 dia longe dela.

Mas, eu fui. Precisava demais, inté  porque eu tinha combinado de juntá um tanto a mais prá casá . Eta meu Deus...Eu tava apaixonado demais, sô...

Depois de tanta dificurdade eu e o Camargo vortemo cumprindo aquela missão.

Fui direto procurá a Maria da Glória. A Dna Rosinha, mãe dela olhou prá mim com a maior tristeza e vergonha do mundo, cos cabelo desalinhado e com a boca tremendo e nervosa, que inté aparecia as faias dos dentes:

— Gaspar, a Glorinha fugiu com o Fagundes, aquele desgraçado...

De repente o mundo desabou...Eu não consegui falá nada.

Virei as costas e fui direto pro bar do Raimundo. Acho que naquele dia tomei todo o estoque da cachaça dele. E devo ter contado inté demais que nem lembro...

Dormi tudo que podia e no dia seguinte principei a lembrá como o Fagundes olhava pra ela, e aqueles cumprimento com bocão que escondia o bigode. Que raiva!

Nunca imaginei...O Camargo me falo com aquele jeitão tímido dele prá tomá cuidado com o Fagundes, que ele farso e tal e coisa. Eu sabia que ele custumava pega dinheiro emprestado e enrolava prá pagá o pessoar.  Achei que era esse o probrema.

Comecei a ser olhado na cidade e ninguém disfarçava os risinhos quando eu passava.

Num guentei... Saí de lá depressa e tô aqui a esse tempão em Bragança Paulista.

Só vortei prá mor de carregá minha mãe comigo. Coitada, não duro muito.   

Fico sempre a amizade do Camargo, que não esquecia de me procura cum cartas ou  no telefone do Bar do Raimundo, contando os  causos da nossa Varginha. E ele inté me contou do destino da Maria da Glória e do desgracento do Fagundes. Outro dia vo alembra de mais história desse vidão. Olhando pro céu agora, parece que a chuva vem. Vô me recolhe e acabá de fumá esse charuto abençoado e num fica lembrando disso. Nessas baforadas, parece que o sorriso dela está no meio...Eta, memória birrenta ,sô!

 

CICLOS - Hirtis Lazarin

 


CICLOS

Hirtis Lazarin

 

Apesar dos quase oitenta anos, ele caminhava a passos largos e em ritmo acelerado pela trilha estreita, ladeada por arbustos espinhosos e agressivos.  Todo cuidado era pouco pra não ser espetado.

Em casa, a esposa inquieta ranzinzava por todos os cômodos:   "Teimoso como ele só. Não era pra ir sozinho até o vilarejo, mas quem é que segura aquele velho.  Só Nossa Senhora pra dá jeito".

Meia hora mais tarde, Seu Joaquim chegou esbaforido, pingando suor.  Jogou-se na cadeira de palha e bebeu quase meio litro de água, sem tirar o caneco da boca.

Passado um pouco do cansaço, tomou banho rápido pra evitar desperdício.  O momento era de economia.

Enquanto Dona Rosa preparava o jantar, o homem sentou-se nos degraus à porta da entrada, acendeu um cigarro e, entre as baforadas, pôs-se a observar a paisagem e a remexer em si mesmo.

Sentiu-se melancólico.  A tarde não estava como as outras.  Era o outono chegando sem aviso prévio.  O céu mais escuro, o ar com cheiro sonolento; as árvores, até então de um verde brilhante, começavam a ficar nuas; as folhas pálidas e amarelecidas soltavam-se leves dos galhos deixando-se levar.  O píer cheio de vento bom, o velho barco abandonado à espera de mãos que o tirassem do ócio.

A imaginação do velho senhor voou ao passado e colocou ali, naquele cenário, o menino que o acompanhava nas pescarias.  Ajudava-o a jogar o tarrafo bem longe e, pacientemente, os dois aguardavam os peixes se confundirem nas malhas prisioneiras.  Bons tempos aqueles...Saudade gostosa que dói...

E, sem que o casal percebesse, chegou a hora em que o menino virou homem e se foi como tinha que ser.  Uma despedida molhada e abraço enorme, aquele de se machucar quase sufocando.

Também as árvores, elas têm que deixar as folhas irem para que sobrevivam até a próxima estação.  É o ciclo da vida.

A natureza é sábia.  Mostra-nos que aquilo que não nos serve mais, precisa ser descartado.  É o desapego incitando-nos à renovação.  A natureza é também nostálgica porque a morte silenciosa lembra-nos que a vida é finita.

Seu Joaquim, homem de olhar analítico e personalidade forte, aprendeu muita coisa, não com os livros: onde os peixes nadam; pra onde as andorinhas voam; que não vivemos sempre na calmaria, mas que ela volta e que, pra dar certo, tudo tem planejamento.

"Joaquim, a janta tá pronta".

Ele nem se deu conta da chegada da noite, pois a escuridão veio devagarinho e aos pedaços.

Sentados à mesa, Dona Rosa, cabeça baixa, nem percebeu que dos olhos vermelhos do marido escorreu um bando de lágrimas.  Elas caíram sobre o prato e deixaram o caldo da sopa um tantinho mais salgado.

 

Títulos sugeridos; 

1 -  "Ciclos"  (escolhido)

2 - "Era uma vez..."

3 - "O retorno do velho pescador"

 

O VELHO SOBRADO DE ARMINDA - Henrique Schnaider

 

 

 


O VELHO SOBRADO DE ARMINDA

Henrique Schnaider

 

Os primeiros imigrantes italianos chegaram ao Brasil de navio em 1870, e devido a abolição da escravatura, o Governo deu incentivo a imigração, devido a necessidade de mão de obra para a lavoura de café.

A família dos Rosset veio para o Brasil, no primeiro navio que trouxe imigrantes, de nome Andrea Julia, nele vieram o casal Roberto e Gina, bisavós de Arminda, com dois filhos Armando que viria a ser pai de Arminda, e o irmão Romulo.

Subiram para São Paulo de trem, encantados com tanta vegetação verde, chegaram à Estação da Luz, encantados com tudo que viam, pegaram o trem de Prata, foram para a cidade de Araraquara, depois viajaram muitas horas numa carroça puxada a burros, para fazenda São Luiz, onde trabalhariam na colheita de café.

Foi uma vida dura, trabalharam alguns anos como meeiros, a noite era um doce prazer, comer polenta, angu, polenta frita, doce de polenta, ninguém ligava que era tudo da farinha de milho, para eles abençoado ouro dourado, o almoço era nos campos da plantação de café, comida fria, triste e amargo sabor da miséria, mas a fome ignorava este detalhe, a energia gasta e suada, era muito grande, comiam sem nenhum prazer, pura necessidade de sobrevivência.

Com o tempo as coisas começaram a melhorar, tinham uma horta com muita hortaliça, legumes, passaram a criar porcos, galinhas, ovelhas, perus e assim, os sábados e domingos passaram a ter um sabor de festa deliciosa, porquinho assado, pururuca, um franguinho, polentas de todos os jeitos, os sonhos dourados da América estavam se realizando.     

Com o tempo, Roberto conheceu o prazer de ganhar dinheiro, Gina começou a vestir-se muito bem, ganhava roupas da moda do marido, Armando e Romulo, foram para a capital estudar e tentar melhorar na vida. Romulo foi em frente nos estudos, conseguiu formar-se Advogado, já Roberto meio cabeça dura, parou no Ginásio.

Roberto comprou um sitio com a ajuda do pai, próximo de São Paulo, plantava de tudo, legumes, hortaliças e frutas, tornou-se feirante no bairro da Mooca, comprou um velho caminhão, motor no fim, fazia room room, não o chique de um motor novo, rum rum, mas dava pro gasto, e o italiano foi melhorando de vida.

Com o passar do tempo, ampliou sua barraca que ia de vento em popa, comprou um caminhão novinho, e uma casa na Mooca, trouxe seus pais Roberto e Gina para morar com ele, já tinha dois empregados,

Agora era hora do coração pulsar mais forte, dinheiro no bolso, anima o amor que vem do coração, Armando apaixonou-se por Helena, filha do feirante vizinho, que viu com bons olhos aquele romance, a garota se desmanchou pelo feirante, e do namoro ao casamento foi um pulo.

Depois de um ano nasceu Arminda, criança linda, alegria do casal, felicidade tomando conta, assim ela cresceu, numa família católica, ia todos os domingos à igreja, estudou num colégio de freiras, foi só até o Ginásio, mulher naqueles tempos era para se casar e ser dona de casa, e nisso ela era muito boa, foi educada para ser uma esposa exemplar e a melhor dona de casa.

Arminda se casou com Adelino, feirante, para manter a tradição da família, o casal teve dois filhos, que estudaram, se formaram, um Advogado, o outro Médico. Ela está com 85 anos, já não tem os pais. Agora se diverte com os quatro netos que são a alegria da vida dela. Há faz dois anos ficou viúva. Agora virou concheteira de vez, quando não está com os netos, passa o tempo todo na janela, xeretando a vida dos outros. 

 

 

O ursinho de Chloe - Alberto Landi

 

O ursinho de Chloe

Alberto Landi

 

Maria Clara é uma fotógrafa profissional desde há algum tempo, trabalhando para algumas revistas especializadas.

Dedicada naquilo que faz, ela é muito observadora, tem uma boa análise e distribuição de objetos, composição de cenário, aplicação de cor e luz, e também boa observadora no comportamento de pessoas em parques e ruas.

Ela faz isso diariamente.

Sempre buscando novas técnicas, novos projetos e novas formas de fotografar de modo que lá gosta sempre de estar à frente de seus concorrentes.

Criativa e muito habilidosa naquilo que faz.

Num certo dia Maria Clara estava fotografando o cotidiano de pessoas e seu comportamento num parque e se deparou com uma menina passeando com seu pai.

Despertou sua atenção, pois a menina que se chama Chloe tinha uma aparência triste.

Maria Clara se aproximou e tirou de sua mochila um pequeno urso de pelúcia, dizendo que queria fotografá-la para uma revista.

Chloe ficou supercontente e assim foi feita a foto com ursinho de pelúcia.

Chloe pensou que levaria o ursinho para casa e ficou triste e frustrada quando soube que teria que devolvê-lo.

Seu pai para convencê-la a não ficar triste, prometeu comprar um igual.

Mas isso não aconteceu.

Seu pai um funcionário de uma fábrica, com um cargo simples, e com algum tempo e com economias, a presenteou no Natal com uma daquelas bonecas de cabelos louros e olhos azuis, que toda criança gostaria de ganhar.

Porém, Chloe não achava tanta graça, preferia o ursinho do que qualquer outro brinquedo.

Decorridos alguns dias, voltaram a passear no mesmo lugar onde normalmente a Maria Clara fotografava.

Chloe quando a viu largou a mão de seu pai e correu em direção a ela.

Esta cena provocou muita emoção na fotógrafa.

Esta por sua vez a presenteou com o ursinho que tanto ela queria.

Chloe agora bastante adulta, recordava através de seu álbum esta cena fotografada em preto e branco, um pouco amarelada e envelhecida pelo tempo.

A imagem da menina sorrindo com um urso nos braços pertence a esse tempo linear e cronológico.

Na vida de Chloe alguns sonhos foram encaixotados e esquecidos no sótão da memória, assim como lá estão alguns de seus fantasmas imaginários.

Mas essa foto, essa cena e emoção jamais foi esquecido pela Chloe.

 

O cãozinho aventureiro - Alberto Landi

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