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quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Lembranças de tempo que não volta mais - ALBERTO LANDI

 


Lembranças de tempo que não volta mais

ALBERTO LANDI

 

A casa em que viemos habitar na pequena aldeia de Moncaras, no Alentejo, no outono do ano de 2012, era conhecida na vizinhança e em toda a aldeia como a casa de salmão, devido a cor de sua pintura, era a casa de minha família, os Ferreira.

Era um sombrio casarão de paredes internas pintadas de branco que dava a sensação de amplitude do ambiente, com 2 salas e 2 quartos.

A princípio tinha um aspecto triste, pois havia muitos anos que não era habitada, desde o falecimento de meus avós, há 12 anos.

Parecia mais uma residência eclesiástica.

Ao fundo da casa havia um quintal bem simples, abandonado pelas ervas daninhas, um pequeno cipreste, uma pequena cascata seca e uma estátua mediana em mármore logo reconhecida por ser uma réplica de Leda e o Cisne.

Segundo a mitologia Leda foi rainha de Esparta e Zeus transfigurado em cisne, objetivando seduzi-la.

Os Ferreira, era uma antiga família do Alentejo, sem muitas parentelas.

No interior da casa em uma das salas, havia uma bela tela de Van Gogh toda pintada de amarela e uma outra de uma mulher com tricorne de plumas   e vestido cor escarlate típico de uma caçadora inglesa, tendo como fundo uma paisagem enevoada.

Na outra sala, bem menor, um piano, duas tapeçarias de Gobelins, em tons cinza, e algumas faianças portuguesas produzidas na aldeia de Juncal.

Uma tela de Rubens, uma antiga relíquia da casa de meus avós, um Cristo na cruz, destacando   nudez sobre um céu de poente revolto e rubro.

 

Os quartos bem modestos e confortáveis, com tapetes artesanais da vila de Arraiolos e, 2 camas de casais, uma em cada quarto, em madeira de carvalho.

A aldeia de Moncaras tem magnificas histórias de reis audazes, cavaleiros templários e damas de belezas singulares.

A aldeia é constituída de pequenas ruas empedradas e que mantém a memória de muitas vidas que por ali passaram.

Há pequenos monumentos megalíticos que nos leva através dos tempos.

Há um turismo dinâmico, atraído pelo rico patrimônio cultural e gastronômico,

Há uma pequena igreja do século 16, a  Nossa Senhora de Monsaraz, de estilo gótico.

A parte frontal da igreja é decorada por um painel de azulejos e uma Cruz da Ordem de Cristo.

Em seu interior há um misterioso túmulo de um cavaleiro templário desconhecido.

Bem em frente à igreja, há um Pelourinho oitocentista.

Além das ruas empedradas, há uma grande rua principal, onde fica o pequeno comércio de artigos da região e também o centro gastronômico,

No interior da igreja um fato curioso, é que havia algumas telas de Portinari, o que mostra a ampliação de seu acervo cultural.

A pequena aldeia era muito interessante para visitação.

Sobre o altar principal, havia uma tela que mostrava Jesus e os apóstolos.

 

Foi nessa pequena aldeia, que fui morar, após anos de trabalho em cidades grandes, até chegar minha aposentadoria.

A casa de salmão, como era chamada foi uma herança de meus avós para mim, e também foi aqui que encontrei paz e tranquilidade junto com a família para desfrutar minha vida.  

Devo aos meus ancestrais que se sacrificaram muito no decorrer da vida, para que um dia pudesse ter uma vida melhor.

Não há palavras para homenageá-los|  

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