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quarta-feira, 25 de setembro de 2024

HELIO SALEMA - PROJETO MEU ROMANCE - O DESTINO DE CRISTIANO FONSECA JR.

 





PROJETO MEU ROMANCE 

O destino de Cristiano Fonseca Jr.

Helio Salema

 

Cristiano, no início da adolescência, teve uma surpresa enorme que balançou seu jovem e virgem coração. Quando no primeiro dia de aula, do novo ano letivo, surgiu na sua sala a deslumbrante ISADORA. Filha única do médico recém-chegado na cidade. Durante os três anos seguintes eles formaram um par constante, não só nas aulas como também fora do colégio. Até o dia em que o médico fora convidado, e aceitou, trabalhar num hospital na capital, a convite de um professor que se tornou diretor daquele hospital. Por muitos meses, Cristiano e Isadora se correspondiam por cartas.  Até que Isadora parou de escrever.  

 

 

SOLIDÃO E TRISTEZA

 

A tristeza de Cristiano era percebida por todos ao longe. Inclusive por Ângela que era de outra turma, dois anos mais nova. Simpática, astuta e interesseira. Foi cuidadosamente, conquistando as atenções do jovem Cristiano, e também da família dele.  Ambas as famílias viram com bons olhos o entrosamento dos filhos.

 

CRISTIANO NA CAPITAL

 

Após a conclusão do segundo grau, Cristiano foi morar com seu tio na capital e trabalhar no escritório de contabilidade que pertencia ao tio. Nos fins de semana retornava a sua cidade natal.

 

NOIVADO

 

No dia em que Ângela completou dezoito anos, Cristiano surpreendeu a todos ao anunciar o noivado. A partir daí as famílias começaram a sonhar com o casamento.

Ângela aprendeu a dirigir com o pai, há muito tempo, não teve dificuldade em ser aprovada no exame para obter a habilitação.

 

 

DETETIVE FONSECA Jr

 

Cristiano consegue ser aprovado, em primeiro lugar, em um concurso para detetive de polícia. No fim de semana seguinte vai se encontrar com sua noiva, muito empolgado, comunicar a grande novidade.

No sábado à tarde, ela contente com a notícia e também muito estimulada, resolve mostra suas habilidades ao volante do fusca. Os dois vão passear pela cidade. Ângela resolve ir até um lago que é o preferido pelos pescadores e também pelos namorados. Ficam conversando dentro do carro e apreciando os pescadores e a bela paisagem.

Quando começa a escurecer, os pescadores vão embora e resta, somente, os dois namorados naquele pedaço. Assim, podem ficar mais à vontade e aos poucos com mais intimidades.

Ângela sugere saírem do carro e tomar a fresca sentados no gramado, inteiramente a sós. Com os desejos estimulados pela bela e suave noite, finalmente, acontece o inevitável.

 

A GRAVIDEZ DE ÂNGELA

 

Quando os pais de Ângela ficaram sabendo da gravidez da filha, foi um misto de surpresa, alegria e preocupação. A preocupação foi a mais forte e que abalou os princípios da família, que desejavam ver a filha casar-se de vestido branco com véu e grinalda. Alegria por sentir que o desejo de serem avós, certamente, aconteceria. Surpresa pois não esperavam para este momento.

 

Os pais de Cristiano logo pensaram nas possíveis reações da outra familia. O pai olhou para o filho, sem dizer uma só palavra, externando sua preocupação e decepção.

Durante a gestação, Ângela teve vários problemas, inclusive necessitando de repouso. O nascimento ocorreu sem transtorno. Nasceu um belo e saudável menino.

Ângela continuou morando com os pais, pois temia ficar sozinha na capital com um bebezinho. Recebia a visita de Cristiano nos fins de semana.

 

 

NA CAPITAL

 

Isadora casou-se com um médico, recém-formado, há mais de dois anos tentava engravidar-se, mas não obtinha êxito. Recentemente, começou a fazer tratamento.  Ansiosa por ter um filho; sofria e se sentia culpada.

E para piorar sua situação, seu marido foi assassinado na rua por um desconhecido. O caso foi parar nas mãos do detetive Fonseca Jr.

Dias depois, Isadora ficou sabendo que a pessoa destinada a solucionar a morte de seu marido foi o seu primeiro namorado.

 

 

EM OUTRA CIDADE

 

Durante alguns meses tudo transcorria, calmamente e sem novidades. Até que numa manhã chuvosa, Ângela saiu de carro para ir à casa de uma amiga que estava doente e precisava de ajuda. Num cruzamento, seu fusca foi alvejado por um caminhão desgovernado que acertou, justamente, na porta do motorista. Foi imediatamente, socorrida e levada para o hospital. Horas depois veio a falecer.

A mãe de Ângela ficou traumatizada, e em razão de não poder continuar cuidando do neto, Cristiano, a família o entregou para os avós paternos.

 

NA CAPITAL

 

Por alguns meses, o detetive Fonseca Jr trabalhou no caso do assassinato do esposo de Isadora. Neste período os dois se encontraram inúmeros vezes.

 

 

 

TIREM ESSA LOUCA DA CENA DO CRIME

 

A sirene do carro da polícia soava estridentemente, mas o veículo não se movia. Era um engarrafamento absurdo.  O detetive decide sair do carro e caminhar, em passos largos, porém sem chamar a atenção das outras pessoas. De cabeça baixa, serpenteando entre os transeuntes e de ouvidos atentos:

— Foi um tiro certeiro.

— Não! Foram 2 ou mais.

— O atirador saiu correndo e entrou num carro que o aguardava.

Ao chegar ao local, a vítima ainda estava caída. Um bando de curiosos cercava o corpo. Uma mulher louca gritando:

— Cadê a polícia? Nessa hora eles somem. Também não tem dinheiro para eles. Só aparecem para multar.

Um soldado se aproxima, olha para a mulher e a reconhece:

— Tirem!!! Essa louca da cena do crime!!!

Imediatamente, ela é levada pelos policiais que acabaram de chegar. O detetive ouve o que as pessoas próximas da cena, extremamente exaltadas, falavam do que ouviram, mas não viram.

 

 

Um policial se aproxima do detetive e comenta:

— Aquela mulher louca viu tudo ou quase tudo.

— Sei. Depois eu falo com ela em outro lugar e a sós.

 

 

UM CASO PASSIONAL?

 

Maria resolveu fazer uma surpresa para o seu marido. Depois de muito esmerar-se na produção do seu visual, de maneira que ele não a reconhecesse, foi pela primeira vez até a porta do prédio onde ele trabalhava.

A espera foi longa. Maria olhou, atentamente, para cada um que saía; parecia que todos já tinham deixado o prédio e nenhum era o Antonio, seu marido.

Resolveu subir até o escritório, ela sabia qual era o andar, mas não tinha certeza da sala. Enquanto subia pelo elevador, o marido descia pelas escadas. Como encontrou todas as portas trancadas, Maria pegou o primeiro elevador que descia.  Ao entrar percebeu uma única pessoa, era um homem que a olhou com os olhos arregalados e assustador. Passados poucos segundos tentou agarrá-la. Foi-se esquivando até que a porta se abriu e então pode sair correndo em direção à rua.

Ao entrar num bar para beber água e se acalmar, encontrou uma cadeira e não perdeu tempo. Após sentar-se repara que era alvo da atenção dos frequentadores, que a olhavam espantados, inclusive seu marido que estava acompanhado de uma bela jovem e não a reconheceu.

Em seguida chega o agressor que ao ver MARIA se dirige até onde ela estava. Mesmo no meio de tantos homens e também do seu marido, não foi suficiente para se sentir protegida.

Todos percebem o destempero de Maria, olham para o malígno e alguns vão naquela direção para resguardar aquela senhora que entrou só e estava indefesa.

O estranho sentiu-se acuado, e levando a mão direita até às costas, pega um revólver. O temor era geral. Aquela cena surpreendeu a todos. Em seguida o malígno vira-se em direção ao Antonio e dispara duas vezes. Antonio cai e uma gritaria geral toma conta daquele local, que há poucos minutos, era um ambiente de confraternização.

Mais um caso para o detetive Fonseca Jr.

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