A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

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quarta-feira, 31 de julho de 2024

BOCA DE BEIJO - HIRTIS LAZARIN


     

Poema dedicado a Eny Cezarino, a menina de Bauru

 

Boca de beijo

 

 

          Garota menina, cheia de graça

          passa e rebola

          aos homens da praça.

                                De raça morena

                                de raça sacana.

 

                                           De boca vermelha, molhada

                                            provoca, desloca,

                                             enlouquece.

                                                      Dá calor

                                                       sem amor.

 

         É  boca de beijo

         ardente desejo.

         É boca de sexo

                        sem medo

                        nem nexo.

                                                   Garota menina

                                                   não sonha

                                                   nem ama.

                                                          Chora baixinho

                                                          jogada na cama.

                   

INVERNO EM PARIS. - Alberto Landi

 

(Guia do Estrangeiro)


INVERNO EM PARIS.

Alberto Landi

 

Visitando Paris em uma manhã de domingo de inverno, me surpreendi encantado, pois Paris se vestiu de branco como um cenário de conto de fadas.

A linda cidade coberta por uma camada de neve criava uma atmosfera mágica e romântica.

A neve caía suavemente, cobrindo o chão e as árvores com um manto gelado e branco. Os bancos dos jardins, normalmente ocupados, agora permaneciam vazios, cobertos pela neve fresca.

Nem mesmo a majestosa Torre Eiffel escapou da transformação, ficando envolta em um manto branco que a fazia parecer ainda mais imponente. Os monumentos icônicos ganharam um charme especial.

O reflexo das luzes na branca neve deixava as ruas ainda mais encantadoras e românticas.

Mesmo com o frio, mantém sua elegância e sofisticação, tornando-se um destino muito procurado por turistas e amantes da natureza.

 O ar gelado mordia meu rosto e o vapor da minha respiração se dissipava rapidamente, mas mesmo assim encontrei beleza na solidão e na nostalgia que ecoava em todos os flocos gelados.

 

O cenário era deslumbrante.

Mesmo diante dessa paisagem, havia uma serenidade na quietude da cidade adormecida sob o manto branco.

Era como se a neve tivesse congelado o tempo, permitindo um momento de reflexão e contemplação em meio à correria do mundo moderno.

E assim, entre passos silenciosos na neve fofa, encontrei encanto naquela manhã parisiense, onde a frieza do inverno se misturava com a suavidade dos flocos de neve, criando um cenário único e efêmero que tocava a alma e congelava o coração.  

Exausto após caminhar sob a neve fofa até Champs-Élysées e o Arco do Triunfo, finalmente um momento de descanso num pequeno e aconchegante café ao som da música de Édith Piaf, que revigorou minhas energias criando uma atmosfera bem parisiense como sempre me faz a música francesa com toda aquela carga emotiva e histórica e assim contribuiu para completar esse fantástico domingo invernal!

terça-feira, 30 de julho de 2024

AMOR NA TARDE! - Dinah Ribeiro de Amorim

 





AMOR NA TARDE!

Dinah Ribeiro de Amorim

 

Fui descansar na casa de praia de um amigo, precisava de férias.  Local isolado, mas simpático, pequena construção em palafitas, no alto de um morro, para evitar a maré alta ou deslizamentos com fortes chuvas.

Logo cedo, mal o sol nascia e o dia clareava, levantava-me e ia passear na praia.

Molhava meus pés cansados e já gastos pela idade, nas primeiras ondas geladas que morriam na areia.

Observava, calmo, como criança, algumas conchas róseas e tartaruguinhas, recém-nascidas que procuravam o mar. Gaivotas voavam baixo, tentando abocanhá-las.

Numa dessas manhãs saudáveis, sentia-me melhor, avisto ao longe um vulto feminino que se encaminha em minha direção.

Uma mulher não muito jovem nem muito esbelta, de chapéu de abas largas e saída de banho esvoaçante, que anda devagar, saboreando também com os pés, a leveza das ondas.

Ao cruzarmos, olhamo-nos interessados como dois estranhos, numa praia deserta, que se cumprimentam, por educação.

Reparei que tirou os óculos, ao me ver e pude observar um par de olhos escuros, de brilho esverdeado, bastante chamativos e atraentes.

Sua fisionomia também era agradável e simpática, aparentando, apesar da idade um pouco avançada, grande vivacidade e energia.

Cumprimentamo-nos e seguimos nossos rumos diários.

Eu voltei para casa, mas, aqueles olhos, não me saiam da cabeça.

Continuei a andar, todas as manhãs, esperando encontrá-la. 

A solidão do local era agradável, sem barulhos de gente, aparelhos ou bichos. Ouvia-se apenas o movimentar das ondas que desmaiavam, sonolentas, até a areia e, outras, mais altas, movidas pela ventania, que batiam contra as rochas, no limite da praia. Beleza de paisagem litorânea.

Comecei a andar pelos arredores, um pouco além de onde estava.

Percebi algum movimento de pessoas, ultrapassando a região dos morros.

Pequenos grupos de jovens acampados, alguns tocando instrumentos pequenos, sons de músicas e vozes.

Um ou outro quiosque aqui e ali, com bebidas e alguns quitutes de praia.

Um pouco de gente também a fim do descanso das cidades e amantes da imensidão do mar. Ao longe, pequenas embarcações coloridas, balançavam, solitárias, à espera dos seus donos. Tudo convidando ao sabor da natureza e esquecimento de problemas. Belezas das praias.

Chego mais perto desse ajuntamento, um pouco tímido, sem demonstrar muita curiosidade, um estranho andarilho pela solidão local e avisto, num relance, a mesma figura feminina que me atraiu com seus olhos.

Sentada, bebericando um aperitivo, olha, sonhadora, para as águas, meditando, talvez, em algo escrito no livro que deixou cair ao colo.

Aproximo-me, calmamente, a cumprimento e ofereço-me para sentar-me ao seu lado. Uma boa dose de conversa seria interessante, para mim, um homem sozinho e, quem sabe, para ela, aparentando estar só.

Exibiu-me um belo sorriso convidativo e colocou seu livro fechado em cima da mesa. Ofereceu-me o drinque, que parecia saboroso, chamando o rapaz que a servia, delicadamente.

Assim, iniciei um bate-papo gostoso, que se estendeu por várias manhãs, enquanto estivemos juntos, nesse local.

A conversa iniciou-se com a nossa necessidade de descanso, trabalho excessivo, falta de distração até se encaminhar para família, tipo de trabalho, cuidados, atenção e sentimentos.

Valéria, além de mulher bonita, pareceu-me inteligente, simpática, atraente. Não sei se correspondi também a essas qualidades, mas sorria frequentemente, respondia meus assuntos com comentários e novas afirmações. Era uma escritora em férias, cansada, à busca de novas ideias.

Eu, um advogado também cansado, às vésperas da aposentadoria, queria esquecer um pouco das palavras divórcio, separação, guarda dos filhos, compartilhamento, divisão de bens, etc.

Valéria contou-me com poucos detalhes que era divorciada há anos, com dois filhos casados e quatro netos, adoráveis, conservando boa amizade com o ex-marido, já casado com outra e filhos menores.

Trabalhou um tempo como professora estadual de literatura, aposentando-se recentemente para dedicar-se a escrever, sua grande paixão. Já havia escrito alguns livros de sucesso, quando resolveu dar um descanso à mente ou preenchê-la com novidades.

Hospedou-se em pequena pousada de amigos que deixaram a cidade e buscaram as praias.  Já estava lá uns dez dias e gostando muito.

Eu, num bangalô também de amigos, há dias, contei-lhe que era viúvo, com esposa falecida de câncer há uns quinze anos, possuía um filho, estudando, atualmente, na Inglaterra, fazendo mestrado em paleontologia, assunto que o apaixona. Talvez nem voltasse mais ao Brasil. Falávamos através do Face-Time, toda semana, essa grande invenção. Preocupado comigo, queria que fosse viver com ele, mas ainda não tive coragem. Acostumado ao Brasil, com o nosso meio, reclamamos de muita coisa, mas não queremos mudar de vida, assunto que Valéria também concordou.

Das conversas amigas, passamos para caminhadas pelas praias, até conhecermos toda a região. Cansados, descansávamos nas barracas ou à beira-mar, com preguiçosos mergulhos, secando-nos ao sol.

Os amigos de Valéria, ao saber de nosso relacionamento, convidaram para um gostoso almoço, um peixe ensopado da região, conhecido como robalo, e uma farofa com arroz, à moda da casa. Foram muito gentis e terminamos com um bom vinho tinto.

Meio entontecido, bastante alegre, saí de lá achando que havia tido um momento memorável em minha tranquila e silenciosa vida. Devia isso, em grande parte, à companhia de minha nova amiga Valéria, a presença que estava ocupando, aos poucos, meus momentos e pensamentos.

 

Resolvi convidá-la também para almoçarmos no bangalô, embora desconhecesse como cozinhar corretamente os pratos principais. Ia tentar algo simples, e esconder, na realidade, o motivo principal, a sua companhia.

Valéria chegou, sorridente, como sempre, e, auxiliando-me, já retomamos nossas conversas intermináveis. Dessa vez, um aviso da editora. Estavam para lançar um novo livro e pediam sua presença para algumas correções e avaliação. Já estávamos falando, com tristeza, de retorno à cidade.

Mesmo assim, nosso almoço agradável, embora meio feito às pressas, sem muita habilidade, foi bom e, como sempre, permanecemos satisfeitos juntos.

Não sei se foi a pequena chuva que caiu de repente, a alegria de estarmos um com o outro, novo sentimento nascendo, o dia transcorreu rápido e adormecemos juntos, numa noite inesquecível, há muito tempo, novidade, para os dois.

Acordei feliz, na manhã seguinte, com um leve aroma vindo da cozinha, tapioca de bananas e café, diferente das minhas antigas manhãs rápidas e insípidas.

Permanecemos juntos por mais uma semana, Valéria transferindo seus pertences para o bangalô, até resolver voltar a São Paulo, por necessidades do livro a editar, e eu prometendo voltar a encontrá-la, alguns dias após, retornando também ao meu trabalho.

Nossos dias felizes não terminaram como um simples relacionamento de férias, continuamos a nos ver com maior frequência, terminando por morarmos juntos, em meu apartamento, um pouco maior que o dela, e a tentativa de um novo casamento para os dois, mais tarde.

Foram anos de convivência amigável, apaixonada e nada monótona, com nossas viagens frequentes a lugares desconhecidos e pitorescos. Fomos várias vezes à Inglaterra, visitar meu filho, já casado, com um filho de três anos.

Eu, que me sentia, anos antes, em final de vida, encontro, após aquelas férias, um recomeço, uma nova tentativa de felicidade.

O tempo, esse companheiro inseparável, amigo às vezes, inimigo quase sempre, cansou-se dos momentos felizes, aparecendo em Valéria, após dez anos, uma doença incurável, principalmente para uma escritora, amante das ideias aventureiras, o terrível mal de Alzheimer, em processo rápido. Após várias consultas a famosos especialistas, tentativas de internações em clínicas especializadas, chegou o momento de nossa separação mental, quando já não me reconhecia mais, seu amor na tarde, como dizia sempre. Enquanto suas células mentais morriam, desfaleciam também as minhas faculdades emocionais, meu coração desmoronou.

Vencida pela doença e debilidade física, seus momentos de ausência não demoraram a tirar-lhe a vida, deixando-me viúvo entristecido pela segunda vez.

Vejo-me agora mais velho, andar lento, cabelos totalmente brancos, à espera do meu filho Alfredo e do neto Lucas, que avisto de longe, no aeroporto Heathrow, de Londres, para uma mudança de ares. Finalmente, vou morar com eles, vontade inicial dele, antes do meu feliz recomeço.

 

 

 

UMA MANHÃ INESQUECÍVEL EM VIENA - Alberto Landi

 





 UMA MANHÃ INESQUECÍVEL EM VIENA

Alberto Landi

 

Era uma manhã bem ensolarada em Viena, a cidade da música, onde as notas dançavam no ar e os acordes ecoavam pelas ruas estreitas. Em um pequeno café, um jovem músico de nome Franz aguardava ansiosamente seu encontro com um renomado compositor que estava revolucionando o mundo musical, Ludwig Van Beethoven.

Com o coração palpitante, Franz viu a imponente figura de Beethoven adentrar o local. Seus olhos penetrantes refletiam uma intensidade única, e sua presença parecia encher o ambiente de eletricidade.

Franz levantou-se nervoso e reverente para cumprimentar o mestre.

Beethoven, percebendo a admiração nos olhos do jovem, sorriu de leve e convidou-o a sentar-se.

Entre xícaras de café e partituras espalhadas sobre a mesa, os dois mergulharam em uma conversa profunda sobre música, paixão e inspiração.

Enquanto trocavam ideias e experiências, Franz sentiu-se transportado para um universo paralelo onde as melodias eram capazes de desvendar os segredos da alma humana. Beethoven compartilhou com ele sua visão revolucionária sobre a arte musical, desafiando convenções e rompendo barreiras.

Ao final do encontro, Franz despediu-se do mestre com um misto de gratidão e reverência.

Aquela manhã ao lado do mestre transformou sua maneira de enxergar a arte e o inspirou a trilhar seu próprio caminho criativo com coragem e autenticidade.

E assim, naquele dia inesquecível, Franz descobriu não apenas o gênio musical de Beethoven, mas também a força transformadora que a arte pode ter na vida daqueles que se permitem ser tocados por ela.

 

Faz tanto tempo… - Hirtis Lazarin

 



Faz tanto tempo…

Hirtis Lazarin



Apesar dos quase oitenta anos, ele caminhava em ritmo acelerado pela trilha estreita, esquivando-se dos arbustos espinhosos e agressivos. 

Em casa, a esposa inquieta “ranzinzava” da cozinha pra sala, da sala para o quarto, do quarto pra janela da sala, aguardando a chegada do Joaquim. Franzia e apertava os olhos pra que a visão chegasse mais longe. Os óculos estavam quebrados. “Ele é muito teimoso. Insiste em ir sozinho até a vila. Que Nossa Senhora o proteja! Percebi que hoje ele estava mais lento das ideias”.

Dona Rosa correu até o pequeno altar da santa protetora e acendeu outra vela.

Meia hora mais tarde o homem chegou esbaforido, pingando suor. Jogou-se numa cadeira de palha. Todas eram de palha e já bem esgarçadas. Bebeu num gole só quase meio litro de água. O cachorrinho pulou no seu colo e Joaquim afastou-o. Estava cansado e sem ânimo para brincar. 

Arrastando os passos, chegou ao banheiro que ficava do lado de fora. Tomou um banho bem rápido pra evitar desperdício de água. O dinheiro da aposentadoria mal dava pro arroz, feijão, um pedacinho de carne e muitos remédios. Há algum tempo ele deixou de cuidar da horta que os servia com verduras e alguns legumes. O peso dos anos vividos causa estrago no corpo.

Enquanto Rosa preparava o jantar, Joaquim sentou-se nos degraus à frente de casa. Acendeu um cigarro e, entre uma baforada e outra, pôs-se a prestar atenção na paisagem. Sentiu-a melancólica. A tarde estava diferente das outras. Era o outono chegando trazendo um cheiro sonolento. A mangueira, até então verde brilhante, amarelecia. Muitas folhas já se soltaram dos galhos, deixando-se levar.

Lá embaixo, no píer abandonado, um barco pintado de azul à espera de mãos que o tirassem do ócio.

Uma viagem no tempo levou o velho senhor há muitos… há muitos anos. Apareceu nesse cenário um menino de oito anos que o acompanhava nas pescarias. Ajudava a cavar o chão à procura de minhocas, a carregar as varas com cuidado e, pacientemente, esperar os peixes se confundirem nos anzóis prisioneiros. Era uma felicidade maior que o mundo. Tudo aconteceu como tinha que ser.

Seu Joaquim, homem de olhar analítico e personalidade forte, aprendeu, não nos livros, e sim com a vida. Aprendeu onde nadam os peixes, pra onde voam as andorinhas, pra onde vão as correntes marítimas e se aquelas nuvens trariam chuva. E, pra dar certo, tudo tem que ter planejamento, que não vivemos sempre na calmaria, mas que ela volta. Temos que aprender a esperar…

Dona Rosa observava-o na porta. “Joaquim, a janta tá pronta”.

Sentados à mesa, a mulher nem percebeu que, dos olhos vermelhos do marido, escorreu um punhadinho de lágrimas, caiu no prato e deixou a sopa um tantinho mais salgada.

 

O ENCONTRO DE DOIS MESTRES - Alberto Landi

 




O ENCONTRO DE DOIS MESTRES

Alberto Landi

 

 

Em uma tarde ensolarada na Roma antiga, um jovem e curioso aprendiz de matemática chamado Aristóteles decidiu explorar os arredores de Roma em busca de conhecimento. Ao caminhar pelas ruas de paralelepípedos, ele ouviu falar de um sábio misterioso que vivia recluso nos arredores da cidade.

Dizia-se que esse sábio possuía um conhecimento profundo sobre os números e suas relações no universo.

Intrigado, Aristóteles decidiu seguir as indicações e trilhar o caminho até o local onde o sábio vivia. Ao chegar lá, viu um homem idoso de barba branca e olhar penetrante, sentado em meio a pergaminhos e tabuletas com símbolos matemáticos.

Era Pitágoras, o lendário matemático e filósofo.

Com humildade e respeito, Aristóteles se aproximou e iniciou uma conversa sobre os enigmas dos números, das formas geométricas e da harmonia do universo.

Pitágoras com sua sabedoria incomparável compartilhou com o jovem aprendiz ensinamentos sobre a natureza dos números, a importância da harmonia na matemática e a conexão entre a mente humana e o cosmos.

Ao longo da tarde, os dois sob a sombra de uma oliveira centenária, se reuniram com um pequeno grupo, em torno de um triangulo desenhado na terra por Pitágoras.

Com um pedaço de giz nas mãos, ele começa a explicar o teorema que leva seu nome de uma forma simples e acessível a todos.

Com maestria, ele desenha quadrados sobre cada lado do triângulo, enquanto explica como as áreas desses quadrados estão relacionadas e convida os presentes a observar atentamente a construção geométrica destacando a importância dos números e das proporções no mundo ao nosso redor.

Enquanto o vento suave balançava as folhas das árvores e os pássaros cantando ao longe, Pitágoras envolvia seu público com sabedoria e simplicidade demonstrando visualmente como a matemática pode revelar segredos e padrões ocultos na natureza.

À medida que o sol se punha no horizonte, o grupo de espectadores saiu do jardim com uma nova compreensão do teorema de Pitágoras, inspirados pela beleza da matemática e pela genialidade do sábio que trouxe luz a esse conhecimento atemporal em meio à serenidade do local.

Aristóteles admirou a elegância e a simplicidade desse principio matemático reconhecendo sua importância não apenas na geometria, mas também na filosofia. Aprendeu com ele, questionando o teorema de forma sábia, valorizando a experimentação e o processo de aprendizado.

Na cena da demonstração do teorema na terra do jardim, a experimentação e a pratica são destacadas como fundamentais para a compreensão, trazendo uma dimensão visual e interativa.

Ressaltou a importância de não apenas aceitar teorias prontas, mas sim questionar, explorar e aprender ao longo do caminho.

Por outro lado, Aristóteles transmitiu a Pitágoras temas como a lógica, ética, política, metafísica. Influenciou o pensamento filosófico e cientifico da época, trazendo uma nova perspectiva para o encontro dos mestres.

Pitágoras também aprendeu com Aristóteles que mesmo os grandes mestres podem se influenciar mutuamente e aprender uns com os outros. 

Assim, o encontro entre eles tornou-se um marco na historia do pensamento humano, unindo as disciplinas de filosofia e da matemática em uma conversa enriquecedora e reveladora.

A partir desse dia os mestres continuaram a explorar juntos os segredos do universo, inspirando gerações futuras com seus conhecimentos e sabedoria.

O Teorema de Pitágoras foi uma ferramenta essencial na construção da arquitetura romana durante o seu império, contribuindo para a grandiosidade e durabilidade das estruturas que ainda impressionam até os dias atuais!

 

Nota: historicamente Pitágoras viveu antes de Aristóteles.

segunda-feira, 22 de julho de 2024

VOLTA AO PASSADO - Adelaide Dittmers

 

 



VOLTA AO PASSADO

Adelaide Dittmers

 

O olhar do rapaz percorria os campos de trigo, absorvendo com prazer a fresca aragem da manhã, que fazia as espigas douradas dançarem brandamente em um belo espetáculo da natureza.

Sentado nos degraus da casa da fazenda, já gastos pelos anos, as sublimes lembranças de sua infância vividas naquele lugar vieram aos borbotões.  Os rostos dos avós meio apagados pelo tempo apareciam em sua mente, trazendo momentos que a vida deixou para trás.

O avô, um homem alto, de barba e cabelos brancos, voz áspera, mas quente, mãos grandes e calejadas de agricultor, mas macias no carinho que lhe dava.

As pescarias no rio que serpenteava pela propriedade, que aquele homem destemido tanto gostava de praticar. A suavidade com que o ensinou a manejar a vara e a ter paciência para fisgar um peixe. A alegria ao conseguir, que fazia aquele homem rude abrir um sorriso e bater nas suas costas para incentivá-lo a continuar.

A volta pelos estreitos caminhos de terra entre o trigal, onde às vezes um sapo saltava, fazendo com que ele também pulasse para trás, provocando a gargalhada do avô. O doce aroma do campo.

A satisfação de se deliciar com os pescados, que a avó preparava como ninguém.

As tardes em que, ao entrar na grande cozinha, seus olhos saborearam o cheiro do bolo de fubá, que saia do forno de lenha.

A grande cama que o abraçava, cheirando a palha, que recheava o macio colchão. O canto do galo ao amanhecer.

As histórias intermináveis e divertidas, que o avô contava, de tantos casos e lendas, que povoavam a imaginação das gentes do campo.

Aquele homem simples, mas cheio de sabedoria, muito lhe ensinou sobre a vida, não só com palavras, mas com exemplo.

Agora, sentado ali, a nostalgia de tempos que jamais voltarão, deu-lhe um banho de saudade. Num ímpeto, sacudindo a cabeça, levantou-se e foi até o barracão, que ainda guardava os instrumentos de pescaria.  Pegou a vara, que pertenceu ao avô, apertou-a como quisesse sentir a mão forte, que tantas vezes a segurara. Olhou em volta, um sorriso brotou em seus lábios, que, ao mesmo tempo, sentiram o gosto das lágrimas, que sorrateiras desciam pela sua face. 

Um forte suspiro irrompeu de seu peito e com passos firmes e alma trêmula foi até o rio.


UMA TARDE EM VIENA - Alberto Landi




UMA TARDE EM VIENA

Alberto Landi

 

Em uma tarde ensolarada na cidade de Viena, Sofia passeava pelas ruas da cidade encantada com a beleza e a música que ecoava por todos os cantos. Ao passar em frente ao imponente Teatro da Ópera, viu um cartaz anunciando um concerto do famoso compositor Mozart.

Curiosa e animada, decidiu comprar ingresso e assistir ao concerto naquela mesma noite.

Ao entrar na majestosa sala de concertos, sentiu seu coração acelerar de emoção. As luzes se apagaram, o maestro subiu ao palco e finalmente Mozart começou a reger sua própria obra.

Os acordes envolventes, as melodias encantadoras e a genialidade do compositor tocaram o coração de Sofia de uma maneira indescritível.

Ela fechou os olhos e se deixou levar pela música, sentindo como se estivesse em um mundo mágico, onde cada nota era uma emoção única.

Ao final do concerto, ela estava extasiada. Foi então que, ao sair do teatro, viu uma figura elegante se aproximando: era Mozart em pessoa.

Ele sorriu para ela e agradeceu por assistir ao concerto. Ela mal podia acreditar que estava diante de seu ídolo.

Em meio a uma conversa amigável, Mozart percebeu o brilho nos olhos de Sofia e viu o quanto a música havia tocado sua alma. Com um gesto gentil, ele pegou um papel e uma pena e escreveu algumas notas musicais, entregando a partitura para ela.

— Que estas notas inspirem você a seguir seus sonhos e a encontrar a beleza na música, disse Mozart, com um sorriso afetuoso.

Sofia guardou aquela partitura como um tesouro precioso, lembrando para sempre do dia em que conheceu o compositor e da magia da música que uniu seus corações naquela noite inesquecível!

O PRESENTE DIFERENTE! - Dinah Ribeiro de Amorim


 


O PRESENTE DIFERENTE!

Dinah Ribeiro de Amorim

 

Eric gosta de brincar até tarde da noite, na rua. Escondem-se em casas abandonadas e tentam achar uns aos outros.

Procuram provocar medo, soltam gritos e urros, mas nada temem. Caem na gargalhada.

Em noite de brincadeira, Eric entra sozinho, numa casa escura e vazia e, de repente, ela se ilumina fortemente, como se o esperasse.

Assustado, fecha os olhos com a claridade. Quando os abre, percebe um ser estranho, meio homem, meio bicho, que lhe joga uma varinha, avisando-lhe que é mágica e poderosa. A varinha obedece a tudo o que ele mandar, mas só para o bem. Se ordenar algo mal, acabará o podê-la.

O menino, segurando-a, não tem tempo de perguntar nada, o ser estranho desaparece e a casa escurece.

Com a varinha na mão, Eric pensa em voltar para casa, fugir dos amigos. E, de repente, ele está em seu quarto, fazendo lição.

Sente fome, lembra-se que ainda não jantou. A melhor macarronada lhe aparece à frente.

Come depressa e desce à sala, onde estão o pai, a mãe e o irmão Lucas, com quem briga constantemente. É mais velho e não se dão nada bem.

Lucas assiste na televisão um jogo que Eric detesta e a um sinal seu, com a varinha, o canal muda e aparece o seu filme predileto.

Todos o olham, muito espantados, e querem saber tudo sobre essa varinha.

Eric é obrigado a contar a verdade, um ser estranho, numa casa estranha, deu-lhe essa varinha para fazer o bem.

A mãe, encantada, já a quer emprestada para levar ao hospital, de manhã, onde trabalha como voluntária.

O pai, também a quer para solucionar alguns problemas dos empregados da firma, que estão com dificuldades.

Lucas, o irmão, enciumado, quer emprestar a varinha para ganhar brigas com colegas da escola.

Eric responde que a varinha só funciona com ele, e para fazer o bem. Não poderá emprestá-la a ninguém e, muito menos, para fazer o mal.

No dia seguinte, o menino vai para a escola e repara, pela primeira vez, no coleguinha que manca de uma perna. A professora o chama até a lousa.

Silenciosamente, pede à varinha, escondida dentro da mala, que o livre dessa aflição.

Imediatamente, quando o menino se vira, volta curado e andando normalmente, até a carteira.

Todos o aplaudem, achando que o novo tratamento que faz curou sua perna.

Eric sente uma estranha alegria com esse gesto e milagre da varinha mágica. Quanta coisa boa poderá fazer com ela!

Sai pelas ruas meio aturdido, rindo sozinho, espantando os transeuntes.

Avista na esquina um velhinho que, sentado no chão, pede esmolas com o chapéu. Parece cansado, desiludido e tristonho, aguardando a hora de morrer. Solicita à varinha mágica que o anime, solucione os problemas de sua vida, embora continue idoso, sem poder alterar a ordem dos anos.

A varinha demora um pouco a se manifestar e Eric pensa que não há mais solução para ele, mas percebe que é uma varinha pensante.  Olha o rosto do idoso e o percebe corado, luminoso, demonstra alegria. Dentro do seu chapéu surgem inúmeras notas valiosas em dinheiro, para garantir uma velhice mais tranquila.

Mais adiante, uma senhora aflita, deseja atravessar a rua com um bebê no carrinho e, o semáforo está quebrado. A indecisão da mulher se manifesta em suas idas e voltas, sem coragem de ir. Eric deseja ajudá-la e, imediatamente, o farol se acende, para os carros e ela atravessa sossegada.

O menino sente novamente aquela sensação de felicidade nunca sentida antes, o prazer em desejar o bem. Segura a varinha contra o peito e a aperta, carinhosamente. Por que será que foi o escolhido para merecê-la? Não sabe.

Volta para casa e encontra a mãe à porta, de saída ao hospital. Vendo-o tão radiante, lembra-se da varinha mágica e convida o filho para ir com ela. Quem sabe farão coisas muito úteis, nesse dia.

A primeira visita que fazem, é uma idosa que caiu e fraturou quase todos os ossos da face. No momento, sofre dores horríveis.

Eric, ao vê-la, impressiona-se muito, acostumado somente a brincar com os amigos. Aperta, emocionado, sua varinha, que o acode rápido, colocando os ossos do rosto machucado, no lugar.

Dra. Ângela, a médica que a socorre, já planejava a sua cirurgia e, ao vê-la, quase desmaia de susto. Pergunta o que aconteceu. A mãe de Eric, emocionada, responde-lhe: “Vontade de Deus, doutora! Essa senhora é muito fervorosa! ” E saem depressa dali.

No quarto ao lado, um menino, bastante magro e carequinha, aguarda tristonho uma sessão de terapia. Tem câncer na medula, essa doença miserável que ataca também as crianças. A mãe de Eric, Dona Paula, costuma contar-lhe histórias engraçadas, infantis, para alegrá-lo um pouco. Leva também revistinhas em quadrinhos, com vários desenhos bonitos, fazendo com que se distraia e esqueça, por momentos, a doença.

Eric, também ao vê-lo, pensa, tristonho: “Quantos problemas em um hospital, sem a gente saber. Precisei de uma varinha mágica para conhecer tanta gente necessitada”.

Ao senti-lo, a varinha, além de mágica, pensante, é também sensível, capta os seus sentimentos; transforma aquele quarto numa sala de brinquedos, como um pequeno parque, com carrossel e tudo, tirando aquela criança da dor e fazendo-a viver horas felizes. Quando a enfermeira chega para atendê-lo, leva muito tempo para tirá-lo dali e levá-lo à químio. Quando volta, avisa aos pais que o médico que o atende irá lhe dar alta por uns tempos. Teve grande melhora.

Dona Paula e Eric saem dali cansados, mas felizes também, encaminham-se para casa. A mãe não se esquece de que tem que esconder muito essa varinha, cuidar dela para não ser roubada ou perder.

O filho responde, calmo: “Só funciona comigo, mãe, não sei o porquê, e também para o bem! Com outra pessoa, se transforma numa varinha qualquer! ”

Os dois chegam em casa e encontram o pai, preocupado com a demora, já adiantando o almoço, e Lucas, o irmão rebelde, enraivecido com a demora em comer. “A mãe, agora, só se preocupa com Eric e sua varinha!”

Após o almoço, Eric, cansado após tantas emoções, vai para o quarto e adormece um pouco. Pelo jeito, sua vida se transformou e há muito trabalho pela frente. Encontra, na mãe, poderosa aliada. Sente-se grato por isso.

Adormece e sonha. Aparece-lhe, em sonho, um lindo anjo branco, brilhante, de asas azuis. Sussurra-lhe, suavemente, para não se descuidar da varinha, atrai o ciúme e a atenção dos outros, que não desejam usá-la para o bem, mas para o mal, e ela, roubada, perde seu poder.

Lucas, entrando no quarto, vê o irmão dormindo profundamente. Instintivamente, sua primeira ação é verificar onde Eric esconde a tal varinha mágica. Observa-o bem. Verifica que está dentro de sua jaqueta escolar. Com delicadeza, a apanha, a examina bem e dúvida dos seus poderes. Resolve testá-la no quintal.

A primeira coisa que vê é o gato da vizinha revirando o lixo de sua casa. Enraivecido, quer chutá-lo para longe, mas lembra da varinha e ordena-lhe que mande o gato embora. A varinha não o obedece.

Ainda com muita raiva, Lucas acredita que é uma falsidade que o irmão inventou e, bastante bravo, joga a varinha mágica dentro da lixeira.

O lixeiro passa nessa hora e a leva embora. Acaba-se assim o poder maravilhoso que seu irmão estava realizando.

Quando Eric acorda, alertado pelo anjo, a primeira coisa que fez foi procurar sua varinha. Não a encontra mais. Desesperado, procura a mãe para saber se a pegou. “Não, ela responde. Nem a vi!”

O menino anda pela casa toda e, nada, não a vê mais. Desconfia do irmão, mas este disfarça logo e vai saindo.

Desesperado, volta à noite na casa abandonada, escura, e nada acontece.

Acabou-se o sonho de curar todos e fazer somente o bem. Que tristeza sente durante dias, até que sua sábia mãe o aconselha a continuar ajudando outras pessoas, principalmente no hospital, mesmo sem a varinha mágica. Quem sabe foi a vontade e um chamamento que teve de Deus.

Eric torna-se um grande voluntário no auxílio aos sofredores dessa vida. 

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Minha história nasce assim


Escolha umas das imagens para criar sua história.


Minha história nasce assim: 



1) - 

Foi a primeira vez que a vi. 
O cenário era mágico, e olhar dela um feitiço.




2) -    
Era muito mais que uma tarde de pescaria. Não, não era pela pescaria, ou pelo alimento que levávamos para casa, ou a experiência com a vara de pesca, não era por nenhuma dessas alternativas. Era ele, a presença dele, o vozeirão dele, o olhar atento e sorridente, a motivação, o carinho, o amor.




3) - 
Ling parecia uma imagem em 3D. 
Sempre muito silencioso, quieto, lento e pontual.
Não tinha mais 22 anos, mas a sabedoria...




ANITINHA – A SUPER HEROÍNA - Henrique Schnaider


 


ANITINHA – A SUPER HEROÍNA

Henrique Schnaider

 

Anitinha era uma menina pobre, muito sofrida, perdeu os pais logo cedo e vivia num bairro da periferia numa casa abandonada juntamente com outros meninos e meninas na mesma situação que ela, e só sobreviviam à custa de restos de comida que ganhavam dos vizinhos os quais estavam numa situação financeira melhor.

O tempo foi passando e esta situação de penúria não mudava e o bando de miseráveis procurava ajudar mutualmente, o que tornava aquela triste situação um pouco mais amena. Anitinha se destacava dos demais membros desta irmandade de pobres coitados, era esperta, inteligente e muito destemida.

 Ela não sabia, mas estava sendo observada por uma pessoa que acompanhava o bando à distância, procurando dar uma proteção a eles sem que soubessem. Até que um dia este senhor resolveu se apresentar à Anitinha e começou uma conversa muito agradável com ela.

Anitinha notou que ele era um pouco estranho, diferente da maioria dos homens que ela conhecia. Ele era atencioso e passava a sensação de ser uma pessoa muito bondosa. A conversa rolou solta até que ele revelou detalhes, prometendo mudar a vida dela.

Astradamus esse era seu nome perguntou se ela gostaria de possuir superpoderes e passar a fazer parte do grupo de pessoas Super Especiais cuja função era proteger as pessoas que estivessem sendo ameaçadas por seres malignos que estavam aqui na terra só para praticar o mal.

Anitinha aceitou o convite e aquele senhor investiu imediatamente a menina com superpoderes e falou a ela que a partir daquele momento, ela poderia começar a exercer sua função poderosa. E, Anitinha saiu para a rua procurando pessoas que estivessem sendo ameaçadas e facilmente encontrou quem precisasse de sua ajuda.

Tornou-se famosa com os seus poderes e as pessoas em perigo procuravam por sua ajuda e a menina estava indo muito bem cada vez mais poderosa e por ser astuta e inteligente estava derrotando os seres maldosos.

Mas um dia, os chefões poderosos do mal, que já vinham observando a menina e seus feitos, ficaram irritados, pois ela estava atrapalhando aqueles que vinham à terra em busca de praticar maldades. Mandaram um ser poderoso e de extrema crueldade chamado Kraken para enfrentar Anitinha e derrotá-la, para que ela parasse de salvar as pessoas que precisavam de ajuda.

Kraken pegou realmente a menina de surpresa e com sua força maligna conseguiu prender Anitinha numa caverna profunda e ficou na entrada dela para que ninguém se aproximasse para tentar salvá-la e o mal, com a falta da super menina, se espalhou gigantescamente.

Nesta altura dos acontecimentos Astradamus o poderoso chefe dos super-heróis chega à entrada da caverna com a missão de salvar Anitinha, mas para isso teria que enfrentar Kraken o terrível ser do mal, numa tremenda batalha entre o poder do bem e o poder do mal.

A luta foi intensa sem que a princípio se soubesse quem sairia vitorioso, mas Astradamus usou todos os poderes que possuía e depois de uma luta violenta conseguiu derrotar o Kraken. Em seguida, entrou na caverna e trouxe de volta a menina poderosa que assim pode imediatamente voltar a defender os necessitados.

Anitinha ficou eternamente grata ao grande chefe Astradamus por salvá-la e permitir assim que ela voltasse a defender as pessoas ameaçadas pelo mal.

Os chefões maldosos resolveram dar um tempo nas suas ruindades e a paz voltou a reinar naquele bairro da periferia.

 

 

 

PROJETO MEU ROMANCE INVESTIGATIVO - O DETETIVE MORAIS - HENRIQUE SCHNAIDER

  PROJETO MEU ROMANCE INVESTIGATIVO 2024   O DETETIVE MORAIS HENRIQUE SCHNAIDER   João Morais era um nordestino Sertão da Paraíba. E...