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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O bicho papão - Dinah Ribeiro de Amorim


BICHO – PAPÃO!
Dinah Ribeiro de Amorim
  Toda vez que quero brincar na calçada, Dª Zezé, a empregada lá de casa, avisa que é perigoso: vem o bicho – papão e te pega! Não é só na rua, não! Qualquer outra coisa perigosa que ainda desconheço, pode aparecer o tal bicho – papão, comedor de crianças, muito ruim mesmo, carregando um saco nas costas!
  De tanto ouvir falar nele, deu-me até vontade de vê-lo! Feio, narigudo, cara de mau, de roupas sujas e compridas, com grande saco nas costas, cheio de criancinhas, sempre pronto a carregar mais uma para quando tiver fome! Que coisa horrível! É para ter medo, mesmo!
  Outro dia, descobri que além de medroso, sou também muito curioso! Nem sei o que é maior em mim: curiosidade ou medo. Saí para a rua, escondido de mamãe e de Dª Zezé, que vivem pegando no meu pé! Até brincar com Pedrinho, meu amiguinho da casa ao lado, pode ser perigoso e  aparecer o tal bicho! Achei demais!
  Abri o portão, devagarzinho, e, fui saindo, sozinho, em direção à esquina. Nossa casa fica mais ou menos no meio de várias outras  iguais.
  Tudo bem, ninguém à vista! Tento dobrar a esquina e, para voltar, penso, seria fácil, virar as costas e fazer o caminho de volta. Ando um pouco rápido, já meio amedrontado. Nunca havia saído sozinho, mas “adorando” essa grande aventura!
  De repente, avisto um velho, muito velho, arrastando a perna, lembrando um pouco meu avô. Com um braço, segura uma bengala e, com o outro, uma sacola sobre os ombros. Lembrei na hora: “É o tal do bicho – papão! Preciso dar meia volta e correr para casa. Sua sacola deve estar cheia de crianças e usa uma bengala comprida para apanhá-las. Quero correr, mas não consigo. Quase tropeço nas minhas pernas pequenas e frágeis! Acho que ele irá vai me alcançar! Por que fui fazer isso!”
  Começo a chorar alto e percebo que minha casa está mais longe do que eu pensava. O velho, feio e sujo, mancando, mesmo assim me alcança. Olho para ele, apavorado, já esperando levar uma bengalada, mas seu olhar é bondoso, humilde, perguntando-me gentilmente por que choro! Espantado, respondo que não consigo achar a minha casa. Ele, com cara de dó, acha-me vendo que sou muito pequeno para andar sozinho pelas ruas,  resolve me acompanhar até a encontrarmos.
  Como? - penso eu - Não é o bicho-papão!
Sinto-me seguro ao seu lado e ele afirma que as ruas são perigosas para crianças sozinhas, nossa casa é um bem muito grande e, se a perdemos, ficamos como ele, velho, doente, caminhando pelas ruas, sem lugar para descansar.
  Arrisco uma pergunta: “O que o senhor tem nesse saco?”
— Roupas velhas e restos de comida que encontro por aí! Só isso! Responde ele.  Esse era o tão terrível bicho-papão da minha infância!
  Logo chegamos a minha casa, com mamãe e Dª Zezé à porta, desesperadas à minha procura. Assim que me vêem, correm a abraçar-me, olhando desconfiadas para o velho. Digo que ele é um bom amigo, que eu estava perdido e ele me encontrou achou, precisando agora de alguma comida e um pouco de roupa velha, porque não tem onde morar! Não era o bicho-papão, não, era um homem velho e bondoso, necessitando de ajuda.

  As duas entenderam, foram buscar algumas sobras do almoço para ele, que ficou horas sentado à nossa porta, descansando um pouco dessa vida longa e triste de homem sem direção! Na minha inocência, passei também muito tempo espiando-o, com curiosidade, atrás da janela da sala, descobrindo um mundo novo!

O lápis mágico - Dinah Ribeiro de Amorim





O LÁPIS MÁGICO!
 Dinah Ribeiro de Amorim

  No dia do meu aniversário, mamãe e minha irmã organizaram uma festa linda! Oito anos! Acho que nunca vou esquecer. Teve balões, brigadeiros, presentes, muitos amiguinhos 

 e o famoso bolo de aniversário, com todos querendo soprar as velinhas junto comigo. Quando tudo acabou, fui abrir com calma meus embrulhos, cada um mais alegre que o outro. Dava dó  desmanchar cada  nó ou desdobrar  tantos papéis coloridos. Minha mãe gosta de guardar embalagens, então, tomei muito cuidado para não rasgá-los.

 Minha curiosidade foi grande porque cada um era mais interessante que o outro. Carrinhos, trem, jogos de diversão, educativos, bola de futebol, arco e flecha, livros,  até uma peteca!  

Chamou atenção um presente simples, pequeno, parecendo um estojo. O que seria! Abri com cuidado, não lembro mais quem o trouxe, descobrindo que era apenas um lápis colorido! Tudo bem, pensei eu, presente é presente, seja lá o que for.

  Fiquei horas no dia seguinte, brincando com todos eles, esquecendo até de fazer minhas refeições, o que mamãe reclamou um pouco, mas entendeu...

  Finalmente, peguei o lápis colorido para escrever um bilhete de agradecimento a um coleguinha que não pode vir, mas mandou um presente.

Estava viajando. Qual não foi minha surpresa! Eu pensava no que escrever e o lápis obedecia, parecia que me entendia! Era mágico! Que maravilha! Chamei minha irmã gritando:

_ Marianaaa! Eu ganhei um lápis mágico! Corre aqui! Ele me obedece e ainda escreve coisas engraçadas! Parece que fala comigo.

  Minha irmã veio correndo e perguntou se estava ficando maluco! Ficou olhando um pouco e pegou o lápis também. Mandou que ele riscasse todo o papel e ele riscou e ainda escreveu que ela era meio boba, deveria mandar fazer outras coisas!

  Muito espantado, tomei-o da mão dela e mandei que escrevesse um bilhete de agradecimento. À medida que eu pensava, ele escrevia, obedecendo. Quando terminava, deixava um comentário, como se fosse gente. Parecia um lápis robotizado, sensível ao toque da gente.

  Mariana pegou nele e mandou que escrevesse um recado para sua colega: “Não vou poder ir até sua casa hoje, preciso estudar!. O lápis obedeceu e ainda escreveu, no final: muito bem!

  Caramba, pensei, esse lápis é um sucesso! Imagine na minha escola! Nem preciso mais fazer a lição. Ele fará para mim.

“Nisso você se engana, escreveu ele! Só escrevo e obedeço coisas que você já sabe. Sou mágico, sim, um mágico honesto, que age segundo sua sensibilidade e conhecimento. Posso ajudar em alguma coisa, mas não em tudo. Você precisa saber primeiro e aí eu dou a minha opinião. Entendeu! Ajo de acordo com o seu toque! Gostou!”

  Muito, pensei eu, que presente legal! Foi o melhor de todos! O maior sucesso!  O meu sucesso de aniversário! E eu pensando que era o presente mais comum, de alguém que não tinha se incomodado muito comigo.
  
Ih, o lápis mágico despertou a atenção até de minha professora, que pedia emprestado quando corrigia nossas lições. Ia ser legal saber quem me deu esse presente! Eu poderia escrever um  agradecimento com ele.

A VIDA MUDA A GENTE! Dinah Ribeiro de Amorim





A VIDA MUDA A GENTE!
Dinah Ribeiro de Amorim

  João Grandão era o seu nome. Muito alto para a idade, forte, valentão, era o machão da rua! Saíra parecido ao pai, ex-pugilista, que o educara para ser corajoso e violento, "homem forte não chora"!

  Era temido pelos outros moleques, principalmente na escola. Ninguém o contrariava e, se acontecesse, rolava pancadaria, na certa.

  Ele ria de todo mundo. Se alguma coisa o desgostava, ninguém escapava. É isso, queria ser conhecido como malvado. Homem bom era homem frouxo! - aprendera com seu pai.

  Só tinha uma pessoa que o amolecia por dentro, embora tentasse disfarçar: sua mãe. Achava-a delicada, carinhosa, bonita, gostaria de beijá-la e abraçá-la, mas nunca o fizera.

  Imitava seu pai ao tratá-la embora isso o perturbasse um pouco! Não o agradava quando ela ficava triste e cabisbaixa, ouvindo o marido lhe fazer maus tratos.

  Certa tarde, ao voltar da escola, jogando seus cadernos no chão, como fazia sempre, chamou pela mãe dizendo que estava com fome. Não ouviu  resposta. Então, procurou-a  na cozinha, quintal, e nada. Subiu ao seu quarto e encontrou-a desfalecida na cama, parecendo mal. Pegou-a, com cuidado, em suas mãos e notou que queimava de febre.

  Seu coração amoleceu, nunca a vira assim. Gritou pelo pai e avisou que iria chamar hum médico. Conseguiu com muito custo alguém que o atendesse, pois sua fama de mau corria na cidade e ninguém o levava muito a sério. Finalmente, um doutor novo nenhum hospitalar, recém-chegado, resolveu atendê-lo.  Examinou-a. Diagnostico pneumonia em estado avançado. Necessitava de internação urgente, senão morreria. Transferiu-a para o hospital.

  João Grandão ficou apavorado. Nunca acontecera nenhuma doença em sua casa. Tinham fama de serem muito fortes! Justo sua mãe, que ele gostava tanto! Toda a braveza que possuía foi diminuindo e se transformando em forte dor e, choro. Tinha vergonha do pai e se trancou no para chorar quarto.

  Colegas seus, amedrontados mesmo, vieram consolá-lo. Isso o enterneceu mais ainda. Tinham medo, ou raiva dele, mas na hora da dor, tratavam-no como igual.

  Ia de todos os dias ao hospitalar para saber do Estado da mãe, ao contrário do pai, que só reclamava da falta que ela fazia para o trabalho doméstico. Procurava ajudar em casa, substituí-la de algum jeito, mas era impossível. O lugar dela, o trabalho que fazia, seu modo de lidar com eles "tão embrutecidos",  só de ela conseguia.

  Como sua mãe não melhorasse, passou por uma igreja e orou pela primeira vez em sua vida. Pediu humildemente a Deus que a salvasse. Ao Deus, que alguns amigos diziam que existia, e ele zombava, chamando-os de "maricas"! Prometeu que mudaria, arrependido de tudo que havia feito de errado. Seria ainda o João Grandão, mas em defesa dos pobres e oprimidos.

   Saiu dali mais aliviado e, chamado ao hospital às pressas. Correu, esperando uma má notícia. Sua surpresa foi grande! Sua mãe melhorara e estava para ter alta, chamando-o para buscá-la.

 E assim, João Grandão modificou-se, sendo conhecido como o protetor dos fracos, auxiliar dos doentes, coragem usando sua, força e valentia para ajudar e não maltratar.  

Bolinho de chuva! - Dinah Ribeiro de Amorim


Bolinho de chuva!
Dinah Ribeiro de Amorim

              Desde que me entendo por gente, adoro bolinho de chuva, com sol ou não! Vovó Bela mora lá em casa, e essa é sua especialidade. Toda tarde, após jogo de futebol com meus amigos, já virou costume, vamos para casa saborear os seus famosos bolinhos. Quando ela está indisposta ou não os faz por algum motivo, fazemos mil caretas de desagrado, de tanto que ficamos acostumados. Café com leite e bolinhos de chuva...
  Outro dia, terminada a partida, corremos para nossa cozinha, esperando os cheirosos e saborosos bolinhos de vovó. Primeiro nos mandou lavar pelo menos as mãos, tal era o nosso suor, para depois entrarmos em sua cozinha imaculada.
  Que surpresa!” Vó, cadê os bolinhos?”, perguntei aflito. Ela veio depressa, batendo as suas chinelas grossas de pano, respondendo que estavam em cima do fogão, cobertos por um pano de prato. Qual nada, alguém havia roubado nossos bolinhos!
 Deve ser o gato do vizinho, que vive rondando por aqui, quando faço qualquer coisa cheirosa - disse vovó -  surpresa!
Gato! – exclamei - Que gato! Nunca vi gato nenhum.
Existe sim, meu filho, tenho sempre que espantá-lo quando estou na cozinha. Já me queixei com a vizinha, mas ela não consegue controlá-lo, ele foge pelo buraco do muro.
  Lá fomos nós: Luizinho, Paulinho, Marquinhos e eu, com vassouras na mão, procurando o gato. Cadê ele gente?  Vamos encontrá-lo, dar-lhe uma surra e um susto, que nunca mais pisará em nossa casa! -  berramos em voz alta. Coitado desse gato! - pensou vovó.  Se a turma o encontra, pau nele!
  Procura daqui, procura de lá, e nada de encontrar o ladrão de bolinhos. Batemos na casa da vizinha e ela não o tinha visto, nem escutado nada. Saímos meio contrariados e combinamos dar uma volta no quarteirão.
  Nada ainda, que gato sem vergonha! Xingamos em voz alta. Aonde será que se meteu?  Deve estar comendo tudo, bem satisfeito, escondido no meio das plantas. Nossos bolinhos! Demos meia volta e quando nos aproximamos de casa, ouvimos um miado, logo após, outro... Fomos até ele e o descobrimos de barriga pra cima, contorcendo-se, com o prato vazio ao lado, gemendo de dor! Comera tantos bolinhos que estava passando mal!
  Até que era pequeno e bonitinho! Ficamos com dó e escondemos nossas vassouras. Como bater e espantar um animalzinho daquele que, com certeza, já estava castigado! Acho que nunca mais iria cheirar os bolinhos da vovó! Carregamo-lo até a vizinha que quase chorou quando o viu assim mal. Isso é para aprender a não roubar mais nossos bolinhos! - disse eu, ainda com raiva.  Precisava falar alguma coisa, nem sabia bem o quê! Dar uma de machão!
  Voltamos para casa e vovó Bela, carinhosa como sempre, havia feito outro prato cheinho de bolinhos de chuva! Deixa pra lá esse gatinho, coitadinho, devia estar com muita vontade para fazer esse esforço. O prato estava pesado.
Diante daquele cheiro gostoso, resolvemos esquecer mesmo o gato da vizinha!

Invisível protetor - Jany Patricio


 Invisível protetor
Jany Patricio



     Tenho um amigo invisível, invisível mesmo!

        Um amigo que eu nunca vejo e nunca ouço, mas ontem à tarde, quando eu voltava da escola, vislumbrei um vulto no canteiro de rosas!

        Vi os galhos da roseira balançando e corri para pegar o intruso. Mas, qual não foi a minha surpresa ao deparar com um filhote de tamanduá encolhido atrás de uma pedra. Quando me viu, deu um pulo e foi se esconder num buraco. Soltei minha mochila na grama e com cuidado apalpei a terra tentando encontra-lo. Quando de repente, abriu-se uma cratera. Fui caindo, caindo até parar sobre uma folhagem.

        Observei uma verdejante mata, sons de pássaros e pequenos animais, e no alto das árvores saguis divertiam-se pulando de galho em galho.

        Samambaias, trepadeiras e bromélias se beneficiavam do ambiente úmido.

        Perdido, comecei a caminhar, mas tinha a sensação de estar sendo observado.

        Ouvi um barulho atrás de uma árvore e fui verificar. Lá encontrei o tamanduá fujão, com outros filhotes e a mamãe tamanduá que estava machucada. Os filhotes estavam famintos e andavam em torno da mãe.

        Fiquei desesperado, sem saber o que fazer, quando lembrei que estava com o celular no bolso.  Liguei para o meu pai, que estava trabalhando numa clínica veterinária. Tentei lhe contar a história, mas ele não entendia nada! Porém, quando notou que comecei a chorar, resolveu ir para nossa casa ver o que estava acontecendo.

        Encontrando a cratera, fez o mesmo percurso que eu, porém, levando equipamentos de sobrevivência na mata e primeiros socorros Lembrou-se, antes, de avisar minha mãe, que fazia compras no supermercado. Assustada, voltou para casa imediatamente.

        Meu pai notou que o ferimento tinha resíduos de pólvora e achou por bem levar a mamãe tamanduá o mais rapidamente possível para a clínica. Contou com a ajuda de minha mãe que tomou conta e alimentou os filhotes.

        Durante estes acontecimentos eu sempre pressentia a presença do meu amigo invisível.

        Quando a mamãe tamanduá ficou curada fomos devolver os animais à floresta.

        Chegando ao jardim, deparamos com um ser de cabelos cor de fogo, os pelos do corpo completamente verdes e os pés voltados para trás. Arrebatou os tamanduás das nossas mãos e desapareceu junto com a cratera.
        Nunca mais vi meu amigo invisível!

A GALINHA D’ANGOLA - Jorge da Paixão



A GALINHA D’ANGOLA
Jorge da Paixão

A galinha de Angola,
para o Brasil se mandou...
Trazendo num saco uma viola,
que para o galo ofertou...

E ele todo contente,
começou logo a cantar...
Uma canção comovente,
para ela se apaixonar..

Sendo um bom seresteiro,
no final da madrugada...
Canta feliz no terreiro,
para sua princesa encantada..

No poleiro, todo fogoso,
para a galinha sorriu...
E na construção do ovo,
com ela contribuiu...

Os pintos atrás da galinha,
vão lhe seguindo sem parar... 
E não lhe deixa sozinha,
na sua arte de ciscar...

O ovo não é menina,
e nem menino também...
Ele vive na surdina,
e não revela o sexo que tem...





QUE SUSTÃO! - Dinah Ribeiro de Amorim




QUE SUSTÃO!
Dinah Ribeiro de Amorim

  Sou ainda bem pequeno, mas já estou na escola! Quem me leva, todos os dias, é Maria, minha irmã mais velha, que também estuda, mas à noite. Vai me ensinando o caminho: atravessar a rua sempre na faixa de segurança, quando o farol estiver verde para a gente. Aí os carros param e podemos passar. E, quantas ruas andamos, esquinas dobramos, etc...

  É sempre a mesma coisa, vai explicando tudo até a entrada da escola. Estou aprendendo e, logo, logo, irei sozinho.

Maria arrumou um trabalho de dia e não poderá mais me levar.

  Outro dia, aconteceu uma coisa perigosa. Levamos o maior susto! Quando íamos atravessar na faixa, passou um carro grande, cheio de gente com capuz preto, numa correria danada! Olhei para Maria que, com os olhos arregalados, nunca a vi assim, me puxou rápido para a calçada senão nos atropelavam. Ficamos tremendo de medo, e esperamos um pouco para atravessar. Quando retomamos a faixa, passou outro carro zunindo, alarmando todo mundo com sua buzina, parando perto de nós e perguntando que caminho eles fizeram! Era um carro de polícia, correndo atrás de bandidos, explicou Maria. Novamente, voltamos para a calçada, enquanto ela respondia que tinham ido para a direita.

  Muito assustados, resolvemos voltar! Não fui pra escola nesse dia. O lugar andava muito perigoso! Podia escapar alguma bala e nos atingir, disse Maria, melhor ficar em casa hoje. É mais seguro!

  Quando contamos para mamãe, achou que fizemos muito bem. Nossa cidade anda violenta demais e a escola é próxima de casa, mas muito central, cheia de movimento: carros, gente, comércio, melhor seria eu freqüentar uma outra mais afastada, em lugar mais calmo. Que não precisasse cruzar tantas ruas nem dobrar tantas esquinas. Talvez passasse a ir de perua – disse mamãe.

  Fiquei meio triste, gosto muito de onde estudo! Tenho muitos amiguinhos, mas, se a outra for melhor para mim, tudo bem, tento me acostumar!

  Você logo se habitua, disse Maria, andar de perua é divertido! A gente conhece novos lugares, faz muitas brincadeiras e, amizades, com quase todos os alunos.

  Não é que aconteceu isso mesmo! Achei muito legal ir de perua para a escola e, na volta, fazemos uma algazarra danada! Maria tinha razão. Quem não gostou muito foi papai, que precisou pagar um pouco mais caro.


UMA ESCUTA QUE FAZ MAL! - Dinah Ribeiro de Amorim




UMA ESCUTA QUE FAZ MAL!
 Dinah Ribeiro de Amorim

  Sempre me mandam dormir muito cedo. “Crianças têm que dormir cedo para crescerem fortes”- afirma mamãe. Custo muito a pegar no sono, lembrando todas as brincadeiras que fiz durante o dia. Já é um hábito de todas as noites. Rolo mil vezes na cama, desarrumo  lençóis, até que, finalmente, adormeço, sem perceber. Meus pais demoram a se deitar e ficam conversando até tarde. Às vezes, os escuto e sinto, com isso, uma espécie de proteção, de sossego.
  Numa dessas noites, ouvi-os discutindo, não era bem uma conversa normal e, prestei mais atenção. Papai dizia que ia embora, mudar de casa, havia conhecido outra mulher que seria agora sua nova esposa! Escutei as lágrimas de mamãe, e o que fariam comigo! Como explicar que não teria mais o pai em casa! Abaixando sua voz, papai respondeu que iria me avisar que faria uma longa viagem, voltando para me buscar assim que pudesse.

  Poderiam, por minha causa, chegar num acordo amigável e, como agora existia “a guarda compartilhada”... Não sei bem se foi isso que ouvi! Será que seria dividido ao meio, pensei amedrontado, ficaria tempos com um e com outro. Seriam duas casas! Sempre gostei muito da minha! E da companhia dos dois! Que conversa estranha estava ouvindo desta vez. Estranha e triste, juntando minhas lágrimas às de mamãe.

  A única coisa que me veio à cabeça, no meio de tanta complicação que não conseguia entender, foram as palavras de minha avó: “Nunca ouça conversa dos outros! Podem fazer muito mal!”. De verdade, fiquei muito mal nessa noite e lembrei que, nos últimos dias, papai estava chegando muito tarde e, distraído, mal respondia ao que eu falava! Coitada da mamãe, que seria de nós dois, agora.

  Não peguei no sono como de costume e amanheci abatido e cabisbaixo, sem coragem de olhar para os dois. Eles, ao contrario, mostravam-se animados e mais alegres, meio exagerados,  enchendo-me de atenção e carinhos. Deve ser remorso, pensei. São meus pais e agora querem desistir disso! Quando crescer, se tiver filhos, espero nunca fazer o mesmo!

 Passei vários dias esperando a hora em que me contariam tudo, meu pai arrumando suas malas e dizendo adeus! Dormia, agora, no sofá da sala e, mamãe, sozinha no quarto, chorava até amanhecer. Finalmente, meio gaguejando, chamaram-me para conversar e avisar que papai viajaria a serviço, demorando muito, mas voltaria para me buscar e passar uns dias com ele. Nem perceberam que eu ouvira tudo. Pensei em ligar para vovó e perguntar sobre essa tal “guarda compartilhada”, mas nem precisei. Ela chegou no dia seguinte para ficar comigo. Mamãe estava arrumando um emprego. Mais essa agora, ausência do pai e de mamãe o dia inteiro. Ainda bem que tinha vovó, sempre me senti seguro ao seu lado.


  O tempo foi passando, eu me acostumando, a tristeza diminuindo, mamãe contando novidades do seu novo emprego, papai aparecendo e me convidando para conhecer sua nova casa, o que não achei tão ruim assim, embora não fosse minha mãe, e, vovó, procurando preencher minhas dificuldades com suas histórias, comidas gostosas e brincadeiras divertidas! Percebi que ainda gostavam de mim, apesar das grandes mudanças.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

DESCOBRI QUE ALCINÉIA É VAMPIRA! - Dinah Ribeiro de Amorim - CONTO DE FÉRIAS Nº 2


CONTO DE FÉRIAS Nº 2


DESCOBRI QUE ALCINÉIA É VAMPIRA!
Dinah Ribeiro de Amorim 

Mamãe arrumou uma babá meio velha e muito estranha... Vive comigo no colo, e já sou meio grandinho. Cobre-me de beijos, deixando-me todo lambuzado... Ao invés de gostar dela, acabo me aborrecendo e ficando enjoado com tanto mimo!

Usa um batom vermelho escuro, pintura preta nos olhos, tem o rosto muito rosado e, seus cabelos, azulados, compridos, parecendo o  espanador de penas que a Maria, nossa outra empregada, usa para tirar o pó.

Tenho medo de ficar sozinho com ela, o que acontece muitas vezes. Só fico melhor quando vamos passear na rua, vendo outras pessoas.

Preciso contar para mamãe, que não gosto dela! Todos, em casa, acham que é muito boa, carinhosa e engraçada, com aquele jeito estranho, parecendo atriz de circo. Ainda por cima, chama-se Alcinéia, nome muito esquisito para uma babá.

Olha-me com uns olhos enormes, brilhantes, escuros, chamando-me: “queridinho, vamos dormir!” Sinto medo e custo muito para pegar no sono.

Outro dia, vi na televisão um desenho de bruxas, voando em vassouras... 

Logo me lembrei dela! Muito parecidas! Assustado, perguntei para mamãe se bruxas existem? Ela deu risada e respondeu:

_ Claro que não, querido! Isso é brincadeira para assustar as crianças e avisar que no mundo, podem existir pessoas más! Só isso...

Fiquei mais tranquilo, tentando gostar de Alcinéia. Que nome estranho...

Até que um dia, entrei no banheiro para fazer xixi... Não sabia que ela estava lá. Fiquei muito espantado quando vi que ela estava de rosto murcho, horrível, com os dentes na mão, passando a escova cheia de espuma... Meu medo foi tão grande que não deu tempo de correr, fiz xixi ali mesmo, no chão. Queria gritar chamar a mamãe, mas não conseguia! Alcinéia me viu, colocou logo os dentes na boca e, correndo para mim, tentou me ajudar. Comecei a chorar tão alto que a casa toda me acudiu.

Minha mãe pegou-me no colo e queria saber o que eu tinha! A babá, meio sem graça, não soube responder, nem explicar porque eu estava todo molhado... Acabou sendo mandada embora! Que sorte a minha!  Parei de chorar e só consegui falar: “Alcinéia é uma vampira!”


Mamãe sorriu, disse-me que vampiros não existem. Mas, desconfiou que alguma coisa estivesse errada. Ainda bem!



MINHA PRIMEIRA MONTARIA! - Dinah Ribeiro de Amorim - CONTO DE FÉRIAS Nº 1

CONTO DE FÉRIAS Nº 1


MINHA PRIMEIRA MONTARIA!
Dinah Ribeiro de Amorim



Desde bem pequeno sou apaixonado por cavalos. Coleciono figuras deles, tenho um álbum cheinho de todos os tipos: altos, baixos, escuros, claros, manchados, raças diferentes e também de muitos países.

Meu pai, sempre me ajuda, e acabou comprando um sítio. E, no meu aniversário, ganhei um lindo cavalo preto, com crina branquinha, o nome era  
Reizinho. Mas, quem se sentia um rei nele era eu, quando fiz minha primeira montaria!

A emoção foi tanta que mal conseguia segurar nas rédeas ou colocar os pés nos estribos, nem sei bem se é assim que se fala. Também, ele era tão alto e, eu, que dava mesmo certo medo!

Gostei muito do presente e passava horas e horas ao lado dele, fazendo amizade, querendo que ele me conhecesse. Alisava seu pêlo, fazia carinhos, pegava umas espigas velhas no celeiro e adorava vê-lo mastigar com vontade.  Era mesmo um Reizinho o meu cavalo preto, e queria tratá-lo assim, de verdade, como um rei!

Lembro do meu passeio montado nele, pela primeira vez. Tenho muita saudade! Sentir que podia percorrer grandes distâncias, conhecer os arredores desconhecidos do sítio, dominá-lo, guiá-lo delicadamente para percorrer lugares que queria, ele me obedecendo com vontade. Êta bicho lindo e inteligente! Não conseguia achar animal melhor para se ter!

Íamos ao sítio nos fins de semana e, logo que chegava, corria para o curral, procurando meu cavalo de estimação. Quem cuidava dele era seu Antonio, o Tonico, caseiro, morador da região. Dava logo todas as explicações de como estava o Reizinho, como tinha sido seus dias! Levava-o a passear de vez em quando, e eu sentia até um pouco de ciúmes. Já nem pensava em brincar com meus amigos de escola! Perdia logo o interesse. Só pensava no meu cavalo.

Num final de semana, logo que cheguei, fui procurá-lo, mas não o achei. Fiquei meio louco, perguntando a seu Tonico onde ele estava! Não havia passado bem, ele me respondeu, e fora levado ao povoado mais próximo, para ser observado por um veterinário. Não sosseguei enquanto meu pai não me levou até ele, para ver como estava. Fui chorando o tempo todo, já pensando na falta que deve ter sentido de mim!

Quando chegamos, notei que estava meio caído, cabisbaixo, um pouco fraco! Já poderíamos levá-lo. Tivera uma intoxicação por ter comido alguma porcaria, sem que seu Tonico percebesse. Fiquei danado da vida! Quase falei um palavrão feio para o caseiro, mas meu pai me segurou e fiquei quieto, engolindo minha raiva. Lá fomos nós, na camioneta do sítio, de volta para casa. Eu feliz com meu Reizinho e ele cheirando-me com seu focinho.


Logo, logo, estávamos novamente galopando pelos campos e estradas. Eu, crescendo, tornando-me um rapazinho, diziam.


Um cavaleiro de verdade – respondi.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

ACORDO ORTOGRÁFICO

Acordo Ortográfico


A ortografia da língua portuguesa é determinada por normas legais. No início do século XX Portugal estabeleceu pela primeira vez um modelo ortográfico de referência para as publicações oficiais e para o ensino. No entanto, as normas desse primeiro Formulário Ortográfico não foram adotadas pelo Brasil. Desde então, a ortografia da língua portuguesa foi alvo um longo processo de discussão e negociação, com o objetivo de instituir, através de um único tratado internacional, normas comuns que rejam a ortografia oficial de todos os países de língua portuguesa.

As tentativas iniciais materializaram-se num primeiro acordo, assinado em 1931, que, no entanto, viria a ser interpretado de forma diferente nos vocabulários ortográficos nacionais entretanto produzidos: em Portugal, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, de 1940; no Brasil, o Pequeno Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, de 1943, acompanhado de um Formulário Ortográfico. A fim de eliminar estas divergências, foi assinado por ambos os países um novo acordo ortográfico, em 1945, mas este apenas foi aplicado por Portugal, continuando o Brasil a seguir o disposto no Formulário Ortográfico de 1943.

Nas décadas seguintes, houve várias tentativas de chegar a novo consenso, mas, embora no início da década de 1970 tenha havido revisões que aproximaram as duas variedades escritas, não foi aprovada oficialmente uma reforma que instituísse um documento normativo comum. Fruto de um longo trabalho da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa, os representantes oficiais dos então sete países de língua oficial portuguesa (além do Brasil e de Portugal, também Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) assinaram em 1990 o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, ratificado também, depois da sua independência em 2004, por Timor-Leste. O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990) entrou em vigor no início de 2009 no Brasil e em 13 de maio de 2009 em Portugal. Em ambos os países foi estabelecido um período de transição em que tanto as normas anteriormente em vigor como a introduzida por esta nova reforma são válidas: esse período é de três anos no Brasil e de seis anos em Portugal. Com exceção de Angola e de Moçambique, todos os restantes países da CPLP já ratificaram todos os documentos conducentes à aplicação desta reforma.

Além do texto das reformas da ortografia do português, apresentamos aqui também o texto da Nomenclatura Gramatical Brasileira, de 28 de janeiro de 1959, e o da Nomenclatura Gramatical Portuguesa, publicada a 28 de abril de 1967. Este último documento foi entretanto substituído pelo Dicionário Terminológico, disponível aqui.

Todos estes documentos podem ser consultados e pesquisados seguindo as ligações que se encontram abaixo. Para ler o texto de cada uma das partes que constituem os documentos, basta clicar sobre o título respetivo.

  • ver Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, de 1990 - em vigor desde 2009
  • ver Nota explicativa - Anexo II do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
  • ver Acordo Ortográfico de 1945 - Portugal e outros países da CPLP
  • ver Formulário Ortográfico de 1943 - Brasil
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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O espelho, os vagalumes, e o arco-íris - Jany Patricio



O espelho,  os vagalumes, e o arco-íris   
Jany Patricio
               
Marcos atravessou o espelho do sótão junto com os vagalumes. Escorregou por uma cascata, caindo na relva úmida cercada de pedras musgosas.

        Curioso, seguiu os insetos, que eram em número de sete, cada um piscando uma cor do arco-íris.

        Adentraram numa floresta onde tudo era vermelho.  A terra, os troncos, flores e folhas  das árvores, as formigas, cogumelos, borboletas, lagartos, esquilos, coelhos, tartarugas,  pássaros , tudo! O sol brilhava na luz vermelha e no céu passeavam nuvens vermelhas.

        Quando olhou para suas mãos, estavam vermelhas. Procurou um lago para ver o seu reflexo na água, que também era vermelha, viu-se vermelho por inteiro.

        Porém, os vagalumes piscavam colorido, olhando para trás para ver se o garoto os seguia.

        Passaram por uma floresta laranja, depois amarela, verde, azul, índigo e finalmente, violeta.

        O garoto estava muito cansado, não conseguindo mais seguir seus amigos voadores, que por todo percurso eram coloridos, parou numa clareira violeta, encostou a cabeça numa pedra violeta e dormiu.

Vendo que o menino parou de segui-los, os insetos deram meia volta, e começaram a crescer. Cresceram, cresceram, até conseguirem carregar Marcos acima das nuvens, indo parar numa gruta, onde um fio de água mostrava o caminho para um lago dentro da montanha onde o soltaram.

Ao cair na água fria o garoto acordou, vislumbrando dentro da caverna uma arca que cintilava em todos os matizes de cores. Mas, uma correnteza o arrebatou. Ele tentava dar braçadas, mas a força da água era tão forte que o jogou para cima, indo sair no chafariz do jardim da sua casa, onde uma fina garoa formava junto com a luz do sol, um lindo arco-íris.

- Vejam! Lá está ele! – disse uma das crianças.

- Venha Marcos, a mamãe está preocupada com você.

Ele estava com muita fome. Sentiu o aroma da torta de maçã e foi correndo para casa.

- Meu filho, você está todo molhado, vai ficar resfriado!

Após tomar um banho quentinho, sentado no sofá, saboreando a torta de maçã com sorvete de creme, cercado pelos irmãos e abraçado pela mãe, Marcos viu sete vagalumes entrarem pela janela, cada um piscando para ele numa cor do arco-íris e saindo, como que dizendo:


- Este é o nosso segredo!

ROMEU E JULIETA EM TEMPOS MODERNOS! - Dinah Ribeiro de Amorim



ROMEU E JULIETA EM TEMPOS MODERNOS!
Dinah Ribeiro de Amorim

  Tom, natural da Inglaterra, aos doze anos apaixona-se por Anne, sua vizinha e colega de escola. É o início da puberdade, quando os hormônios estão à solta, qualquer atração se transforma em paixão avassaladora.

  Frequentador de baladas com amigos, desinteressa-se por outras garotas que o cercam, achando em Anne o verdadeiro amor de sua vida. Olha-a de longe, admirando seus cabelos louros, rosto bonito e alegre, grandes olhos azuis. O primeiro amor da juventude!

  Fica surpreso quando percebe que é correspondido, tornando-se namoro sério o que nascia entre eles.

  Com o tempo, seus pais percebem o relacionamento e, como eram de posições sociais muito diferentes, resolvem interromper esse namoro. O pai de Tom, um pobre homem de ideias socialistas, e o de Anne, rico e grande capitalista.

  Os jovens sofrem muito e se encontram às escondidas.

  Descobertos, o pai de Tom resolve se mudar para a França, levando a família, arrumando novo emprego e deixando o partido.

  Anne, desesperada e saudosa, foge de casa, encontrando-se com Tom às margens do rio Sena. Sem trabalho e dinheiro, atraídos pelas águas desse grande rio, suas ondas suaves, de brilho manso e eterno, jovens  imaturos e inexperientes que eram, resolvem por fim à vida. Seria a melhor solução para eles.

  Quando vão saltar, aparece-lhes um anjo em forma de velho, puxando-os com uma bengala. Sabedor da situação, aconselha-os a não pular, mas a trabalhar para viver. Eram jovens demais para morrer sem saber o que a vida ainda lhes reservava.


  Sábio conselho! Atualmente, ambos são bem sucedidos na vida, casados, cada um com outra pessoa, lembrando sempre com gratidão aquele senhor idoso que os impediu de uma loucura. Chegaram a  conclusão de que a vida é realmente importante e não devemos desperdiçá-la!

O SEGREDO DE UMA LÁGRIMA - Pedro Henrique

  O SEGREDO DE UMA LÁGRIMA Pedro Henrique        Curioso é pensar na vida e em toda sua construção e forma: medo, terror, desejo, afet...