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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

MINHA PRIMEIRA MONTARIA! - Dinah Ribeiro de Amorim - CONTO DE FÉRIAS Nº 1

CONTO DE FÉRIAS Nº 1


MINHA PRIMEIRA MONTARIA!
Dinah Ribeiro de Amorim



Desde bem pequeno sou apaixonado por cavalos. Coleciono figuras deles, tenho um álbum cheinho de todos os tipos: altos, baixos, escuros, claros, manchados, raças diferentes e também de muitos países.

Meu pai, sempre me ajuda, e acabou comprando um sítio. E, no meu aniversário, ganhei um lindo cavalo preto, com crina branquinha, o nome era  
Reizinho. Mas, quem se sentia um rei nele era eu, quando fiz minha primeira montaria!

A emoção foi tanta que mal conseguia segurar nas rédeas ou colocar os pés nos estribos, nem sei bem se é assim que se fala. Também, ele era tão alto e, eu, que dava mesmo certo medo!

Gostei muito do presente e passava horas e horas ao lado dele, fazendo amizade, querendo que ele me conhecesse. Alisava seu pêlo, fazia carinhos, pegava umas espigas velhas no celeiro e adorava vê-lo mastigar com vontade.  Era mesmo um Reizinho o meu cavalo preto, e queria tratá-lo assim, de verdade, como um rei!

Lembro do meu passeio montado nele, pela primeira vez. Tenho muita saudade! Sentir que podia percorrer grandes distâncias, conhecer os arredores desconhecidos do sítio, dominá-lo, guiá-lo delicadamente para percorrer lugares que queria, ele me obedecendo com vontade. Êta bicho lindo e inteligente! Não conseguia achar animal melhor para se ter!

Íamos ao sítio nos fins de semana e, logo que chegava, corria para o curral, procurando meu cavalo de estimação. Quem cuidava dele era seu Antonio, o Tonico, caseiro, morador da região. Dava logo todas as explicações de como estava o Reizinho, como tinha sido seus dias! Levava-o a passear de vez em quando, e eu sentia até um pouco de ciúmes. Já nem pensava em brincar com meus amigos de escola! Perdia logo o interesse. Só pensava no meu cavalo.

Num final de semana, logo que cheguei, fui procurá-lo, mas não o achei. Fiquei meio louco, perguntando a seu Tonico onde ele estava! Não havia passado bem, ele me respondeu, e fora levado ao povoado mais próximo, para ser observado por um veterinário. Não sosseguei enquanto meu pai não me levou até ele, para ver como estava. Fui chorando o tempo todo, já pensando na falta que deve ter sentido de mim!

Quando chegamos, notei que estava meio caído, cabisbaixo, um pouco fraco! Já poderíamos levá-lo. Tivera uma intoxicação por ter comido alguma porcaria, sem que seu Tonico percebesse. Fiquei danado da vida! Quase falei um palavrão feio para o caseiro, mas meu pai me segurou e fiquei quieto, engolindo minha raiva. Lá fomos nós, na camioneta do sítio, de volta para casa. Eu feliz com meu Reizinho e ele cheirando-me com seu focinho.


Logo, logo, estávamos novamente galopando pelos campos e estradas. Eu, crescendo, tornando-me um rapazinho, diziam.


Um cavaleiro de verdade – respondi.

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