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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Invisível protetor - Jany Patricio


 Invisível protetor
Jany Patricio



     Tenho um amigo invisível, invisível mesmo!

        Um amigo que eu nunca vejo e nunca ouço, mas ontem à tarde, quando eu voltava da escola, vislumbrei um vulto no canteiro de rosas!

        Vi os galhos da roseira balançando e corri para pegar o intruso. Mas, qual não foi a minha surpresa ao deparar com um filhote de tamanduá encolhido atrás de uma pedra. Quando me viu, deu um pulo e foi se esconder num buraco. Soltei minha mochila na grama e com cuidado apalpei a terra tentando encontra-lo. Quando de repente, abriu-se uma cratera. Fui caindo, caindo até parar sobre uma folhagem.

        Observei uma verdejante mata, sons de pássaros e pequenos animais, e no alto das árvores saguis divertiam-se pulando de galho em galho.

        Samambaias, trepadeiras e bromélias se beneficiavam do ambiente úmido.

        Perdido, comecei a caminhar, mas tinha a sensação de estar sendo observado.

        Ouvi um barulho atrás de uma árvore e fui verificar. Lá encontrei o tamanduá fujão, com outros filhotes e a mamãe tamanduá que estava machucada. Os filhotes estavam famintos e andavam em torno da mãe.

        Fiquei desesperado, sem saber o que fazer, quando lembrei que estava com o celular no bolso.  Liguei para o meu pai, que estava trabalhando numa clínica veterinária. Tentei lhe contar a história, mas ele não entendia nada! Porém, quando notou que comecei a chorar, resolveu ir para nossa casa ver o que estava acontecendo.

        Encontrando a cratera, fez o mesmo percurso que eu, porém, levando equipamentos de sobrevivência na mata e primeiros socorros Lembrou-se, antes, de avisar minha mãe, que fazia compras no supermercado. Assustada, voltou para casa imediatamente.

        Meu pai notou que o ferimento tinha resíduos de pólvora e achou por bem levar a mamãe tamanduá o mais rapidamente possível para a clínica. Contou com a ajuda de minha mãe que tomou conta e alimentou os filhotes.

        Durante estes acontecimentos eu sempre pressentia a presença do meu amigo invisível.

        Quando a mamãe tamanduá ficou curada fomos devolver os animais à floresta.

        Chegando ao jardim, deparamos com um ser de cabelos cor de fogo, os pelos do corpo completamente verdes e os pés voltados para trás. Arrebatou os tamanduás das nossas mãos e desapareceu junto com a cratera.
        Nunca mais vi meu amigo invisível!

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