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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

QUE SUSTÃO! - Dinah Ribeiro de Amorim




QUE SUSTÃO!
Dinah Ribeiro de Amorim

  Sou ainda bem pequeno, mas já estou na escola! Quem me leva, todos os dias, é Maria, minha irmã mais velha, que também estuda, mas à noite. Vai me ensinando o caminho: atravessar a rua sempre na faixa de segurança, quando o farol estiver verde para a gente. Aí os carros param e podemos passar. E, quantas ruas andamos, esquinas dobramos, etc...

  É sempre a mesma coisa, vai explicando tudo até a entrada da escola. Estou aprendendo e, logo, logo, irei sozinho.

Maria arrumou um trabalho de dia e não poderá mais me levar.

  Outro dia, aconteceu uma coisa perigosa. Levamos o maior susto! Quando íamos atravessar na faixa, passou um carro grande, cheio de gente com capuz preto, numa correria danada! Olhei para Maria que, com os olhos arregalados, nunca a vi assim, me puxou rápido para a calçada senão nos atropelavam. Ficamos tremendo de medo, e esperamos um pouco para atravessar. Quando retomamos a faixa, passou outro carro zunindo, alarmando todo mundo com sua buzina, parando perto de nós e perguntando que caminho eles fizeram! Era um carro de polícia, correndo atrás de bandidos, explicou Maria. Novamente, voltamos para a calçada, enquanto ela respondia que tinham ido para a direita.

  Muito assustados, resolvemos voltar! Não fui pra escola nesse dia. O lugar andava muito perigoso! Podia escapar alguma bala e nos atingir, disse Maria, melhor ficar em casa hoje. É mais seguro!

  Quando contamos para mamãe, achou que fizemos muito bem. Nossa cidade anda violenta demais e a escola é próxima de casa, mas muito central, cheia de movimento: carros, gente, comércio, melhor seria eu freqüentar uma outra mais afastada, em lugar mais calmo. Que não precisasse cruzar tantas ruas nem dobrar tantas esquinas. Talvez passasse a ir de perua – disse mamãe.

  Fiquei meio triste, gosto muito de onde estudo! Tenho muitos amiguinhos, mas, se a outra for melhor para mim, tudo bem, tento me acostumar!

  Você logo se habitua, disse Maria, andar de perua é divertido! A gente conhece novos lugares, faz muitas brincadeiras e, amizades, com quase todos os alunos.

  Não é que aconteceu isso mesmo! Achei muito legal ir de perua para a escola e, na volta, fazemos uma algazarra danada! Maria tinha razão. Quem não gostou muito foi papai, que precisou pagar um pouco mais caro.


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