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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

DESCOBRI QUE ALCINÉIA É VAMPIRA! - Dinah Ribeiro de Amorim - CONTO DE FÉRIAS Nº 2


CONTO DE FÉRIAS Nº 2


DESCOBRI QUE ALCINÉIA É VAMPIRA!
Dinah Ribeiro de Amorim 

Mamãe arrumou uma babá meio velha e muito estranha... Vive comigo no colo, e já sou meio grandinho. Cobre-me de beijos, deixando-me todo lambuzado... Ao invés de gostar dela, acabo me aborrecendo e ficando enjoado com tanto mimo!

Usa um batom vermelho escuro, pintura preta nos olhos, tem o rosto muito rosado e, seus cabelos, azulados, compridos, parecendo o  espanador de penas que a Maria, nossa outra empregada, usa para tirar o pó.

Tenho medo de ficar sozinho com ela, o que acontece muitas vezes. Só fico melhor quando vamos passear na rua, vendo outras pessoas.

Preciso contar para mamãe, que não gosto dela! Todos, em casa, acham que é muito boa, carinhosa e engraçada, com aquele jeito estranho, parecendo atriz de circo. Ainda por cima, chama-se Alcinéia, nome muito esquisito para uma babá.

Olha-me com uns olhos enormes, brilhantes, escuros, chamando-me: “queridinho, vamos dormir!” Sinto medo e custo muito para pegar no sono.

Outro dia, vi na televisão um desenho de bruxas, voando em vassouras... 

Logo me lembrei dela! Muito parecidas! Assustado, perguntei para mamãe se bruxas existem? Ela deu risada e respondeu:

_ Claro que não, querido! Isso é brincadeira para assustar as crianças e avisar que no mundo, podem existir pessoas más! Só isso...

Fiquei mais tranquilo, tentando gostar de Alcinéia. Que nome estranho...

Até que um dia, entrei no banheiro para fazer xixi... Não sabia que ela estava lá. Fiquei muito espantado quando vi que ela estava de rosto murcho, horrível, com os dentes na mão, passando a escova cheia de espuma... Meu medo foi tão grande que não deu tempo de correr, fiz xixi ali mesmo, no chão. Queria gritar chamar a mamãe, mas não conseguia! Alcinéia me viu, colocou logo os dentes na boca e, correndo para mim, tentou me ajudar. Comecei a chorar tão alto que a casa toda me acudiu.

Minha mãe pegou-me no colo e queria saber o que eu tinha! A babá, meio sem graça, não soube responder, nem explicar porque eu estava todo molhado... Acabou sendo mandada embora! Que sorte a minha!  Parei de chorar e só consegui falar: “Alcinéia é uma vampira!”


Mamãe sorriu, disse-me que vampiros não existem. Mas, desconfiou que alguma coisa estivesse errada. Ainda bem!



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