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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Bolinho de chuva! - Dinah Ribeiro de Amorim


Bolinho de chuva!
Dinah Ribeiro de Amorim

              Desde que me entendo por gente, adoro bolinho de chuva, com sol ou não! Vovó Bela mora lá em casa, e essa é sua especialidade. Toda tarde, após jogo de futebol com meus amigos, já virou costume, vamos para casa saborear os seus famosos bolinhos. Quando ela está indisposta ou não os faz por algum motivo, fazemos mil caretas de desagrado, de tanto que ficamos acostumados. Café com leite e bolinhos de chuva...
  Outro dia, terminada a partida, corremos para nossa cozinha, esperando os cheirosos e saborosos bolinhos de vovó. Primeiro nos mandou lavar pelo menos as mãos, tal era o nosso suor, para depois entrarmos em sua cozinha imaculada.
  Que surpresa!” Vó, cadê os bolinhos?”, perguntei aflito. Ela veio depressa, batendo as suas chinelas grossas de pano, respondendo que estavam em cima do fogão, cobertos por um pano de prato. Qual nada, alguém havia roubado nossos bolinhos!
 Deve ser o gato do vizinho, que vive rondando por aqui, quando faço qualquer coisa cheirosa - disse vovó -  surpresa!
Gato! – exclamei - Que gato! Nunca vi gato nenhum.
Existe sim, meu filho, tenho sempre que espantá-lo quando estou na cozinha. Já me queixei com a vizinha, mas ela não consegue controlá-lo, ele foge pelo buraco do muro.
  Lá fomos nós: Luizinho, Paulinho, Marquinhos e eu, com vassouras na mão, procurando o gato. Cadê ele gente?  Vamos encontrá-lo, dar-lhe uma surra e um susto, que nunca mais pisará em nossa casa! -  berramos em voz alta. Coitado desse gato! - pensou vovó.  Se a turma o encontra, pau nele!
  Procura daqui, procura de lá, e nada de encontrar o ladrão de bolinhos. Batemos na casa da vizinha e ela não o tinha visto, nem escutado nada. Saímos meio contrariados e combinamos dar uma volta no quarteirão.
  Nada ainda, que gato sem vergonha! Xingamos em voz alta. Aonde será que se meteu?  Deve estar comendo tudo, bem satisfeito, escondido no meio das plantas. Nossos bolinhos! Demos meia volta e quando nos aproximamos de casa, ouvimos um miado, logo após, outro... Fomos até ele e o descobrimos de barriga pra cima, contorcendo-se, com o prato vazio ao lado, gemendo de dor! Comera tantos bolinhos que estava passando mal!
  Até que era pequeno e bonitinho! Ficamos com dó e escondemos nossas vassouras. Como bater e espantar um animalzinho daquele que, com certeza, já estava castigado! Acho que nunca mais iria cheirar os bolinhos da vovó! Carregamo-lo até a vizinha que quase chorou quando o viu assim mal. Isso é para aprender a não roubar mais nossos bolinhos! - disse eu, ainda com raiva.  Precisava falar alguma coisa, nem sabia bem o quê! Dar uma de machão!
  Voltamos para casa e vovó Bela, carinhosa como sempre, havia feito outro prato cheinho de bolinhos de chuva! Deixa pra lá esse gatinho, coitadinho, devia estar com muita vontade para fazer esse esforço. O prato estava pesado.
Diante daquele cheiro gostoso, resolvemos esquecer mesmo o gato da vizinha!

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