ERA UMA VEZ…PITICO E O ALCE-REI
Dinah Ribeiro de Amorim
Num reino distante, pequeno povoado, governavam dois reis: D. Dario e
Dona Lionela. Eram ótimos caçadores.
Viviam para a caça e a organização de troféus, nas salas do castelo.
Organizavam, às vezes, festas exibicionistas e chamavam outros reis
vizinhos para mostrá-los.
Tinham uma ambição crescente, parte importante de suas vidas, caçar um
alce real e colocá-lo como troféu, com sete galhos na cabeça. Nunca conseguiam
pegá-lo, não sabiam o porquê?
Acontece que o alce, também real, possuía em seus galhos, na testa, um
amigo passarinho que o avisava dos perigos da floresta.
Foi salvo pelo amigo alce de uma queda do ninho, abandonado pela mamãe
passarinha, bem pequeno, morando nos seus galhos, à vontade, ficando também seu
protetor.
Quando soube da ambição dos Reis Dario e Lionela, assumiu logo a sua
defesa.
Numa tarde, os reis organizam grande caçada e convidam os melhores
caçadores do reino. Comentam: “Esse alce não nos escapa!”
Assim que Pitico, o passarinho, soube, colocou-se de prontidão.
Como os caçadores, na hora do mal, se espalharam pela floresta, chamou
logo outros passarinhos para auxiliarem o alce.
No início, em cada lugar de perigo, o alce era avisado: “Foge rápido
que estão por perto!”
Quando ia para a direita, gritavam-lhe: “Vá para a esquerda. Estão
sentindo o seu cheiro!”
Se o alce ia à frente, mandavam-no voltar. E assim passou o dia
inteiro…
Os caçadores não desistiam e o alce foi ficando cansado. Queria dormir.
A passarada, nervosa e preocupada, piava à sua volta, o acordava, não o
deixava dormir.
Chegou um momento em que o coitado do animal, lindo e esbelto, um
orgulho da natureza, parou e dormiu, mesmo ouvindo aquela cantoria dos pássaros
à sua volta.
Os caçadores inimigos chegaram perto e, quando iam atirar, as
avezinhas, em bandos, bicaram seus olhos, fazendo-os fugir, apavorados. Não
estavam preparados para matar passarinhos.
E assim, o alce-rei descansou sossegado, protegido por Pitico e seus
amigos, o companheiro de estimação.
Os Reis Dario e Lionela desistiram dessa caçada e deixaram o animal em
paz. Compreenderam que os animais da floresta também reinam e têm seus
comunicados pessoais entre eles. Merecem ser respeitados.
Desistiram dos troféus e das exibições.
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