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quarta-feira, 26 de novembro de 2025

VERDADE OU MISTÉRIO? - Dinah Ribeiro de Amorim

 


VERDADE OU MISTÉRIO?

Dinah Ribeiro de Amorim

 

Desde a infância, ouvimos contar histórias verdadeiras ou falsas, que significam e formam superstições. Algumas permanecem algum tempo e depois desaparecem. Quando adultos, as esquecemos.

Outras, quando lembramos, não sabemos dizer se são verdadeiras ou não. Cremos um pouco também nas superstições.

A casa dos meus avós tinha um quintal comprido, com várias plantas e um galinheiro ao fundo.

Costumávamos roubar ovos de manhã, quebrá-los e tomar a gema crua, antes de vovó ir colhê-los.

Ela ficava brava conosco e com as galinhas poedeiras também. Uma delas, esperava meu irmão chegar e ia certeira bicá-lo, já antecipando o seu roubo. Com o tempo, escondiam seus ovos em lugares que não achávamos, ou faziam greve. Paravam de botar.

Tio Roberto cismou de fazer caretas com melancias e abóboras, acendendo uma vela dentro, para ficarmos com medo à noite e nos afugentar do galinheiro. Não é que deu certo! Acreditávamos serem fantasmas protetores de aves, e não mais íamos roubar ovos. Só que as galinhas também ficaram com medo e não botaram mais.

Pobre vovó, teve que comprar ovos no empório da rua.

Em criança, sempre ouvíamos que passar embaixo de escadas, era um azar danado. Principalmente em lugares em construção. Quando víamos alguma, dávamos a volta e não passávamos. O pedreiro que estava perto, morria de rir…

Também não acreditei nisso, quando cresci, crendices de criança, falatórios do povo.

Tinha uma amiga da vovó, Dona Ana, muito idosa já, sozinha, viúva e sem filhos. Muito religiosa, vivia pedindo a Deus para não sofrer na hora da morte. Queria uma morte rápida. Quando morreu, soubemos que passeava na cidade e passou debaixo de uma escada, quando caiu um tijolo em sua cabeça e a matou rápido. Ficamos muito arrepiados quando soubemos, mas a sua oração deu certo. Nem sentiu. Vovó  dizia: “ Foi atendida mesmo!”

Ficou a dúvida conosco: muita fé ou dá azar?

Somos um povo cheio de superstições. Basta conversarmos com o pessoal do mato ou interior, longe da modernidade, que aprendemos muito.

Em final de ano, tenho amigas que dão uma folha de louro para todos colocarem na carteira. Quando pergunto o porquê, diz que é para trazer sempre dinheiro. Oba, pego logo a minha.

As cores das roupas debaixo, também influenciam a passagem do ano.

O vermelho significa paixão ardente, o branco, paz infinita, o azul, tranquilidade e sossego, o amarelo, dinheiro e o verde, crescimento e fartura. Não sei bem se está certo, cada um fala de um jeito. Depende da crença.

Comer lentilha na ceia de final de ano, dá sorte e sucesso. Comer aves como frango, pato, peru, com asas, dá azar, segundo uma amiga. Ciscam para trás. O ano também voa para trás. Sei lá!  Nós sempre comemos, não? O peru de Natal sempre foi tradição para todos!

E os três pulinhos nas ondas do mar, à meia noite, para quem está na praia? Todos obedecem a essa crença!

Lembro-me, em menina, que à meia noite, no final do ano, Tia Ilda mandava bater no poste da rua para festejar. Não sei até hoje para quê? Mas batíamos com gosto!

Pois é, crendo ou brincando, o bom mesmo é fazer uma bela oração para pedir Saúde! Paz! Prosperidade! Sucesso! Livramentos do mal e Proteção a Deus, é o que acredito! Amém! Feliz Ano Novo a Todos!

 

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