No dia do SIM
Alberto Landi
Imaginemos o automóvel chegando lentamente à porta da igreja. No dia do casamento, o tempo parece desacelerar por uns instantes.
Lá dentro, o coração da noiva pulsa como se quisesse marcar cada segundo daquele momento.
A porta se abre, ela olha para seu pai, aquele que a embalou nos primeiros passos e a amparou nos eventuais tropeços da vida. Ele estende a mão firme e tremula ao mesmo tempo. Ela a segura, sentindo a força que sempre esteve ali, mas também a doçura que a vida inteira a protegeu.
Seus olhos se encontram e não é preciso dizer nada. Cada ruga, cada brilho no olhar dele conta história de noites mal dormidas, risos partilhados.
Ele respira fundo, como quem sabe que está prestes a entregar ao mundo o maior tesouro que já guardou.
Ela, com um vestido leve e o coração carregado de lembranças, deixa-se conduzir.
A cada passo é como se um filme passasse na mente de ambos: a menina com laços no cabelo, o diploma erguido com orgulho, as conversas, a mesa de jantar… E agora o corredor que a leva ao altar.
O braço do pai, agora entrelaçado ao dela, é a ponte entre as duas etapas da vida.
E então, nesse momento tão especial, sentimos a presença de nossos pais queridos ao nosso lado, guardando no coração um turbilhão de emoções.
Alguns nos abraçam com a presença física, outros nos envolvem com o calor eterno da lembrança tão viva quanto o amor que um dia nos deram.
A noiva avança em passos lentos, sentindo o coração pulsar a cada olhar de amigos e parentes que a acompanham com ternura.
O buquê, um pequeno relicário, repousa discreto aos olhos, mas imenso no significado. Dentro dele, a lembrança viva de quem, mesmo ausente, caminha com ela nesse instante único.
A todos aqui presentes ou na eternidade, dedicamos hoje e sempre nossa homenagem repleta de gratidão e amor, que atravessa o tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.