A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

AINDA HÁ TEMPO PARA AMAR - CONTO COLETIVO 2011

FIGURAS DE LINGUAGEM

DISPOSITIVOS LITERÁRIOS

FERRAMENTAS LITERÁRIAS

BIBLIOTECA - LIVROS EM PDF

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

ITÁLIA EM SUSPIROS - Alberto Landi

 

 



ITÁLIA EM SUSPIROS

Alberto Landi

 

A Itália é sempre uma poesia, uma arte esculpida em pedra.

Suas cidades refletem a rica história, a cultura e a beleza estética de um país onde cada rua, cada piazza é um museu a céu aberto.

A arquitetura impressiona pelos detalhes, que contam histórias ao longo dos séculos. Cada lugar é uma obra de arte viva, repleta de alma, luz e inspiração.

Em Florença, uma jovem caminhava distraída pela via dei Calzaiuoli, os olhos voltados para as vitrines, mas o coração capturado pelo som de um violinista que tocava Vivaldi. O ar se misturava ao cheiro do café recém-moído vindo de uma pequena torrefação, cada acorde parecia pintar em tela invisível no céu.

Em Roma, um ancião sentado em uma praça contava histórias aos netos.

Apontava para as colunas em estilo coríntio do Fórum Romano e dizia: Essas pedras já ouviram vozes de imperadores e também sussurros dos poetas.

Os meninos riam, mas no fundo sabiam que o avô tinha razão ali, entre ruínas, ainda se ouvia o pulsar da eternidade.

Em Veneza, as ruas não eram de pedra, mas de água. Um gondoleiro orgulhoso em sua profissão guiava turistas entre palácios que refletiam no canal como se fossem sonhos. Ao passar pela sombra de uma ponte, cantava uma canção herdada de seus ancestrais em dialeto veneto. Era como se a cidade toda fosse um palco flutuante.

Em Nápoles, ao cair da tarde, os becos estreitos se enchiam de vozes misturadas ao aroma do mar e do café fresco. Pizzaiolos lançavam pizzas ao ar com a maestria de escultores, enquanto pintores de rua desenhavam em poucos traços as faces dos passantes. Cada esquina era um palco onde a vida pulsava sem ensaio, vibrante e desordenada.

Entre roupas penduradas nas varandas e igrejas douradas pelo tempo, a cidade respirava paixão intensa, imprevisível e eterna.

Nápoles não se visita: se sente. Ela é música, túmulo e poesia.Tudo ao mesmo tempo.

Trieste repousa à beira do Adriático, entre o azul do mar e o silêncio das colinas.

O vento, chamado Bora, sopra histórias antigas pelas ruelas estreitas, levando o perfume do sal e da saudade. Os triestinos dizem que, quando o Bora sopra, limpa o céu e a alma.

Há um brilho no porto, onde o sol se despede lentamente e os navios parecem suspensos no tempo.

Os cafés guardam ecos de escritores e sonhadores. Ali ,o pensamento é livre como o horizonte.

Entre fachadas antigas e praças luminosas, a cidade revela seu coração mestiço, onde Itália e Europa Central se encontram em harmonia melancólica.

 

Matera dorme nas encostas de pedra, envolta em silêncio e memórias. As casas, esculpidas na rocha, guardam histórias que o vento percorre lentamente, e cada degrau, cada rua estreita, é um sussurro do passado que recusa a desaparecer.

Ali, o tempo não corre: caminha descalço, tocando as paredes gastas e os degraus de pedra com a serenidade de quem já viu tudo.

O sol toca os muros com delicadeza, e as sombras dançam entre os becos como se o tempo ali tivesse decidido não correr, apenas existir.

Há um perfume de terra antiga, de pão quente, de vidas que se entrelaçam com os séculos.

O passado e o presente caminham lado a lado, tranquilos, e quem passa sente que o mundo inteiro cabe naquele instante suspenso entre pedra, memória e silêncio.

Milão pulsa no compasso da moda e do aço, entre ruas elegantes e catedrais que tocam o céu.

O Duomo ergue-se como um sonho em pedra, e cada esquina sussurra histórias de arte, inovação e ambição.

No rastro da Galleria Vittório Emanuele, o tempo brilha em vitrines e passos apressados, onde o moderno e o antigo dançam em perfeita harmonia.

O sol se despede sobre a península, e cada cidade guarda em seus muros e ruas um sussurro do passado, um rastro de histórias que caminham descalças pelo tempo.

Da pedra antiga de Matera ao aço elegante de Milão, da paixão caótica de Nápoles à serenidade do Adriático em Trieste, cada canto é um verso, cada passo um poema.

E a Itália, eterna e viva, respira em cada passo, guardando-se nos olhos de quem a percorre!

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.

ITÁLIA EM SUSPIROS - Alberto Landi

    ITÁLIA EM SUSPIROS Alberto Landi   A Itália é sempre uma poesia, uma arte esculpida em pedra. Suas cidades refletem a rica histó...