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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

UM GRITO DE SOCORRO! - Dinah Ribeiro de Amorim



UM GRITO DE SOCORRO!
Dinah Ribeiro de Amorim

  Gosto muito de circo! É a maior atração de nossa pequena cidade. Quando chega, o povo fica alvoroçado, escolhendo os melhores lugares, disputando cadeiras e dias melhores.

  Na verdade, eu e minhas amigas gostamos das exibições, mas mais da movimentação de pessoas, principalmente dos rapazes que costumamos paquerar!
 Nesse ano, prometiam grandes atrações como peças de teatro, malabaristas, motocicletas que se cruzavam, bailarinas famosas e, como sempre, engraçados palhaços.

  Chegou o dia da apresentação e o circo logo ficou cheio de convidados. Eu e Marita, minha melhor amiga, procuramos lugares meio no fundão, de onde veríamos melhor a apresentação e, também, os frequentadores. Estávamos loucas para arrumar namorado! Já tínhamos catorze anos.

  Quando as luzes se apagaram, o palco iluminou-se e o dono do circo, todo paramentado, com um belo casaco vermelho de lantejoulas,  ia dizendo: “Respeitável público! Muito boa noite! Teremos hoje...Não chegou a terminar. Ouviu-se um grito estridente, pavoroso, vindo de alguém da platéia.

  As luzes se acenderam imediatamente e as pessoas se levantaram, rápidas, para ver o acontecido.

 Os empregados do circo vieram num corre-corre danado e examinaram tudo. Não conseguiram descobrir nada! Até que apareceu uma mulher, vestida com folhas, de longos cabelos vermelhos, pintura exagerada,  chamando pelo nome a sua bichinha de estimação, que havia escapado: “Maninha!”. Fazia parte do seu número. Surgiu de baixo de umas cadeiras, roçando nos pés das pessoas, uma horrorosa e amedrontadora cobra verde, muito comprida, que tinha escapado do seu viveiro e só obedecia à sua dona. O pânico dominou os presentes que começaram a sair, desistindo daquele circo.

  Eu e Marita, aborrecidas com o acontecido, principalmente pelo fato de não termos conhecido ninguém, saímos resmungando e lamentando o azar que tivemos.


  O circo ainda ficou alguns dias na cidade, mas com poucos frequentadores. Só os mais corajosos, munidos de lanternas e facões. Os artistas e seu apresentador, diante disso, perderam também o entusiasmo e foram rápido para bem longe, onde ninguém tivesse ouvido falar nessa história. O medo de ir ao circo logo se instalou na região!

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