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segunda-feira, 21 de agosto de 2017

O contador de histórias - Henrique Schnaider


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O contador de histórias
Henrique Schnaider


John era um contador de histórias, as mais malucas possíveis.

Os habitantes da Vila Gasadalur, costumavam se reunir em volta fogueira que crepitava toda noite e ouviam as histórias que John contava com tanto entusiasmo,  e por mais absurdas que fossem as aventuras, todos atentos ouviam com a maior credibilidade.

Uma noite fria John chamou todos para próximo da fogueira e disse que iria contar uma história vivida  alguns anos atrás.

Contou que um dia ele saiu para alto-mar com seu barco vermelho que rangia de encontro com as ondas que chegavam à arrebentação e lutando bravamente, finalmente ganhou o alto-mar.

Quando tinha navegado mar adentro por duas horas, parou o barco e fez-se o silêncio quebrado apenas pela marola batendo.

Calmamente John preparou sua tralha de pescaria.  Escolheu a linha mais resistente, desta vez traria um peixe grande.  Arremessou-a para longe.  

Fumava  cachimbo e se lembrava de histórias passadas, enquanto aguardava algum sinal na  linha, quando de repente a vara vergou completamente. O velho pescador emocionado pensou que desta vez pegou o tão desejado peixe Agulhão.

Durante várias horas ele lutou bravamente com aquele peixe que insistia em não se entregar, saltava fora da água e se escondia em maravilhosos mergulhos. A esta altura John já sabia que era o seu tão esperado Agulhão Bandeira, e pelo tamanho e força de resistência, calculou que deveria ter uns sessenta quilos.

Quando o pescador já estava dando sinais de exaustão, pensando que mais uma vez perderia a batalha, finalmente conseguiu trazer aquele peixe para perto do barco.

John, então, percebeu que tinha um problema, já que o Agulhão não cabia no barco. Não titubeou, tratou de amarrar o peixe bem próximo e sem perder mais tempo quebrou o silêncio do mar ligando o motor, e com a máxima velocidade voltou para o porto.

Para seu desespero o trajeto de volta foi cercado de grande pavor. Os tubarões não deram trégua colocando ele e seu peixe em perigo.  Maior surpresa de John foi,  quando chegou ao porto ver que só havia sobrado a cabeça do Agulhão.  

Os nativos ouviram respeitosamente toda a história e depois foram dormir, imaginando a aventura que o velho pescador havia passado.


John ficou sozinho se aquecendo na fogueira dando um sorriso maroto,  pensando em outras histórias que iria contar nas noites frias da Vila Gasaladur.

A CABANA BRANCA - Henrique Schnaider


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A CABANA BRANCA
Henrique Schnaider

Antony nascido na Itália em Veneza desde pequeno, como a maioria do povo Veneziano, conhecidos como grandes navegadores, acompanhava seu pai em viagens pelos Oceanos por rotas na época já conhecidas.

Robert, o pai,  era um comerciante bem sucedido e possuía uma bela caravela com a qual levava mercadorias e singrava os mares da Ásia chegando até a Índia, Filipinas, Malásia, Tailândia, Rússia e chegava a países como Coreia, Afeganistão, China onde comercializava deixando suas mercadorias e trazendo de todos estes países coisas interessantes como perfumes, Cury da Índia, temperos, seda da China, produtos que vendia na Itália.  

Estas viagens levavam alguns anos e desta forma Antony cresceu a maior parte do tempo no mar.  

Seu pai estava envelhecendo e sentindo que não aguentaria mais continuar em suas viagens, chamou o filho para conversar e explicou a situação e como achava que o rapaz já tinha experiência suficiente, poderia assumir os negócios.
Certa ocasião com Antony no comando, o navio enfrentou um motim a bordo e os amotinados, resolveram em vez de matar o rapaz, permitiram que ele desembarcasse na Ilha Faroe, na ocasião desabitada.

Os primeiros dias na ilha foram difíceis, além de estar revoltado com o que os seus marujos haviam feito com ele, não havia onde se abrigar nem o que comer.

Os dias se passavam lentamente e aos poucos Antony acostumou-se com a vida na ilha, pescava e comia animais silvestres. Engenhosamente construiu uma caixa que captava água da chuva e bebia água de cocos verdes.

Aos poucos com materiais que encontrava em suas andanças pela Ilha, construiu uma cabana branca para se abrigar das tempestades frequentes no local, tinha esperança de chamar atenção de algum navio que passasse pela costa.

Um dia quando Antony estava a perambular pela praia, avistou uma linda moça lutando com dificuldades vinda do mar em direção terra e correu para socorrê-la.

Tentou conversar com ela e teve dificuldades, já que Helen era inglesa e Antony tinha apenas vagas noções da língua inglesa.

Ele estava encantado com a beleza de Helen.

Com o correr dos dias, foram se entendendo cada vez mais, cada um ensinando ao outro o idioma. Assim, ele conseguiu entender a história que a moça  contou sobre seu navio que afundara depois de violenta tempestade. E, Antony lhe contou sua triste história.

Aquela situação acabou fatalmente levando ambos a apaixonaram-se perdidamente. Viveram por algum tempo a mais na Ilha até que um dia avistaram um Galeão Espanhol. Desesperadamente tentaram chamar a atenção até que foram avistados e resgatados.

A distância agora seria o que de pior poderia acontecer para ambos. Separados pela geografia, somente  a saudade lhes seria comum.


Com o correr do tempo foram chegando os primeiros habitantes do que viria a ser a Vila de Gasaladur,  e encontraram aquela cabana branca com sinais de que um homem e uma mulher ali viveram. Não demorou, os habitantes  espalharam uma lenda na qual, naquela cabana vivera um casal que tivera um estranho caso de amor.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

A MAIOR TRAGÉDIA DA VIDA DE ANA - Henrique Schnaider


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A MAIOR TRAGÉDIA DA VIDA DE ANA
Henrique Schnaider

Ana não conseguia se livrar das tristes lembranças do passado, de uma tragédia acontecida em sua vida que a marcou para sempre.

A jovem sempre sonhara em conhecer as Ilhas da região do Triangulo das Bermudas. Finalmente partiu de férias com seus pais para Ilha caribenha de Cayman quando, depois de uma bela refeição a bordo, eles perceberam que algo estava errado já que o comandante da aeronave pediu que prendessem os cintos de segurança, iriam passar por uma zona de turbulência muito grande, e de fato o balanço e os trancos que o avião enfrentou foi enorme e o Comandante não tendo alternativa já que o avião não resistiu à violência da intempérie, tentou um pouso forçado no mar.

O ambiente a bordo era de pânico e terror com gritos que se ouviam por todos os lados.  Ana agarrou-se com seus pais, todos esperavam pelo pior, começaram a rezar.

O choque na água foi violento,  a aeronave se partiu em vários pedaços. Corpos foram arremessados para todos os lados, criando uma cena de terror.

Ana recobrou os sentidos muito tempo depois sem ter noção de quantas horas permaneceu desacordada. Aterrorizada e atordoada sem entender direito a situação, olhava os destroços cheio de corpos despedaçados e espalhados pela ilha. Chorando de medo e pavor gritava por seus pais que não respondiam, já estavam mortos. De onde estava não conseguia ver mais nenhuma pessoa viva. Procurou desvencilhar-se dos pedaços de corpos e destroços enquanto instintivamente gritava desesperada por socorro, cambaleou em meio àquela cena dantesca e finalmente localizou os corpos de seus pais. Sentiu uma dor terrível e total desespero. Perguntava a Deus o que seria de vida agora. Impotente diante de tamanha tragédia, sozinha sem nada e ninguém para recorrer.

O instinto de sobrevivência falou mais alto e a jovem vagarosamente começou a pensar em alguma forma sair dali e procurar auxilio. Quando olhou atrás de si, viu que o avião tinha pousado bem próximo da praia de uma ilha deserta, pois não via ninguém e nem sinais de habitação. Ana se livrou dos objetos que havia pelo caminho, e, com dificuldade seguiu nadando em busca de auxilio e também escapar daquela situação.

Ana começou a pensar no que fazer para continuar vivendo, até que chegasse a tão desejada salvação.
A jovem encontrou uma caverna que dava exatamente para o mar e ali se aconchegou, Os pensamentos iam e vinham para a tragédia que acabara de viver. A dor da perda dos pais embrulhava seu estômago. A cena de corpos esparramados não lhe saia da mente. Até que o sono abateu-lhe já noite alta.  
Quando o dia amanheceu, ela tremia de frio e dor nos ossos. As imagens da tragédia deixaram-na abalada. Sentiu muita fome e começou a procurar em volta da caverna algo comestível e água potável.  Ana vislumbrou toda orla cheia de coqueiros com muitos cocos verdes e frutas como o abricó.

Depois de comer e beber, ficou imaginando que seria muito bom se achasse algum peixe ou fruto do mar para comer.

Como Ana tinha certa pratica, pois costumava pescar com seus pais acabou improvisando uma vara de pesca e com espinhos que achou na areia da praia fez um anzol e colocou como isca alguns frutos do mar que achou em sua procura. Não demorou conseguiu pescar uma bela pescada marisqueira, peixe comum que dá próximo as praias.

O fato de ter sido escoteira ajudou muito neste momento e lá estava ela a friccionar dois pauzinhos um contra o outro até virar uma brasa, que colocou no meio de palhas secas. Foi maravilhoso ver surgir, primeiro a fumaça e em seguida a primeira fagulha. Foi o peixe mais gostoso que comeu em sua vida.

Ana lembrou que provavelmente, haveria muitos alimentos e outras coisas que seriam úteis enquanto  estivesse naquele lugar,  e apesar do pavor da ideia de voltar ao avião, resolveu ir até lá dar uma busca. Aproveitou a maré baixa e chegou aos destroços com facilidade. Evitou olhar novamente os corpos de seus pais. Rapidamente reuniu alguns mantimentos e objetos necessários  em uma sacola e tratou de sair dali.  No caminho de volta cogitou que poderia haver tubarões no local do acidente devido ao cheiro de putrefação dos corpos. 


Assim se passaram três dias com Ana valente sobrevivendo graças a sua determinação, finalmente as equipes de salvamento apareceram. Quando Ana viu o helicóptero chegando, chorou de tristeza pela perda dos pais e de alegria por estar sendo salva.

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

O AMOR SUPERA BARREIRAS - Henrique Schnaider


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O AMOR SUPERA BARREIRAS
Henrique Schnaider

Clarissa vivia muito triste chorando pelo amor perdido do índio Apodi. Tudo isto se passou  porque Clarissa teve uma infância difícil, pois seus pais eram muito pobres e ela ainda tinha as dificuldades naturais de quem luta na vida para superar a pobreza.

Aos quinze anos descobriu possuir um problema grave no coração e devido às dificuldades enfrentadas para que os pais dela conseguissem que o Hospital do coração, fizesse a cirurgia que a levaria à cura.

Devido a urgência que havia para a realização da cirurgia eles procuraram de todas as formas ajuda para conseguir  autorização para a realização. Bateram de porta em porta sempre com promessas de uma interferência, mas acabavam sempre fracassando no intento procurado.

Finalmente um dia o médico conhecido da família recomendou que procurassem o Dr. Dráuzio Varella, pessoa boníssima e estudiosa da Medicina e com fama de ajudar as pessoas mais necessitadas.

Chegou o dia que conseguiram que o renomado doutor os recebesse, mas toda fama que ele  possuía, foi pouco ainda para descrever sua bondade e delicadeza.

Doutor Dráuzio tomou ciência do caso e percebendo a gravidade  prometeu ajudar. Foram embora esperançosos de que desta vez iriam conseguir realizar a almejada cirurgia para salvar a vida da filha amada.

Passados quinze dias veio a  notícia tão ansiosamente almejada, era o Hospital chamando-a para que fosse realizado o ato cirúrgico e em três dias Clarissa estava operada,  passando bem em franca recuperação.

Com o passar dos anos, , ela formou-se Naturalista e era apaixonada por sua profissão. Foi para um estágio de aprofundamento naquilo que escolhera seguir, viajou para a Amazônia e acabou vivendo entre os índios da tribo Xavantes, onde poderia, realizar suas pesquisas de campo.

Nas voltas que a vida dá, conheceu o índio  Apodi que a ajudava no trabalho diário. Esta convivência acabou resultando num grande amor entre os dois,  que acabaram se casando segundo todos rituais indígenas.

Tiveram dois filhos e além do que, ela estava totalmente integrada na vida da comunidade indígena.

Apesar dos fatores positivos, ela sentia muita falta de seus pais e de sua família,  e quando a saudade batia forte no seu peito causava-lhe  muita tristeza.

Clarissa com ajuda de Apodi realizou um trabalho na sua área naturalista a ponto de se motivar a escrever um livro sobre sua história e seu trabalho. Hoje ela é reconhecida e premiada internacionalmente pelas pesquisas realizadas.

Mas, as saudades eram tantas e a tristeza enorme, até que um dia Clarissa conversou com Apodi. Ela pretendia voltar para sua cidade, na casa dos seus pais que estavam velhinhos e propôs que fossem todos de mudança. Porém, Apodi não concordou em ir, preferiu ficar com sua tribo, mas deu liberdade total para que Clarissa fosse embora levando os filhos. E, foi o que aconteceu para tristeza de ambos.


Hoje Clarissa lembra com saudades dos tempos que viveu com seu amado Apodi e seus índios Xavantes.

O QUE IMPORTA É ACREDITAR! - Do Carmo


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O QUE IMPORTA É ACREDITAR!
Do Carmo

     Olha, uma estrela cadente! Vamos fazer um pedido? – diz o marido para esposa. Ah! Jorge, deixa de ser bobo, com quase quarenta e ainda fazendo pedidos pras estrelas! Daqui a pouco vai acreditar em fadas, em Papai Noel. Cresce homem.

— Minha querida, não é o fato de ser infantil ou impressionável, é que, você sabe como sou romântico.

 E Jorge desejou ardentemente que o amor que sentiam fosse eterno e que Verônica fosse mais romântica, como ele.

Mas não havia jeito. Verônica era objetiva nos pensamentos e ações. Não é atoa que trabalhava com cálculos e informática. Como ele não percebera seu temperamento antes do casamento? Estava encantado com sua beleza e totalmente apaixonado. Em Verônica a razão sempre predomina sobre a emoção, pensou Jorge.

Recordando o passado, lembrou-se de Helena, conhecida da academia do Clube que frequentava, e a comparação foi inevitável.  Ela era doce, serena, olhar lânguido, sorridente e cordata.

Resolveu dar uma volta, mas Verônica não quis acompanhá-lo. Estava preparando um trabalho, que no dia seguinte seria apresentado em reunião na empresa. Pensativo entra em um restaurante e .... lá estava Helena jantando sozinha.

Sem pensar, aproximou-se da mesa e sentou-se perguntando se poderia acompanhá-la. Helena era doce, serena, mas insossa ! ! ! Só sabia sorrir e concordar com Jorge. Que decepção !

Saiu logo e seguiu pensando que é melhor uma andorinha conhecida e racional na mão, do que voar a procura e ter outra decepção.

A comparação foi rápida e muito clara: como trocar toda a força, ousadia e espontaneidade de Verônica por um belo luar e um par de velas? Romantismo?

Um par de velas e um belo luar não cimentam nenhum relacionamento. Palavras românticas podem ser vazias e um olhar lânguido não nos dá apoio numa hora de crise. Jorge continuou pensando e ...

Resolveu retornar à sua querida e conhecida mulher. Poderia não ser romântica, mas era uma fogueira no amor!

E pegando o carro, foi ao largo do Arouche, onde comprou um belíssimo ramo de flores do campo , “suas prediletas”  e escondendo entre elas, colocou um cartão como  só ele sabia fazer. Cheio de amor, voltou para casa.

Verônica, já no quarto, finge que dorme e sem fazer o menor barulho, Jorge coloca as flores entre os travesseiros e sai do quarto para trocar as roupas. Oh! Que amor, flores! E como sempre um cartão apaixonado para mim! Querido, infantil ou não, saiba que você é e sempre será o grande amor da minha vida. Jorge sorri e diz:

— Acabei de ouvir o que sempre quis! Eu também amo muito você!



Conto coletivo
TEXTO EM MOVIMENTO
CLUBE ALTO DOS PINHEIROS.



VIAGEM A TERRA RONCA - Henrique Schnaider


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VIAGEM A TERRA RONCA
Henrique Schnaider

Vinicius não via a hora de chegar em Terra Ronca , ansioso rodava por aquela pequena São Domingos cheia de estradas de terra. 

Estava acompanhado  do guia Celso, pessoa experiente e muito habilitada para o serviço ao qual se prestava.

Aos poucos foram se aproximando de Terra Ronca , uma obra de arte esculpida pela natureza através de uma escavação de mais de 600 milhões de anos no Parque Estadual de Terra Ronca onde existem mais de 300 cavernas.

Finalmente chegaram à caverna denominada Lapa de São Vicente, considerada a sexta mais longa do Brasil e que ainda está sendo mapeada, possuindo 12 cachoeiras em seu interior, e por isso mesmo ainda perigosa de ser explorada.

Mas, Vinicius ainda em plena juventude e com o gosto pela aventura queria explorar justamente esta caverna, já que ouvira falar que existia um paredão de mais de quarenta metros de altura onde queria fazer rapel.

Entraram caverna adentro Vinicius e o guia Celso, maravilhados com o reflexo do sol dentro da caverna e os efeitos que causava. Foram aos poucos se aprofundando nos corredores subterrâneos clareando aos poucos o caminho rocha natural de carbureto mineral, e assistiram os efeitos naturais do caminho refletido pelos seus capacetes iluminados.

Chegaram ao paredão de 40 metros de altura,  e Vinicius encantado explorou o paredão com grande emoção.

Seguiram em direção a atração mais famosa da região “Terra Ronca” cuja entrada se dá por uma boca de 96 metros de altura e 120 de largura, onde existe o Rio Lapa que Vinicius tratou de explorar, embasbacado pela beleza dos salões grandiosos recheados de estalactites e estalagmites .

Vinicius de tão entusiasmado que estava, acabou por abusar da imprudência e num determinado instante acabou por se afastar do guia Celso e, sozinho, seguiu caverna a dentro sem perceber do perigo a que se submetia.

Quando se deu em conta do erro que cometera, já estava completamente perdido.
Quanto mais se adentrava na imensa caverna, mais perdido ficava  e como o carbureto do seu capacete terminando, Vinicius entrou num desespero típico de alguém perdido num labirinto sem fim.

Quando o capacete de Vinicius já dava sinais  de que ia se apagando,   o rapaz teve uma visão de um ser que lhe parecia um anjo e que indicava o caminho a seguir para sua salvação. O jovem não titubeou e seguiu este caminho, confiando que conseguiria voltar para a entrada da caverna. Seguiu, até que vozes e luzes vieram ao seu encontro. Era o guia Celso que pedira ajuda de outros guias experientes até que finalmente encontraram Vinicius para alivio geral de todos, principalmente do próprio Vinicius.

Recuperados do grande susto, continuaram o Jovem e seu guia a visita. Foram também visitar as 3 cavernas de São Bernardo com salões incríveis como o das pérolas.

De lá seguiram para a Lapa da Angélica uma das 10 maiores cavernas do Brasil com 14 Km de extensão onde assistiram a um Show maravilhoso de luzes,  proporcionado pela natureza.

A aventura de Vinicius chegou ao fim sem maiores problemas, mas com certeza numa próxima vez ele será um pouco mais cuidadoso. 



FOULA - Henrique Schnaider


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FOULA
Henrique Schnaider

A viagem seguia tranquila no moderno navio Queen Mary no Oceano Atlântico próximo da Escócia, Antony embarcara para esta viagem inesquecível para curar as feridas de um coração partido, já que havia terminado o caso de amor que teve com Jacira por quatro anos terminando de uma maneira que Antony não esperava.  Jacira era uma mulher maravilhosa e o caso de amor entre eles corria de uma maneira tranquila e talvez tranquila demais, pois Antony era pessoa muito sossegada, mas Jacira era uma mulher agitada e gostava desta vida de muita atividade, muitos passeios, festas e muitas amizades.

No inicio ambos procuraram uma forma de superar esta diferença que na realidade os afastava e conseguiram durante certo tempo, cada uma cedendo um pouco e viveram razoavelmente bem, mas na medida em que o tempo passou, as diferenças de comportamento entre ambos foi fatal para a relação e chegaram a conclusão que teriam que terminar o seu romance.

Ruth era uma mulher tranquila que vivia para o seu trabalho de escritora com vários livros publicados e já com um nome no mercado literário. Nunca tivera casos mais sérios na vida amorosa, já que dedicava seu tempo sempre ora escrevendo ora pesquisando para obter inspiração para criar uma nova história para um novo livro.

Por este motivo Ruth embarcara no Queen Mary a procura de tranquilidade que lhe desse, motivos para despertar nela o enredo de uma historia que a convencesse de escrever, a se empenhar para a publicação de um livro.

O navio navegava suavemente aproximando-se de Foula conhecida como ilha das aves, remota ilha da Escócia, pertenceu a família Halbourn a vinte Km a oeste de Shetland.

A ilha tem cerca de quatro a cinco Km e moram na ilha, trinta e uma pessoas, muito amáveis que recebem os turistas muito bem.

O navio atracou em alto mar a dois Km e os turistas desceram com barcos para uma visita a ilha e assim o fizeram também Antony e Ruth. Ambos perceberam a presença um do outro e gostaram do que viram.

Antony sentiu certo frio no corpo no momento em que trocou olhares com Ruth e sentiu-se movido a aproximar-se dela e comentar sobre a beleza da ilha. Ruth por sua vez ficou interessada por Antony, pessoa atraente com uma conversa agradável.

Ambos estavam encantados com as belezas de Foula e achavam estranha a linguagem dos nativos do local que falam o Nord influenciado pelas línguas nórdicas.

Ouviram narrativas e souberam que anteriormente a população vivia da pesca do peixe e da lagosta, mas hoje vivem da criação de gado e do turismo ornitológico.

Souberam que as tomadas do filme The Edge of the World teve como cenário Foula.

Voltaram para o navio e resolveram jantar juntos e logicamente envolvidos pela atmosfera romântica da ilha e do navio, iniciaram um tórrido romance depois de uma noite maravilhosa de amor.


Antony e Ruth curtiram demais esta viagem de dez dias e depois de muitas juras de amor durante o tour, prometeram se reencontrar. À volta a realidade e da rotina diária da vida seria uma prova para ambos e para o futuro deste amor que começou tão bem.

Por que? - Hirtis Lazarin


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Por que?
Hirtis Lazarin

          Correram anos e anos até o término daquela obra arquitetônica, esbelta e poderosa, plantada no penhasco mais alto.  Destacava-se pelo isolamento e pelo branco radiante em meio a um verde intenso e misturado nos tons. 

          Muros altos protegiam a construção e um jardim imenso e bem cuidado por ambientalistas altamente remunerados.  Aves raras acordavam os moradores da mansão.  Era uma mistura de sons afinados e diferenciados que, juntos, se harmonizavam naturalmente.

          A família, descendente de nobres europeus, conhecia glória e poder.  O patriarca, Pierre Charleville era presidente de multinacional com sucursais em toda América Latina.

          O casal tinha dois filhos já crescidos quando Harriet chegou, uma bonequinha falante.  A casa perdeu austeridade e encheu-se de brinquedos e cantigas infantis. 

          A família era simpática e admirada pela sociedade local.  Patrocinava a cultura e obras filantrópicas.  Os amigos eram muitos e as festas também.  Cozinha comandada por "chefs" franceses e regada a vinhos de safras a perder de vista.

          Harriet crescia bela  e charmosa.  Quando os cabelos negros e cacheados libertavam-se das presilhas que os aprisionavam no alto da cabeça, seus olhos azul turquesa pareciam duas bolas de cristal.

          Muitos pretendentes para aquele coraçãozinho de ouro, mas foi Gustavo quem conseguiu entrar por uma porta bem estreitinha, trancá-la com cadeado e jogar as chaves desfiladeiro abaixo.

        Vinte de setembro.  Um sábado especial.  A mansão acordou alvoroçada.  Serviçais em todos os aposentos.  O casal completava vinte e cinco anos de um casamento que deu certo.  Amor e cumplicidade.  Motivos suficientes para uma grande celebração.  Até o padre da paróquia estava lá abençoando a família.

          Casa repleta de gente amiga, e jovens barulhentos que faziam a festa na pista de dança.  Harriet comandava uma coreografia ousada quando o salto de um dos sapatos se quebrou.

          Ofegante e com os sapatos na mão, deixou o salão.  Desceu as escadas de mármore saltando de dois em dois degraus. 

           A pressa desnecessária resultou num tombo feio.  Bateu a cabeça com força e o corpo já inerte rolou escada abaixo.

          Gustavo estranhou a demora e correu ao seu encontro.  Foi o primeiro a encontrá-la desmaiada e sangrando.

          Você, caro leitor, pode deduzir comigo os acontecimentos até a chegada da menina ao hospital.

          Harriet foi entubada com traumatismo craniano, fêmur fraturado e escoriações periféricas.

          Uma semana se passou.  A jovem não resistiu.

          Depois da cremação e com as cinzas guardadas numa caixinha de ouro  aquela mansão fechou-se na dor e no sofrimento.  A família deixou o Brasil pra nunca mais voltar.  As chaves foram entregues ao Seu Angelino, parente distante da família.

          Mais de uma década se passou quando o Sr. das chaves, sentindo o peso da idade e uma saúde frágil, decidiu abrir as portas da mansão.

          As fechaduras enferrujadas e emperradas teimavam em não abrir.  A força e a vontade do homem foram maiores.

          Momento muito difícil.  Mesmo sendo um homem corajoso e liberto de crendices populares, "tremeu nas bases", como um ditado diz e,  com um suor gelado descendo pelo corpo, deu os primeiros passos.  As luzes já estavam acesas.  Ratos e baratas que fizeram ali sua morada, assustados com a chegada do intruso, saíram de seus ninhos e  empreenderam fuga.

             A camada de poeira acumulada impedia que se enxergasse o colorido de qualquer peça ou móvel dali.  As cortinas leves e finas despencavam-se dos varões, rotas e rasgadas, pela exposição contínua ao sol.  As obras de arte mal se sustentavam nas paredes emboloradas e com infiltração de água. 

          Uma rede começou a balançar e os ferrolhos que a prendiam em colunas gemiam feito criança chorosa.  Sr. Angelino chegou perto.  Era um gato que acabava de acordar e se remexia treinando um salto.

          Fotos rasgadas e porta-retratos espatifados no chão indicavam que alguém no ímpeto do desespero, tentou descarregar um pouquinho da sua dor, como se possível fosse.

          Encoberto por cacos de vidro e pedaços de madeira, Sr. Angelino encontrou um quadro intacto.  Pra não se cortar, recolheu-o cuidadosamente.  E, ao virá-lo, soltou um grito.  Grito de pavor.

          Não sabemos quanto tempo se passou até que o Sr. Angelino voltasse a si.  Mas foram muitas horas porque a noite já havia chegado.

          Era uma pintura a óleo com muitas rosas brancas.

           Harriet e Gustavo juntos e abraçados. 


           Deitados no mesmo caixão...

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