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terça-feira, 10 de novembro de 2020

O BISBILHOTEIRO - Henrique Schnaider

 




O BISBILHOTEIRO

Henrique Schnaider

 

Se não fizesse o que fez, Antônio não teria passado pelo o que passou, foi uma experiência horrível que ninguém gostaria de passar.

Antônio é do tipo bisbilhoteiro e o pior de tudo é que fez com que Luiza passasse junto com ele a experiência inesquecível que viveram.

A vida seguia seu rumo, casado com Luiza, tinham dois filhos eram felizes, estabilizados financeiramente, tinham tudo do bom e do melhor, mas o problema era que o danado do Antônio, encrenca pouca é bobagem, ele sempre metia o bedelho onde não era chamado, já tinha passado por poucas e boas.

Na família era briga toda hora, o sabichão, cheio de sabedoria, se metia na vida de todo mundo achando que, só ele sabia o que era certo ou o que era errado.

Já diz o ditado que “em briga de marido e mulher ninguém põe a colher”, a irmã de sua mulher, a cunhada, vivia às turras com o marido, e Antônio ditava as normas como juiz, dizendo pra um e pra outro, que ambos estavam errados, que seguissem o que ele dizia que, daria tudo certo.

Ninguém mais aguentava a intromissão dele, poucas pessoas estavam frequentando a casa dele, ninguém contava mais nada para ele já que teriam que ouvir uma enorme ladainha.

Certo dia, lá ia o Antônio de carro com a mulher, quando viu uma grande aglomeração, lógico o intrometido parou o carro e foi ver o que estava acontecendo.

O problema é que o sujeito estava com uma arma apontada para a cabeça de uma mulher, Antônio metido a besta, passou a discutir com o suspeito, achando que o convenceria a libertar a mulher, mas ele não sabia que o indivíduo estava surtando, era esquizofrênico, a discussão seguiu acalorada, virou um sururu.

De repente, o louco larga a mulher e aponta a arma para o Antônio e rende ele e a sua esposa, ameaçando matar os dois. O  metido do Antônio suava frio, e situação fora de controle, a polícia tentando intervir, mas estava difícil controlar a situação.

Antônio se amaldiçoava por ter parado e se metido naquela encrenca, jurando que se não morresse, nunca mais se meteria na vida dos outros, sentia o cano duro do revólver na sua nuca, não resistiu a tamanha tensão que, sujou as calças, a humilhação foi muito grande.

A polícia trouxe um atirador de elite, que aguardava ordens, para atirar no louco, e no momento que o suspeito engatilhou a arma, ia atirar sem dúvida, levou um tiro no meio da testa, caindo morto no chão frio do asfalto.

Antônio com alívio, mas envergonhado com as calças sujas, seria cômico se não fosse trágico, o desconhecido ali morto , o encrenqueiro tratou de sumir dali o mais rápido possível, não sem antes prometer ao delegado, que depois ir em casa, tomar um banho e vestir roupas limpas, iria até a delegacia prestar depoimento.

A lição foi dura para metido do Antônio, mas “pau que nasce torto, não tem jeito, morre torto”.

 

 

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