A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

FIGURAS DE LINGUAGEM

DISPOSITIVOS LITERÁRIOS

FERRAMENTAS LITERÁRIAS

terça-feira, 10 de novembro de 2020

O “LÍNGUA DE TRAPO” - Henrique Schnaider

 



O “LÍNGUA DE TRAPO”

Henrique Schnaider

Proverbio Chinês

Quando falares, cuide para que tuas

palavras sejam melhores do que o silêncio

 

Arnaldo era conhecido por ser do tipo linguarudo, a língua não cabia dentro da boca, como era costume se dizer, ele não era chamado, mas sempre queria dar o seu pitaco.

Costume que tinha desde pequeno, não foi à toa que seus amiguinhos o chamavam de língua de trapo; tinha encrenca toda hora. Lá estava o Arnaldo no centro da confusão. Apanhava de alguém da turma, em casa também, para aprender a mudar sua maneira de ser, mas ele não aprendia, mal acabava de sair de um furdunço, já entrava noutro.

Quando adulto, não perdeu o mau costume. Na escola, foi suspenso várias vezes pelas confusões que arrumava, “faz a fama se deita na cama”. Arnaldo quase não tinha amigos, pois todos tinham receio de sua amizade. Até para namorar foi difícil. Mas por sorte achou Araci, pessoa de gênio bom, santa criatura, ingênua, que acreditava em tudo que Arnaldo dizia, porque o danado, além de linguarudo, deu de mentir também.

Com Araci boazinha, crente nas invenções do Arnaldo, ele conseguiu se casar. No começo ela, ainda crédula, mas depois, aos poucos, ela viu as intrigas e mentiras; mas era tão boa, que em vez de achar ruim, começou a dar cobertura às pataquadas em que ele se metia, sempre testemunhando a seu favor, ajudando-o a afirmar como verdadeiras as lorotas e ele, com a língua solta demais.

Certo dia Arnaldo aprontou uma das boas. Fez uma tremenda fofoca, soltando para todo mundo que a esposa do Bruno o traia com um conhecido deles, Waldir. Foi um tremendo balaio de gatos!

O Bruno querendo tirar satisfações, Araci jurando que o marido estava dizendo a verdade, de repente vem o marido traído, com um revólver na mão, disposto a resolver aquele “disse que me disse”.

O susto foi grande e Arnaldo e Araci escaparam por pouco de serem mortos por Bruno que, com a honra ferida, estava disposto a terminar com aquela fofoca que sujava seu nome. Foi só por Deus que no último instante, o cornudo, desistiu de perpetrar aquela tragédia.

Arnaldo e Araci ficaram tão assustados que ambos, principalmente ele, juraram que iriam mudar de vida: nem mais uma intriga e nenhuma mentira. Será que Arnaldo conseguiria mudar o que estava profundamente enraizado na sua maneira de ser?

Provérbios Chineses, eles são bons nisso, que vem da sua sabedoria milenar, Confúcio que o diga. Exs. De alguns deles.

“O aprendizado é como o horizonte: não há limites”.

“Não há como ser forte, há que ser flexível”.

“Limitações são fronteiras criadas apenas pela nossa mente”.

“O cão não ladra por valentia e sim por medo”.

“Procure acender uma vela em vez de amaldiçoar a escuridão”.

“A palavra é prata, o silencio é ouro”.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.

A ÚLTIMA CARTA - Helio Fernando Salema

  A ÚLTIMA CARTA Helio Fernando Salema     Ainda sentada em frente ao gerente do Banco, Adélia viu, no seu celular, a mensagem de D. Mercede...