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quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

3º lugar - NATAL 2020 - Hirtis Lazarin

 


3º colocado

CONCURSO DE NATAL ICAL 2020

Natal  2020

Hirtis Lazarin


E, de repente, o mês de março acordou apavorado.  O noticiário e as redes sociais anunciavam que um vírus poderosíssimo e traiçoeiro, o corona vindo da China, espalhava-se por todo o planeta numa progressão geométrica alarmante.

Em poucos dias, a Terra parou e a população, em pânico diante do inimigo invisível e desconhecido, se recolheu.

As ruas esvaziaram-se num deserto silencioso; os hospitais despreparados superlotavam-se; os cemitérios não davam conta de enterrar tantos mortos...

E, em meio à pandemia, os meses se passaram e o Natal chegou.  Momento de nos juntarmos pela tolerância, pelo perdão, pela esperança e certeza de que a cura virá.

Feliz Natal aos profissionais de saúde que, devotos do silêncio e do compromisso com a vida, pernoitaram incansavelmente nos leitos enfermos dos hospitais transformando-os em leitos de hortênsia e colibris. 

Feliz Natal aos incansáveis pesquisadores, estudiosos e cientistas que se debruçaram nos livros e no  desconforto dos laboratórios em busca do leque infinito da possibilidade da cura.

Feliz Natal àqueles que, em respeito à dignidade humana, foram solidários e souberam compartilhar.

Feliz Natal a todos que choram a perda inesperada e repentina de entes queridos que chegaram precocemente ao final de sua história.

Feliz Natal a todas as famílias que aceitaram se resguardar em câmaras secretas e reaprender e aceitar um novo jeito de viver.

Feliz Natal aos semeadores da paz que humildemente seguiram e divulgaram os conselhos dos que sabiam aconselhar; 

Feliz Natal aos poetas que perderam inspiração, aos músicos sem melodia e aos escritores sem palavras.

Feliz Natal também aos que, infelizes cativos do desapreço ao próximo, não cumpriram o distanciamento social e aos que se rebelaram contra o uso de máscara na irremediável preguiça de amar.

Queira Deus que, com a ingenuidade das crianças, renasçamos com o ”MENINO” que se aconchega, ternamente, em corações desenhados na forma de presépios.

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