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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Helena - Christianne Vieira


Resultado de imagem para mulher sentada lendo um livro ao entardecer

Helena
Christianne Vieira


Helena estava lendo um romance meloso. A cada página, um pote de mel era despejado em seu coração. O dia estava escuro, a neblina enchia o ar de melancolia e solidão. Sentia arrepios cada vez que seu personagem favorito se declarava para a protagonista. Parecia ouvir aquela voz  carregada de carinho, em cada palavra. O coração aos saltos, batia descompassado, e a pele alva, clara como neve, se enrubescia,  queimava. Sentia tanta emoção naquelas linhas, como se as declarações  fossem para ela.

De tempos em tempos tomava fôlego e um pouco de água, para  voltar à realidade. Tinha que voltar a realidade, sua vida não era um romance.

Foi até a cozinha. A casa de repente estava escura e a luz tênue  da noite, tomava conta do ambiente. Nem reparara que o tempo havia passado, naquele entardecer quieto. Foi acendendo todos os cômodos, e chegando na sala ouviu um grito.

Alguém, pedia socorro. Atônita, foi lentamente até a grande janela da sala. Se escondeu atrás  da cortina, o coração aos saltos, a alertava de um perigo iminente. Por trás do tecido empoeirado, olhava a rua quieta.

Do outro lado da rua, uma janela se abriu. Helena viu um vulto. Um homem de olhar sorrateiro se esgueirara na penumbra. Assustada, desiquilibrou-se. Em pânico, arrepios subiam-lhe a coluna. Sentia o corpo mole, mas a mente  trabalhava a mil por hora na tentativa de entender o que vira. Ouviu  passos, no corredor. Eles pareciam se aproximar, rapidamente.

Um toc toc toc na porta, tirou-a dos devaneios. Tinha que ser corajosa, enfrentar o perigo. Uma voz metálica, chamou pelo seu nome. Tudo ruiu naquele instante.

Helena sentiu corpo gelar. A passos lentos se aproximou da porta e no olho mágico, tentou reconhecer o estranho que a chamava.

Na tentativa de controlar suas emoções, respirou lentamente, tentando fingir confiança, e abriu a porta.

Ali estava Otavio, seu grande amigo, que voltara do Japāo e foi visitá-la de surpresa. Por estar gripado,  ela não reconhecera a voz.

Feliz e surpresa, ela se jogou no seu abraço , estava segura.


Junto dele não correria perigo. Pediu que entrasse logo, o dia já fora repleto de surpresas.

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