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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

No velho Oeste ela nasceu - Hirtis Lazarin

 





No velho Oeste ela nasceu

Hirtis Lazarin

 

Em Oldtown, pequena cidade do oeste americano, acontecia a primeira exposição de gado leiteiro.  Agitada e festiva; há tempos não se via tanta gente.  Balões coloridos foram amarrados por todos os cantos.

As ruas estreitas de terra batida congestionavam-se com carroças puxadas por parelhas de cavalos.  Do solo, levantavam-se nuvens de poeira que provocavam acessos de tosse intermináveis.

O ferreiro coçava a cabeça.  Não daria conta de tanto trabalho.  E as ferraduras em estoque não seriam suficientes.  Perdia-se a chance de faturar um pouquinho mais...

Cowboys, vestidos de jeans, lenço no pescoço, chapéu e botas, exibiam-se às mocinhas casadoiras que se escondiam atrás de risinhos tímidos e marotos.  Eram jovens fortes e valentes que dominavam, acrobaticamente, o laço e o gado.

No "saloon", agitado e barulhento, a música alta misturava-se ao vozerio grave e alterado dos homens.  Mulheres jovens, exuberantes e pouca roupa ofereciam "moonshine" aos mais afoitos.

Rose nasceu em Oldtown.  Cresceu, praticamente, no colo do avô, atenta e encantada com as histórias que ele lhe contava.   A sua família foi uma das primeiras a chegar ali, no oeste americano, lado esquerdo do rio Mississipi.  Terra inóspita e selvagem que se fazia tremer com o estouro de manadas de bisões que se perdiam nas planícies sem fim. 

O trabalho incansável, a persistência e a esperança nunca faltaram a essas famílias desbravadoras.  E foram esses exemplos que moldaram a personalidade da menina Rose.

Seu pai, Joe, era proprietário da única loja que abastecia os moradores, agricultores e rancheiros. Vendia um pouco de tudo. 

Depois de um dia exaustivo e cheio que começou às 06:00 da manhã, pai e filha fechavam o estabelecimento.   Rajadas de tiros ininterruptos vinham de todos os lados.   Era gente correndo e caindo, gente gritando, crianças escondendo-se debaixo de carroças estacionadas, mocinhas tropeçando na barra dos vestidos,, cavalos relinchando e bois berrando.  Uma confusão jamais vista. Joe,  não se sabe como nem porquê, foi atingido na cabeça. Despencou na calçada e, em segundos, morreu ali mesmo, sangrando...

Nunca se viu tanta gente reunida num funeral.

O tempo corria e as investigações não caminhavam.  Um homem trabalhador e de família tradicional teve o cérebro perfurado por um tiro perdido e certeiro de colt.  O culpado tinha que ser encontrado.

Enquanto isso, a família Goldstein desmoronava.  O filho mais velho perdia-se na bebida, a mãe tresloucada andava sem rumo falando sozinha.  Rose, corroída pelo ódio que virou sede de vingança, encheu-se de valentia.  Atirava com tiro rápido e certeiro e dominava o cavalo no galope.  Ofereceu ajuda ao xerife:  "Mulher não se mete nisso."  A moça insistiu... insistiu..., mas não teve jeito.  A rejeição jamais seria aceita e provocou um revés na vida de Rose.  Uma pistoleira convicta nascia ali.

Há anos e anos que Oldtown não ouvia mais falar naquela moça.   Seu nome caiu no esquecimento até que o capelão da cidade recebeu  mensagem do governador do Estado de Arkansas:

       "Acabamos de enterrar o corpo da justiceira Rose Goldstein, que, friamente, matava muitos contra a lei, mas sempre protegendo os mais fracos. 

         The thorny Rose (a Rosa espinhosa) são as inscrições na sua tumba fria e escura."

               Cemitério de Arlington - em Suntown (Arkansas)

    

 "No velho Oeste, ela nasceu e entre bravos se criou. Seu nome em lenda se tornou..."


A desforra - Dinah Choichit

 


A desforra

Dinah Choichit

 

Uma moça muito bonita, já ia para a Faculdade estudar medicina, quando seu pai, sem nenhuma briga foi assassinado. Não tinha inimigos, era alfaiate, tinha ótimos clientes.

Lindalva não se conformava com o acontecido. Estava na sala junto com o pai quando entrou um rapaz muito forte, de máscara, atirou no homem.

Lindalva desconfiou que conhecia o rapaz, não se lembrava onde tinha visto aquele tipo, mas não era estranho. Não comentou com a polícia essa sua desconfiança.

Pensou, pensou e lembrou que havia chegado na cidade uma turma para jogar tênis e ele fazia parte. Foi quando tudo começou. Ela estava na escola e foi apresentada para eles, pois jogava tênis também. Logo ele ficou interessado nela e a pediu em namoro. Ela disse que não, estava às voltas com seus estudos ainda.

Ele falou: “ainda vai me querer”.

Ela nem ligou. Contou para o pai o acontecido e ambos combinaram de manter distância do rapaz. No entanto, passado uns 10 dias o pai estava no salão de costura quando o rapaz entrou novamente, e foi direto falar com ele e pedir Lindalva em namoro. O pai não se conformava com aquela insistência: Não, ela já me falou de você e ela não quer. Por favor vá embora.

O jovem ainda retrucou: vou, mas volto qualquer dia.

O pai contou para a filha que o rapaz estivera na loja e prometeu voltar novamente.

Voltou sim, voltou para matar o velho.

Lindalva andava muito triste, e ao mesmo tempo desconsolada, isso jamais acabaria, ela pensou. Então, decidiu tomar rédea da situação, se vingaria a morte do pai.

Ninguém conhecia o jovem. Não havia como ligar o nome dele ao dela, então estabeleceu um plano que somente ela conhecia. Marcou com ele um encontro na quadra de tênis, mais à noitinha. Ela se preparou toda, deu uma volta na cidade, e entrou na Igreja que dava fundos para as quadras. Procurou a casinha do locutor da rádio da cidade e se escondeu lá. A entrada para as quadras era em frente a casinha e afastada da secretaria. Nem escureceu muito, ele chegaria num instante, mas ela já estava de revólver pronto. Ficou no vão da porta esperando. Ele apareceu todo fogoso com um buquê de flores.

Vinha dançando todo alegre, quando passou pela casinha procurando-a, ela não titubeou, disparou duas vezes e ele caiu de costas.

Lindalva verificou, não queria deixar serviço pela metade, ele estava sangrando abundantemente na região do estômago. A respiração já cessara. Bingo! Ela pensou vitoriosa. O tiro fora certeiro. Olhou para os lados para se certificar de não haver mais ninguém por ali.  Depois ela entrou na Igreja trocou o vestido e foi para casa. Mas antes, fez desaparecer a arma assassina, e assim jamais descobriram o assassino.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

CRIME NA ESQUINA DO PECADO - Claudionor Dias da Costa

 


CRIME NA ESQUINA DO PECADO

Claudionor Dias da Costa

 

            Muitas lágrimas foram derramadas pela farmacêutica Helena, quando recebeu a notícia do assassinato de seu pai ocorrido na zona de prostituição em São Paulo.

             Como poderia um homem sério, trabalhador e tranquilo ter sido encontrado morto naquele lugar?

             Assim, depois de algum tempo revirando pertences de seu pai descobriu algumas anotações de uma contabilidade sobre uma dívida que estaria pagando à um tal Felício. Descobriu o endereço dele, que ficava exatamente na região de alto meretrício no centro da cidade.

             Com um amigo comum, começou a investigar e percebeu que não adiantaria abrir de imediato estas informações à Polícia, porque alguns investigadores eram vistos naquela região e levantou suspeitas de que protegiam tais atividades.

             Constatou que Felício almoçava com frequência no mesmo restaurante consumindo bebidas, tendo fama de cafetão e grande agiota.

              Muito triste por seu pai não ter comunicado a ela sua triste situação financeira, passou a planejar a morte daquele indivíduo e imaginou o que seu pai não sofreu de chantagens, extorsões e ameaças e que culminou no crime por Felício não ter aceito atrasos no pagamento de suas dívidas.

               Semanas depois as manchetes dos jornais noticiavam com alarde a morte do maior cafetão e agiota envenenado na “Esquina do Pecado”.

               Helena lia com interesse e respirava aliviada aquele desfecho. Sorridente, lembrava como conseguiu vingar a morte de seu pai, colocando naquele amontoado de fregueses do bar,  veneno na bebida daquele bandido.

A VINGANÇA DE ROSE - Claudionor Dias da Costa

 



A VINGANÇA DE ROSE

Claudionor Dias da Costa    

                     

                Quando jovem eu e meus amigos gostávamos muito de filmes e histórias sobre o Velho Oeste Americano. Seus heróis, índios, caravanas e lutas   povoavam nossas fantasias e eram assuntos que nos empolgavam por horas.

                Num dos nossos encontros povoados de devaneios e comentários, um dos amigos trouxe um livro comprado num sebo que narrava a vida da jovem Rose, que viveu numa das regiões inóspitas que nos cativavam. E aí começa a saga.

               Rose começa contando que com idade de dezessete anos foi com sua mãe, ao centro do lugarejo comprar alguns mantimentos para a casa com o carroção da família. Moça destemida que não se importava de enfrentar a estrada poeirenta, deserta e perigosa.  No retorno no final da tarde se deparou com a cena mais chocante de sua vida. A casa incendiada, seu pai estava morto junto ao depósito, cavalos e parte do gado roubados e muita devastação. Por sorte, seus dois irmãos menores haviam ido para a escola a duas milhas de distância e retornaram pouco depois e se desesperaram com o ocorrido.

Foram acolhidos em casa de vizinhos. Ainda chocados com o acontecido foram sendo informados pelo xerife local de que o bando de Charles, chamado de “O cruel” fora responsável e que teria atacado outras propriedades.

             Rose se martirizava lembrando a vida difícil de seu pai. Ele ficou viúvo jovem e migrou para o Texas, onde se casou novamente, tendo três filhos sendo dois homens e ela. Com muita dor, não se conformava com tamanha injustiça e o crime absurdo cometido que destruiu sua família.

            Com o passar dos dias, a revolta profunda só aumentou e um sentimento de ódio contra aqueles bandoleiros passou a dominá-la. Prometia a si mesmo que não ficaria impune o que ocorreu e que eles pagariam caro pelo que fizeram. Passou a se torturar em pensamentos do que fazer.

           Para reorganizar sua vida, da mãe e dos irmãos depois de algum tempo resolveu pedir ajuda aos índios Apaches, que mantinham uma distância estratégica do pequeno lugarejo e viviam numa grande área se dedicando a agricultura e criação de búfalos. Nessa época a convivência deles já estava um pouco mais tranquila com os homens brancos, como diziam. Tinham muita amizade com o pai de Rose e estabeleceram uma grande convivência a ponto de toda a família dela participar de festas naquela tribo.

           Enquanto procuravam reformar aos poucos a fazenda devido ao grande estrago, moraram com os Apaches sendo todos bem recebidos.

           A indignação e tristeza da família, contagiou os índios que também não toleravam o grupo de Charles, “o cruel” por tudo que vinham fazendo. Contudo, escapavam e fugiam para outras regiões sendo difícil enfrentá-los.

          Depois de dois meses, souberam que aquele bando estava próximo.

          Liderados pelo cacique, que reuniu quinze companheiros elaboraram plano de fazer uma emboscada ao bando. E assim partiram para o grande desfiladeiro. Rose fez absoluta questão de acompanhá-los, mesmo com os conselhos contrários. Ficaram acantonados distribuídos num semicírculo no alto do penhasco. Abaixo, pequena estrada que rodeava o vale muito alto. Permaneceram numa angustiante espera de três horas.

De repente, avistaram após a curva o terrível bando, tendo à frente o famoso bandido “o cruel”.

Ficaram em tal silêncio que só se escutava o assobio do vento. O cacique olhou para Rose e viu que os olhos dela faiscavam de apreensão, mas com grande dose de ódio. Ele seria o primeiro a disparar, contudo ela gesticulou pedindo preferência para isto.                  

Rose estava acostumada a manejar armas, ensinada bem jovem pelo seu pai. Naquele instante pensou muito nele e em suas aulas. Assim, mirou a “um palmo e meio abaixo da ponta do chapéu”, conforme aprendeu. Concentrada, respirou fundo e atirou. O ruído ecoou pelo vale.

Os cavalos se assustaram, alguns tombaram e puderam ver o corpo de Charles,” o cruel” despencar pelo vale. Enquanto isto, os apaches passaram a atirar.

A confusão se estabeleceu e os bandidos foram sendo abatidos. Alguns caíram com os animais no despenhadeiro. Depois de alguns minutos só se ouvia novamente o assobio do vento rompido por grandes gritos dos índios que comemoravam.

O cacique abraçou Rose, que chorava num misto de desabafo e liberdade por ter cumprido a promessa que havia feito a si mesma. E   ele lhe disse:

  Seu pai terá paz junto ao “Grande Espírito da Montanha” e você também.

Eu e meus amigos nos entreolhamos sensibilizados pelo final da história real de uma grande vingança da moça Rose ocorrida naquelas terras do faroeste.

VINGANÇA NO OREGON-1869 - Leon Vagliengo

 



VINGANÇA NO OREGON-1869

Leon Vagliengo

Um conto que...  Vou te contar.

                Corria o ano de mil oitocentos e sessenta e nove, e naquelas paragens distantes do Oregon, próximo à recém-fundada capital Salem, não era fácil para uma moça encontrar o parceiro com quem formar uma família e constituir a sua vida.

As tragédias acontecem quando menos se espera, muitas vezes mudando para sempre o destino das pessoas, para o bem ou para o mal.

Aos dezessete anos, Geraldine Ashley sonhava acordada, preocupada com as incertezas do seu futuro, enquanto realizava as suas incumbências diárias na fazenda, obedecendo às ordens de seu pai, Thomas Ashley, um homem corajoso e trabalhador, um verdadeiro pioneiro entre os desbravadores do oeste americano; porém, um homem rústico, ciumento e dominador.

Havia quase duas semanas que não era visitada por Benjamin, aquele belo e simpático rapaz que aparecia com frequência na fazenda, sempre com algum pretexto mal elaborado, a demonstrar claramente que vinha por Geraldine. Com o tempo, ao ouvir o trotar de seu cavalo, ela corria para recebê-lo, sempre sob o olhar severo, mas compreensivo de Mary Ann, sua mãe, que via com simpatia e até, por que não dizer, esperança no futuro daquela amizade que se fortalecia entre os dois jovens.

Não era essa, porém, a atitude Thomas que nunca dava atenção a Benjamin e nem demonstrava qualquer simpatia por ele. Mal conseguia disfarçar o puro e grosseiro ciúme que sentia face à situação que vinha se estabelecendo. Não suportava a ideia de que alguém pudesse separá-lo de sua filha. E esse sentimento de hostilidade foi crescendo em sua mente, sem que ele o desabafasse com ninguém.

        Naquela tarde, ao ouvir o trotar de um cavalo, Geraldine correu para receber Benjamin, como já de costume. Duas semanas haviam se passado sem a sua visita, estava aflita por saudades. Porém, não era Benjamin quem viera.

        Aquele homem grandalhão, com uma forte cicatriz no rosto e expressão agressiva, apeou do cavalo e correu de arma em punho disparando tiros certeiros em direção a seu pai, que não teve tempo para defender-se ou fugir, caindo morto de imediato. O forasteiro rapidamente montou em seu cavalo e fugiu a galope, deixando Geraldine sem ação, estarrecida com a cena que presenciara.

        Seguiram-se dias muito difíceis para Mary Ann e Geraldine.

Foi uma cerimônia simples, com a presença do Pastor, que viera de Salem, para oficiar as orações do sepultamento. Após enterrar o corpo de Thomas no quintal dos fundos da casa que ele mesmo havia construído, superando tantas dificuldades, Mary Ann teria que contratar um empregado para a manutenção da pequena fazenda, passando a esse colaborador as orientações que havia aprendido com o seu marido.  

David Peterson, um rapaz tranquilo e bem-apessoado, tinha vinte e poucos anos e já havia trabalhado na fazenda, ajudando Thomas em alguns serviços. Era bem conhecido pela família Ashley, que tinha por ele bastante simpatia. Quando soube da morte trágica de Thomas, logo imaginou que a viúva precisaria de alguém para tocar a fazenda, o que para ele também seria uma boa oportunidade.  Foi um alívio para Mary Ann contratá-lo.

        Ela preocupava-se também com Geraldine, que demorou várias semanas até sair do torpor que se instalara em sua mente e retomar com clareza a consciência da crua realidade que desabara sobre a sua vida. A cena horrorosa da morte de seu pai, que presenciara integralmente, parecia não sair de sua retina. Continuava a ver aquele homem grandalhão, com aquela enorme cicatriz na face, a atirar em seu pai até que ele caiu morto. E o seu pensamento foi completamente dominado por apenas uma ideia: vingança.

        Se ao menos pudesse contar com Benjamin para desabafar a sua tristeza e o desespero que a dominavam... Mas, não. Ele simplesmente não voltou mais.

        Em sua mente, a ideia de vingar a morte de seu pai, matando o assassino, foi predominando e tomando forma. Sabia montar e atirar muito bem, graças aos ensinamentos que seu pai lhe dera; ciumento, sim, mas porque a amava muito, e queria protegê-la com essas habilidades. Agora poderia valer-se delas para executar o seu intento. Mas havia o outro lado da questão: ela não queria tornar-se uma assassina. Sua formação religiosa, pouca, mas inflexível, era basicamente de absoluto respeito a Deus. Essa vingança seria um pecado imperdoável, condenação inevitável às chamas eternas do inferno.

        A vida seguia e o abastecimento de víveres e outros itens exigia que, de tempos em tempos, alguém se deslocasse a Salem, a cidade mais próxima, ainda incipiente em sua formação, com comércio básico, posto de correio, e tantas outras atividades que se instalavam.

        Quando os suprimentos foram se esgotando na fazenda, Geraldine pediu a sua mãe que a deixasse ir à cidade para providenciar o reabastecimento. A última compra havia sido realizada por Thomas pouco antes de morrer, havia quase dois meses. Mary Ann concordou, vendo nisso uma oportunidade para sua filha distrair os seus pensamentos, desde que fosse acompanhada por David, para a sua segurança.

Providenciaram o pedido no entreposto comercial. Enquanto David cuidava do abastecimento da carroça, Geraldine saiu perguntando para algumas pessoas, até que encontrou alguém que reconheceu e lhe disse onde localizar o homem grandalhão, de grande cicatriz na face, conforme o descreveu. Era um comerciante estabelecido na cidade.

Sua mente ferveu!

Como estava armada, como sempre que saía da fazenda, rumou de imediato para o endereço indicado. A extrema emoção, a expectativa e a ansiedade de encontrar o assassino de seu pai, faziam com que se esquecesse completamente do dilema moral e religioso que perturbava a sua consciência. A tentação da vingança prevalecia. Apertou o passo e logo entrou no estabelecimento indicado, surpreendendo e apontando a arma para o grandalhão da cicatriz. Era ele mesmo, o assassino, e naquele instante estava só e indefeso.

        Apontou a arma, mas ainda não atirou. Precisava antes desvendar o mistério que a atormentava, conhecer o motivo do que acontecera, saber por que ele matara o seu pai. Perguntou-lhe em tom ameaçador e ouviu a terrível resposta:

− O seu pai, aquele maldito Thomas, não merecia viver! Ele matou o meu filho Benjamin! Não me arrependo do que fiz, pode atirar!

Geraldine não atirou. Estupefata com a revelação, percebeu claramente na voz e nos olhos do comerciante a dor que ele sentia pela morte do filho, confirmando que era verdadeiro o que dissera. No instante seguinte compreendeu o desaparecimento de Benjamin: Era ele! O seu pai o matara! Por ciúmes! Deixou baixar o braço, a arma apontada para o chão, sem entender o que sentia agora. Tudo estava muito confuso em sua mente.

Saiu para a rua atordoada, remoendo tudo o que havia se passado. Perdera o seu pai, perdera Benjamin, perdera o amor dos dois. E por pouco não se tornara uma pecadora assassina.

Mas ainda lhe restavam o amor, a sabedoria, o carinho e os cuidados competentes de sua mãe, Mary Ann.

Geraldine sentou-se à boleia da carroça abastecida ao lado de David Peterson e voltaram para a fazenda.  Ele ali estava para zelar por ela, a pedido de Mary Ann...

Corria o ano de mil oitocentos e sessenta e nove, e naquelas paragens distantes do Oregon, próximo à recém fundada capital Salem, não era fácil para uma moça encontrar o parceiro com quem formar uma família e constituir a sua vida.

O revés - Adelaide Dittmers

 


O revés

Adelaide Dittmers

 

Na grande e luxuosa sala uma discussão acalorada acontecia.  Dois homens disparavam palavras ásperas e acusações mútuas.

— Você me roubou, gritava o mais velho.

— Não, não nunca roubei o senhor.  Sempre lhe fui fiel, mais até do que deveria ter sido. Trabalhei como um burro de carga para o progresso de sua firma.  Aceitei trabalhos que nunca deveria ter aceitado.  E o que recebi em troca, nada, nada.  E agora ainda me acusa de roubo, justo o senhor.  O que ganhei da empresa era meu por direito. 

Você sabe que tenho poder para colocá-lo na prisão! Gritou o homem.

— O senhor é que tem que confessar muita coisa seu traidor miserável!  Não vai me colocar atrás das grades, usando o seu poder. Não pode forjar um roubo que não fiz!

Nesse momento, o mais jovem saca uma arma e atira várias vezes. E sai apressado daquele lugar.

O velho cai no chão e o sangue espalha-se pelo luxuoso tapete persa.

Uma jovem sai detrás de uma porta. Tinha escutado parte da discussão e viu quando o pai foi atingido.  Corre em direção dele.  Tenta desesperadamente reanimá-lo, mas percebe que não pode fazer nada.  Seu pai está morto.  Cai num pranto sentido e convulsivo.  Seu querido pai, a quem sempre admirara e amara fora morto por um homem, em que sempre confiara.

Uma ira intensa a invadiu. Um sentimento forte e desmedido de raiva apossou-se dela.

Era uma moça, que crescera protegida, que recebera tudo o que quis, mas ao mesmo tempo era independente e firme nas suas decisões.

Levantou-se. Seu rosto parecia feito de pedra.  Seus olhos soltavam faíscas de ódio.  A revolta enrijecia seu corpo.  Pegou o celular e ligou para a polícia, e em voz alta falou para si mesma: “Borges, você vai pagar pelo que fez, eu juro, pai.

Depois de uns vinte minutos chegou a polícia e ela contou tudo o que vira.

O agente perguntou:

— Por que não interferiu para evitar o crime?

— Não imaginei que ele estivesse armado, nem que tivesse coragem de fazer algum mal a meu pai. Me escondi para ver o que estava acontecendo, mas não me passou pela cabeça que iria ter esse desfecho.

— Você o conhecia bem? Perguntou o policial.

— Sim, era o braço direito de meu pai e frequentava minha casa com a família. É casado e tem dois filhos pequenos.

—Você é a única testemunha. Vai ser chamada para prestar declarações.

— Estou à disposição.  Quero justiça! Respondeu a moça, firmemente.

Depois de examinar a cena do crime e tirar várias fotos, os agentes de polícia providenciaram a retirada do corpo e o encaminharam para o IML.

Roberta foi para o quarto.  Estava extenuada.  Ligou para a mãe, que estava viajando com amigas.  Seu rosto estava sério.  Suas lágrimas haviam secado.  Uma aparência fria apareceu em seu rosto e seus olhos brilhavam, parecendo tomados por um fogo interior.

No dia seguinte, Borges foi indiciado por homicídio, mas como não foi localizada a arma do crime, e a filha foi a única testemunha do acontecido, não houve provas suficientes para prendê-lo, embora as investigações continuassem.

Roberta não se conformou ao ver o assassino de seu pai não ser preso e ficou mais revoltada ainda ao saber que, como era a única que estava na casa e assistira a tudo, seria alvo de investigações.  Contudo, sua mãe e várias pessoas ligadas à sua família, inclusive os empregados da casa, testemunharam a seu favor, contando a relação de afeição e respeito recíprocos entre pai e filha e ela foi ilibada.

Essas averiguações a deixaram mais transtornada ainda.  Como puderam suspeitar dela?  Uma onda de indignação a invadiu e o desejo de vingança cresceu, atingindo o mais profundo de seu ser.

Já passava da meia noite e ela não conseguia dormir.  Seu olhar perdia-se na penumbra do aposento, onde os móveis lhe pareciam fantasmas que conspiravam com ela.

Aos poucos foi delineando seu plano e no fim da madrugada, com o dia já querendo entrar pela janela, adormeceu com um sorriso nos lábios, pois sabia o que iria fazer.

Naquela mesma manhã, ligou para o Borges.  Sempre percebera nele um interesse por ela.  Era uma linda mulher, inteligente, decidida e corajosa.  Fascinava muitos homens e Borges não pareceu indiferente aos seus encantos e mais do que isto, muitas vezes ela notava nele um olhar apaixonado, que a deixava constrangida.   Fingia não perceber suas atitudes, afinal era um homem casado e de confiança de seu pai.

Borges olhou para o celular que tocava, e a surpresa estampou-se no seu rosto. O que Roberta quereria com ele.  Acusá-lo novamente. No entanto, a curiosidade o venceu e atendeu a chamada.

— Alô, Roberta! Falou em tom seco.

—Olá, Borges! Como você está?  Ela perguntou em um tom, que aparentava tristeza.

— O que você quer de mim? Ele indagou meio exaltado.

— Calma! Pode baixar o tom.  Não liguei para acusa-lo.  Quero conversar com você e saber os motivos que o levaram a matar meu pai, com quem você trabalhou por anos e o ajudou a chegar aonde chegou.

— E aonde cheguei, por acaso a mocinha sabe? Pare com essa conversinha! Não vou cair nessa!

— Deve haver um motivo muito forte para justificar o que você fez. Ela falou em um tom irônico.

— Não vou falar nada.  Pensa que sou idiota! Você deve estar gravando a conversa para usar contra mim.

— De jeito nenhum, e para provar isso, gostaria de marcar um encontro com você.

— Para que?

— Pensei muito em tudo e conclui que houve algo muito sério entre você e meu pai para você fazer o que fez.

— Você ficaria surpreendida se soubesse.   Não sei se devo contar.  A imagem de santo, que tem de seu pai cairia por terra.

— Eu quero saber.  Eu preciso saber para continuar a levar minha vida daqui por diante.

  Mas se alguém a pudesse ver naquele momento, constataria a descrença e o desprezo pelas palavras do rapaz;

OK, então que tal amanhã, às três da tarde nas proximidades da Oca, no Parque Ibirapuera.

— Fechado! Até amanhã!

Roberta sorriu.  Seus olhos brilhavam de satisfação. Conseguira o encontro.  Iria começar a sua vingança.

A tarde estava linda, a primavera desabrochava pelo verde do parque.  O céu, bordado de nuvens brancas, que, empurradas pelo vento brando, formavam várias figuras diferentes, tingia-se de um azul profundo.  As árvores balançavam seus ramos suavemente, numa dança ritmada. 

Na hora marcada, Roberta postou—se perto da Oca.  Respirou fundo várias vezes, como que ganhando forças para o que ia acontecer.

Após uns instantes, Borges chegou, um belo homem na casa dos quarenta, cabelos já meio grisalhos e traços firmes e definidos.

Roberta o cumprimentou, sem estender a mão.  Ele devolveu o cumprimento.  Estava sério e com um ar inquisidor. O que queria ela, perguntava-se intimamente.

— Vamos para perto do lago.  Podemos nos sentar num banco ou mesmo na grama, disse ela.

— Vamos, então!

Andaram pelo parque até chegar quase à beira do lago e se sentaram em um banco à sombra de uma alta e frondosa árvore.

Roberta soltou um suspiro vindo de dentro de sua alma e disse num tom firme:

— Pois bem, me diga seus motivos.

— Primeiramente, preciso dizer que foi um ato desesperado e impensado!

— Não, você premeditou o crime. Estava armado!

— Queria só assustá-lo com a arma. Não pretendia usá-la.  Ele precisava confessar o que tinha feito! Falou, alterando sua voz.

— Mas o que ele tinha que confessar?  Pelo que ouvi, você estava sendo acusado de roubo!

— Outra mentira de seu pai!  Calma, vou lhe contar tudo.

E com palavras lentas e pausadas contou a sua história.

—Trabalhei com ele, como você sabe, por muitos anos, desde muito jovem e o admirava muito, mas com o tempo fui descobrindo que sua fortuna era conseqüência de inúmeros atos ilegais para atingir seus fins de lucrar cada vez mais.  Ele não hesitava em lesar alguém para conseguir o que queria e comprava as pessoas para aumentar mais e mais o seu patrimônio. Várias vezes, pedi minha demissão, mas ele não consentia. Eu sabia demais!

— Não é possível, meu pai não era assim. Você está mentindo!  Ele fazia tanta filantropia! Era muito admirado por isso! Interrompeu ela, levantando a voz.

— A filantropia disfarçava as falcatruas.  Ele falou sério. E continuou: E tem algo que nunca lhe falei.  Eu sempre fui apaixonado por você, Roberta.  Tinha baixado a voz e olhou-a nos olhos e seu rosto refletia uma tristeza, que parecia ter sido guardada por muitos anos.

 — Não acredito!  Você se casou com a Júlia! Disparou exaltada.

—Casei.  Mas, anos antes tinha falado a seu pai sobre o que sentia por você. Achava que tinha que lhe dar satisfação de tudo.  Ainda confiava nele naquela época. Ele com muita firmeza me dissuadiu da idéia.  Falou da diferença da idade de doze anos que existia entre nós e que, apesar de eu ser seu fiel escudeiro, ele esperava que você fizesse um casamento com alguém com as mesmas condições financeiras e que nunca notou seu interesse por mim. Nesse momento, bateu nas minhas costas, como querendo se desculpar pelo que havia dito.  Nesse dia fui para casa desiludido e decepcionado, me sentindo inferior.

— Não estou entendendo! Você nunca me falou sobre seus sentimentos. Por que passou por cima de mim e falou direto com meu pai.  Como podia saber o que eu sentia por você?

— Sempre percebi que você retribuía a meus sentimentos. Seus olhares, suas atitudes...

— É verdade! Eu o admirava muito.  Achava você o máximo, um homem lutador, inteligente e gentil.  Por que não falou comigo? Por que não lutou por mim?

— Mais do que ninguém, você sabe que seu pai era um homem carismático e convincente.  Conseguia subjugar qualquer um com seus argumentos e falsos gestos de afeto.

Roberta estava pasma. Seu rosto refletia um mar turbulento, repleto de dúvidas e angústias. As acusações de Borges não poderiam ser verdadeiras.  No íntimo, no entanto, lembrava do pai carinhoso e sempre disponível para ela, mas altivo e firme para com todos.  Lembrou—se que muitas vezes ele se trancava no escritório de casa, para ter longas conversas veladas com pessoas, cujo nome e assuntos tratados, nunca mencionava.  Pensou em sua mãe, que disfarçava sua infelicidade por ele não ter tempo para ela e talvez por isso levasse uma vida fútil e sem sentido.

— Mesmo assim, se tudo isso for verdade... ela falou com uma voz apagada.  Você não tinha o direito de assassiná-lo.  Não tinha!

— Perdi a cabeça.  Estava fora de mim. Naquele momento, odiei-o e a mim mesmo por ter sido                                                                                                                                          seu pau mandado, por tantos anos, respondeu ele num tom exaltado.

— E tem mais! Acrescentou devagar.

Roberta aguardou calada e receosa, o que tinha por vir.

— Descobri há pouco tempo que seu pai mantinha um relacionamento com minha mulher. Nunca a amei perdidamente.  Foi para mim uma grande amiga em quem confiava e me entendia.  Por isso casei-me com ela. Tinha perdido meus pais, me sentia muito só. Então, quando descobri a traição dos dois, meu mundo desabou.  Não poderia nunca mais confiar em alguém.  Fui usado muitas vezes por seu pai em suas negociatas e minha melhor amiga me enganou descaradamente.

Lágrimas desciam pela face de Borges.  Silenciou e baixou a cabeça envergonhado pela sua fraqueza.

Roberta estava atônita.  Empalideceu. Tinha tramado todos os passos de sua vingança com todo o cuidado e agora toda essa revelação.  Pelo estado emocional do rapaz, percebeu que tudo era verdade.  Como ela não enxergara quem era seu pai.

— E Júlia, por que traiu você?  Sempre pareceu tão apaixonada e ciumenta até demais.

— Ambição.  Apesar de ser uma boa companhia, adorava dinheiro.

Num impulso, que nem ela conseguiu entender, a jovem abraçou aquele de quem queria se vingar.  Um abraço longo e amoroso.  O rapaz surpreendido abraçou-a também.  Amava aquela mulher, como nunca tinha amado ninguém. As lágrimas dos dois se misturaram como um rio que se encontra com outro.

— Me perdoe! Queria me vingar de você. Tinha engendrado um plano terrível para feri-lo.  Agora sei que nunca conheci meu pai.  Ele foi uma farsa.

Os dois continuaram unidos por aquele abraço inesperado como dois edifícios que ficam juntos para não ruir.

Depois de algum tempo se afastaram e se olharam ternamente. Borges contou—lhe que se separara de Júlia. Falou que toda sua vida foi uma mentira e que não tinha nenhum orgulho de sua fraqueza em não sair da empresa e romper com  o pai  dela.  Agora ainda teria que carregar para o resto da vida o remorso por ter matado um homem.

Roberta fitou-o longamente e de súbito empertigou-se e com uma voz firme e decidida falou:

—Vou te confessar uma coisa, que sempre guardei dentro de mim a sete chaves.  Sempre te amei desde menina, mas te achava inatingível como um ídolo, que só poderia ser admirado de longe.  Por isso, quase enlouqueci ao presenciar a morte de meu pai.  Minhas emoções se atropelavam, iam da desilusão ao ódio.  Não sabia o que fazer com elas.  Agora tenho uma certeza.  Não podemos nos deixar abater. Vamos reconstruir nossas vidas. Vivi um engano até hoje.  Você foi usado e traído.  Levantou—se.  Ele, aturdido, olhou para ela e um sorriso triste estampou-se em seu rosto.

Deram—se as mãos e com passos lentos seguiram para seu futuro.

Um pássaro cantou alegremente.  O céu vestira—se de sua roupagem rosa, azul e roxa do entardecer e se refletia no plácido lago, onde um chafariz jogava sua água para o alto, formando pequenas ondas ao seu redor.  O sol, vestido de um laranja intenso, lançava seus raios luminosos, numa linda despedida ao dia que morria até o outro nascer. 

ALEX, O SERIAL KILLER NO VELHO OESTE AMERICANO - Alberto Landi

 


ALEX, O SERIAL KILLER NO VELHO OESTE AMERICANO

Alberto Landi 

O ano era 1878, o cenário é o condado de Dodge City, Estado de Kansas, maior produtor de trigo do país e capital mundial de cowboys. Era final da Guerra de Secessão.

O xerife de Dodge City, encarregado da ordem do condado, era o lendário Bat Masterson. Fazia parte de sua equipe, Wyatt Earp e seus irmãos, formavam os deputies do condado, que eram   os auxiliares do xerife.

Acima do xerife havia o Marshall, agente federal, com acesso direto ao Senado e Congresso.

Alex vivia nesse condado. Ele perdeu seus avós Paulo e Melissa, quando ainda garoto, na idade de 11 anos. Foram mortos com flechas atingidas na garganta. Eles foram encontrados no celeiro do rancho onde viviam com toda a família.

Alex sempre com seu vestuário de cor verde: calças, jaquetas e coletes de lã. Usava também um estilo de gravata borboleta ocidental, que era um pequeno pedaço de tecido ou fita amarrada em um laço no pescoço com largas pontas que pendiam por vários centímetros abaixo do laço, cintos de couro com coldres de armas para proteção contra a violência da época.

Em Ambientes exteriores usava chapéu de cowboy. Tudo lembrava os bons anos que passaram juntos. Era uma forma de homenagear e se sentir mais próximo de seu avô.

Alex, em seus pensamentos sempre planejava vingança e isso fez dele um homem com comportamento frio e insensível, um coração de pedra.

Com 26 anos, era um homem alto, forte, bem-apessoado, cabelos compridos, cavanhaque e bigode, todo mal assentado.

Passava os dias no rancho trabalhando, juntando o feno para armazenar no galpão de madeira, que ficava próximo a casa principal do rancho; ao mesmo tempo, planejava a vingança pela morte de seus avós.

Começou a arquitetar um plano.

Frequentava todas noites o ¨Saloon¨, bebia cerveja e whisky com as demais pessoas, jogava poker e também conversa fora, objetivando se entrosar com os frequentadores, assim, poderia, quem sabe, conseguir alguma pista.

Visitava o xerife constantemente, para verificar se havia alguma evolução na investigação, que já durava alguns anos.

— Como está, Masterson?  Alguma informação sobre a investigação?

— Ainda não, informou o xerife, mas estamos apurando tudo. Aproveitando sua visita vou apresentá-lo ao Sr. Doc Hollyday, agente federal, que está muito interessado na solução desses crimes.

Após alguns dias, para não levantar suspeita, Alex se instalou num pequeno hotel quase em frente ao Saloon.

Numa noite fria e chuvosa, bebericando altas doses de cerveja com outros 3 indivíduos, muitos deles já alterados na conversa efeito da bebida, deixaram escapar algumas informações que levaram Alex a ter fortes suspeitas. Pediu licença e retirou-se da mesa em direção ao hotel.

Na madrugada chuvosa e fria, quando os 3 saíram do Saloon, em um determinado lugar ermo teve início a vingança. Tadeu, o mais jovem caiu mortalmente com a flechada certeira e precisa na garganta. O outro suspeito Nelson, 50 anos, caiu também mortalmente da mesma forma. Restou Basílio, 43 anos flechado nas 2 pernas.

Vingado agora, nada mais o deteria na cidade. Alex embarcou no  primeiro trem da manhã em direção ao Alabama, para nunca mais voltar!     

O SEGREDO DE UMA LÁGRIMA - Pedro Henrique

  O SEGREDO DE UMA LÁGRIMA Pedro Henrique        Curioso é pensar na vida e em toda sua construção e forma: medo, terror, desejo, afet...