A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

FIGURAS DE LINGUAGEM

DISPOSITIVOS LITERÁRIOS

FERRAMENTAS LITERÁRIAS

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

A desforra - Dinah Choichit

 


A desforra

Dinah Choichit

 

Uma moça muito bonita, já ia para a Faculdade estudar medicina, quando seu pai, sem nenhuma briga foi assassinado. Não tinha inimigos, era alfaiate, tinha ótimos clientes.

Lindalva não se conformava com o acontecido. Estava na sala junto com o pai quando entrou um rapaz muito forte, de máscara, atirou no homem.

Lindalva desconfiou que conhecia o rapaz, não se lembrava onde tinha visto aquele tipo, mas não era estranho. Não comentou com a polícia essa sua desconfiança.

Pensou, pensou e lembrou que havia chegado na cidade uma turma para jogar tênis e ele fazia parte. Foi quando tudo começou. Ela estava na escola e foi apresentada para eles, pois jogava tênis também. Logo ele ficou interessado nela e a pediu em namoro. Ela disse que não, estava às voltas com seus estudos ainda.

Ele falou: “ainda vai me querer”.

Ela nem ligou. Contou para o pai o acontecido e ambos combinaram de manter distância do rapaz. No entanto, passado uns 10 dias o pai estava no salão de costura quando o rapaz entrou novamente, e foi direto falar com ele e pedir Lindalva em namoro. O pai não se conformava com aquela insistência: Não, ela já me falou de você e ela não quer. Por favor vá embora.

O jovem ainda retrucou: vou, mas volto qualquer dia.

O pai contou para a filha que o rapaz estivera na loja e prometeu voltar novamente.

Voltou sim, voltou para matar o velho.

Lindalva andava muito triste, e ao mesmo tempo desconsolada, isso jamais acabaria, ela pensou. Então, decidiu tomar rédea da situação, se vingaria a morte do pai.

Ninguém conhecia o jovem. Não havia como ligar o nome dele ao dela, então estabeleceu um plano que somente ela conhecia. Marcou com ele um encontro na quadra de tênis, mais à noitinha. Ela se preparou toda, deu uma volta na cidade, e entrou na Igreja que dava fundos para as quadras. Procurou a casinha do locutor da rádio da cidade e se escondeu lá. A entrada para as quadras era em frente a casinha e afastada da secretaria. Nem escureceu muito, ele chegaria num instante, mas ela já estava de revólver pronto. Ficou no vão da porta esperando. Ele apareceu todo fogoso com um buquê de flores.

Vinha dançando todo alegre, quando passou pela casinha procurando-a, ela não titubeou, disparou duas vezes e ele caiu de costas.

Lindalva verificou, não queria deixar serviço pela metade, ele estava sangrando abundantemente na região do estômago. A respiração já cessara. Bingo! Ela pensou vitoriosa. O tiro fora certeiro. Olhou para os lados para se certificar de não haver mais ninguém por ali.  Depois ela entrou na Igreja trocou o vestido e foi para casa. Mas antes, fez desaparecer a arma assassina, e assim jamais descobriram o assassino.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.

As Meninas da Casa Verde – CAITANA - Adelaide Dittmers

  As Meninas da Casa Verde – CAITANA Adelaide Dittmers   Caitana, a mais velha das meninas da Casa Verde, muito religiosa e sóbria, er...