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segunda-feira, 12 de abril de 2021

O CAPITÃO DAS ILHAS PERDIDAS - Dinah Choichit

 



O CAPITÃO DAS ILHAS PERDIDAS

Dinah Choichit

 

Josué tinha um barco muito grande e navegava por toda a costa do Brasil. Ia muito do Rio de Janeiro até a Bahia. Tinha 5 marinheiros que trabalhavam com ele. Todos da Bahia, e gostavam muito dele. Tinha muita paciência com seus empregados.

Na ida para a Bahia paravam em diversas cidades, desciam, faziam um lanche e voltavam para o barco. O serviço era pouco. Consertavam a rede, limpavam o barco inteiro e pintavam de verde e branco. As velas eram azuis com desenhos de estrelas e embaixo estava escrito, em letras garrafais: VIVA O BRASIL

Fizeram muitas viagens. O objetivo do barco era trazer peixes frescos para os Restaurantes de Classe. Sempre traziam novidades, além de peixes. E o principal eram as ostras frescas, nas sextas-feiras.

Na última viagem, quando estavam quase chegando ao Rio de Janeiro, em Angra dos Reis, caiu uma tempestade tão forte que o barco ficou balançando sem parar e a mercadoria foi se espalhando pelo convés, sem controle nenhum.  Os marinheiros ficaram apavorados, por mais que se esforçassem para juntar as cestas com os peixes eles caiam fora, era impossível juntá-los, de tão forte que o barco balançava. Até os marinheiros eram jogados de um lado para o outro e isso causou um desastre terrível. Um deles foi jogado ao mar e não houve chance de salvá-lo, sumiu engolido pelas ondas bravias.

O Capitão Josué ficou apavorado, mandou que todos se recolhessem e deixassem os peixes soltos. Não fazia questão da mercadoria e sim dos seus funcionários.  Tratava-os como verdadeiros filhos. A chuva, relâmpagos, vento forte continuavam. O Capitão não sabia mais o que fazer. 

Chamou o segundo Capitão, era seu sobrinho.  Mandou que ele tentasse manobras de segurança até passar o vendaval, ele precisava pensar. Mas quando Josué se virou, uma das velas girou no ar, e caiu na sua cabeça, deixando-o desacordado com desconforto respiratório.  O Capitão Josué estava desmaiado e teve que ser socorrido pela tripulação. Os outros marinheiros ajudaram na condução do barco pesqueiro na espera de que o Capitão Josué melhorasse e desse as ordens. Todos estavam em pânico, sem ação e chorando.

A chuva e trovoadas foram passando e o Capitão melhorou. Mandou recolherem os peixes, precisavam levar os pescados para o continente. Em minutos a chuva já estava calma, sem ondas agressivas, o barco já deslizava tranquilo, seguiram em direção ao Rio de Janeiro e fizeram suas entregas.

O Capitão reuniu os funcionários, avisou que no dia seguinte haveria uma missa para o marinheiro desaparecido, para toda a tripulação e suas famílias. Que estavam de folga, que aproveitassem, pois na próxima semana sairiam novamente.

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