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quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

DOIS LÁPIS - ALBERTO LANDI

 




DOIS LÁPIS

ALBERTO LANDI

 

Lá no fundo da gaveta, havia dois lápis.

 

Um era novo, bonito, de uma fabricação bem conhecida, com ponta muito bem-feita.

O outro, coitadinho, dava dó de ver. Sua ponta era rombuda, um toco de lápis, de tanto ser usado e apontado.

O lápis novo, que era grandão, olhou para o triste amigo e chamou:

— Olá, toquinho! Você aí! Está me ouvindo?

— Não precisa gritar, respondeu o toquinho, não sou surdo, não!

— Não é surdo? De tanto apontar a sua cabeça, as suas orelhas desapareceram.

O toquinho suspirou:

— É mesmo! Perdi a conta de quantas vezes tive de enfrentar o apontador.

O lápis novo continuou:

— Você está feio e acabado! E eu novinho em folha!

— Estou vendo! Me diga uma coisa lápis novo, você sabe o que é uma carta de amor?

— Você ficou louco, toquinho de lápis?

— Sim, fiquei, louco, triste, alegre e apaixonado! Velho e gasto também com o tempo. Estou assim porque já vivi muito, e com grandes emoções. Estou um toco de tanto escrever romance, crônica, aventura. Penso que valeu a pena ter vivido tanto, ter escrito, mas como você me vê, acabando desse jeito, um velho toco.

E você lápis novinho, ainda não teve tempo suficiente para viver emoções, mas você vai chegar lá. E quando chegar já não existo mais!

 

O lápis novinho, que era grandão, ficou envergonhado pois não sabia sequer escrever uma poesia e também por fazer pouco caso do toco de lápis. Ele se comporta como um lápis arrogante e o toco como uma condição de alegria, experiência e sabedoria.

O novo percebeu que nada aprendeu com o tempo, não pela sua inexperiência, mais pela sua arrogância.

 

Penso que no cotidiano das pessoas isso acontece.

Devemos ter respeito pelos mais velhos, pois eles já tiveram várias experiências e possuem grande sabedoria., temos sempre que valorizá-los não importando a sua idade

 

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