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quarta-feira, 12 de setembro de 2018

O MISTÉRIO DE PADRE AUGUSTO. - Do Carmo



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O MISTÉRIO DE PADRE AUGUSTO.
Do Carmo

Em uma pequena cidade do interior paulista, corria um boato muito estranho a respeito do pároco da igreja matriz, uma figura controversa, por conta de sua atitude taciturna, discreta, séria, porém solícita e sempre presente quando necessária: Padre Augusto, seu nome.

Há bastante tempo que as senhoras carolas, frequentadoras assíduas e obedientes a Lei Divina, comentavam com certa malícia, sobre um fato intrigante praticado por tão sóbrio senhor.

Pontualmente as portas da igreja eram fechadas e toda s as luzes apagadas, por volta das vinte horas, demonstrando que o padre Augusto estaria recolhido aos seus aposentos, que ficavam atrás da igreja.

Assim apresentado, as “carolas” eram faladeiras, pois muito natural era a conduta do padre.

Contudo, uma dessas respeitadas senhoras, de língua comprida, era mãe de uma professora de alfabetização de adultos, da escola municipal, cuja aula terminava entre dez e dez e meia da noite. Ela estava sempre acompanhada por alunos.

Certa noite, de inverno molhado, resolveu terminar a aula mais cedo, pois o frio era escuro e o ar alfinetado de umidade. Caminhavam a passos rápidos e subidamente, qual o espanto de todos, quando viram garbosamente o padre Augusto, acompanhado de alguns jovens, mais ou menos doze, entre meninos e meninas, entrarem sorrateiramente em uma casa totalmente as escuras.

Pararam atônitos. Os boatos tinham fundamento? O que significava aquela atitude? O que iria fazer com aqueles jovens? A professora foi a primeira que teve uma escaldante idéia para desmascarar o sórdido padre.

 Abriu o portão e com toda força feminina que possuía, esmurrou a porta que se abriu totalmente e marchando ferozmente, entrou em uma cozinha, fartamente iluminada e parou estupefata diante de uma grande mesa preparada para um jantar para mais mais de trinta andrajosos convidados, que iriam receber das mãos abençoadas do padre Augusto, uma suculenta sopa, com pãezinhos quentes, carne com batatas, arroz  e sobremesa de frutas.

Todos estavam assustados com a invasão desbaratada da professora, que sempre serena, estava totalmente irada. Envergonhada dos maus pensamentos quer tivera naqueles rápidos minutos, tenta desculpar-se, mas foi interrompida pelo sorridente padre, que calmamente e com um sorriso vitorioso nos lábios, diz :

- A senhorita e seus acompanhantes aceitam sentarem-se conosco e saborear um prato deste delicioso jantar, que toda noite com carinho fraterno, é feito  por estes meus jovens amigos de coração e fé?  

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