A GRANDE JORNADA - CONTO COLETIVO 2023

FIGURAS DE LINGUAGEM

DISPOSITIVOS LITERÁRIOS

FERRAMENTAS LITERÁRIAS

quinta-feira, 1 de junho de 2017

“QUEM DUVIDA?” - Rejane Martins

Resultado de imagem para floresta a noite

“QUEM DUVIDA?”
Rejane Martins

Solveig um sueco audacioso, adorava explorar novos lugares, viagens para ele eram mais que frequentar lugares turísticos, onde os badulaques e passeios vendidos a preços exorbitantes eram rotina. Procurava por hospedarias adaptadas em casas de habitantes que representavam o verdadeiro folclore do lugar.

Ainda na área do aeroporto de Recife, procurava uma daquelas banca de jornal metida a besta, aquela que todo aeroporto tem, comprou um guia que o subsidiasse na escolha da cidadezinha mais atraente.

Passou os olhos pelas folhas, e dentro das condições analisou as possibilidades. Um local na Paraíba chamou a atenção, a bucólica Tuparitama. Contratou ali mesmo uma corrida de taxi e sem perder tempo seguiu viagem.

Assim que chegou foi orientado a procurar a casa do Seu Manezinho e Dona Quitéria. Era uníssono os elogios com a limpeza, e as iguarias servidas eram de lamber os beiços.

À noite, refastelado na rede armada na varanda, ouvia atentamente Dona Quitéria adverti-lo não se aventurar pela mata depois que escurecesse. Sob o luar ela tinha dono, um animal fogoso que a considerava propriedade exclusiva, ficava irado com invasões. Perdia literalmente a cabeça, inicia-se a combustão pelos olhos que rapidamente se alastrava, tomando todo o crânio.

Seu Manezinho, apressou-se em completar a informação de que até então, ninguém sobreviveu a visão para contar como o evento se desenrolava realmente.

O jovem hóspede europeu, com real interesse na história prometeu a si mesmo que no dia seguinte começaria a investigação fantasiosa. Por hoje ele dispensava, estava muito cansado da longa viagem, ele era merecedor de uma boa-noite de sono, precisava repor as energias antes de se aventurar por aí.

Assim ao cair da segunda noite, saiu nas pontas dos pés, a justificativa polida era para não incomodar o casal. A extraoficial era o temor que os velhinhos o tentassem dissuadi-lo da saída. Começou a trilha, iluminava o terreno com uma potente lanterna antes de pisar, tomou o cuidado de marcar o caminho de volta, sentiu-se o verdadeiro protagonista da história dos irmãos Grimm.

Depois de algum tempo, muito cansado mais por causa do calor e da umidade do que pelo esforço físico, decidiu retornar e ter o repouso dos justos, sem ter ideia de que a decisão foi tomada aquele era o momento exato. Mais um passo despencaria em um abismo bem a frente, desequilibrou-se e por sorte só deixou cair a lanterna antes de firmar os pés em terra firme.

Sem muita visão foi tateando o caminho de volta, na esperança de encontrar os marcos deixados na ida. Logo sentiu uma fungada quente no pescoço, arrepiou-se inteiro. Virou-se cuidadosamente e avistou um belo alazão, iniciando o processo de queima pelos olhos que logo se completou.


Calmamente o animal passou pelo turista curioso, e com o movimento do rabo, deixou claro que ele deveria segurá-lo firme. O animal iluminando o caminho, conduziu Soveig até a hospedaria são e salvo.     

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI UMA MENSAGEM PARA O AUTOR DESTE TEXTO - NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO. O AUTOR AGRADECE.

As Meninas da Casa Verde – CAITANA - Adelaide Dittmers

  As Meninas da Casa Verde – CAITANA Adelaide Dittmers   Caitana, a mais velha das meninas da Casa Verde, muito religiosa e sóbria, er...