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quinta-feira, 8 de abril de 2021

GREGÓRIO - O DETETIVE - Henrique Schnaider

 


GREGÓRIO - O DETETIVE

Henrique Schnaider

 

Gregório é zelador de um prédio de luxo numa região onde só moram pessoas com muito dinheiro. Salário bom e o nosso herói vive uma vida muito boa. Mora no último andar reservado para ele. Apto grande com todo conforto onde moram ele, a esposa e dois filhos.

Nas horas vagas o Gregório aventureiro, gosta de ser detetive e parece se dar bem, tendo resolvido alguns casos intrincados na base da trapalhada, mas que lhe deram fama. Vira e mexe é chamado para resolver algumas encrencas cabeludas que exigem discrição, mas ele é, além de engraçado, também pouco discreto.

Analisando uma cena de crime, por acaso e pura sorte, elucida o caso. Sorte é o que não lhe falta, pois, o detetive trapalhão envereda por caminhos que um investigador não iria, e por acaso vem a solução.

Desta vez o caso aconteceu no prédio onde Gregório é o zelador. O síndico estava possesso por uma ocorrência inusitada que aconteceu no corredor do décimo andar, onde um animal de um dos moradores, fez suas necessidades. O caso não poderia passar sem que se descobrisse o responsável pelo cachorro. Iria pagar uma multa alta.

O síndico, ciente da fama do Gregório, o encarregou de investigar a origem das fezes até que descobrisse os culpados, o cachorro e seu dono. Nosso herói vestiu a capa, o chapéu e com a com a lupa na mão saiu investigando como um Sherlock Holmes, sem o Dr. Watson.

O detetive trapalhão começa a investigar usando o faro fino para sentir o cheiro dos dejetos, queria conseguir saber qual a marca da ração. De andar em andar e com uma lista de moradores donos de pets, saiu na caça do causador da imundície e seu dono.

Toca a campainha no primeiro apartamento e atende uma tremenda loira, dona de um Golden Retriever. Gregório ficou todo desconcertado engoliu seco e gaguejou perguntando:

— Por acaso, onde o seu cachorro faz as necessidades?

— Ele faz tudo aqui em casa ou quando saio com o carro, levo ele passear num parque e levo um saquinho. O Barney faz cocô e eu recolho, mas por que me pergunta?

— Nada não, é que algum cachorro mal-educado fez cocô no corredor do décimo andar, mas eu tinha certeza de que não era o seu, falou engolindo seco.

Assim foi o detetive de andar em andar sem conseguir avançar nas investigações. Quando chegou ao décimo andar, local do crime, não percebeu, pisou num novo cocô, escorregou e caiu sentado se sujando todo. Mas, para sua sorte, deu tempo de ver o dono do apto 102 entrando em casa com o cachorro.

A investigação foi concluída com êxito apesar do Gregório ficar todo sujo de fezes. Recebeu do síndico um presente pelo seu êxito, um jogo de roupas novas. E o morador do apto 102 recebeu uma pesada multa. Mais uma vez o investigador Gregório fez jus à fama de detetive trapalhão, mas que resolve os casos que investiga.

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