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quinta-feira, 9 de maio de 2019

Um amor infinito - Du Carmo



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Um amor infinito
Du Carmo

Desde criança sonhei em dar e receber a chama de alegria de um amor eterno.

Hoje, adulta, sei que a filosofia da vida moderna e bem diferente, uma vez que a correria para a sobrevivência a faz fria e insensível.

Reza um antigo ditado que, toda regra tem sua exceção, pois é, eu tenho um rio de palavras para contar a história de um eterno e verdadeiro amor que sobreviveu à indiferença da atualidade.

Uma querida e antiga amiga, hoje com oitenta anos, vive sua acalentada ventura de amor, que ficou aninhada em seu coração por mais de trinta anos.

Em um curso de inglês que fazíamos, na saudosa década de cinqüenta, Silvia amiga desde bebê, por conta de nossas mães serem amigas, conheceu José Luiz, o oásis de amor de sua vida.

A atração entre eles foi tal qual a de uma abelha por uma bela flor, intensa e a cumplicidade saltava aos olhos.

Mas, sempre existe um, “MAS”! José Luiz era de família tradicional paulista, herdeiro de fazendeiro de café e já estava destinado a casar-se com filha de família amiga da mesma classe social. 

Silvia era de classe média, família bem constituída, mas não tinha título nenhum. Quando o romance ficou sendo conhecido pela família do rapaz, imediatamente ele foi transferido para uma universidade fora do pai.

Os melancólicos anos arrastaram-se lentamente e nunca mais Silvia teve notícias dele.

Em uma carrancuda tarde de final de outono, Silvia, em um supermercado, tentava pegar um frasco de mostarda que estava em prateleira mais alta da seção de condimentos, ouve o som de uma voz masculina e sente seu coração disparar.

­- Jose Luiz! Exclama sem olhar sequer para o lado de onde vinha a voz.

-Sim! Meu amor sou eu! Finalmente a encontro.

Sentindo-se desfalecer, Silvia vira-se e num raio de alucinação, joga-se nos braços abertos que vagamente via, pois um rio de lágrimas banhavam seu rosto que era beijado amorosamente. Assim ficaram por alguns minutos, sem se darem conta de onde estavam.

José Luiz foi o primeiro a falar:

- Meu inesquecível amor, mesmo depois de tão longa separação, eu sentia que o nosso amor vivia e que eu a encontraria para então realizaríamos o nosso sonho da juventude. 

Hoje estão casados e o amor com o mesmo fervor dos anos cinquenta.

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