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quinta-feira, 9 de maio de 2019

O EXEMPLO NÃO VEM DE CIMA - Henrique Schnaider



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O EXEMPLO NÃO VEM DE CIMA
Henrique Schnaider



Luiza era uma mulher folgada ao extremo, só não era mais, por falta de espaço. Vivia explorando seus pais, estava com quarenta e cinco anos, foi uma péssima aluna, estudou aos trancos e barrancos, cresceu, demonstrando falha de carácter, inerente a sua personalidade, não havia explicações para sua forma de ser, já que seus pais eram trabalhadores, admirados, pela forma que lutavam na vida, para que nada faltasse em casa.

A mulher era um quiabo, escorregava demais, sempre tirava o corpo fora jogando qualquer obrigação para os pais ou ao seu irmão Ramiro, homem trabalhador, solteiro inveterado, que ainda não alçara voo para ter vida própria, mas pelo menos não era explorador como a irmã. Luiza vivia mordendo Ramiro, pedia empréstimos a toda hora, não parava de explorá-lo, ele que era uma pessoa dócil, fácil de convencer, ajudava a sanguessuga.

Aqueles dias eram de festa para a família Oliveira, morrera um tio distante, muito rico, que só tinha o pai de Luiza como sobrinho, não havia mais ninguém para reclamar aqueles bens, o pai herdou tudo.   A folgada logo convenceu a família, que apesar de tudo, eram de boa-fé, que iria tomar conta de tudo, já que não tinham tempo, nem capacidade para administrar aquela dádiva herdada, e o dinheiro que veio farto.

Os olhos de Luiza faiscavam só de pensar, dançavam de alegria, na expectativa de por a mão naquela fortuna, mas faltava para ela, o tino comercial, a verdadeira esperteza, para administrar todo aquele tesouro, mentia o tempo todo para os familiares, começou a meter os pés pelas mãos, entrando em negócios fracassados, o dinheiro começou a ir embora pelo ralo.

Luiza era espertinha, mas acabou vítima de um oportunista, sempre procurando pessoas incautas como ela, que era ambiciosa a procura de dinheiro fácil, na sua ganância, insistia nos maus negócios, era levada facilmente na conversa do Ricardo, com quem se envolvera, o cara malandro típico, dava golpes às pencas, usando seu charme e conversinha fácil, a inocente útil, entrava com tudo, torrando o dinheiro que não era seu, enquanto isso sua família não tinha noção, das trapalhadas que ela andava fazendo.

Ricardo sugou ao máximo, quando viu que deste mato não sairia mais coelho, deu no pé, sumiu, escafedeu, deixando Luiza no prejuízo, a fortuna do velho tio, se fora toda, deixando a família na mesma situação de quando recebeu a herança.

Luiza que só tirava vantagem com seus familiares, para mentir e convencer, para mostrar que tinha feito bons negócios, mas por circunstâncias pouco esclarecidas, tinha se dado mal, e o pior é que aceitaram de bom grado suas desculpas, perdoando-a, e por incrível que pareça, continuou a viver as custas deles, voltando aquela vidinha medíocre de sempre.

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