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sexta-feira, 19 de maio de 2017

Deus demora, mas não falha. - Ana Catarina SantAnna Maués


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Deus demora, mas  não falha.
 Ana Catarina SantAnna Maués

             Yolanda, mais conhecida como dona Landinha, era uma moça velha muito alegre. Já beirava os sessenta. Sempre viveu na casa onde nasceu, por isso os vizinhos já sabiam como era o cotidiano dela. Todos os dias saia cedo de casa para participar da santa missa, não importando o tempo. Chovesse ou fizesse sol, a simpática moradora da casa de número oitocentos e noventa e seis, estava a caminho da igreja, que não era tão longe, mas também não era tão perto. Passava, dando um bom dia festivo, e as vizinhas linguarudas comentavam:
              Ela nunca casou?
             Que eu saiba não!
            — Eu a conheço desde menina. Ela era muito linda. Até hoje podemos notar.   Não sei bem a sua idade, deve ter a minha, pois em criança brincávamos juntas com a meninada.
               _ Ela nunca namorou? Perguntava mais uma vizinha curiosa.
               _ Claro que não! Ela gostou muito de um coleguinha nosso, mas nunca soubemos se foi correspondida.
                 Landinha sabia que era alvo de comentários deste tipo, porém não se importava. De coração puro, entregue às coisas de Deus, os cochichos que  as vezes vinha saber, não causavam-lhe surpresa,  sempre dizendo que era falta do que fazer.   Ela nem imaginava que ali bem próximo, existia um homem, mais ou menos da sua idade, que nutria por ela grande amor.  Chamava-se Diogo.
              Diogo era contador, recente aposentado da firma FSTransporte, que se acostumou à rotina de acordar cedo para o trabalho, e dizia quando lhe perguntavam, que adorava ver o sol nascer, mas na verdade o que ele queria mesmo, era ver Landinha passar em frente à sua casa, embora ela nem soubesse da sua existência.
             Acredito que o destino já tinha marcado, vai ser hoje.
             Diogo como de costume, esperava vê-la passar.  Lá vem ela, disse, e de repente debaixo da janela, ela caiu. Mais do que depressa ele correu para acudi-la. Aconteceu uma troca de olhares apaixonado. Ele ao levanta-la do chão e ela por se deixar carregar por um homem elegante e lindo.
         Não demorou meio ano para realizarem o que ambos já desejavam. Ele, casar depois de aposentado, e ela, como dizia para as amigas, pedia sempre na hora da comunhão, que Jesus lhe enviasse um bom homem para casar. Agora agradece o marido que Deus lhe deu dizendo:

         — Não precisava me jogar no chão meu Jesus!  

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