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segunda-feira, 19 de agosto de 2024

IN BOCCA AL LUPO! - Alberto Landi

 



 IN BOCCA AL LUPO!

Alberto Landi

 

Era um dia ensolarado, início de primavera em Roma, o Circo Máximo pulsava com a energia de uma multidão animada.

O grandioso estádio com sua arquitetura imponente, com arquibancadas repletas de torcedores, era um verdadeiro símbolo da vida romana.

Havia pessoas transitando pela via Appia, a principal estrada da cidade, todas a caminho para assistir as emocionantes corridas.

O Circo Máximo era um local emblemático em Roma, não apenas para esse tipo de evento, mas também como um espaço onde as intrigas políticas e sociais se desenrolavam. Era lá que o povo se reunia, a presença de figuras ilustres e poderosas como imperadores e governadores podiam influenciar a opinião pública.

As corridas eram uma forma de entretenimento, mas também serviam como uma plataforma para os políticos demonstrarem seu poder e ganharem a simpatia da população.

As vitórias e derrotas nesses eventos, poderiam refletir as alianças e rivalidades políticas da época. Além disso, era um local onde os cidadãos podiam expressar suas emoções, seja em apoio ou oposição a seus líderes.

Eu um jovem plebeu, sentia meu coração acelerar enquanto me misturava à multidão e mal podia esperar por essa competição.

O cheiro de pão fresco e vinho se espalhavam pelo ar, misturado ao clamor dos espectadores.

No centro do Circo erguia se a tribuna onde sentavam os membros do Senado e o Imperador Tibério, observando tudo com a seriedade que o evento exigia. Por convite do imperador, estava presente na tribuna o governador da Judeia, Poncio Pilatos.

A presença deles impactava o acontecimento e a tensão política da época, dando um ar mais grandioso à ocasião, onde todos sabiam que suas decisões poderiam ser influenciadas pela emoção do espetáculo. Além disso, poderia criar um contraste interessante entre a grandiosidade da competição e as intrigas do poder em Roma.

Os carros puxados por esplendidos cavalos estavam alinhados na pista.

Cada um era uma obra-prima adornada com cores vibrantes e símbolos que representavam suas respectivas equipes. Eu acompanhava os Verdes, eram conhecidos por sua velocidade e astúcia. Era adornada com tons vibrantes que refletiam a personalidade de seu condutor. Os emblemas ou insígnias que a decoravam poderiam representar a família ou alguma vitória anterior. A cor simbolizava a esperança, renovação e até mesmo a natureza, enquanto o branco podia representar pureza e honra. Juntas elas criavam uma imagem forte e memorável.

Essas cores impactavam a percepção do público durante a disputa, talvez os seguidores gritassem em apoio devido à beleza e da simbologia.

 Lúcios, um jovem aristocrata filho de uma família influente em Roma, buscava provar seu valor nas corridas para ganhar prestígio e a aprovação da família. Apesar de suas habilidades excepcionais como condutor, enfrentava intrigas e traições no Circo Máximo.

Ele trazia um legado forte, talvez seus antepassados tenham sido generais ou senadores do império romano. Isso criava uma pressão sobre ele para corresponder as expectativas familiares. Gostava de ser condutor, mas sua família preferia que ele seguisse a carreira política.

Quando os competidores estavam prontos para começar, a multidão se unia em um clamor ensurdecedor. E com um grito uníssono todos exclamavam:

— “In bocca al Lupo”.

 A energia no ar era palpável era como se aquele desejo de boa sorte pudesse realmente influenciar o resultado da corrida.

Enquanto as trombetas soavam e as bigas começavam a se mover, a adrenalina tomava conta de todos nós. Gritava com os outros torcedores, apoiando nossa equipe e tentando adivinhar quem seria o vencedor.

Elas cortavam a pista com uma força impressionante, os condutores habilidosos controlando os animais em um espetáculo de velocidade e coragem.

Lúcios, homem alto e destemido, chamava atenção e era conhecido por suas manobras ousadas e habilidade em ultrapassar os adversários. Quando ele se aproximava da curva mais apertada da pista, prendíamos a respiração.

Fazia um movimento audacioso, deslizando pela curva com uma destreza que parecia mágica. A multidão explodiu em aplausos e gritos de incentivo. Era como se estivéssemos correndo com ele.

No final da corrida quando cruzou a linha de chegada em primeiro lugar, não conseguimos conter nossa alegria. A vitória dos Verdes era celebrada como uma conquista épica!

Juntei-me a multidão que dançava e cantava celebrando não apenas a vitória, mas a emoção daquela experiência única.

A corrida não era apenas um evento esportivo, mas uma celebração da vida romana, uma demonstração de coragem e habilidade.

E naquele dia, não era apenas um espectador, era parte da história que se desenrolava diante de mim.

Mas ao acordar aqueles gritos vibrantes ainda ecoavam na memória     assim como a imagem dos corajosos cavalos galopando furiosos em busca da linha de chegada, desafiando os limites e a própria sorte!

 


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