IN BOCCA AL LUPO!
Alberto
Landi
Era um dia ensolarado, início
de primavera em Roma, o Circo Máximo pulsava com a energia de uma multidão
animada.
O grandioso estádio com sua
arquitetura imponente, com arquibancadas repletas de torcedores, era um
verdadeiro símbolo da vida romana.
Havia pessoas transitando pela
via Appia, a principal estrada da cidade, todas a caminho para assistir as
emocionantes corridas.
O Circo Máximo era um local
emblemático em Roma, não apenas para esse tipo de evento, mas também como um
espaço onde as intrigas políticas e sociais se desenrolavam. Era lá que o povo
se reunia, a presença de figuras ilustres e poderosas como imperadores e
governadores podiam influenciar a opinião pública.
As corridas eram uma forma de
entretenimento, mas também serviam como uma plataforma para os políticos
demonstrarem seu poder e ganharem a simpatia da população.
As vitórias e derrotas nesses
eventos, poderiam refletir as alianças e rivalidades políticas da época. Além
disso, era um local onde os cidadãos podiam expressar suas emoções, seja em
apoio ou oposição a seus líderes.
Eu um jovem plebeu, sentia meu
coração acelerar enquanto me misturava à multidão e mal podia esperar por essa
competição.
O cheiro de pão fresco e vinho
se espalhavam pelo ar, misturado ao clamor dos espectadores.
No centro do Circo erguia se a
tribuna onde sentavam os membros do Senado e o Imperador Tibério, observando
tudo com a seriedade que o evento exigia. Por convite do imperador, estava
presente na tribuna o governador da Judeia, Poncio Pilatos.
A presença deles impactava o
acontecimento e a tensão política da época, dando um ar mais grandioso à
ocasião, onde todos sabiam que suas decisões poderiam ser influenciadas pela
emoção do espetáculo. Além disso, poderia criar um contraste interessante entre
a grandiosidade da competição e as intrigas do poder em Roma.
Os carros puxados por
esplendidos cavalos estavam alinhados na pista.
Cada um era uma obra-prima
adornada com cores vibrantes e símbolos que representavam suas respectivas
equipes. Eu acompanhava os Verdes, eram conhecidos por sua velocidade e
astúcia. Era adornada com tons vibrantes que refletiam a personalidade de seu
condutor. Os emblemas ou insígnias que a decoravam poderiam representar a
família ou alguma vitória anterior. A cor simbolizava a esperança, renovação e
até mesmo a natureza, enquanto o branco podia representar pureza e honra.
Juntas elas criavam uma imagem forte e memorável.
Essas cores impactavam a
percepção do público durante a disputa, talvez os seguidores gritassem em apoio
devido à beleza e da simbologia.
Lúcios, um jovem aristocrata filho de uma
família influente em Roma, buscava provar seu valor nas corridas para ganhar
prestígio e a aprovação da família. Apesar de suas habilidades excepcionais
como condutor, enfrentava intrigas e traições no Circo Máximo.
Ele trazia um legado forte,
talvez seus antepassados tenham sido generais ou senadores do império romano.
Isso criava uma pressão sobre ele para corresponder as expectativas familiares.
Gostava de ser condutor, mas sua família preferia que ele seguisse a carreira
política.
Quando os competidores estavam
prontos para começar, a multidão se unia em um clamor ensurdecedor. E com um
grito uníssono todos exclamavam:
— “In bocca al Lupo”.
A energia no ar era palpável era como se
aquele desejo de boa sorte pudesse realmente influenciar o resultado da
corrida.
Enquanto as trombetas soavam e
as bigas começavam a se mover, a adrenalina tomava conta de todos nós. Gritava
com os outros torcedores, apoiando nossa equipe e tentando adivinhar quem seria
o vencedor.
Elas cortavam a pista com uma
força impressionante, os condutores habilidosos controlando os animais em um
espetáculo de velocidade e coragem.
Lúcios, homem alto e destemido,
chamava atenção e era conhecido por suas manobras ousadas e habilidade em
ultrapassar os adversários. Quando ele se aproximava da curva mais apertada da
pista, prendíamos a respiração.
Fazia um movimento audacioso,
deslizando pela curva com uma destreza que parecia mágica. A multidão explodiu
em aplausos e gritos de incentivo. Era como se estivéssemos correndo com ele.
No final da corrida quando
cruzou a linha de chegada em primeiro lugar, não conseguimos conter nossa
alegria. A vitória dos Verdes era celebrada como uma conquista épica!
Juntei-me a multidão que
dançava e cantava celebrando não apenas a vitória, mas a emoção daquela
experiência única.
A corrida não era apenas um
evento esportivo, mas uma celebração da vida romana, uma demonstração de
coragem e habilidade.
E naquele dia, não era apenas
um espectador, era parte da história que se desenrolava diante de mim.
Mas ao acordar aqueles gritos
vibrantes ainda ecoavam na memória
assim como a imagem dos corajosos cavalos galopando furiosos em busca da
linha de chegada, desafiando os limites e a própria sorte!
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