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quarta-feira, 10 de março de 2021

O LOBO BOM E OS TRES PORQUINHOS DO MAU - Henrique Schnaider

 



O LOBO BOM E OS TRES PORQUINHOS DO MAU

Henrique Schnaider


Era uma família terrível a dos três porquinhos, o pobre coitado do lobo bom, sofria demais nas mãos deles. Cada vez que ele passava nas casas onde moravam era um suplício.

O pobre do lobo só queria matar a fome e nem pensava neles como comida. Só pedia aos porquinhos algo para comer e assim não ter maus pensamentos. Com a barriga vazia poderiam vir à tona, desejos escondidos de tempos passados, grurrrr, grurrrr, onde ele sonhava em comê-los assados no espeto, mas falhava sempre. Aí resolveu se regenerar.

Cada vez que ele passava na casa deles. Tentando uma aproximação. Havia uma nova armadilha e o lobo bom que em outros tempos tinha uma pelagem tão bonita, lisa de cor brilhante. Agora estava todo chamuscado, por causa das artimanhas que sofria.

Ele andava com o estômago gemendo e roncando, roinnnnk roinnnnk, Os terríveis porquinhos comiam do bom e do melhor. As casas sempre exalam aromas que mexem com todos os meus sentidos. Guloseimas salgadas e doces dignos de chefs cozinheiros. Eles eram bons na cozinha e o lobo rondava as casas uivando, aaahuuu, aaahuuu com fome.

À noite o lobo se recolhia na toca. Enfrentando o seu pior inimigo, a fome. Acabava influenciado pela situação. Tendo terríveis pesadelos onde ele estava sendo assado numa enorme panela fervente, cheia de legumes.  Ele era o prato principal.

Na sequência dos péssimos sonhos. Ele se via sendo servido assado. Numa mesa, em uma travessa, com uma maçã na boca. Ele acordava suando frio ouvindo o assovio e ronco, roinnnnk, roinnnnk, era seu estômago vazio chamando-lhe a atenção.

Ele até deu umas voltas. Tentando comer umas frutas das árvores nas redondezas. Mas na verdade elas não faziam parte da sua dieta.  Não lhe dava nenhum prazer ao paladar.

Maus pensamentos já começavam a fluir. Ele tinha problemas de consciência e medo de ter uma recaída. Mudava o foco para coisas amenas. A fim de se acalmar.

Dia vai dia vem. Ele continuava a implorar, para mexer com o coração deles, mas eram ruins e continuavam a fazer traquinagens. Riam muito da situação triste. Se deliciavam por vê-lo naquele sofrimento.

O instinto de sobrevivência falou mais alto. Não teve jeito. O lobo bom recebeu de volta o lobo mau grurrrr, grurrrr. Não teve dúvidas foi a casa dos seus inimigos e eles pensando que, ele ainda era bom, se descuidaram. Facilmente os caçou.

Os três porquinhos assados no espeto eram uma delícia, Nham, nham nham, ele passando a língua enorme entre os lábios, de satisfação. Os olhos do lobo brilharam de prazer e alegria. Teria comida por vários dias. Desse jeito a história prova, que ninguém foge da sua natureza.

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